O uso de groupware como ferramenta de auxílio às aulas presenciais no curso de administração e ciências contábeis



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Transcrição:

RESUMO O uso de groupware como ferramenta de auxílio às aulas presenciais no curso de administração e ciências contábeis Este trabalho apresenta um estudo exploratório, realizado no centro de ciências sociais aplicadas da Universidade Federal de Pernambuco, para verificar a utilização de ferramentas de groupware como recurso auxiliar do ensino presencial. Foram aplicados 821 questionários com alunos do curso de administração e ciências contábeis, no período de 12 de janeiro a 10 de fevereiro de 2004. Que apenas 52% dos respondentes conhecia o Virtus, que o primeiro contato se dá por influencia dos professores e que os estudantes contribuem pouco com o sistemas, mas tem pouca dificuldade de usar Virtus e que estes acreditam que o sistema contribui com o aprendizado. 1 Introdução As tecnologias da informação, principalmente as que facilitam o trabalho em grupo, vêm transformando a forma de como as pessoas negociam, trabalham, e até, estudam. A educação é uma das áreas que mais se beneficiam destas tecnologias, que dão suporte tanto no ensino presencial, quanto no à distância. O ensino é uma atividade triádica que envolve três componentes: aquele que ensina (o ensinante), aquele a quem se ensina (o aprendente) e aquilo que o primeiro ensina ao segundo (um conteúdo qualquer). Para que o ensinante ensine o conteúdo ao aprendente, não é mais necessário que estejam no mesmo espaço e no mesmo tempo. As tecnologias da informação auxiliam na transmissão de conteúdo, dentre elas as de groupware. A utilização de tecnologia de informação e comunicação é cada vez mais um fator indispensável de apoio ao ensino. Essa tendência que não é recente tem sido reforçada em face da vulgarização do computador e ao seu cada vez mais baixo custo. Atualmente muito se discute sobre a utilização de tecnologias da informação na área de ensino, principalmente no superior. O uso da internet/web para fins educacionais tem sido tema de diversas pesquisas nos últimos anos (Beuschee, 2000). Experiências no uso das tecnologias de informação e comunicação baseadas na web têm aplicações nos diversos segmentos do ensino, apresentando resultados que têm contribuído para o uso eficiente das tecnologias da informação e comunicação na educação. Tanto no ensino a distância, como no ensino presencial, observa-se um aumento do uso de informatização no processo de ensino-apredizagem. O aperfeiçoamento da informatização proporcionou o surgimento dos ambientes virtuais de ensino, os quais possuem ferramentais de groupware, que auxiliam a colaboração de trabalhos em grupo. São exemplos dessa tecnologia de comunicação o e-mail, a teleconferência e o workflow. Groupware é uma tecnologia colaborativa porque ele afeta a maneira como as pessoas se comunicam umas com as outras e conseqüentemente tem impacto na maneira como as pessoas trabalham e, eventualmente, na estrutura da organização. Estas ferramentas facilitam o processo de comunicação tanto entre pequenos grupos como grandes grupos. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) possui um sistema de aulas virtuais conhecido como Virtusclass. Este ambiente é utilizado tanto por esta universidade como também por outras instituições de ensino em todo o Brasil e no mundo através do portal da Universia. O Virtusclass existe desde 1996, todavia até o presente momento há poucas discussões sobre o efeito desse ambiente virtual no processo de melhoria no ensino presencial. Sendo assim, o problema desta pesquisa é saber se o sistema de aulas virtuais Virtusclass (ambientes virtuais de ensino) está de alguma forma auxiliando o ensino presencial nos cursos de ciências

contábeis e de ciências administrativas. O objetivo geral deste trabalho é verificar se os ambientes virtuais de ensino (AVEs) existentes no curso de ciências contábeis e de ciências administrativas da UFPE no projeto Virtusclass vêm contribuindo com o processo de ensino presencial. 2 Referencial teórico Esta seção apresenta uma revisão bibliografia sumária sobre o uso de tecnologia no processo educacional presencial e o uso de groupware. 2.2 A tecnologia de groupware O recurso tecnológico considerado neste estudo foi o sistema de trabalho colaborativo (Groupware), que visa interligar as diferentes áreas dentro da organização, para promover a agilização da comunicação, execução de tarefas e tomada de decisão. Esta categoria de software surgiu no início da década de 90, despontando como elemento para apoiar a evolução das estruturas organizacionais no sentido de ampliar as possibilidades de trabalho em grupos. Conceituar Groupware não é tarefa fácil, uma vez que não há consenso a este respeito. No contexto do estudo apresentado considerou-se a seguinte definição: Tecnologia de informação usada para ajudar pessoas a trabalharem juntas de maneira mais eficiente (Burns apud Al-Omaim (1997, p 30). As ferramentas de Groupware ou aplicações de trabalho em grupo possibilitam aos indivíduos realizarem tarefas em conjunto, através de uma variedade de aplicações, incluindo correio eletrônico, agendamento em grupo, acesso remoto à rede da empresa, acompanhamento de tarefas, compartilhamento de informações, discussão em grupo, conferência eletrônica, ambiente integrado de colaboração, gerência de fluxo de trabalho (Workflow), acesso Web e gerência de documentos. Segundo Magalhães (2002, p. 67): As ferramentas de Groupware representam uma evolução das antigas ferramentas de workgroup, as quais apresentavam maior produtividade para cada pessoa isoladamente. A evolução para o Groupware representa um marco para este tipo de ferramenta, pois de agenda passa a ser colaborativa; sendo por intermédio da rede, todos podem ver as agendas dos demais e até mesmo agendar reuniões. Para Candotti e Hoppen (1999) as ferramentas de Groupware são embasadas em três conceitos (3C s), associados a como as pessoas podem trabalhar em grupo: 1) Comunicação: Suporta a integração fácil e rápida dos grupos, através do envio de informações, solicitações e instruções. Exemplos de software que seguem este conceito (Groupware,1999): a) Chat - suporta a comunicação das pessoas, através de mensagens eletrônicas em tempo real, utilizando a Internet; b) Correio Eletrônico (e-mail electronic mail) - permite a troca de mensagens eletrônicas entre indivíduos ou grupos deles, esta comunicação ocorre de maneira assíncrona; c) Videoconferência para a comunicação através da transmissão de imagem e som, via Internet. 2) Colaboração: Permite que pessoas trabalhem juntas, em projetos ou processos comuns, permitindo combinar experiência (conhecimento tácito) e compartilhamento de informações. As tecnologias de colaboração estão sendo influenciadas por duas grandes tendências: tecnologia de redes e a globalização. A proliferação das redes e o crescimento da Internet

promoveram o surgimento de aplicações conhecidas como Intranet. 3) Coordenação: Permite a automação e gerenciamento de seqüência de ações ou tarefas que visam alcançar um objetivo. Para tal, são definidas a ordem em que as tarefas são realizadas e as pessoas envolvidas na realização das mesmas; os processos são disparados por comandos enviados pelos envolvidos ou por ações automáticas previamente programadas (Candotti & Hoppen, 1999). Como exemplo desta categoria de software tem-se o Workflow, que permite automatizar e coordenar os processos de negócios de uma empresa, se aplicando aos processos que exigem a preparação de informações estruturadas e ordenadas. Ele serve para determinar o fluxo do processo, mostrando as etapas corretas para concretização do mesmo, permitindo o acompanhamento de todas as atividades que o constituem (Carvalho & Ferreira, 2000). 2.3 O projeto Virtus Segundo o próprio site do Virtus, seu sugimento se deu: em 1996, a partir de estudos realizados no Centro de Artes e Comunicação CAC, da Universidade Federal de Pernambuco, com a missão de investigar a instalação social do ciberespaço que surgiu o Virtus. Inicialmente criado sob princípios transdisciplinares, envolveu primeiramente as áreas de Ciência da Informação, Design e Comunicação, com uma forte presença da informática e disciplinas conexas como telemática, redes, inteligência artificial, multimídia e certificação digital. O mesmo site acima, afirma que com o surgimento e implementação da educação à distância, após o ano de 1998, onde este tipo de veículo se consolidou como campo comum no ambiente de ensino, sendo necessária a criação de ferramentas aplicadas à disponibilização de conteúdos, à preservação e ao acesso do conhecimento; instrumentos web facilitadores de ambiência pedagógica (ambientes virtuais de estudo) e a comunicação on-line, que o Projeto Virtus teve maior divulgação dentro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Entre as competências do Virtus tem-se: Quanto a sua estrutura: a indução à integração da pesquisa avançada, do desenvolvimento de protótipos e do espírito empreendedor, na área de sua atuação; estimular a associação do laboratório com outras universidades, com a iniciativa privada e com o conjunto da sociedade em torno das questões levantadas pelas novas tecnologias da comunicação e da informação; promover a melhoria da qualidade e a expansão do ensino, buscando a inclusão de parcelas da população ainda socialmente marginalizadas e trabalhar pelo fim da exclusão tecnológica. (www. Virtus.ufpe.br) o Virtus é um conjunto de laboratórios auto-sustentáveis, voltados para a pesquisa acadêmica e para o desenvolvimento de soluções em hipermídia que atendam necessidades concretas de empresas e instituições parceiras. Hoje conta com 60 computadores distribuídos entre salas de aula, sala de produção, administração e secretaria. Além de servir como ferramenta de ensino à distância o Virtus, também apresenta atividades que complementam o ensino presencial, sendo estas 4 atividades, como segue abaixo:

Lista de participantes: esta atividade tem como objetivo, aproximar os estudantes e professores. Ao utilizar esta atividade, os alunos, deve além de escrever seus nomes, também devem especificar o porquê de sua participação no grupo. Biblioteca de links (pesquisa na web): esta parte do Virtus serve para possibilitar ao aluno realizar pesquisas na web, que dizem respeito ao seu campo de estudo, além de realizar pesquisa, devem-se referendar as referências dos documentos pesquisados na lista da biblioteca de links. Bate-papo (comunicação síncrona): com esta atividade o usuário tem a sua disposição, com horário marcado, um diálogo on-line na sala de bate-papo da área de convivência. É bom deixar claro que o objetivo principal, desta ferramenta, é estimular os estudantes a debaterem sobre algum tema. Mural Virtual (comunicação assíncrona): esta atividade serve para inserir mensagens no mural virtual das áreas de convivência na forma de resumo do que foi trabalhado até então nas demais atividades. O Virtusclass (sala de aula virtual, rodando no portal Universia Brasil), o banco de teses da UFPE (repositório de teses e dissertações desta universidade), o projeto ensinar (plataforma voltada para Educação à Distância) são os principais projetos do Virtus. Para que se tenha acesso ao ambiente virtual de estudo do Virtus faz-se necessário digitar o endereço www.virtus.ufpe.br, onde se deve entrar em Ambientes Virtuais de Estudo/Virtusclass. Este ambiente virtual de estudo está dividido em dois módulos: convivência e edição. O módulo de convivência apresenta seções que também estão contidos no módulo edição, contudo estas ferramentas neste módulo apresentam a capacidade extra de modificar - apagar e corrigir informações, gerenciar o ambiente, e o seu conteúdo. 3 Metodologia Essa seção do artigo apresenta a estratégia metodológica utilizada desde a pergunta de pesquisa até a análise dos dados. A seção se subdivide da seguinte forma: pesquisa bibliográfica, entrevista direta e confecção do instrumento de coleta de dados, estudo de campo e análise de dados. 3.1 Pesquisa bibliográfica A primeira fase da pesquisa iniciou-se com um estudo bibliográfico sobre as seguintes temáticas: uso de tecnologia da informação no ensino superior, tecnologias da informação, groupware, ensino presencial e virtuclass. Este estudo bibliográfico juntamente com uma análise realizada das ferramentas do ambiente virtual de ensino possibilitou a confecção de um roteiro de entrevistas. Essas entrevistas foram à base para a confecção dos questionários. O objetivo do roteiro de entrevistas foi orientar os pesquisadores a se manter no rumo certo durante todo o processo de entrevista. 3.2 Entrevista direta e confecção do instrumento de coleta de dados O tipo de entrevista escolhida foi a direta, pois segundo Cooper e Schindler (2003, p.249) este tipo de entrevista tem como principal valor à capacidade de aprofundamento e detalhamento das informações obtidas. Nela o entrevistador pode observar as condições da entrevista, adquirir certeza com perguntas adicionais e reunir informações complementares através da observação (COOPER E SCHINDLER, 2003, p.249). Foram selecionados cinco alunos, aleatoriamente, na portaria do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA). Os alunos foram abordados e convidados a participarem da pesquisa e realizadas no laboratório de graduação do centro. As gravações duraram entre 15 e

45 minutos. O primeiro e o quinto entrevistado não conheciam o Virtusclass, e ainda o confundiram com o Siga (Sistema de informação e gestão acadêmica) que é sistema de controle acadêmica da UFPE, onde as notas e realizam as matriculas, por exemplo. Esse dois alunos forneceram uma informação importante: dois de seus professores possuíam e-mails de grupos de discussão sobre as disciplinas. A partir daí foi inserido no questionário uma pergunta sobre o recebimento de e-mail de grupo de discussão sobre a disciplina. O Segundo entrevistado conhecia o Virtusclass, mas pelo nome de ambiente virtual de ensino (AVE) e mostrou-se conhecedor de todas as ferramentas do ambiente virtual de ensino. Quando lhe foi perguntado se tinha dificuldades em utilizar o Virtusclass o mesmo respondeu que não, até porque o acessava da UFPE, pois não tinha computador em casa. A partir daí passou a fazer parte do questionário se o aluno tinha computador e de onde o mesmo acessa a internet, com a finalidade de saber se existe uma relação entre as dificuldades apontadas em utilizar o Virtusclass e o local de onde os alunos acessam o ambiente virtual de ensino. O terceiro entrevistado conhecia o Virtusclass também como ambiente virtual de ensino (AVE). O mesmo informou que utilizou muito pouco as ferramentas das AVEs, no semestres atual em virtude dos seus professores atuais não utilizarem o mesmo. A partir daí incorporou-se ao questionário uma pergunta relacionada ao incentivo dos professores para que os alunos utilizem as salas virtuais. O quarto entrevistado conhecia o ambiente virtual de ensino desde o inicio do curso e que já tinha contribuído com o mesmos inserindo links sobre assuntos ligados aos AVEs que ele utilizou. Acrescentou-se no questionário uma pergunta relacionada com o tipo de contribuição que o aluno já tinha dado para algumas das salas virtuais. O resultado obtido com as entrevistas serviu de guia para a confecção do instrumento de coleta de dados: um questionário. 3.3 Estudo de campo Após as entrevistas foi confeccionado um questionário para coleta de dados. Este instrumento de coleta foi pré-testado a fim de detectar possíveis problemas de entendimento no preenchimento do mesmo. O questionário desta pesquisa foi testado com dez estudantes, os quais não fazem parte do universo estudado, pois não pertenciam aos cursos de contábeis ou administração. Após a realização do pré-teste foi definida a versão final do questionário. Em seguida foram aplicados 821 questionários junto aos estudantes de graduação em Administração e Ciências Contábeis. Esses 821questinários representam 43,25% do universo de 1898 estudantes matriculados no primeiro semestre de 2004. Para aplicar os questionários o pesquisador solicitava ao professor 15 a 20 minutos da sua aula. No momento da aplicação dos questionários era feita uma apresentação da pesquisa e solicitado aos alunos que não deixassem de preencher as perguntas abertas. O pesquisador se prontificava de tirar qualquer dúvida sobre o preenchimento dos questionários. 3.4 Análise de dados Para atingir o objetivo desta pesquisa, as respostas das questões abertas do instrumento de coleta de dados foram tabuladas e inseridas em planilhas do aplicativo estatístico SPSS versão 11.0 para Windows, e seguida foi feita a análise descritiva e cruzada das variáveis do estudo. Para as questões abertas foi utilizada a análise de conteúdo com ênfase na análise do discurso. 4 Resultado e análise dos dados da pesquisa de campo

O quadro nº 1 apresenta um breve perfil dos participantes desta pesquisa. Quando se indagou sobre o fato dos alunos terem conhecimento do Virtus, obteve-se que 52% (423) respondentes tinham conhecimento, como se observa no gráfico nº 1. Já o gráfico nº 2 mostra que entre os dois cursos, o curso de ciências administrativas foi o que apresentou maior conhecimento da existência do Virtus representando 60% (171) dos alunos que responderam. Quadro 1 - Perfil dos participantes da pesquisa 350 (42,6%) entrevistados eram do curso de Ciências Contábeis e 471 (57,4% ) eram de Administração; 273 (33,3%) eram estudantes do turno diurno e 548 (66,7%) eram do turno noturno; 307 (37,4%) eram mulheres e 514 homens (62,6%); 253 (72,3%) dos estudantes de Ciências Contábeis e 388 (82,4%) dos estudantes de Administração possuíam computador em casa; 171 (48,8%) dos estudantes de Ciências Contábeis e 252 (53,5%) de Administração conheciam o Virtus. Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004. Ter conhecimento sobre o Virtus Conhecedores do Virtus por curso Não, 398 (48%) Sim, 423 (52%) Ciências contábeis, 171 (40%) Administração, 252 (60%) Gráfico 1 Número de respondentes que conhecem sobre o Virtus Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004 Gráfico 2 - Número de respondentes por curso que conhecem o Virtus Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004 De acordo com a tabela nº 1, verifica-se que entre os motivos que levaram os alunos a terem o primeiro contato com o Virtus tem-se que 80,4% dos respondentes do curso de ciências contábeis afirmaram terem sido um dos professores utilizar o Virtus como ferramenta em sala os respondentes do curso de administração também indicaram este motivo (93,3%). Verifica-se que para os dois cursos o motivo que veio em 2º lugar foi o fato do professor de informática ter apresentado o Virtus Tabela 1 - Motivos que levaram os respondentes dos cursos de ciências contábeis e de ciências administrativas a ter o primeiro contato com o virtus. Ciências contábeis Administrativas Total Motivo para o primeiro contato com o Virtus Freq % Freq % Freq % Um dos seus professores utiliza-o como ferramenta em sala 135 80,4 238 93,3 373 88,2 O professor de informática apresentou-o 24 14,3 8 3,1 32 7,6 Outros 9 5,4 9 3,5 18 4,3 Total 168 100,0 255 100,0 423,0 100,0 Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004

O gráfico nº 3 evidencia a quantidade de ferramentas utilizadas durante o primeiro contato com o Virtus, pode-se verificar que em 1º lugar tem-se que 1 (uma) ferramenta foi utilizada de acordo com 117 respondentes; e em 2º lugar no ranking tem-se o fato de utilizar 2 (duas) ferramentas, segundo 106 respondentes. Quantidades de ferramentas utilizadas durante o primeiro contato com o Virtus 120 100 117 106 80 72 60 55 40 20 20 27 17 9 0 Nenhuma Uma Duas Três Quatro Cinco Seis Sete Gráfico 3 - Quantidade de ferramentas utilizadas durante o primeiro contato com o virtus Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004. Quanto ao fato dos discentes terem realizado alguma contribuição aos Ambientes Virtuais, tem-se que 83% (351) dos respondentes disseram que nunca contribuíram. Tal fato evidencia o pouco uso da ferramenta por parte dos alunos (vide gráfico 4). Indagou-se sobre as formas de contribuição mais utilizada pelos respondentes, dos que responderam está pergunta tem-se que 67% (48) respondentes que disseram que anexam material importante na central de documentos e em 2º lugar tem-se o fato de anexar material e indicar links como se pode verificar no gráfico nº 5.

Existência de contribuições oferecidas as AVES pelos discentes Sim, 72 (17%) 18 (25%) Formas de contribuir com o Virtus 6 (8%) 48 (67%) Não, 351 ( 83%) Gráfico 4 - Existência de contribuições oferecidas as AVES pelos discentes Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004 Anexando material importante na central de documentos Indicando um link relacionado com a AVE Anexando material e indicando links Gráfico 5 - Formas de contribuição dos discentes ao virtus Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004 Quando se indagou sobre a existência de dificuldades em utilizar o Virtusclass obtevese que em sua maioria (225) os respondentes disseram que não tinham dificuldade ao utilizar o Virtusclass. Existência de dificuldades em utilizar o virtusclass 250 200 225 150 100 121 77 50 0 Sim, e ainda tenho Sim, porém nãoo tenho mais Não Gráfico 6 - Existência de dificuldades em utilizar o Virtusclass Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004 Setenta e seis porcento dos discentes pesquisados percebem que o Virtus apresenta algum benefícios(vide gráfico nº 7).O gráfico nº 8 mostra que 194 destes sujeitos da pesquisa percebem pelo menos um benefício no processo de utilização do Virtusclass.

Existência de benefícios do Virtusclass Não, 103 (24%) 200 Quantidade de benefícios do Virtusclass citados pelos discentes 194 150 100 95 Sim,320 ( 76%) 50 0 23 Um Dois Três Quatro 8 Gráfico 7 - Existências de benefícios do Virtusclass Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004 Gráfico 8 - Quantidade de benefícios do Virtusclass citados pelos discentes Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004 Os discentes usuários do Virtusclass percebem benefícios no seu uso. Portanto, com base nos dados coletado foi construído um ranking com os benefícios mais citados pelos alunos, onde se pode verificar que em 1º lugar tem-se o fato da Praticidade e comodidade no acesso do material didático com uma representação de 217 respondentes. Em segundo lugar, com 97 ocorrências tem-se a Melhoria da interação aluno versus professor, confirmando uma das vantagens das ferramentas de groupware que é facilitar o processo de comunicação entre as pessoas (Vide Tabela nº 2). Tabela 2 - Ranking dos Benefícios relacionados pelos respondentes Benefícios Frequencia Rankink Praticidade e comodidade no acesso do material didático 217 1º Melhoria da interação aluno versus professor 97 2º Centralização das informações da disciplina em um só lugar 51 3º Possibilita o intercâmbio com a universidade mesmo à distância 42 4º Facilita a pesquisa 13 5º O aluno poderá se antecipar às aulas 8 6º Fonte: Pesquisa de campo realizada no CCSA UFPE, 2004 5 Conclusão Esta seção do trabalho apresenta as conclusões obtidas com o estudo e as limitações deste estudo. Verificou-se que os alunos reconhecem a importância do Virtusclass no processo de ensino/aprendizagem, alem de que o mesmo este deveria ser mais divulgado por parte dos professor. A pesquisa também identificou que os professores são os principais divulgadores da ferramenta e que seu uso pelos alunos está intimamente relacionado com a maneira que os professores a utilizam. Logo os professores deveriam fazer um esforço para fortalecer a ferramenta, tendo em vista que a maioria dos alunos dispões de computadores em suas residências.

BIBLIOGRAFIA CANDOTTI, C. T.; HOPPEN, N. Reunião virtual e o uso de groupware: uma nova possibilidade de realizar trabalho em grupo. In: XXIII ENCONTRO DA ANPAD, 1999, Rio das Pedras. Anais do XXIII Encontro da Anpad. Rio das Pedras, 1999. CD-ROM.Anais do XXIII Encontro da Anpad. Rio das Pedras, 1999. CD-ROM. COOPER, Donald R; SCHINDLER, Pamela S. Métodos de Pesquisa em Administração. &ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. MAGALHÃES, André Ricardo. Uma proposta para o gerenciamento do ambiente informacional da organização visando a criação do conhecimento. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção. Florianóplis. UFSC, 2002. www.virtus.ufpe.br