Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Michel Xocaira Paes. Sorocaba Problemas Socioambientais Atuais

Documentos relacionados
SÍNTESE DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LEI , DE 02 DE AGOSTO DE 2010) NA PERSPECTIVA DAS CENTRAIS DE ABASTECIMENTO BRASILEIRAS

LEI MUNICIPAL Nº 687 DE 09 DE SETEMBRO DE 2013 LEI:

ESTADO DE RONDÔNIA MUNICÍPIO DE PRIMAVERA DE RONDÔNIA GABINETE DO PREFEITO GESTÃO 2013/2016

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

DECLARAÇÃO DE JUNDIAÍ Os Novos Desafios da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS LEI / 08/ 2010 DECRETO 7.404/ 12/ 2010

Carlos R V Silva Filho

Dois temas, muitas pautas. Saneamento e meio ambiente

Gestão de Resíduos Sólidos

Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil: Situação e Perspectivas. Carlos R V Silva Filho ABRELPE

Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental e Sustentabilidade - Congestas 2013

RECEPÇÃO DE CALOUROS COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS UFES Campus ALEGRE

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Aspectos Gerais Sobre os Resíduos Sólidos

saneamento básico resíduos sólidos Algumas das políticas nacionais de meio ambiente

Hsa GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Resíduos Sólidos. PROFa. WANDA R. GÜNTHER Departamento Saúde Ambiental FSP/USP

DIREITO AMBIENTAL. Sustentabilidade A sustentabilidade na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº de 2010) Parte 1 Prof.

Elementos para discussão sobre gestão de resíduos sólidos

Situação e Arcabouço Conceitual da Disposição de RSU

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE MMA POLITICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Quadro político, jurídico e técnico da gestão de resíduos no Brasil

Resíduos Sólidos Urbanos

Sustentabilidade econômica da gestão dos Resíduos Sólidos. Carlos Roberto de Oliveira ARES-PCJ

Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Fernando Altino Rodrigues

III SEMINÁRIO ESTADUAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL

Consumo sustentável e a implantação da logística reversa de embalagens em geral. XI SEMINÁRIO ABES Brasília, agosto de 2014 Patrícia Iglecias

Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas Departamento de Engenharia Civil. CIV 640 Saneamento Urbano

DESAFIOS ATUAIS DA GESTÃO DE RESÍDUOS URBANOS

PNRS E POLITICAS PÚBLICAS. Geraldo Antônio Reichert Câmara Temática de Resíduos Sólidos

Panorama da Política Nacional de Resíduos Sólidos: Principais avanços e gargalos

Em Casa, no Trabalho, etc...

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL GESTÃO DE RESÍDUOS : INTERFACE DOS MUNICÍPIOS COM A LOGÍSTICA REVERSA

Política Nacional de Resíduos Sólidos : formulação e diretrizes. Deputado Arnaldo Jardim

PLANOS DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Alceu Galvão Analista de Regulação da ARCE Fortaleza, 11 de maio de 2015

Governança na Gestão de Resíduos Sólidos Painel I. Waste Expo Brasil São Paulo-SP- 2016

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Zilda Maria Faria Veloso

LEI Nº 4.127, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2011

PNRS e a Logística Reversa. Free Powerpoint Templates Page 1

Belo Horizonte, novembro de 2010

Política Nacional de Resíduos Sólidos Breves Considerações Núcleo de Meio Ambiente CIESP Regional Jaú/SP

DIREITO AMBIENTAL. Proteção do Meio Ambiente em Normas Infraconstitucionais - Política Nacional de Resíduos Sólidos Lei nº de 2010 Parte 3

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE MMA

Gestão de Resíduos: Interface dos Municípios com a Logística Reversa. São Paulo - Maio/2019 Ecomondo Forum 2019 Fórum de Soluções Sustentáveis

4º Painel SANEAMENTO BÁSICO. Gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos

CONTRIBUIÇÕES DA CONTABILIDADE EM EMERGIA

PNRS /10. 8 Anos da Lei Federal que Define a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Logística Reversa, Dificuldades e Perspectivas

Prefeitura do Recife - EMLURB

P L O Í L TI T CA C A NA N C A I C ON O A N L A L D E D E R E R S E Í S DU D O U S O S SÓ S L Ó I L DO D S O S

RESÍDUOS SÓLIDOS : as responsabilidades de cada Setor

PLATAFORMA ITUIUTABA LIXO ZERO

3º. A excepcionalidade prevista no 1º deste artigo não se aplica aos resíduos orgânicos industriais.

Saneamento básico e uma habitação adequada são condições fundamentais para a cidadania.

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DEPARTAMENTO DO AGRONEGÓCIO SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS

PLATAFORMA ITUIUTABA LIXO ZERO

SANEAMENTO BÁSICO - LEI /07 - ÁGUA

PLATAFORMA ITUIUTABA LIXO ZERO

BREVES COMENTÁRIOS À POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: LEI Nº , DE 2 DE AGOSTO DE 2010.

0 7 / F a b r i c i o D o r a d o S o l e r f a b r i c i o s o l e f e l s b e r g. c o m. b r

Política Nacional de Resíduos Sólidos

RSU CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E PANORAMA. Profa. Margarita María Dueñas Orozco

TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA. Nº. 016/ 2012 CREA/MG E FUNASA Setembro/2013

Planejamento, Implantação e Operação de Aterros Sanitários

PLATAFORMA ITUIUTABA LIXO ZERO

Empresas produtoras e comercializadoras. Usuários de agrotóxicos

Panorama e Política Nacional de

Política Nacional de Resíduos Sólidos. Responsabilidade Compartilhada. Seguro Ambiental. José Valverde Machado Filho

As Políticas Públicas Ambientais de Pernambuco e Resíduos Sólidos

RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA E LOGÍSTICA REVERSA: IMPLEMENTAÇÃO NO CONTEXTO BRASILEIRO

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Lei Nº / Decreto Nº 7.404/2010

Qualidade e Conservação Ambiental TH041

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Lei /2010. Flávia França Dinnebier

- TERMO DE REFERÊNCIA - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

G stã t o d e d Resíd í u d o u s S lild i o d s

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

AVALIAÇÃO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA 21 NO BRASIL: O CASO DO TEMA AMPLIAÇÃO DO ALCANCE DOS SERVIÇOS QUE SE OCUPAM DE RESÍDUOS

SANEAMENTO NA ÁREA RURAL

PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA PERS-SC LEGISLAÇÃO RELATIVA A RESÍDUOS E SUAS IMPLICAÇÕES

Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil da PNRS: a RECICLAGEM POPULAR como solução

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS A VISÃO DO SETOR DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS

BOLETIM DO LEGISLATIVO Nº 15, DE 2012

Política Nacional de Resíduos Sólidos. Contexto legal e ambiental. Luiz Carlos Rossini

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Política Nacional de Resíduos Sólidos

XII CONFERÊNCIA DAS CIDADES

[DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS]

COMO VIABILIZAR A UNIVERSALIZAÇÃO DO TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL. 16 de junho de 2015

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E INOVAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL MODALIDADE PROFISSIONAL

Biol. Regina Maris R. Murillo

Gestão integrada do saneamento básico. Aparecido Hojaij Presidente da Assemae Setembro de 2017

PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE PGIRSU

Responsabilidade do Produtor na Política Nacional de Resíduos Sólidos do Brasil

Recolhimento e Destinação de Embalagens de Sementes Tratadas Edivandro Seron

REFLEXÕES SOBRE A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS CONTAMINANTES NO CONTEXTO DA POLÍTICA AMBIENTAL URBANA

LEI Nº , DE 2 DE AGOSTO DE 2010

NOÇÕES DE SUSTENTABILIDADE

Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Seção III. Do Saneamento Básico

Responsabilidade social e empresarial na gestão dos resíduos sólidos PROFA. DRA. ALICE ROCHA DA SILVA

Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE SOROCABA Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Michel Xocaira Paes Sorocaba 12.06.2015 INTRODUÇÃO Problemas Socioambientais Atuais Meio Ambiente é fornecedor de recursos naturais e receptor dos nossos rejeitos. Matéria prima + Energia = Produto Desejável + Produto Indesejável Quando e porque surgiram essas preocupações e problemas? 1

INTRODUÇÃO 100 milhões de anos atrás - Homo sapiens Ano 0 (zero) ou 1 D.C. - 300 milhões de habitantes 1840 - Revolução Industrial - 1 Bilhão 1975 - Milagre Econômico (Brasil) - 4 Bilhões 2000 - Era Pós Moderna- 6 Bilhões 2011 - hoje - 7 bilhões 2025 - Era Pós Tecnológica - 8 Bilhões INTRODUÇÃO Produção, Consumo e Obsolescência Programa CF, PNMA, PNSB, PNRS, entre outras... Descontinuidade de Políticas Públicas Necessidade de Utilização de Ferramentas de Gestão com visão sistêmica para Tomadas de Decisões 2

LEI N 11.445 DE 2007 ESTABELECE DIRETRIZES NACIONAIS PARA O SANEAMENTO BÁSICO Art. 3 o Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - saneamento básico: conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas; LEI N 11.445 DE 2007 ESTABELECE DIRETRIZES NACIONAIS PARA O SANEAMENTO BÁSICO Art. 3 o Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; 3

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS O estabelecimento de alguns princípios, objetivos, instrumentos e definições, - como visão sistêmica, gerenciamento e gestão integrada de resíduos, avaliação do ciclo de vida, entre outros trazem a tona a discussão de políticas públicas que realmente levem em consideração aspectos que integrem as dimensões sociais, econômicas, culturais, políticas e ambientais, sob a premissa do desenvolvimento sustentável e do controle social. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO II - DEFINIÇÕES Art. 3 o Para os efeitos desta Lei, entende-se por: XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível 4

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO II - DEFINIÇÕES Art. 3 o Para os efeitos desta Lei, entende-se por: X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO II - DEFINIÇÕES Art. 3 o Para os efeitos desta Lei, entende-se por: IV - ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final VI - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações e participação nos processos de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei 5

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Art. 7 o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO III - INSTRUMENTOS Art. 8 o São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros: I - os planos de resíduos sólidos II - os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis VII - a pesquisa científica e tecnológica VIII - a educação ambiental IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios XVI - os acordos setoriais 6

INSTRUMENTOS/ FERRAMENTAS DE GESTÃO Planos de Gestão Integrada de Resíduos IQR e IGR Cetesb/ Governo Estadual SNIS Ministério das Cidades/ Governo Federal IGR (Ferraz, 2007) ACV/ ICV/ AICV (Paes, 2013) FUNÇÕES E ETAPAS DA GESTÃO Planejar Organizar Dirigir e Controlar Avaliar 7

FERRAMENTAS DE GESTÃO IQR E IGR O IGR é calculado por uma equação matemática, podendo variar entre zero e 10, e é composto por: - IQR, que representa 35% da nota final. - Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem (IQC), que representa 5%. - Índice de Qualidade de Gestão de Resíduos Sólidos (IQG), que representa os outros 60% e agrega indicadores de quatro áreas: instrumentos para a política de resíduos sólidos, programas ou ações municipais, coleta e triagem, tratamento e disposição. FERRAMENTAS DE GESTÃO IQR E IGR Para a classificação da qualidade da gestão de resíduos sólidos urbanos dos municípios (representado pelo IGR) são estabelecidas três categorias, sendo que a nota de 0 a 6 represente a gestão como ineficiente; 6 a 8 como mediana;e8a10como eficiente. Já o IQR classifica as unidades de tratamento e disposição final de resíduos, como inadequadas, controladas e adequadas, atribuindo as notasde0a6, 6a8e8a10, respectivamente. 8

FERRAMENTAS DE GESTÃO SNIS Segundo declaração dos órgãos gestores municipais que responderam ao SNIS, a disposição final da massa de resíduos coletados distribui-se em 74,9% para aterros sanitários, 22,8% para aterros controlados e lixões e 2,4% para unidade de triagem e de compostagem (SNIS, 2013). FERRAMENTAS DE GESTÃO IGR (FERRAZ, 2007) Eixos de Integração Eixo do Sistema de Gestão Eixo da Sustentabilidade Eixo dos Princípios Funcionais Elementos e Aspectos Dimensão Estratégica; Dimensão Coleta e Transporte; Dimensão Triagem e Processamento; Dimensão Destinação Final Aspectos Ambientais; Aspectos Econômicos; Aspectos Sociais; Técnicos; Ambientais; Econômicos e Financeiros; Sociais e Culturais; Institucionais; Políticos e Legais. 9

FERRAMENTAS DE GESTÃO IGR (FERRAZ, 2007) Adequação do Sistema Classificação Pontuação IGR de Gestão Percentual Avançado Excelente 85-100 0,85 1,00 Muito Adequado Ótimo 70-84 0,70 0,84 Adequado Bom 55-69 0,55 0,69 Parcialmente Adequado Regular 45-54 0,45 0,54 Inadequado Irregular 25-44 0,25 0,44 Muito Inadequado Ruim 00-24 0,00 0,24 FERRAMENTAS DE GESTÃO IGR (FERRAZ, 2007) ESTUDO DE CASO: PIEDADE.SP Dimensão IGR nota geral Pontos/ Classificação 2008 Pontos/ Classificação 2010 Pontos/ Classificação 2012 0,24/ Ruim 0,44/ Irregular 0,55/ Bom Estratégica 0,06/ Ruim 0,53/ Regular 0,70/ Ótimo Coleta e Transporte Triagem e Tratamento Destinação Final 0,24/ Ruim 0,35/ Irregular 0,48/ Regular 0,26/ Irregular 0,43/ Irregular 0,52/ Regular 0,41/ Irregular 0,43/ Irregular 0,49/ Regular 10

FERRAMENTAS DE GESTÃO ACV/ ICV/ AICV FILOSOFIA DO CICLO DE VIDA (LCT) A Filosofia do ciclo de vida ou Life Cycle Thinking (LCT) pode ser entendida como a consciência de que o bom desempenho ambiental de uma unidade isolada da cadeia produtiva não é suficiente para garantir que a mesma tenha sua sustentabilidade garantida; essa condição será atingida apenas se a totalidade dos elos dessa cadeia apresentarem desempenho ambiental adequado (SONNEMAN, 2002). 11

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA (ACV) Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica capaz de avaliar o desempenho ambiental de um produto ou serviço ao longo de todo o seu ciclo de vida. Tal avaliação se conduz tanto por meio da identificação de todas as interações ocorridas entre o ciclo de vida de um produto (bem ou serviço) e o meio ambiente, como pela avaliação dos impactos ambientais potencialmente associados a essas interações (CURRAN, 1996). GESTÃO DO CICLO DE VIDA Segundo definição do UNEP (Programa das Nações Unidas para o Ambiente), a Gestão do Ciclo de Vida é um sistema de gerenciamento de produto com o objetivo de minimizar os danos ambientais e socioeconômicos associados a um produto (bem ou serviço) de uma organização durante todo o seu ciclo de vida e cadeia produtiva de valor (UNEP, 2007). 12

ACV CARACTERÍSTICAS Ferramenta de apoio à tomada de decisões. Avalia impactos associados à função do produto. Única que compara desempenho ambiental de produtos. Nova consolidação de metodologia. ACV APLICAÇÕES Identificação de Impactos Ambientais e de oportunidades de melhoria de desempenho ambiental de produtos e serviços. Comparação de produtos que exercem mesma função. Rotulagem ambiental. Ecodesign. 13

ACV LIMITAÇÕES Metodologia pouco consolidada. Critérios subjetivos para tomada de decisões. Falta de banco de dados nacional. Grande número de dados. ACV PRINCÍPIOS E ESTRUTURA Quatro (4) fases definidas pela norma ABNT ISO 14.040 (2009): 1- Identificação e definição do objetivo e escopo; 2- Construção e Análise do Inventário; 3- Avaliação dos impactos ambientais e; 4- Interpretação dos resultados. 14

ACV DO SGRSU DO MUNICÍPIO DE PIEDADE.SP Objetivo: Determinar o Desempenho Ambiental do Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos (SGRSU) domunicípiodepiedade SP. ACV DO SGRSU DO MUNICÍPIO DE PIEDADE.SP Definição do Escopo: Função:Gerenciar as atividades necessárias a Coleta, Transporte, Triagem e Disposição Final de Rejeitos e Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Piedade/SP. Unidade Funcional (UF): Gerenciar as atividades necessárias a Coleta, Transporte, Triagem e Disposição Final de 42,2t/d de Rejeitos e Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Piedade/SP. 15

ACV EXEMPLO DE SISTEMA DE PRODUTO MÉTODO DE AICV SOFTWARE SIMAPRO 16

RESULTADOS DA ACV SOFTWARE SIMAPRO RESULTADOS DA ACV SITUAÇÃO REAL (PAES, 2013) Categoria de impacto Unidd Total Metano Transp. Constr. Aterram. Água Energia Chorume Total Pt 22,42 2,48 10,86 5,13 3,94 0,00 0,00 0,01 Carcinogênicos Pt 0,10 0,00 0,03 0,04 0,03 0,00 0,00 0,00 Resp. orgânicos Pt 0,02 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Resp. inorgânicos Pt 4,31 0,00 2,02 1,02 1,27 0,00 0,00 0,00 Mudanças Climáticas Pt 3,62 2,47 0,41 0,59 0,14 0,00 0,00 0,00 Radiação Pt 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 Camada de Ozônio Pt 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ecotoxicidade Pt 0,22 0,00 0,09 0,10 0,03 0,00 0,00 0,00 Acidificação/ Eutrofização Pt 0,60 0,00 0,30 0,15 0,16 0,00 0,00 0,00 Uso do Solo Pt 0,57 0,00 0,10 0,46 0,02 0,00 0,00 0,00 Recursos Minerais Pt 0,15 0,00 0,01 0,11 0,03 0,00 0,00 0,00 Combust. Fósseis Pt 12,82 0,00 7,89 2,65 2,27 0,00 0,00 0,00 17

RESULTADOS DA ACV 30% RECICLAGEM E 36% COMPOSTAGEM (PAES, 2013) Categoria de impacto Unidd Total Metano Transp. Constru ção Aterram. Água Energia Chorume Total Pt 23,70 3,67 10,86 5,13 3,94 0,01 0,05 0,03 Carcinogênicos Pt 0,11 0,00 0,03 0,04 0,03 0,00 0,00 0,01 Resp. orgânicos Pt 0,02 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Resp. inorgânicos Pt 4,32 0,00 2,02 1,02 1,27 0,00 0,00 0,01 Mudanças Climáticas Pt 4,81 3,66 0,41 0,59 0,14 0,00 0,01 0,00 Radiação Pt 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 Camada de Ozônio Pt 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ecotoxicidade Pt 0,23 0,00 0,09 0,10 0,03 0,00 0,00 0,00 Acidificação/ Eutrofização Pt 0,60 0,00 0,30 0,15 0,16 0,00 0,00 0,00 Uso do Solo Pt 0,58 0,00 0,10 0,46 0,02 0,00 0,01 0,00 Recursos Minerais Pt 0,16 0,00 0,01 0,11 0,03 0,00 0,00 0,00 Combust. Fósseis Pt 12,85 0,00 7,90 2,65 2,27 0,01 0,03 0,01 RESULTADOS E DISCUSSÕES- AICV- IMPACTOS AMBIENTAIS GLOBAIS COMPARADOS COM A SITUAÇÃO ATUAL Cenários Impactos Ambientais Totais (Pt) Tempo de operação (Anos) Aumento dos Impactos (%) Cenário 1 22,45 6,80 0,1% Cenário 2 22,42 7,01 0,0% Cenário 3 22,45 7,57 0,1% Cenário 4 22,47 8,03 0,2% Cenário 5 22,5 8,53 0,4% Cenário 6 23,7 15,45 5,7% 18

AICV- REAPROVEITAMENTO DOS RSU, IMPACTOS AMBIENTAIS ANUAIS E MELHORIA NO DESEMPENHO AMBIENTAL Cenários Índices Efetivos de Reaproveitamento (%) Pt/ Ano Melhoria/ Eficiência Cenário 1 0,00 3,30 0% Cenário 2 2,84 3,20 3% Cenário 3 10,21 2,97 10% Cenário 4 15,28 2,80 15% Cenário 5 20,24 2,64 20% Cenário 6 56,00 1,53 54% CONSIDERAÇÕES FINAIS Necessidade do Uso de Ferramentas de Gestão com Visão Sistêmica Efetivação do Conceito de Gestão Integrada nos processos de tomadas de decisões Aumento efetivo do reaproveitamento de resíduos no Brasil Responsabilidade Compartilhada Avanços nos três níveis de Governo Gestão Regionalizada Educação Ambiental e Participação Popular 19

CONSIDERAÇÕES FINAIS Não há apenas uma solução ou alternativa! P/ ex.: Diferença entre os projetos da Itália (consórcio formados com base nas características socioeconômicas de uma determinada região) e Suécia (que priorizou uma tecnologia e hoje exporta lixo para manter seus incineradores funcionando) Obrigado michelxocaira@yahoo.com.br 12 de junho de 2015 20