DISPONIBILIDADE DA ÁGUA DOCE EM PORTUGAL A vulnerabilidade e escassez de água doce são reais em Portugal? DÂNIA PINTO EC09020 FILIPA NEIVA EC09003 FRANCISCO VIOLANTE EC09173 JOANA BRANCO EC09153 LUÍS VIEIRA EC09083 MARIANA FERRÃO EC09070 EQUIPA 215 Relatório submetido para satisfação parcial do PROJECTO FEUP Supervisor: Professor Cheng Chia-Yau Monitor: Artur Patrão OUTUBRO DE 2009
AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer ao supervisor Professor Cheng Chia-Yau pela competência com que orientou o nosso projecto e o tempo que disponibilizou esclarecendo-nos dúvidas e transmitindo-nos novos conhecimentos que deram seguimento a novas ideias para o nosso projecto em causa. Ao monitor Artur Patrão que atenciosamente nos ajudou e indicou o caminho que devíamos prosseguir para uma melhor concretização do nosso projecto. À Biblioteca Municipal de Vila Real, pela sua disponibilidade em facultar-nos alguns livros relativamente ao tema deste projecto.
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RESUMO Inicialmente, a equipa juntamente com o respectivo monitor e com a ajuda do professor da cadeira, estabeleceu um objectivo, que seria atingido satisfatoriamente no final do Projecto FEUP. Assim sendo, o nosso objectivo principal foi responder à questão A vulnerabilidade e escassez de água doce são reais em Portugal? e, ao longo do seu processo de desenvolvimento, perceber a importância deste grave problema, o seu impacto na sociedade, bem como, as medidas necessárias a ser feitas para um melhor aproveitamento deste bem indispensável. Mas também, é necessário enfatizar que por de trás deste processo, cada aluno teve a oportunidade de se desenvolver a nível pessoal e cultural. Após ter sido fornecida a proposta da realização deste projecto, foi decidido por todos os elementos constituintes do grupo, que o trabalho iria ser divido em quatro grandes partes, pois assim o trabalho ficaria mais coerente e organizado. Estas partes seriam: a disponibilidade de água doce em Portugal, a sua necessidade, as medidas de protecção e o impacto a vários níveis, como por exemplo, social, politico, etc. De seguida, optou-se por dividir os temas pelos alunos e cada um trataria de desenvolver um determinado ponto, para que no final a tarefa realizada fosse coesa e, mormente, atingisse o objectivo inicialmente definido. O facto de o projecto ter sido distribuído igualmente pelos vários elementos pertencentes fez com que houvesse mais organização, fosse mais fácil atingir o objecto anteriormente estabelecido e dito e com que se pudesse chegar com clareza à resposta da questão inicialmente colocada. Por fim, após cada um ter desenvolvido o seu assunto, juntou-se todos os tópicos, formando-se assim o projecto final. Em relação ao poster e à apresentação, foi utilizado um método diferente, ou seja, foi decidido que estes elementos do projecto iriam ser feitos em conjunto, para que cada um participasse e desse a sua opinião. Estes dois componentes do trabalho teriam um carácter informativo, assim como, iriam recorrer à sensibilização do público, criando um impacto de mudança neste. Em suma, o método que o grupo optou por escolher e a maneira que cada elemento, assim como o todo, desenvolveu o trabalho, fez com que o final deste projecto de grande importância para a faculdade, assim como, para toda a sociedade nela inserida, tivesse êxito. Portanto, foram alcançados os objectivos estabelecidos e foi possível chegar à resposta do problema levantado. Assim sendo, o Projecto FEUP, que foi fornecido a nossa equipa, foi realizado com grande sucesso. PALAVRAS-CHAVE: água, disponibilidade, distribuição, impacto, agricultura 3
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ÍNDICE GERAL Agradecimentos.1 Resumo..3 1. INTRODUÇÃO 7 2. A ÁGUA COMO UM RECURSO.9 2.1 DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUBTERRÂNEA..9 2.2 NECESSIDADES E CONSUMOS DE ÁGUA 10 2.2.1 ABASTECIMENTO URBANO.11 2.2.2 INDÚSTRIA..12 2.2.3 AGRICULTURA 12 2.2.4 TURISMO.12 2.3 ÁGUA POTÁVEL..12 2.4 IMPACTO NA INTERFACE ÁGUA DOCE ÁGUA SALGADA..13 2.5 SECAS..13 3 ÁGUA: UM BEM PARA A SOCIEDADE.15 3.1 MEDIDAS SOCIAIS, POLÍTICAS E AMBIENTAIS...15 3.2 POLÍTICAS PARA A GESTÃO DE ÁGUA 17 3.3 PRINCÍPIOS PARA A PROTECÇÃO DA ÁGUA...17 CONCLUSÃO..19 BIBLIOGRAFIA 21 5
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1 INTRODUÇÃO Portugal não é um país pobre em recursos hídricos como provam vários estudos comparativos que o colocam numa posição confortável no que respeita a valores médios da disponibilidade de água. Quando comparados com outros países europeus ou com os países da bacia mediterrânica. Portugal apresenta valores de escoamento médio anual, global ou per capita, superiores aos valores, por exemplo, de França, Itália, Espanha e Grécia (Cunha, 2002). Portugal Continental constitui um bom exemplo da distribuição bastante irregular dos recursos hídricos, com a precipitação anual a variar na proporção de cerca de 1 para 3, entre os anos mais secos e os anos mais húmidos, e a distribuição regional da precipitação anual a variar de cerca de 1 para 10 entre as regiões mais secas e as mais húmidas do Continente português. Esta irregularidade é a causa de muitos dos problemas que se levantam na gestão dos recursos hídricos. As alterações climáticas poderão contribuir para um agravamento ou para uma atenuação destas situações, afectando tanto a oferta como a procura de água (Cunha, 2002). A fim de controlar as consequências obtidas pelas alterações climáticas estão a ser tomadas medidas políticas para a gestão da água com objectivo de obter uma melhor distribuição da água a nível nacional. 7
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2 A ÁGUA COMO UM RECURSO 2.1. DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUBTERRÂNEA Entende-se por disponibilidades hídricas subterrâneas o volume de água subterrânea que o aquífero ou formação hidro-geológica pode fornecer em condições naturais, em resultado da recarga por infiltração da precipitação. A figura 1 apresenta a distribuição das disponibilidades hídricas subterrâneas em Portugal Continental por classes de valores. Na sua estimação não foram contemplados os volumes provenientes de fenómenos de recarga induzida dos recursos de água, lagos ou através de aquitardos. Apresentam-se os valores em hm 3 / ano / km 2, tendo-se utilizado para o efeito um valor de recarga média anual e a área de afloramento do aquífero ou formação hidro-geológica. Note-se que esta área pode ser diferente da área preferencial de recarga. Como era de esperar os maiores valores estão associados a aquíferos cársicos e os menores às formações cristalinas que constituem maioritariamente o maciço antigo. O histograma de disponibilidade hídrica subterrânea mostra uma distribuição claramente assimétrica com uma mediana de 0.15 hm 3 / ano / km 2. Fig. 1.: Disponibilidade Hídricas Subterrâneas de Portugal Continental 9
2.2. NECESSIDADES E CONSUMOS DE ÁGUA As utilizações de água mais importantes são o abastecimento humano e industrial, a rega, o turismo, a produção de energia eléctrica, a aquacultura, a navegação e as actividades recreativas. Para além destas utilizações é ainda necessário referir a manutenção de um regime de escoamento que proporcione condições para um desenvolvimento saudável e sustentável dos ecossistemas aquícolas e ribeirinhos. Tabela 1 - Necessidade de água (hm 3 /ano) (INAG, 2001) Bacia Abastecimento Urbano Abastecimento industrial Regadio Turismo Total Minho 4 < 1 107 < 1 112 Lima 10 10 214 < 1 235 Cávado 18 3 316 < 1 337 Ave 34 8 364 < 1 407 Leça 26 16 39 < 1 81 Douro 102 34 1793 1 1930 Vouga 39 28 475 < 1 543 Mondego 41 71 832 < 1 944 Lis 10 < 1 69 < 1 79 Oeste 47 4 207 2 260 Tejo 223 147 2655 3 3028 Sado 25 58 588 < 1 672 Mira 1 < 1 126 < 1 128 Guadiana 16 3 536 1 557 Algarve 26 2 410 11 449 Total 623 385 8732 20 9760 10
Em 2001, o Plano Nacional da Água (PNA) estimou que as necessidades de água para utilizações consumptíveis (abastecimento urbano e industrial, regadio e turismo) em Portugal Continental ascendem cerca de 10 000 hm 3 /ano. Neste valor global destaca-se o regadio com a maior percentagem, cerca de 89.50%, das necessidades de água consumptível (Gráfico 1). 6,40% 3,90% 0,20% 89,50% Agricultura Urbano Indústria Turismo Gráfico 1: Necessidade de água em percentagem (INAG 2003) 2.2.1. ABASTECIMENTO URBANO As necessidades de água para o abastecimento urbano incluem as necessidades da população, comércio e serviços satisfeitas pelas redes públicas de distribuição de água, assim como as perdas de água da rede. De acordo com o PNA, cerca de 85% da população residente no Continente é abastecida por água potável, o que corresponde a um valor de consumo de cerca de 560 hm 3 /ano. Segundo o inquérito realizado em 2001-2002 pela Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA), junto de todas as entidades gestoras de sistema de abastecimento de água de Portugal Continental (APDA, 2002), a componente de água subterrânea utilizada para o abastecimento público corresponde a 44% do total da água consumida. 11
2.2.2. INDÚSTRIA O PNA estima que as necessidades actuais da indústria em Portugal Continental rondam os 385 hm 3 /ano. Cerca de 80% deste valor decorre de apenas em quatro sectores: fabrico da pasta de papel, indústria alimentar e de bebidas, indústrias metalúrgicas e, ainda, fabricação de produtos químicos. 2.2.3. AGRICULTURA Sem dúvida alguma podemos afirmar que é a agricultura que mais consome água em Portugal Continental. Segundo a tabela de dados do INAG, verificamos que as necessidades de água na agricultura sejam cerca de 8730 hm 3 /ano, um peso muito significativo das necessidades globais de água. A eficiência de rega agrava a situação do consumo de água neste sector uma vez que consegue ser menos que 65%, e estima-se que somente 20% do volume de água captada é devolvida ao meio hídrico. 2.2.4. TURISMO Analisando os valores da tabela das necessidades de água, concluímos que o turismo é o sector que menos recurso hídrico utiliza. Porém não deixa de ser um factor importante na medida em que, se o turismo aumenta, consequentemente o abastecimento de água também aumenta. 2.3. ÁGUA POTÁVEL Água potável é a água própria para os seres humanos consumirem, sem riscos de adquirirem doenças por contaminação desta. Esta água pode ser oferecida a toda a população mundial com ou sem tratamento prévio, dependendo da sua origem. Para a água ser consumível deve apresentar três características importantes: ser incolor, insalubre, inodora. O tratamento da água consiste em reduzir ao máximo a concentração dos poluentes, mormente para não afectar a saúde pública. Atravessando terrenos próprios, a água mais impura pode purificar-se completamente; correndo dentro de terrenos dessa natureza, a água pode conservar-se livre de ser atacada das infiltrações das substâncias infecciosas lançadas na superfície do solo (M. Brouardel, conferencista). Como a água é indispensável para a vida, para a industria e para o comercio, os seres humanos tendem a agrupar-se à volta das grandes regiões de água, como rios, lagos, etc.. Mas por vezes, esta busca incessante de áreas onde haja água para consumo humano, faz com que haja negligência desta, o que a torna impossível de conservar pura e própria para as necessidades essenciais do ser humano, como por exemplo, a sua alimentação e higiene. 12
2.4. IMPACTO NA INTERFACE ÁGUA DOCE ÁGUA SALGADA O contacto entre a água doce e a água salgada cria uma zona de transição, a interface água doce água salgada, que em condições naturais pode sofrer alterações a longo prazo, devido às modificações das condições climáticas e ainda às causadas pelos efeitos das marés. Um dos efeitos mais previsíveis das alterações climáticas nos recursos hídricos subterrâneos é o que resulta do impacto que terá a subida do nível do mar na posição da interface água doce água salgada nos aquíferos costeiros e nas ilhas (IPCC, 2001). 2.5 SECAS O posicionamento geográfico de Portugal é propício à ocorrência de episódios de seca. Assim, a seca deve ser encarada como um elemento climático de determinada frequência, visto que já ocorreu no passado e ocorrerá no futuro. Pode ser feita uma distinção entre dois tipos de seca, a seca meteorológica e a seca hidrológica. A seca meteorológica está directamente associada à falta de precipitação, caracteriza-se pela falta de água provocada pelo desequilíbrio entre a precipitação e a evaporação, enquanto que a seca hidrológica está relacionada com o estado de armazenamento das albufeiras, lagoas, aquíferos e das linhas de água em geral. A definição seca hidrológica deve ser considerada como dependente da região, pois as condições atmosféricas que resultam em deficiências atmosféricas variam de região para região. 13
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3 ÁGUA: UM BEM DA SOCIEDADE 3.1. MEDIDAS SOCIAIS, POLÍTICAS E AMBIENTAIS Nos últimos anos, a sociedade tem vindo a sofrer algumas alterações relativamente a valores culturais e sociais. Um dos aspectos em que podemos verificar essa mudança é a nível do reconhecimento da água como um valor ecológico e social que satisfaz um conjunto de funções ambientais e sociais. Em Portugal as necessidades de água consumptivas estimam-se em 10,5 mil milhões de metros cúbicos por ano. Este volume distribui-se por vários sectores utilizadores de água da seguinte forma: abastecimento doméstico, 6,40%; indústria, 3,90%; agricultura, 89,50%; 1 O desafio que se propõe é satisfazer as necessidades da sociedade actual e as suas perspectivas de evolução social e económica, num cenário de progressiva escassez de água em qualidade e quantidade. 3.2. POLÍTICAS PARA A GESTÃO DE ÁGUA A água desempenha um papel preponderante, pelo que foram necessárias novas políticas para a gestão deste recurso. Uma dessas políticas, a Directiva Quadro da Água (DQA), é um instrumento de actuação extremamente ambicioso no domínio da água. O enquadramento teórico da DQA aponta para uma visão moderna de gestão da procura e de gestão integrada da água e do território. Esta política comunitária tem como objectivo contribuir para a prossecução dos objectivos de protecção e melhoramento da qualidade do ambiente, mediante uma utilização prudente e racional dos recursos naturais. 1 De acordo com INAG, Recursos hídricos de Portugal continental e sua Utilização Dezembro de 1996. Os números provisórios do Plano Nacional da agua apontam para um valor de necessidades de agua consumptivas da ordem de 7,5 mil milhões de metros cúbicos por ano, sendo a percentagem das necessidades de agua para a agricultura da ordem de 75% daquele valor global. 15
A DQA apresenta uma abordagem integrada de protecção das águas (águas doces, subterrâneas e de transição). Para garantir o bom estado das águas, tem-se em conta aspectos ecológicos e critérios de avaliação da qualidade das águas. Considera-se que para efeitos de protecção ambiental é necessário uma maior integração dos aspectos qualitativos e quantitativos que tenham em conta as condições de fluxo natural da água dentro do ciclo hidrológico. Nesse sentido a DQA apresenta uma abordagem integrada de protecção das águas. Considera-se que o planeamento e a gestão da água devem consagrar soluções específicas, de acordo com as diferentes condições e necessidades diversas dos vários países da comunidade garantindo a utilização sustentável da água no âmbito da bacia hidrográfica. Neste contexto, assume particular relevância a necessidade da harmonização de metodologias e compatibilização de estratégias a adoptar à escala da bacia hidrográfica. O caso das bacias hidrográficas internacionais é tratado com especial cuidado, exortando-se os países em enviar todos os esforços de cooperação e de coordenação de actividades, tendo em vista a elaboração de um único plano de gestão de bacia hidrográfica. Considera-se que para se alcançar o objectivo de um bom estado das águas, se devem estabelecer estratégias específicas para a eliminação da poluição resultante da descarga, emissão ou perda de substâncias perigosas prioritárias nos meios aquático. Para todos os efeitos é necessário proceder a uma análise económica de utilização da água baseada em previsões a longo prazo relativas à oferta e à procura de água na bacia hidrográfica. Nesse sentido, prevêem-se instrumentos económico-financeiros para promover o uso sustentável da água. É fundamental para o êxito de novas políticas de gestão da água o acesso à informação e participação das decisões do público em geral, incluindo os utilizadores da água, na elaboração e actualização dos planos de gestão de bacias hidrográficas. Para isso, é aconselhável a produção e divulgação de informação adequada sobre as medidas previstas e o progresso alcançado na sua execução. Desta forma, pode concluir-se que a gestão integrada de recursos naturais, onde a água desempenha um papel preponderante conforme preconizado pela DQA, constitui, necessariamente, um enorme desafio às estruturas institucionais existentes, obrigando-as a repensar em objectivos e modelos administrativos que incorporem estes desígnios de gestão integrada. Além desta Directiva existem outras medidas políticas como o Plano Nacional da Água (PNA) e a Bacia Hidrográfica (PBH) que têm como objectivo o planeamento dos recursos hídricos, ou seja, aumentar a produtividade da água e a promoção do seu uso racional com máximo respeito pela integridade territorial das bacias hidrográficas; a protecção, conservação e requalificação dos meios hídricos e dos ecossistemas associados; o respeito pela legislação nacional e comunitária relevante e satisfação dos compromissos nacionais assumidos pelo estado português; a satisfação das necessidades das populações e do desenvolvimento económico e social do país; o acesso à informação e participação dos cidadãos na gestão dos recursos hídricos. Nestes documentos (PNA e PBH) está presente o diagnóstico da situação actual dos recursos hídricos em Portugal, são equacionados cenários de evolução sócio-económica e seu relacionamento com os recursos hídricos na perspectiva de aplicação da DQA, é proposta uma programação física e financeira para um horizonte de rendimento de 20 anos, enquadrada por um conjunto de programas de acção no domínio da construção de infra-estruturas e da implementação de acções necessárias ao cumprimento de objectivos ambientais e são enunciados objectivos e medidas. 16
3.3. PRINCÍPIOS PARA A PROTECÇÃO DA ÁGUA Para reduzir esta progressiva escassez de água devemos ter em atenção alguns princípios ambientais, sociais e económico-financeiros. No âmbito dos princípios ambientais devemos prevenir a ocorrência de danos e disfunções ambientais. Também deverá existir uma maior preocupação logo que exista um grau de risco desadequado para a qualidade de água, proibindo as actividades que representem um perigo. Deverão existir valores limite de emissão e fixação e objectivos de qualidade para o receptor. A tecnologia deverá ser utilizada de uma forma mais eficaz a fim de desenvolver as actividades e respectivos modos de exploração do domínio hídrico, com vista, a evitar e reduzir, as emissões e os impactos no meio hídrico e no meio em geral. A nível social, é essencial procurar assegurar as necessidades da geração actual e transmitir às gerações futuras que a água é uma herança que deve ser protegida, defendida e tratada como tal. O planeamento da água deve procurar atenuar e não acentuar as assimetrias existentes, com vista a coesão nacional e a solidariedade. Deveria, também, existir mais responsabilidade por parte das populações nos seus actos danosos, nomeadamente através da reparação dos danos e utilização de penalizações. 17
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CONCLUSÃO É importante que se desenvolva, no futuro, uma crescente percepção dos impactos das alterações climáticas sobre a procura de água, reforçando-se os sistemas de monitorização incidindo sobre os principais utilizadores de água na agricultura e na indústria e sobre grupos de utilizadores domésticos que possam ser considerados amostras representativas. A escassez dos recursos hídricos, as preocupações ambientais e a necessidade de desenvolvimento sustentável, solicitam uma análise com rigor científico de um amplo conjunto de consequências associadas às opções de utilização da água, especificamente nas areias das disposições legais, actuações administrativas, da participação cívica e em indisposições económico financeiro. A Directiva quadro da água aponta nitidamente para uma visão moderna de gestão da entrega da água e do território e de gestão da procura. A sua utilização em Portugal abrange desafios fundamentalmente relacionados com a harmonização do quadro legal e institucional e com a execução dos PBH e do PNA. Apesar destes objectivos parecerem muitos ambiciosos, o esforço já desenvolvido na elaboração daqueles instrumentos legais de planeamento e empenhamento da administração na reforma institucional constituem indicadores esperançosos de que num futuro próximo seja dado um importante salto qualitativo na gestão da água em Portugal. Com a realização deste projecto verificamos que o maior problema não será a escassez da água mas sim os meios necessários para pôr em prática uma repartição mais eficaz da mesma perante a população. Concluímos também que, segundo as estatísticas do INAG, é muito significante apelar à atenção dos agricultores que em escala utilizam as maiores quantidades de água doce em Portugal. 19
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BIBLIOGRAFIA [1] APDA, 2002, Quem é quem no sector das águas em Portugal. Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Água, Lisboa. [2] Cunha, L. V., R. Oliveira R. e V. B. Nunes, 2002b, Impacto das alterações climáticas nos recursos hídricos Portugueses. Actas do III Congresso Ibérico sobre Gestión y Planificación del Agua La Directiva Marco del Agua: realidades y futuros, 13p. Sevilha, Espanha, 2002. [3] IPCC, 2001, Climate Change 2001, Impacts, Adaptation and Vulnerability. Contribution of Working Group II. Third Assessment Reporto f the Intergovernmental Panel on Climate Change, Cambridge University Press. [4] INAG, 2001, Plano Nacional da Água Introdução, Caracterização e Diagnóstico da Situação Actual dos Recursos Hídricos. Instituto da Água. vols. 1 e 2, Lisboa. [5] Hidrologia - Água Subterrânea: Conhecer para Proteger e Preservar [6] http://dqa.inag.pt/dqa2002/pdf/0111.pdf (acessed on 07/10/2009) [7] http://193.136.14.136/cec/revista/num16/pag%205-12.pdf (acessed on 07/10/2009) 21