Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo I-RELATÓRIO

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Nas alegações, conclui o seguinte:

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Supremo Tribunal Administrativo:

Acordam, em conferência, nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo

RECLAMAÇÃO DE ÓRGÃO DE EXECUÇÃO FISCAL PRESCRIÇÃO DA DÍVIDA INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

FORMALIDADE AVISO DE RECEPÇÃO ASSINATURA DO AVISO POR PESSOA DIVERSA DO DESTINATÁRIO

RECLAMAÇÃO DE ACTO PRATICADO PELO ÓRGÃO DA EXECUÇÃO FISCAL PRESCRIÇÃO

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ECLI:PT:TRE:2006:

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Tribunal de Contas. Acórdão 4/2008 (vd. Acórdão 2/06 3ª S de 30 de Janeiro) Sumário

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NOTIFICAÇÃO DO ACTO DE LIQUIDAÇÃO NOTIFICACÃO POR CARTA REGISTADA COM AVISO DE RECEPÇÃO PRESUNÇÃO OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL

Acordam os juízes da secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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Alegou, tendo concluído:

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Resumo para efeitos do artigo 6.º, da Lei 144/2015, de 8 de Setembro:

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam os juízes da secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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de 8 02/05/17, 10:21

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Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: I O Instituto da Segurança Social, IP Centro

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ACÓRDÃO N.º 20/2016- PL-3.ª SECÇÃO 4ROM-SRA/2016 (P. n.º 1/2014-M-SRATC)

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Transcrição:

de 23 05-02-2018, 11:19 Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 01463/17 Data do Acordão: 17-01-2018 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: CASIMIRO GONÇALVES Descritores: Sumário: PRESCRIÇÃO INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO CITAÇÃO I - A interrupção da prescrição decorrente da citação do executado (nº 1 do art. 49º da LGT) inutiliza para a prescrição o tempo decorrido até à data em que se verificou esse facto interruptivo (nº 1 do art. 326º do CCivil) e obsta ao início da contagem do novo prazo de prescrição enquanto o processo não findar (nº 1 do art. 327º do CCivil). II - O reconhecimento de um duplo efeito instantâneo e duradouro à interrupção da prescrição decorrente da citação do executado, não viola os princípios da certeza e da segurança jurídicas. Nº Convencional: JSTA000P22791 Nº do Documento: SA22018011701463 Data de Entrada: 19-12-2017 Recorrente: A... Recorrido 1: AT - AUTORIDADE TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA Votação: UNANIMIDADE Aditamento: Texto Integral Texto Integral: Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: RELATÓRIO 1.1. A.., com os demais sinais dos autos, recorre da sentença proferida pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada na qual se julgou improcedente a reclamação apresentada nos termos dos artigos 276º e ss. do CPPT contra o despacho proferido em 8/11/2016, indeferindo o pedido de reconhecimento da prescrição das dívidas em cobrança coerciva nas execuções fiscais nº 2224200801009770 e 2224200701043463 instauradas no Serviço de Finanças de Seixal-1, no montante de 85.479,72 Euros. 1.2. Termina as alegações formulando as conclusões seguintes: 1 - A CRP prevê que a tributação deva ser real; 2 - O Código Civil, no seu artigo 306º, nº 4 refere que a contagem do prazo de prescrição inicia-se desde que seja feito o apuramento por acordo ou sentença transitada em julgado; 3 - Há vários meios processuais através dos quais é debatida a legalidade da dívida; 4 - O processo a que se refere a parte final do artigo 327º, nº 1 do CC, é o processo que vise o apuramento efectivo da dívida, ou seja, que

de 23 05-02-2018, 11:19 torne a dívida líquida e não o processo de execução fiscal; 5 - Quando não é deduzido qualquer meio de reacção, a dívida tornase líquida; 6 - A prescrição não respeita à legalidade da liquidação, mas sim à exigibilidade da obrigação criada com a liquidação; 7 - Sendo a dívida líquida e exigida em execução fiscal, o prazo de prescrição, embora se inicie com o facto tributário, é interrompido pela citação; 8 - Quando a dívida é líquida, a contagem do prazo de prescrição reinicia-se com a realização da citação em execução fiscal, sob pena de ser colocado em causa o Princípio da Certeza e da Segurança Jurídica; 9 - Assim não se entendendo, não existiria efeito prático, no que à prescrição dissesse respeito, na decisão que pusesse termo ao processo de execução. Termina pedindo o provimento do recurso, com revogação da decisão e dada por verificada a prescrição da obrigação tributária subjacente ao processo executivo 2224200701043463, relativamente à devedora originária. 1.3. Não foram apresentadas contra-alegações. 1.4. O MP emite parecer nos termos seguintes: «1. Vem o presente recurso interposto da sentença do TAF de Almada, exarada a fls. 164 e seguintes dos autos, que julgou improcedente a invocada prescrição da dívida exequenda. A Recorrente insurge-se contra a sentença por entender que «quando a dívida é líquida, a contagem do prazo de prescrição reinicia-se com a realização da citação em execução fiscal, sob pena de ser colocado em causa o princípio da certeza e da segurança jurídica». E conclui pela revogação da sentença e pela declaração da prescrição da dívida exequenda. 2. Como decorre da sentença recorrida, a mesma foi proferida na sequência da prolação do acórdão do STA do passado dia 6 de Setembro, que julgou verificada a nulidade da anterior sentença, na parte em que não conheceu da prescrição da dívida exequenda do processo nº 2224200701043463, em relação à devedora originária, tendo sido determinada a baixa dos autos para que se procedesse à reforma da sentença nessa parte. E apreciando tal questão, o TAF de Almada deu como assente que a executada originária foi citada no referido processo em 10 de Janeiro de 2008, o qual fora instaurado para cobrança da quantia de 85.099,74 euros, relativa a IVA do ano de 2005, cuja liquidação foi emitida em 16/11/2006. 2. A questão que vem colocada pelo Recorrente consiste em saber se a sentença do TAF de Almada incorreu em erro de julgamento ao não ter dado como verificada a prescrição da dívida exequenda subjacente ao processo executivo nº 2224200701043463.

de 23 05-02-2018, 11:19 Atento que já no nosso anterior parecer de fls. 129/132 nos pronunciamos sobre essa matéria, vamos reiterar a posição ali vertida. Na análise da questão há que atender a dois factos interruptivos assentes na sentença recorrida: (i) a citação da executada originária em 10/01/2008 [Ponto N) do probatório] e (ii) a citação do responsável subsidiário e aqui Recorrente em 10/01/2012 [Ponto R) do probatório]. Atento que o Recorrente, na qualidade de responsável subsidiário, foi citado para além do prazo de cinco anos a contar da data da liquidação da dívida - 16/11/2006 - o mesmo não beneficia dos efeitos interruptivos ocorridos em relação à devedora originária, mas os efeitos dos atos interruptivos ocorridos em relação à sua pessoa projetam-se sobre a relação jurídica tributária. Como refere Jorge Lopes de Sousa (in "Sobre a prescrição da obrigação tributária", notas práticas, pág. 112), em comentário ao nº 3 do artigo 48º da LGT [Trecho igualmente citado na informação que serve de fundamentação à decisão do órgão de execução fiscal], «... no caso de a citação do responsável subsidiário ser posterior ao 5º ano, se ele for citado até ao fim do 8º ano a contar do início do prazo de prescrição, os efeitos da interrupção que derivam da sua própria citação produzem-se em relação a ele (e também em relação ao devedor originário, por força da regra do n 2 do art. 48 )». Assim e ao contrário do regime previsto no artigo 616º do Código Civil [Efeitos dos factos interruptivos e suspensivos em relação ao devedor e fiador], no caso do regime previsto no artigo 48º da LGT, a regra é a da extensão dos efeitos dos factos interruptivos e suspensivos tanto ao devedor originário como ao responsável subsidiário, como se infere do seu nº 2, sendo a norma do nº 3 uma exceção a esse regime. Como refere Benjamim Rodrigues [In Problemas Fundamentais do Direito Tributário, pág.286], «este é um corolário da unicidade da relação tributária em relação aos diferentes obrigados pelo seu cumprimento, tal como ela é entendida no art. 18 da LGT». É certo que nos termos do nº 3 do artigo 49º da LGT, os efeitos interruptivos têm lugar uma única vez e no caso da dívida em cobrança no processo de execução fiscal nº 2224200701043463 foi efectivada a citação da devedora originária em 10/01/2008, pelo que a citação do oponente já não produziria efeitos interruptivos. Todavia, tal asserção seria correta se a citação do oponente não tivesse ocorrido após o decurso do prazo de cinco anos após a liquidação. E tal não foi o caso, como se deixou supra referido. Assim e neste caso os efeitos interruptivos da citação da devedora originária não são extensíveis ao responsável subsidiário, atento o disposto no nº 3 do artigo 48º da LGT. E não sendo extensíveis ao responsável subsidiário os efeitos da citação da devedora originária, o ato de citação daquele desencadeia os seus efeitos interruptivos normais - cfr., neste sentido, os acórdãos do STA de 26/08/2015, proc. 01012/15, e de 18/01/2017, proc. 0895/14 -, seja em relação ao responsável subsidiário, como em relação à devedora originária, por força do disposto no nº 2 do artigo 48º da LGT.

de 23 05-02-2018, 11:19 De todas as formas e como é referido na sentença recorrida, a jurisprudência do STA tem de forma reiterada e pacífica adotado o entendimento sufragado na doutrina pelo conselheiro JORGE LOPES DE SOUSA [Cfr. entre outros os acórdãos de 19/10/2016, proc. n 01060/16, e de 27/01/2016, proc. 01698/15] (In Notas Práticas sobre a prescrição da obrigação Tributária, Areas Editora, pág. 51), no sentido de que: a interrupção da prescrição tem sempre como efeito a inutilização para a prescrição de todo o tempo decorrido anteriormente, sendo esse efeito instantâneo o único efeito próprio da interrupção, presente em todas as situações (artigo 326, n 1 do CC). Porém, em certos casos, designadamente quando a interrupção resultar de citação, notificação ou acto equiparado, ou de compromisso arbitral, o novo prazo de prescrição não começa a correr enquanto não passar em julgado a decisão que puser termo ao processo (artigo 327º n 1 do CC). Resultam, assim, destes artigos 326º e 327º dois conceitos de interrupção da prescrição ou interrupções de dois tipos: um que se traduz exclusivamente num efeito instantâneo sobre o prazo de prescrição (inutilização para a prescrição do tempo decorrido); outro que se consubstancia no mesmo efeito instantâneo acrescido de um efeito suspensivo (é eliminado o período decorrido e a prescrição não corre enquanto o processo durar, efeito duradouro este que é próprio dos factos suspensivos da prescrição). Daí que no caso concreto, encontrando-se pendente a ação executiva, em face dos efeitos duradouros produzidos pela citação, seja da devedora originária, seja do responsável subsidiário, teremos que concluir que à luz de tal entendimento, o prazo de prescrição ainda não decorreu. 3. Em face do exposto, entendemos que a sentença recorrida não padece do vício que lhe é assacado pelo Recorrente, motivo pelo qual deve ser confirmada e o recurso ser julgado improcedente.» 1.5. Com dispensa de vistos, dada a natureza urgente do processo, cabe apreciar. FUNDAMENTOS 2.1. Na sentença recorrida julgaram-se provados os factos seguintes: A. Em 14 de abril de 2005, foi instaurado contra a sociedade «B, LDA.», o processo de execução fiscal n 2224200501013467, respeitante a Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), do último trimestre do ano de 2004, autoliquidado em 15 de fevereiro de 2005 e sem o respectivo meio de pagamento e cuja quantia exequenda ascendia ao valor global de 9.472,69 (cfr. doc. de fls. 1 a 3 do Processo de Execução Fiscal - PEF2224200501013467); B. Foram apensos ao processo de execução fiscal n 2224200501013467, melhor identificado na alínea antecedente, entre outros, os processos que infra se enumeram: N PROCESSO DE EXECUÇÃO PERÍODO DE TRIBUTO VALOR

de 23 05-02-2018, 11:19 FISCAL TRIBUTAÇÃO 2224200801005324 2006 IVA 2.992,80 2224200801009770 2004 IVA 379,98 2224200901059220 2007 IVA 1.496,40 (cfr. fls. 6 a 11 do PEF 2224200501013467 apenso); C. A 22 de abril de 2009, foi emitido mandado de citação contra a sociedade «B., LDA.», referente ao processo de execução fiscal n 2224200501013467, referido em A) e respectivos apensos, cuja dívida exequenda e acrescidos ascendia ao valor global de 24.037,29 (cfr. fls. 22 a 27 do PEF 2224200501013467 apenso); D. A 13 de outubro de 2009, e na sequência do mandado de citação referido na alínea antecedente, foi emitida certidão de diligências com o seguinte teor: (cfr. fls. 28 do PEF 2224200501013467 apenso); E. A 21 de dezembro de 2011, foi emitido despacho para audição reversão contra o ora Oponente, A, relativamente ao processo de execução fiscal n 2224200501013467 referido em A) e apensos, que infra se enumeram, no valor total de 4.869,18: N Processo de Execução Fiscal Período de Tributo Valor Tributação 2224200801005324 2006 IVA 2.992,80 2224200801009770 2004 IVA 379,98 2224200901059220 2007 IVA 1.496,40 (cfr. doc. de fls. 52 e 53 PEF 2224200501013467); F. A liquidação do IVA respeitante ao ano de 2004, no valor de

de 23 05-02-2018, 11:19 379,89, e objecto de cobrança coerciva no processo de execução fiscal n 2224200801009770, melhor identificado na alínea antecedente, foi emitida a 17 de novembro de 2007 (facto que se extrai da informação instrutora na qual se fundou o despacho de indeferimento expresso do pedido de reconhecimento da prescrição e não impugnado; cfr. fls. 545 do PEF apenso); G. De ofício n 83, do Serviço de Finanças de Seixal-1, foi expedida carta registada, em 04 de janeiro de 2012, endereçada para o domicílio do Reclamante sito na Rua.., n., em S. Pedro de Estoril, tendente à notificação do despacho referido na alínea E) (cfr. 54 a 56 do PEF 2224200501013467 apenso); H. O ofício referido na alínea antecedente foi recebido a 10 de janeiro de 2012 (cfr. fls. 57 do PEF 2224200501013467 apenso); I. A 14 de fevereiro de 2012, foi emitido despacho de reversão contra o ora Reclamante, A, relativamente ao processo de execução fiscal n 2224200501013467 e apensos, melhor identificados em A) e E) supra, no valor global de 4.869,18 (cfr. doc. de fls. 63 e 64 do PEF 2224200501013467 apenso); J. De ofício n 2215, do Serviço de Finanças de Seixal-1, foi expedida carta registada com aviso de recepção, em 28 de fevereiro de 2012, endereçada para o domicílio do Reclamante sito na Rua, n.., em S. Pedro de Estoril, tendente à citação do despacho referido na alínea antecedente (cfr. 69 a 72 do PEF 2224200501013467 apenso); K. O ofício referido na alínea antecedente foi recebido em 1 de março de 2012 (cfr. fls. 72 do PEF 2224200501013467 apenso); L. Em 06 de junho de 2007, foi instaurado contra a sociedade «B., LDA.», o processo de execução fiscal n 2224200701043463, respeitante a Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), do ano de 2005, liquidado em 16 de novembro de 2006, com data limite de pagamento de 03 de maio de 2007 e cuja quantia exequenda ascendia ao valor global de 85.099,74 (cfr. doc. de fls. 1 a 3 do PEF 2224200501013467 e fls. 546); M. A 07 de janeiro de 2008, foi emitido mandado de citação contra a sociedade «B, LDA.», referente ao processo de execução fiscal n 2224200701043463, cuja dívida exequenda ascendia a 85.099,74 e acrescidos no valor de 7.932,26 (cfr. fls. 7 do PEF 2224200701043463 apenso); N. A 10 de janeiro de 2008 foi emitida certidão de citação pelo Funcionário do Serviço de Finanças de Seixal-1, no âmbito do processo de execução fiscal n 2224200701043463 com o seguinte teor:

de 23 05-02-2018, 11:19 (cfr. fls. 8 do PEF 2224200701043463 apenso); O. A 27 de maio de 2009, foi emitido despacho para audição reversão contra o ora Oponente, A., relativamente ao processo de execução fiscal nº 2224200701043463, referido em L), no valor total de 85.099,74 (cfr. doc de fls. 36 do PEF 2224200701043463 apenso); P. De ofício n 6022, do Serviço de Finanças de Seixal-1, datado de 27 de maio de 2009, foi o Oponente notificado do despacho para audição reversão referido na alínea antecedente (cfr. 40 e 41 do PEF apenso); Q. A 21 de dezembro de 2011, foi emitido despacho de reversão contra o ora Reclamante, A, relativamente ao processo de execução fiscal n 2224200701043463, melhor identificado em L), no valor global de 85.099,74 (cfr. doc. de fls. 50 do PEF 2224200701043463 apenso); R. De ofício nº 86, do Serviço de Finanças de Seixal-1, dirigido ao Reclamante, remetido via correio postal registado com aviso de recepção, tendo sido aposto neste, no campo referente ao destinatário, a data de 10 de janeiro de 2012, tomou o Reclamante conhecimento do despacho de reversão referido na alínea antecedente (cfr. doc. de fls. 50 a 53 do PEF 2224200701043463 apenso); S. A 11 de outubro de 2012, o ora Reclamante conjuntamente com o revertido C apresentaram pedido de revisão dos actos tributários objecto de cobrança coerciva nos processos de execução fiscal números 2224200701043463, 224200801005324, 2224200801009770, 224200901059220 e 224200501073133, peticionando que se proceda à revisão do ato tributário emergente das liquidações oficiosas de IVA e IRC com a consequente anulação das

de 23 05-02-2018, 11:19 liquidações oficiosas, extinção da obrigação tributária e dos processos de execução e reversão que os mesmos deram origem quanto aos reclamantes (cfr. fls. 201 a 209 do PEF 2224200701043463 apenso); T. Na mesma data apresentaram pedido de suspensão dos processos de execução fiscal 2224200701043463, 224200801005324, 2224200801009770, 224200901059220 e 224200501073133 (cfr. fls. 214 a 219 do PEF 2224200701043463 apenso); U. A 19 de outubro de 2012, foi proferido Despacho pelo Chefe do Serviço de Finanças de Seixal-1, onde se extraem as seguintes conclusões: (cfr. fls. 222 a 228 do PEF 2224200701043463 apenso); V. A 20 de setembro de 2014, foi apresentado novo pedido de suspensão dos processos de execução fiscal n.ºs 2224200701043463, 224200801005324, 2224200801009770, 224200901059220 e 224200501073133; alegando já existirem bens imóveis penhorados e em fase de leilão que se sobrepõem ao valor executivo da execução e dos acrescidos, conforme o disposto no n 4, do artigo 199 do CPPT, nos processos executivos supra identificados e, consequentemente, a anulação das vendas n.ºs 2224.2014.385 e 386, pelo facto de nesta data terem sido deduzidas impugnações, uma relativa às liquidações de IVA e outra relativa às liquidações de IRC. Para efeitos de garantia, deverão ser considerados, os bens já penhorados e que se encontram à ordem dos mesmos processos. (cfr. fls. 374 do PEF 2224200701043463 apenso);

de 23 05-02-2018, 11:19 W. Na sequência do requerimento referido na alínea antecedente, foi proferida informação pelo Técnico da Direção de Finanças de Setúbal onde consta, designadamente, o seguinte: 1 - Somos pela sua rejeição liminar do pedido de anulação do acto da venda (ainda por realizar), por falta de objecto, uma vez que a mesma ainda não se concretizou. 2 - Ainda assim, sempre se dirá que não tem fundamento o invocado argumento previsto na al. b) do n 1 do art. 257 do CPPT pois, esta alínea, está limitada aos casos em que não pode ser deduzida oposição à execução fiscal, por a superveniência do facto não permitir deduzi-la antes da venda, o que não sucede no caso em apreço. 3 - Por fim, a penhora efectuada não pode ser considerada garantia idónea e suficiente, atendendo aos ónus registados que condicionam o seu valor real, nem tão pouco, o pedido de revisão oficiosa efectuado ao abrigo do disposto no art. 78, n 1, 2ª parte, da LGT, tem o efeito suspensivo da cobrança da prestação tributária a que se refere o art. 52, n 1, do mesmo diploma legal, conforme erradamente pugna, porque apresentado para além do termo do prazo para deduzir reclamação graciosa. (cfr. fls. 393 a 395 do PEF apenso); X. Com base na informação referida na alínea antecedente, foi proferido despacho de indeferimento do pedido referido em V) (cfr. fls. 393 a 396 do PEF 2224200701043463 apenso); Y. A 23 de fevereiro de 2015, foi apresentado requerimento conjunto pelo ora Reclamante e o revertido C.. com o seguinte teor: Assunto: Prescrição de dívidas tributárias Exma. Sr.ª Chefe de Finanças A e C.., contribuintes n.ºs.. e., respectivamente, executados por reversão nos processos de execução fiscal supra identificados, instaurados contra B. LDA., com o NIPC, vêm expor e requerer o seguinte: - Dispõe o nº 1 do art. 48º da Lei Geral Tributária (LGT) que as dívidas tributárias prescrevem prazo de oito (8) anos contados a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário ou a partir da data em que o facto tributário ocorreu, no caso de impostos de obrigação única (como é o caso do IRC) ou caso o imposto seja de obrigação única (como é o caso do imposto retido na fonte, imposto de Selo, imposto Único de Circulação e IVA);

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1 de 23 05-02-2018, 11:19 (cfr. fls. 525 a 527 do PEF 2224200701043463 apenso); Z. Na sequência do requerimento referido na alínea antecedente, a 08 de fevereiro de 2016, foi proferida informação pelo Técnico da Direção de Finanças de Setúbal onde consta, designadamente, o seguinte: (...)

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7 de 23 05-02-2018, 11:19 (cfr. fls. 535 a 544 do PEF 2224200701043463 apenso); AA. A 4 de março de 2016, e com base na informação referida na alínea antecedente, foi proferido despacho de indeferimento pelo Chefe do Serviço de Finanças de Seixal-1, do pedido referido em Y) (cfr. fls. 535 do PEF 2224200701043463 apenso); BB. De ofício n 5446, do Serviço de Finanças de Seixal-1, dirigido ao Reclamante, remetido via correio postal registado com aviso de recepção, tendo sido aposto neste, no campo referente ao destinatário, a data de 14 de agosto de 2016, tomou o Reclamante conhecimento da informação referida na alínea Z) (cfr. doc. de fls. 547 a 549 do PEF 2224200701043463 apenso); CC. A 26 de setembro de 2016, o Reclamante apresentou requerimento a solicitar a realização de nova notificação, devendo da mesma constar todos os elementos elencados no artigo 36º, n 2 do CPPT e o reconhecimento da prescrição com todas as legais consequências (cfr. fls. 553 e 554 do PEF 2224200701043463 apenso); DD. A 8 de novembro de 2016, foi proferido despacho pelo Chefe do Serviço de Finanças de Seixal-1 com o seguinte teor: DESPACHO Foi requerido por A.. e C.., executados por reversão

8 de 23 05-02-2018, 11:19 nos processos de execução fiscal n.ºs 2224200601055933, 2224200701043463, 2224200501013467 e 2224200801009770, o conhecimento oficioso da prescrição das dividas tributárias exigidas nos respectivos processos. Nos termos e fundamentos constantes da informação e parecer sancionados pela Sr.ª Diretora de Finanças do Distrito de Setúbal - por despacho de 04/03/2016, os quais passam a fazer parte integrante do presente despacho, indefiro o pedido. Notifique os requerentes. (cfr. fls. 556 do PEF 2224200701043463 apenso); EE. De ofício n 6664, do Serviço de Finanças de Seixal-1, dirigido ao Reclamante, remetido via correio postal registado com aviso de recepção, tendo sido aposto neste, no campo referente ao destinatário, a data de 17 de novembro de 2016, tomou o Reclamante conhecimento do despacho referido em DD), acompanhado da informação referida na alínea Z) (cfr. doc. de fls. 547 a 549 do PEF 2224200701043463 apenso); FF. A 24 de novembro de 2016, foi interposta a presente reclamação junto do órgão da execução fiscal (cfr. fls. 2 dos autos); GG. Em 11 de abril de 2017, foi proferida sentença que julgou improcedente a reclamação constando no dispositivo o seguinte teor: Nestes termos e nos das disposições legais citadas, julga-se a presente reclamação improcedente mantendo-se o ato reclamado, devendo os processos executivos n 2224200801009770 e 2224200701043463 revertidos contra o Reclamante prosseguir o seu trâmite (fls. 61 a 90 dos autos). HH. A 03 de maio de 2017, o Reclamante interpôs recurso jurisdicional para o Supremo Tribunal Administrativo, constando das suas alegações de recurso, designadamente, o seguinte: 3. A sentença recorrida não apreciou a verificação da prescrição da dívida tributária no processo 2224200701043463 relativamente à devedora originária, citada na data de 10 de Janeiro de 2008, por decurso do prazo de oito anos previsto no número 1 do artigo 48 da LGT, prazo esse que não foi interrompido ou suspenso por facto posterior, quer por a interrupção pode ter lugar uma única vez (número 3 do artigo 49 da LGT), quer porque não existe no processo evidência de pendência de processo judicial suscetível de pôr termo ao processo executivo que tenha determinado a suspensão da cobrança da dívida (número 4 do artigo 49 da LGT). 4. Não tendo existido pronúncia sobre questão que expressamente foi submetida à sua apreciação, verifica-se a nulidade da decisão (número 1 do artigo 125 do CPPT que, expressamente, se invoca), devendo a mesma ser substituída por outra que, aplicando as normas acima identificadas, dê por verificada a prescrição da obrigação tributária subjacente ao processo executivo 2224200701043463, relativamente à devedora originária. Termos em que, deve ser concedido provimento ao presente recurso, sendo declarada a nulidade da decisão e dada por verificada a prescrição da obrigação tributária subjacente ao processo executivo

9 de 23 05-02-2018, 11:19 2224200701043463 relativamente à devedora originária. (cfr. requerimento de interposição de recurso a fls. 102 a 108 dos autos); II. Na sequência da interposição do recurso jurisdicional referido na alínea antecedente, a 6 de setembro de 2017, foi proferido Acórdão pelo Supremo Tribunal Administrativo concedendo provimento ao recurso e dele constando, designadamente, o seguinte: Procedendo este fundamento do recurso, e sabido que o Supremo Tribunal Administrativo atua na qualidade de tribunal de revista, não podendo, na sequência da declaração de nulidade da sentença, conhecer em substituição de questões sobre as quais não foi emitida pronúncia, impõe-se determinar a baixa dos autos ao tribunal a quo para que aí se proceda à reforma da sentença nos termos previstos nos arts. 679 e 684, n 2, do CPC. 4. Face ao exposto, acordam os juízes da Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo em conceder provimento ao recurso, declarar nula a sentença por omissão de pronúncia e ordenar a baixa dos autos à 1ª instância para que proceda à sua reforma nos termos supra expostos. (cfr. fls. 134 a 151 dos autos); 2.2. Quanto a FACTOS NÃO PROVADOS, na sentença recorrida exarouse o seguinte: «Nada mais foi provado com interesse para a decisão em causa, atenta a causa de pedir, designadamente, não está provado que a sociedade B, LDA., tenha sido citada no âmbito do processo de execução fiscal n 2224200801009770, em 07 de março de 2008. 3.1. Em anterior acórdão deste STA (de 6/9/2017 fls. 134 a 151) foi anulada (por omissão de pronúncia) a sentença inicialmente proferida, na parte em que não conhecera da prescrição da dívida exequenda do processo nº 2224200701043463, em relação à devedora originária, tendo-se, consequentemente, determinado a baixa dos autos à 1ª instância para que, nessa medida, se apreciasse tal questão. No seguimento veio, então, a ser prolatada a presente sentença, ora recorrida e na qual, tendo o Tribunal julgado provado que a executada originária foi citada no referido processo de execução em 10/1/2008 (processo que fora instaurado para cobrança da quantia de 85.099,74 euros, relativa a IVA do ano de 2005, cuja liquidação foi emitida em 16/11/2006) veio a julgar-se improcedente a reclamação, com a fundamentação que, no essencial, é a seguinte: Não estando controvertida a data da citação e a sua qualificação enquanto facto interruptivo, a única questão a apreciar é a de saber se ocorre a prescrição da obrigação tributária subjacente ao processo executivo 2224200701043463 relativamente à devedora originária. No referido processo executivo está a ser cobrada dívida de IVA, respeitante ao ano de 2005, no valor de 85.099,74, tendo-se iniciado em 1/1/2006 o respectivo prazo de prescrição, o qual, caso tivesse corrido sem interrupções e/ou suspensões, se teria completado no dia 31/12/2013.

0 de 23 05-02-2018, 11:19 Em termos de causas de interrupção desse prazo, verifica-se que a sociedade devedora originária foi citada em 10/1/2008 (al. N) do Probatório), sendo que esta citação tem não só o efeito instantâneo de inutilizar para a prescrição o tempo decorrido, mas também o efeito duradouro de obstar ao decurso da mesma prescrição até ao trânsito em julgado da decisão que puser termo ao processo em que a citação é levada a cabo (arts. 326, n 1 e 327, n 1, do CCivil). Pelo que não ocorreu ainda a invocada prescrição da dívida exequenda. 3.2. Discordando do assim decidido, o recorrente continua a sustentar que ocorreu a prescrição da dívida, pois que nos termos do nº 4 do art. 306º do CCivil a contagem do prazo de prescrição se inicia desde que seja feito o apuramento por acordo ou sentença transitada em julgado e o processo a que se refere a parte final do nº 1 do art. 327º do mesmo CCivil, é o processo que vise o apuramento efectivo da dívida, ou seja, que torne a dívida líquida e não o processo de execução fiscal, sendo que quando a dívida é líquida (como sucede no caso presente), a contagem do prazo de prescrição se reinicia com a realização da citação em execução fiscal, sob pena de serem colocados em causa os princípios da certeza e da segurança jurídica. Vejamos. 4.1. Não vem questionado (dada até a data dos factos tributários subjacentes à dívida exequenda) que o regime da prescrição aplicável é o constante da LGT, sendo, portanto, o prazo de prescrição o de 8 anos. A discordância do recorrente reconduz-se essencialmente à questão da relevância interruptiva do acto de citação (nº 1 do art. 49º da LGT), importando, no caso, apreciar se a contagem do prazo de prescrição se reinicia com a realização da respectiva citação no processo de execução fiscal. Com efeito, no entendimento do recorrente o processo a que se refere a parte final do nº 1 do art. 327º do CCivil, é o processo que vise o apuramento efectivo da dívida (ou seja, que torne a dívida líquida) e não o processo de execução fiscal, pois que a prescrição não respeita à legalidade da liquidação, mas sim à exigibilidade da obrigação criada com a liquidação, pelo que sendo a dívida líquida e exigida em execução fiscal, o prazo de prescrição, embora se inicie com o facto tributário e seja interrompido pela citação, se reinicia com a citação na execução fiscal, sob pena de serem colocados em causa os princípios da certeza e da segurança jurídica. Trata-se, no fundo, de saber se a interrupção da prescrição decorrente da citação do executado tem o mero efeito (instantâneo) de inutilizar para a prescrição o tempo até então decorrido, iniciando-se a partir dessa data novo prazo, ou tem também o efeito (duradouro) de obstar a que o novo prazo comece a correr até ao termo do processo de execução fiscal. Ora, sobre esta questão, como bem se salienta na sentença e no

1 de 23 05-02-2018, 11:19 Parecer do MP, a jurisprudência do STA tem reiterada e uniformemente adoptado o entendimento sufragado na doutrina por Jorge Lopes de Sousa (Cfr., entre outros, os acórdãos de 19/10/2016, proc. n 01060/16 e de 27/01/2016, proc. 01698/15. Cfr. Jorge Lopes de Sousa, In Notas Práticas sobre a prescrição da obrigação Tributária, Areas Editora, p. 51.) no sentido de que «a interrupção da prescrição tem sempre como efeito a inutilização para a prescrição de todo o tempo decorrido anteriormente, sendo esse efeito instantâneo o único efeito próprio da interrupção, presente em todas as situações (artigo 326, n 1 do CC). Porém, em certos casos, designadamente quando a interrupção resultar de citação, notificação ou acto equiparado, ou de compromisso arbitral, o novo prazo de prescrição não começa a correr enquanto não passar em julgado a decisão que puser termo ao processo (artigo 327º n 1 do CC). Resultam, assim, destes artigos 326º e 327º dois conceitos de interrupção da prescrição ou interrupções de dois tipos: um que se traduz exclusivamente num efeito instantâneo sobre o prazo de prescrição (inutilização para a prescrição do tempo decorrido); outro que se consubstancia no mesmo efeito instantâneo acrescido de um efeito suspensivo (é eliminado o período decorrido e a prescrição não corre enquanto o processo durar, efeito duradouro este que é próprio dos factos suspensivos da prescrição)». A este respeito, exara-se no acórdão desta Secção do STA, de 27/01/2016, no proc. nº 01698/15, o seguinte: «Importa lembrar que a Lei Geral Tributária não regula o instituto da prescrição que é um instituto de direito comum, na sua completude, antes apenas os aspectos que, atenta a natureza tributária da dívida, merecem normação especial em face do direito comum, a saber, em especial, o respectivo prazo, o termo inicial da sua contagem, os factos interruptivos e suspensivos do prazo, o conhecimento oficioso da prescrição. Não contém a lei tributária uma definição de prescrição, como nada diz quanto aos efeitos dos factos interruptivos e suspensivos do respectivo prazo, porquanto em tal matéria pressupõe a aplicação do direito comum, atenta a unidade do sistema jurídico. Não se vê, pois, contrariamente ao sustentado pelo Ministério Público junto deste STA, que o reconhecimento de um duplo efeito instantâneo e duradouro à interrupção da prescrição decorrente da citação do executado, viole o princípio da legalidade tributária ou as garantias dos contribuintes, não se descortinando razão atendível para defender, sem expressa disposição do legislador nesse sentido, que a citação no processo executivo comum interrompe o prazo de prescrição e obsta a que comece a correr novo prazo até ao termo do processo executivo e assim não seja no processo de execução fiscal. Acompanharemos, pois, a jurisprudência consolidada deste STA ainda recentemente dada como adquirida nos Acórdãos de 20 de Maio de 2015, rec. n.º 1500/14 e de 26 de Agosto de 2015, rec. n.º 1012/15, no sentido de que a interrupção da prescrição decorrente da citação do executado, como a decorrente dos demais factos interruptivos previstos no n.º 1 do artigo 49.º da LGT, não apenas inutiliza para a prescrição o tempo decorrido até à data em que se verificou o facto interruptivo (artigo 326.º, n.º 1 do Código Civil), como obsta ao início da contagem do novo prazo de prescrição enquanto o processo

2 de 23 05-02-2018, 11:19 executivo não findar (artigo 327.º, n.º 1 do Código Civil). E assim sendo, manifesto é que a dívida exequenda não se encontra prescrita (...)». Concordamos inteiramente com esta fundamentação. 4.2. Assim sendo e importando, como sublinha o MP, atender aos dois factos interruptivos cuja ocorrência a sentença teve como verificada [(i) a citação da executada originária, ocorrida em 10/01/2008 (al. N) do Probatório) e (ii) a citação do recorrente (na qualidade de responsável subsidiário) ocorrida em 10/01/2012 (al. R do Probatório)], então, apesar de este último acto de citação, por ter ocorrido para além do prazo de cinco anos a contar da data da liquidação da dívida - 16/11/2006 -, não relevar no âmbito de eventuais efeitos interruptivos ocorridos em relação à devedora originária, ainda assim, releva como acto interruptivo ocorrido em relação ao recorrente, tendo os seus efeitos próprios e não deixando de se projectar sobre a relação jurídica tributária. É que, como tem afirmado a jurisprudência do STA (Cfr., entre outros, os acórdãos do STA proferidos em 15/01/2014, 06/03/2014, 26/08/2015, 19/10/2016 e 08/01/2017, respectivamente, nos processos nº 01670/13, 0601/13, 01012/15, 01060/16 e 0895/14.), mesmo que, de acordo com o disposto no nº 3 do art. 48º da LGT, a interrupção da prescrição relativamente ao devedor principal não produza efeitos quanto ao responsável subsidiário, se a citação deste em processo de execução fiscal for efectuada após o 5º ano posterior ao da liquidação, no caso de «a citação desse mesmo responsável subsidiário ser posterior ao 5 ano, mas ele for citado até ao fim do 8 ano a contar do início do prazo de prescrição, os efeitos da interrupção que derivam da sua própria citação produzem-se em relação a ele (e também em relação ao devedor originário, por força da regra do n 2 do art. 48 ). O efeito daquele nº 3 do art. 48 é apenas de tornar irrelevante em relação ao responsável subsidiário as causas de interrupção que se verifiquem em relação ao devedor originário» (Cfr. Jorge Lopes de Sousa, Sobre a Prescrição da Obrigação Tributária, Notas Práticas, 2ª ed., 2010, p. 119.), sendo que esta interpretação é a que melhor se adequa à teleologia global do art. 48º da LGT, permitindo, aliás, a conjugação do estatuído nos seus nºs 2 e 3. E por outro lado, embora em regra o efeito interruptivo (do acto duradouro) tenha lugar uma única vez (nº 3 do art. 49º da LGT), no caso, o acto de citação do revertido desencadeia os seus efeitos interruptivos normais (Cfr., neste sentido, os acórdãos do STA proferidos em 26/08/2015, proc. nº 01012/15 e de 18/01/2017, proc. nº 0895/14.), pois que não são extensíveis ao mesmo revertido/responsável subsidiário (por ter sido citado após o 5º ano posterior ao da liquidação) os efeitos da anterior citação da devedora originária. Daí que, encontrando-se pendente a acção executiva, em face dos efeitos duradouros produzidos pela citação, se deva concluir que o prazo de prescrição ainda não decorreu e também não ficam colocados em causa os princípios da certeza e da segurança jurídicas. Conclui-se, pois, pelo não provimento do recurso, sendo de confirmar a sentença recorrida que julgou não estar prescrita a dívida exequenda.

3 de 23 05-02-2018, 11:19 DECISÃO Nestes termos, acorda-se em, negando provimento ao recurso, confirmar a sentença recorrida. Custas pelo recorrente. Lisboa, 17 de Janeiro de 2018. Casimiro Gonçalves (relator) Francisco Rothes António Pimpão.