O USO DA EXPERIMENTAÇÃO COMO FERRAMENTA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTIFICO



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Transcrição:

O USO DA EXPERIMENTAÇÃO COMO FERRAMENTA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTIFICO NASCIMENTO, J. D. 1 ; NASCIMENTO, J. M. 2 ; ALENCAR, E. J. 3 ; SOARES, R. A. 4 Jefferson Deyveson Nascimento 1 (Universidade Estadual da Paraíba- deyvisonnascimento2010@hotmail.com) 1 Juliana Moura Nascimento 2 (Universidade Estadual da Paraíba- Juliana.m.nascimento@hotmail.com) 2 Elisabete Januário de Alencar 3 (Universidade Estadual da Paraíba-betynha17@hotmail.com) 3 Raissa Alcântara Soares 4 (Universidade Estadual da Paraíba-raissaalcantara19@gmail.com ) 4 RESUMO: Diante ao grande desafio do educador de ciências naturais em tornar o ensino de Biologia significativo e contextualizado. Este artigo vem descrever a metodologia usada em uma turma de 3º ano do Ensino Médio Inovador, de uma Escola publica, em Campina Grande-PB, no ano de 2015, decorrente do Programa PIBID. O presente trabalho teve como objetivo desenvolver o ensino aprendizagem de forma contextualizada e significativa através de habilidades necessárias para a construção do conhecimento cientifico. A metodologia ocorreu em seis fases. Onde o primeiro momento realizamos observações, planejamentos e elaborações de intervenções didáticas nos encontros com o professor, o segundo momento foi o levantamento dos conhecimentos dos estudantes, onde se utilizou um questionário pré-diagnostico com perguntas dissertativas e de múltipla escolha além de um formulário socioeconômico que pressupõe o conhecimento acurado das condições sociais em que vivem os sujeitos aos quais elas se destinam, terceiro momento ocorreu a intervenção pedagógica, no quarto momento a realização da atividade experimental seguindo devidamente as diretrizes e normas regulamentadoras, ou seja, a resolução nª 466/2012 aprovada pelo Plenário do Conselho Nacional de Saúde referente a pesquisas envolvendo seres humanos, no quinto momento foi a aplicação do pós-diagnostico e por fim o ultimo momento se deu com a analise e discussão de resultados. Os resultados comprovam a eficácia da experimentação, na construção do conhecimento cientifico para o processo ensino-aprendizagem em Biologia. PALAVRAS CHAVES: Experimentação, Conhecimento cientifico, Ensino médio inovador.

INTRODUÇÃO A educação brasileira em Ciências vem demonstrando um crescimento significativo nos últimos anos, mesmo assim ainda se encontra defasado quando comparado com outros países isto por vários motivos, sendo um desses a cegueira para novas metodologias de ensino como também o despreparo dos professores na produção e repasse de conhecimento. (WAISELFISZ, 2009). Embasadas nisto algumas pesquisas relacionadas ao ensino de ciências vem crescendo nos últimos anos, discutindo então sobre as mais diversas praticas pedagógica, dentre elas a utilização de atividades experimentais como estratégia de ensino para a construção e compreensão de conceitos em ciência (GIANI, 2010). Desta forma a importância do trabalho prático/experimental se torna inquestionável no ensino de ciência demonstrando ser um fator importante e fundamental para o ensino, inclusive contribuindo para outras diversas áreas do conhecimento. (SMITH, 1998). Aparte disto Carrascosa et al. (2006), defendem que a atividade experimental constitui um dos aspectos chaves do processo de ensino-aprendizagem. No entanto, sabemos que as atividades experimentais permeiam o currículo das disciplinas relacionadas ao Ensino de Ciências há bastante tempo. Todavia, a maior parte dos professores não utiliza atividades práticas/experimentais em suas aulas, e mesmo que a minoria utilize a aula experimental, esta se da de forma demonstrativa. Assim de acordo com Borges (1997), os estudantes não são desafiados a explorar, desenvolver e avaliar as suas próprias idéias e que os currículos de ciências não oferecem oportunidades para abordagem de questões acerca da natureza e propósitos da ciência e da investigação científica. A não utilização ou a utilização de forma demonstrativa das aulas pratica/ experimental por parte dos professores se deve à vários fatores como, a grande quantidade de alunos em sala de aula, a falta de materiais e recursos, a dificuldade e o medo do docente durante a realização do experimento, ou seja, toda uma infra-estrutura necessária para a realização de uma aula que ocorra a relação teoria/pratica. De acordo com as exigências do ensino médio inovador, percebemos então que o grande desafio do educador de ciências naturais está em tornar o ensino de Biologia prazeroso e instigante e que possa levar o aluno a desenvolver o seu conhecimento científico aplicado em seu cotidiano. Sendo assim é importante realizar aulas prática/ experimentais para que os alunos possam exercitar suas habilidades, sua concentração, sua organização e vivenciar as

etapas do método científico. Isto quando esta voltada a Atividades experimentais na perspectiva construtivista onde são organizadas levando em consideração o conhecimento prévio dos alunos. Porque adotando esta postura construtivista significa aceitar que nenhum conhecimento é assimilado do nada, mas que deve ser construído ou reconstruído pela estrutura de conceitos já existentes. Deste modo, a discussão e o diálogo assumem um papel importante e as atividades experimentais combinam, intensamente, ação e reflexão (ROSITO, 2003; SILVA & ZANON, 2000). Pensando então na importância da experimentação para o ensino de ciência, tivemos como objetivo desenvolver o ensino aprendizagem de forma contextualizada e significativa através de habilidades necessárias para a construção do conhecimento cientifico. Desta forma ao utilizar aulas práticas/ experimentais estamos ajudando os alunos no desenvolvimento de conceitos científicos, e permitindo que os mesmos aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos, sendo capazes de controlar e manipular diferentes variáveis para testar possíveis hipóteses. (LUNETTA, 1991). METODOLOGIA Este trabalho foi elaborado no âmbito dos estudos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), e realizado com 26 alunos do 3º ano do Ensino Médio Inovador em uma escola pública, E.E.E.M.E.P. Dr. Elpídio de Almeida, no município de Campina Grande PB. Foi desenvolvido a partir do mês de Março até Junho de 2015, durante este período houve seis fases. 1ª fase: Observação Nesta fase buscamos estabelecer os primeiros contatos com a escola, visando compreendê-la em seus aspectos organizacionais e funcionais, e observando a dinâmica da turma procuramos através de encontros com o professor, identificarmos as ações que melhor se adequassem a turma e que a partir disso houvesse um melhor envolvimento dos estudantes na execução deste trabalho. 2ª fase: Aplicação do pré-diagnostico e formulário sociocultural Nessa fase houve a aplicação de um questionário de pré-diagnóstico e um formulário sociocultural na turma para que pudéssemos ter conhecimento sobre o que os estudantes já sabiam sobre a temática proposta e para também relacionarmos esses conhecimentos com a atividade experimental a ser desenvolvida. 3ª fase: Intervenção Pedagógica

Para a realização dessa fase foram inicialmente ministradas algumas aulas expositivas e dialogadas sobre sistema nervoso e os sentidos, trabalhado de forma problematizadora o sentido da visão e os distúrbios apresentados neste, utilizando recursos áudios-visuais, como subsídio de facilitar a compreensão dos alunos acerca da temática proposta, utilizando assim slides para melhores resultados (FIGURAS 01, 02 e 03). Figura 01 Figura 02 Figura 03 4ª fase: Atividade experimental (dissecando o olho do boi) e estudo dirigido Nesta fase ouve a realização da aula prática experimental, que pode ser uma aliada para o ensino de ciências, cuja construção dos conhecimentos teóricos depende da experimentação (SONCINI, 1991). A atividade experimental foi a dissecação do olho do boi (FIGURAS 04, 05 e 06), para que os estudantes pudessem compreender o funcionamento e a estrutura do olho humano sendo que antes da realização do experimento foi aplicado o termo de consentimento livre e esclarecido do participante da pesquisa e/ou seu representante legal de acordo com a (resolução nº466, 2012) no desenvolvimento do experimento se utilizaram os seguintes materiais: bandeja ou prato fundo descartável, pinças, bisturi (Estilete, Gilette ou uma pequena tesoura), luva látex de procedimento não cirúrgico e o olho de boi. Ao final da aula pratica se aplicou um estudo dirigido com quatro questões abertas a respeito da experimentação realizada. 5ª Figura fase: 04: Aplicação demonstrando do pós- o olho diagnostico Figura 05: Alunos dissecando Figura 06: Aluna olhando as estruturas Nessa fase foi aplicado um questionário com o intuito de verificar se houve uma melhor

aprendizagem do conteúdo abordado por meio da metodologia utilizada. 6ª fase: Análise e discussão dos resultados Para essa fase foi utilizado o método (comparativo): utilizando os instrumentos sugeridos por Bardin (2011). Análise numa perspectiva formativa estando atento à construção de conhecimentos conceituais, comportamentais e atitudinais dos estudantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Como mencionando na metodologia, foi aplicado um questionário de pré-diagnostico para verificar o grau de conhecimento prévio dos estudantes a cerca do conteúdo trabalhado e para que pudéssemos também fazer uma comparação com o questionário de pós-diagnóstico. Os questionários eram compostos por questões dissertativas e de múltiplas escolhas. Primeira questão: Em seu dia-a-dia você já ouviu falar sobre sistema nervoso e os sentidos?se sim o que ouviu? De acordo com as respostas analisadas do pré-diagnostico apenas 4% dos estudantes disseram não ter ouvido falar, já 96% disseram ter ouvido, mas não sabiam explicar. Os resultados do pós-diagnostico foram satisfatórios. Neste foi perguntado que importância o sistema nervoso e os sentidos desempenham em nosso organismo? 100% dos estudantes responderam coerentemente com o que foi abordado. Obtivemos algumas respostas como as transcritas a seguir: Estudante A: É importante porque coordena e controla todos os movimentos do corpo sejam voluntários ou involuntários. Estudante B: É um sistema muito importante porque se comunica com todo corpo, controlando todos os movimentos voluntários e involuntários. Estudante C: É importante por ser responsável pelo controle do organismo percebendo e identificando mudanças e estímulos do ambiente e assim elaborando respostas para estes. Pré- diagnostico 1ª pergunta :Em seu dia-a-dia você ja ouviu falar sobre sistema nervoso e os sentidos? se sim o que ouviu? 4% 96% Sim, ouviram mas não sabem explicar Não

Pós- diagnostico 1ª pergunta : A respeito do sistema nervoso e os sentidos já estudado, fale qual é sua importancia para o nosso organismo. 100% Respostas Satisfatorias Segunda pergunta: Na sua concepção em quais partes se divide o sistema nervoso? De acordo as respostas analisadas do pré-diagnostico, verificou-se que 12% dos estudantes não acertaram já 88% dos estudantes acertaram. De acordo com os resultados obtidos do pósdiagnostico 100% dos estudantes acertaram a pergunta Em quais partes se divide o sistema nervoso?. Obtivemos algumas respostas como a transcrita a seguir: Estudante A: Central e Periférico. Pré-diagnostico 2ª pergunta: Na sua concepção em quais partes se divide o sistema nervoso? 12% 88% Acertaram Não acertaram

Pós-diagnostico 2ª pergunta: Em quais partes se divide o sistema nervoso? 100% Acertaram Terceira pergunta: Você sabe como se forma a imagem observada pelo olho humano? De acordo com as respostas analisadas do pré-diagnostico apenas 3% dos estudantes disseram que sabia como a imagem era formada, já 97% disseram não saber. Os resultados do pósdiagnostico foram satisfatórios. Neste foi perguntado Como se forma a imagem observada pelo olho humano 100% dos estudantes responderam coerentemente com o que foi abordado. Obtivemos algumas respostas como as transcritas a seguir: Estudante A: A imagem passa pelo cristalino, a imagem é formada de forma invertida na retina e manda para o cérebro, que reproduz a imagem de forma real. Estudante B: A luz passa pela córnea, Iris, pupila e cristalino que joga a imagem invertida na retina onde o nervo leva pro cérebro e ele codifica na imagem real. Pré-diagnostico 3ª pergunta:você sabe como se forma a imagem observada pelo olho humano? Não Sabem 3% 97% Sabem como a imagem se forma

Pós-diagnostico 3ª pergunta:como se forma a imagem observada pelo olho humano? 100% Sabem como se forma a imagem Quarta pergunta: Que problemas relacionados a visão você conhece? De acordo as respostas analisadas do pré-diagnostico, verificou-se que 2% dos estudantes não conhece nenhum problema relacionado a visão já 98% dos estudantes tem conhecimento mas não sabe relacionar ou causa confusão entre doença e distúrbio. De acordo com os resultados obtidos do pós-diagnostico 100% dos estudantes conseguiram relacionar os distúrbios da visão respondendo a seguinte pergunta Quais são os distúrbios relacionados a visão?explique-os de maneira satisfatória. Obtivemos algumas respostas como a transcrita a seguir: Estudante A: Miopia é um distúrbio que impossibilita ver objetos distantes, hipermetropia é dificuldade de ver objetos próximos e astigmatismo dificulta ver tanto de perto como de longe. Pré-diagnostico 4ª pergunta:que problemas relacionados a visão você conhece? 2% 98% Conhece, mais não sabe associar Não conhece

Pós-diagnostico 4ª pergunta: Quais são os distúrbios relacionados a visão?explique-os. 100% responderam corretamente Outra fonte utilizada para analise de dados foi uma questão presente no estudo dirigido na qual tinha como pergunta Em sua avaliação, a experimentação, contribui para facilitar a sua Aprendizagem em Biologia? De acordo com á analise foi possível perceber que 100% dos alunos tratam a experimentação como uma nova forma de experiência, criatividade e construção de conhecimento na qual esta diretamente relacionada com o cotidiano de cada um deles. Obtivemos algumas respostas como as transcritas a seguir: Estudante A Sim, pois é uma forma diferenciada onde nos motiva a prestar mais atenção, e fica mais fácil de entender Estudante B Sim, a aula não ficou chata ou monótona e fez com que eu fica-se mais atenta na explicação e contribui para um melhor aprendizagem Estudante C Sim, uma forma bastante criativa. Alem de aprender os assuntos usamos a aula como uma nova experiência.

Estudo Dirigido Em sua avaliação, a experimentação,contribuiu para facilitar a sua Aprendizagem em Biologia? 100% Sim, facilitou CONCLUSÃO Diante varias reflexões feitas a partir desta experiência no interior do grupo PIBID Biologia temos percebido a importância de trabalharmos a socialização da escola em todos os contextos buscando um aspecto inovador, assim as atividades experimentais representam uma excelente ferramenta para que o aluno faça a conexão do conteúdo estudado com sua vivência e possa assim estabelecer a dinâmica indissociável da relação teoria e prática, contribuindo para o desenvolvimento significativo na aprendizagem. Ao fim da atividade conseguimos atingir os objetivos propostos, uma vez que os alunos participaram de forma interativa, tornando sujeitos de sua própria aprendizagem, relacionando o assunto abordado com experiências cotidianas. Dessa forma vê-se a importância de inserir estratégias pedagógicas para se trabalhar os conteúdos de Biologia que ira desenvolver habilidades necessárias à construção de uma Biologia de significado e contextualização. REFERÊNCIA BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Editora Persona, 1977. BORGES, A.T. O papel do laboratório no ensino de ciências. In: MOREIRA, M.A.; ZYLBERSZTA J.N.A.; DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J.A.P. Atlas do I Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ciências. Editora da Universidade UFRGS, Porto Alegre, RS, 1997. 2 11.

CARRASCOSA, J.; GIl-PéreZ, D.; VILCHES, A. e VALDÉS, P. Papel de la actividad experimental en la educación científica. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 23, n. 2, p. 157-181, 2006. GIANI, K. A experimentação no Ensino de Ciências: possibilidades e limites na busca de uma Aprendizagem Significativa. Dissertação Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências da Universidade de Brasília. Brasília-DF, 190p. 2010. LUNETTA, V. N. Atividades práticas no ensino da Ciência. Revista Portuguesa de Educação, v2, n. 1, p. 81-90, 1991 ROSITO, B.A. O ensino de Ciências e a experimentação. In: MORAES, R. Construtivismo e Ensino de Ciências: Reflexões Epistemológicas e Metodológicas. 2 ed. Porto Alegre: Editora EDIPUCRS, 2003. p. 195-208. RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.Disponível em:<http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/reso466.pdf>acesso em: 07de Agosto de 2014 SILVA, L.H.de A.; ZANON, L.B. A experimentação no ensino de Ciências. In: SCHNETZLER, R.P.; ARAGÃO, R.M.R. Ensino de Ciências: Fundamentos e Abordagens. Piracicaba: CAPES/UNIMEP, 2000. 182 p. SONCINI, M. I. Biologia. Editora Cortez. São Paulo, 1991. SMITH, K.A. Experimentaçâo nas Aulas de Ciências. In: CARVALHO, A.M.P.; VANNUCCHI, A.I.; BARROS, M.A.; GONÇALVES,M.E.R.; REY, R.C. Ciências no Ensino Fundamental: O conhecimento físico. 1. ed. São Paulo: Editora Scipione.1998. p. 22-23. WAISELFISZ, J. J. O ensino das ciências no Brasil e o Pisa. 1.ed. São Paulo:Editora Sangari do Brasil. 2009