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Transcrição:

VALOR DE PRODUÇÃO DA FÉCULA CAI 7% EM 2006, COM PRODUÇÃO 5,1% MAIOR Equipe Mandioca Cepea/Esalq O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP acaba de concluir o terceiro levantamento da produção nacional de fécula que é realizado em parceria com a Abam (Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca) e fecularias de todo o Brasil. O objetivo foi atualizar informações como volume de fécula produzido em 2006, entender a gestão da matéria-prima, identificar os principais setores compradores de fécula das indústrias, acompanhar o número de empregos gerados pelo setor e apontar perspectivas para 2007. Uma das principais conclusões é que o preço da fécula cai em proporção maior que o aumento do volume produzido. Em 2006, enquanto a produção cresceu 5,1%, o preço médio decresceu 12% e, conseqüente, o valor da produção caiu 7% na média nacional. Esse descompasso resulta do crescimento da oferta num período em que a demanda se manteve praticamente estável. Um dos motivos para que a procura por fécula não acompanhe a produção é a competitividade de outros amidos, especialmente de milho que, em boa parte do ano passado, esteve mais barato que o da fécula de mandioca. Segundo o estudo do Cepea, a produção de fécula do Brasil foi de 574.746 toneladas em 2006, volume 5,1% maior que à de 2005 (546.460 toneladas). Além da maior oferta de matériaprima, algumas novas unidades iniciaram suas atividades, em diversos estados. Em 2006, o valor médio da produção de fécula no Brasil ficou 7% menor que o observado em 2005 (R$ 401,6 milhões), totalizando R$ 373,5 milhões. Para a realização da pesquisa, foi enviado um questionário para 71 fecularias que estiveram ativas em 2006 das quais 89% responderam o questionário. Para as empresas que não responderam o questionário, o Cepea e a Abam estimaram a produção de 2006 com base nos dados de 2004 e 2005. Com a maior produção de fécula, houve aumento no número de empregos gerados no setor, que passou de 2.949, em 2005, para 3.419 em 2006, acréscimo de 11,5%. O aumento do número de funcionários esteve atrelado à maior utilização da capacidade instalada da maioria da empresas, assim como pela entrada em operação de novas unidades empresariais.

2 As empresas que estiveram ativas em 2006 tiveram capacidade total instalada de 15.855 toneladas de raiz por dia, aumento de 6,9% frente à capacidade total instalada de 2005 (14.856 toneladas). Apesar do crescimento da produção de fécula em 2006 se comparado à de 2005, esses números sinalizam a ociosidade expressiva do setor. Se considerado a capacidade total instalada (15.885 t/dia) e um rendimento médio de amido de 25%, poderia resultar numa produção diária de 3.971 toneladas de fécula de mandioca. Se as empresas trabalhassem, em média, 260 dias por ano, se alcançaria uma produção de fécula superior a um milhão de toneladas, o que seria superior a 80% a produção de 2006. A produção de fécula em 2006 foi a terceira maior dos últimos 16 anos, ficando praticamente igual à de 2001 e perdendo apenas para 2002, quando a safra alcançou 667 mil toneladas (Figura 1). O Paraná continuou sendo líder na produção brasileira de fécula de mandioca, com participação de 65% do total nacional (373 mil toneladas). A produção do Mato Grosso do Sul representou 18% do total do País e o estado de São Paulo, 13% registrando aumento na participação. Santa Catarina manteve-se estável, com 4% do total. O estado de Goiás começou a apontar no cenário nacional, sinalizando a nova fronteira de produção de fécula no Brasil (Figura 2). 700,0 667,0 600,0 500,0 400,0 Mil toneladas 300,0 200,0 100,0 575,0 328,0 368,0400,0 290,0 300,0 170,0 185,0200,0240,0 220,0 235,0 428,1 395,4 546,5 574,8 0,0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Figura 1 Evolução histórica da produção de fécula no Brasil 1990 a 2006 Fonte: Abam para os anos de 1990 a 2003, Cepea/Abam de 2004 a 2006.

3 SC 23.438,00 4% SP 72.327,61 13% GO 2.000,00 0% MG - 0,00 MS 103.989,89 18% PR 372.990,91 65% Figura 2 Distribuição estadual da produção de fécula em 2006 Fonte: Cepea/Abam Em 2006, o principal setor comprador foi o de papel e papelão, adquirindo mais de 26% da produção total. O segundo principal setor comprador foi o de frigoríficos (19,5%), seguido por atacadistas (16,8%), massa, biscoito e panificação (14,5%), indústrias químicas (6,6%), setor têxtil (4,9%) e varejistas (4,8%). A compra de fécula por outras fecularias (transação dentro do setor) representou 3,1% (Figura 3). Acrescenta-se ainda que do total comercializado pelas empresas, 61% foi de amido natural (fécula nativa), 35% foi de amido modificado, enquanto que 3% e 2% foram de polvilho azedo e doce, respectivamente. Os principais estados compradores foram: São Paulo (24,3% das compras totais), Paraná (23,6%), Minas Gerais (11,3%), Santa Catarina (8,8%), Rio de Janeiro (6,4%), Ceará (5,8%), Distrito Federal (4,4%), Rio Grande do Sul (4,3%), Mato Grosso do Sul (4,3%) e Goiás (3,9%). Outros estados somaram 2,5% do total (Figura 4). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 2006 o Brasil importou 9.735 toneladas e exportou 11.730 toneladas de fécula. Somando as importações à produção interna e subtraindo o total exportado é possível ter o total de oferta para o mercado doméstico. Deste modo, a oferta total para o mercado interno em 2006 foi de 572,7 mil toneladas.

4 O estoque de passagem de 2006 para 2007, por sua vez, foi de 10,3% (59,2 mil toneladas). De 2005 para 2006, os estoques haviam somado 63 mil toneladas, representando 11,6% da produção. % 0,3 0,27 0,24 0,21 0,18 0,15 0,12 0,09 0,06 0,03 0 26,3% Papel e papelão 19,5% Frigoríficos 16,8% Atacadistas 14,5% Massa, biscoito e panificação 6,6% 4,9% 4,8% 3,1% 3,1% Indústrias químicas Têxtil Varejistas Gerais Outras fecularias 0,4% 0,0% Figura 3 Principais setores compradores de fécula das fecularias em 2006 ponderado pela aquisição Fonte: Cepea/Abam Exportação Indústria Lácteas 30,00% 25,00% 24,38% 23,61% 20,00% % 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% São Paulo Paraná 11,34% Minas Gerais 8,84% Santa Catarina 6,42% Rio de Janeiro 5,84% Ceará 4,42% Distrito Federal 4,35% Rio Grande do Sul 4,35% Mato Grosso do Sul Figura 4 Principais estados compradores de fécula das fecularias em 2006, ponderado pela aquisição Fonte: Cepea/Abam 3,95% Gioás 0,63% Tocantins 0,46% Bahia 0,36% Pernambuco 0,25% Espírito Santo 0,19% Maranhão 0,17% Mato Grosso 0,17% Rondônia 0,13% Pará 0,13% Piaui 0,01% Rio Grande do Norte Um bom aspecto que voltou a ser expressivo em 2006 foi a formação de contratos entre produtores e fecularias. Em 2005, o total de empresas que efetuou contratos com o produtor ficou

5 em 34%, enquanto que em 2006 esse total passou para 54%, adquirindo em média 45% da matéria-prima necessária para consumo. Do total das empresas, 14 unidades compram 100% da raiz no mercado físico, sem nenhum controle, enquanto que 7 empresas compraram apenas com contrato. Movimentos do Mercado Após pelo menos dois anos estáveis, os preços da raiz de mandioca caíram expressivamente em 2006, chegando aos menores patamares dos últimos três anos. A pressão veio da maior oferta de raiz às indústrias processadoras (fecularias e farinheiras), também da pouca efetivação de contratos entre produtores e indústrias e da demanda estável por produtos finais (fécula e farinha). Diante disso, em 2006, os preços chegaram a ser inferiores aos custos de produção, diminuindo a rentabilidade do produtor e reduzindo o interesse pelo plantio de novas áreas. A maior oferta de matéria-prima e, conseqüentemente preço mais baixo, contribuiu para melhorar a competitividade da fécula de mandioca frente a substitutos. Mesmo assim, a competição com produtos concorrentes esteve acirrada e foi grande a dificuldade de retomar os mercados perdidos em anos anteriores, quando foram expressivas as oscilações de preços. Somente no final do primeiro semestre esta situação começou a melhorar, com o interesse de compradores de fécula por contratos de maior prazo. A melhora na demanda por fécula coincidiu com o período de redução na oferta de raiz. Como os estoques de fécula estavam baixos, a conseqüência foi de alta dos preços. Entre a última semana de dez/05 e a última de dez/06, os preços médios (da fécula) subiram 40,9% no Paraná, 27,5% em São Paulo e 44,9% no Mato Grosso do Sul. Tendo em vista que até outubro os preços estiveram em queda, somente nos últimos três meses de 2006 a alta foi de 57,5% no Paraná, 47,1% em São Paulo e 59,2% no Mato Grosso do Sul. Na média anual, os preços da fécula de mandioca ficaram em R$ 650,00/t em 2006, valor 11,6% menor que a média de 2005 (R$ 735,00/t). Perspectivas Para 2007, as perspectivas do setor continuaram otimistas. Das empresas respondentes, 32% disseram que irá processar maior quantidade de raiz em 2007, enquanto que outras 8%

6 apontaram que deverão processar menos que em 2006. Outras 33% estimam processar a mesma quantidade que em 2006 e, as 27% restantes, preferiram não opinar. Entre os agentes que apontaram para processamento de raiz superior em 2006, a expectativa é que o acréscimo chegue a 46%. Já entre os que sinalizaram redução, o percentual médio é de 26%. Diante desse cenário, o esperado para 2007 é que a produção alcance 616,4 mil toneladas, ultrapassando em 7,2% o total produzido em 2006. Além disso, unidades dos estados de Goiás, Minas Gerais, Pará e Mato Grosso deverão aumentar a capacidade instalada ou entrar em operação, contribuindo para que a produção brasileira supere os números supracitados. Para os agentes do setor, para que as estimativas se consolidem é necessário que os preços do setor se mantenham competitivos. A expectativa é de que, nos períodos de safra de cada região, os preços médios fiquem em R$ 128,00/t para a raiz e em R$ 860,00/t para a fécula de mandioca. Para a raiz, as respostas variaram entre o preço mínimo de R$ 100/t e R$ 150,00/t. Para a fécula, entre R$ 630/t e R$ 1.600,00/t. Para o período de entressafra, os respondentes estimam um preço médio de R$ 173,60/t para a matéria-prima e de R$ 1.113,00/t para a fécula. Há expressiva divergência entre os agentes quanto aos preços esperados. Para o preço da raiz, as estimativas oscilaram entre o mínimo de R$ 135/t e o máximo de R$ 250,00. Para a fécula, as expectativas apontaram para preços entre R4 750,00/t e R$ 1.600,00. Ressalta-se, entretanto, que essas expectativas foram embasadas nas condições de mercado que prevaleciam até abril de 2007, período de aplicação dos questionários. Além disso, devem ser levados em consideração outros fatores, como: a) a valorização do Real frente ao dólar, o que pode voltar a tornar as importações de fécula de mandioca viáveis; b) um possível crescimento na produção de milho, reduzindo preço do amido daquele cereal e aumentando sua competitividade. A forte pressão da cana-de-açúcar sobre as áreas de mandioca também deve ser levada em consideração, uma vez que contribui para aumentar os custos de produção de mandioca em função da valorização de áreas de arrendamentos. Tais aspectos voltam a chamar a atenção do setor para a necessidade de avanços tecnológicos tanto no segmento agrícola como no industrial. Além disso, faz-se cada vez mais necessária uma gestão eficiente da oferta, tanto da raiz quanto de seus derivados, com vistas a reduzir incertezas e custos. Em resumo, planejamento de longo prazo faria muito bem ao setor.