Primeira Geração. Publicação de Alguma poesia, do Drummond. Contexto Histórico. Aula 25

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Transcrição:

Primeira Geração Contexto Histórico 1922 1930 SAM Publicação de Alguma poesia, do Drummond

Primeira Geração Caracterização Iconoclasta Irreverente Humor (paródia) Destruidora Contra todos os tipos de regras Coloquialismo / Versos livres e brancos métrica fixa rima

Primeira Geração Caracterização Fase Heróica Fase de ruptura Fase de combate Fase de destruição à arte passadista, acadêmica

Primeira Geração A poesia Pau-Brasil Exaltação do Carnaval carioca como acontecimento religioso de raça; Abandono dos arcaísmos e da erudição; Substituição da cópia pela invenção e pela surpresa.

Primeira Geração Verde-Amarelismo coloca-se em oposição ao Pau-Brasil; prega o nacionalismo ufanista e primitivista; transforma-se no grupo Anta (símbolo da nacionalidade totem da raça tupi)

Primeira Geração Manifesto Antropofágico inspiração Abaporu - Tarsila do Amaral; Oswald de Andrade Tupi or not tupi... (primitismo folclórico) propõe a devoração dos valores europeus; intuito reelaborar para exportar;

Mário de Andrade Poesia -1922 Paulicéia Desvairada ( O cantor de São Paulo) PREFÁCIO INTERESSANTÍSSIMO (teoria da Arte Moderna)

Mário de Andrade Desvairismo Libertação do inconsciente; Rapsódia mistura (conjunto) de lendas, mitos, contos, costumes populares, etc; -Macunaíma O herói sem nenhum caráter

Mário de Andrade Contos Contos Novos -1ª pessoa: Juca -3ª pessoa: sociais/psicológicos Romance Amar, verbo intransitivo -pers. Carlos Elza (Fräulain)

Manuel Bandeira prosaico - ( Poeta-Menor ) A vida inteira que podia ter sido e não foi saúde vivi tuberculosamente humor/ironia Pneumotórax [Relação biografia/obra] Evasão temática da morte Poesia todas as fases modernistas

Manuel Bandeira DESENCANTO DESENCANTO (Manuel Bandeira) Eu faço versos como quem chora Eu faço versos como quem chora De desalento... De desencanto... Fecho o meu livro, se por agora, De desalento... De desencanto... Fecho o meu livro, se por agora, Não tens motivo nenhum de pranto, Meu verso é pranto. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... Remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai gota a gota do coração. E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca, Eu faço versos como quem morre. Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... Remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. - Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar - Lá sou amigo do rei - Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira O bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira Libertinagem adere ao modernismo radical; Poética Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente (...) De resto não é lirismo Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbedos O lirismo difícil e pungente dos bêbedos O lirismo dos clowns de Shakespeare Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Oswald de Andrade poema-piada palhaço da burguesia poema-pílula alto teor corrosivo Modernismo extremado Paródia

Oswald de Andrade As quatro gares infância O camisolão O jarro O passarinho O oceano A visita na casa que a gente sentava no sofá maturidade O Sr. e a Sra. Amadeu Participam a V. Exa. O feliz nascimento De sua filha Gilberta. adolescência Aquele amor nem me fale velhice O netinho jogou os óculos Na latrina

Oswald de Andrade Canto de Regresso à Patria Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os pássaros daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo

Oswald de Andrade meus oito anos Oh que saudades que eu tenho Da aurora de minha vida Das horas De minha infância Que os anos não trazem mais Naquele quintal de terra Da Rua de Santo Antônio Debaixo da bananeira Sem nenhum laranjais Eu tinha doces visões Da cocaína da infância Nos banhos de astro-rei Do quintal de minha ânsia A cidade progredia Em roda de minha casa Que os anos não trazem mais Debaixo da bananeira Sem nenhum laranjais

Oswald de Andrade Relógio As coisas são As coisas vêm As coisas vão As coisas Erro de português Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. O capoeira Vício na fala Qué apanhá sordado? O quê? Qué apanhá? Pernas e cabeças na calçada. Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados

Alcântara Machado Brás, Bexiga e Barra Funda (ítalopaulistanos) primeiros imigrantes italianos no Brasil alterações entre a Língua Portuguesa e a Italiana