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Transcrição:

C a s o C l í n i c o O Má oclusão de Classe I de ngle, com tendência à classe III esquelética, tratada com controle de crescimento* demir Roberto runetto** Resumo má oclusão de Classe III de ngle é caracterizada por uma relação dentária anteroposterior inadequada, que pode ou não estar acompanhada de alterações esqueléticas. Em geral, o aspecto facial fica bastante comprometido, principalmente quando associada à deficiência no terço médio da face, sendo esse, na maioria das vezes, o principal fator que motiva o paciente a procurar tratamento. Este caso foi apresentado à Diretoria do oard rasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (O), representando a categoria livre, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Diplomado pelo O. Palavras-chave: Má oclusão Classe III de ngle. Tração maxilar. Disjunção maxilar. HISTÓRI E ETIOLOGI Paciente de cor branca, gênero feminino, apresentou-se para exame inicial aos oito anos e quatro meses de idade, com bom estado geral de saúde. Sua história médica e odontológica se apresentava dentro dos padrões de normalidade, sem relato de doenças ou traumas. Sua queixa principal era o cruzamento do dente 21 (Fig. 1). presentava histórico familiar materno de padrão esquelético de classe III. DIGNÓSTICO No aspecto dentário, a paciente, em fase de dentadura mista, era portadora de má oclusão de Classe I de ngle, com maxila atrésica, resultando, no aspecto transverso, num relacionamento topo a topo entre os arcos dentários. Na figura 1 pode-se observar uma maior expressão dessa atresia maxilar na área de caninos, e o cruzamento da unidade 21 (Fig. 1, 2). Vale ressaltar que, em manipulação mandibular, não houve variação da posição de relação cêntrica para a de oclusão cêntrica. presentava face simétrica com um perfil levemente convexo, selamento labial passivo e pouca exposição dos incisivos superiores no sorriso. Na análise da radiografia panorâmica, constatou-se presença de todos os dentes permanentes, com exceção dos terceiros molares. Notou-se, ainda, diminuição dos espaços para irrupção dos dentes 12 e 42, e presença de restaurações metálicas nos molares decíduos (Fig. 3). nalisando cefalometricamente o relaciona- * Relato de caso clínico, Categoria Livre, aprovado pelo oard rasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (O). ** Diplomado pelo oard rasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. tual Diretor Secretário do oard rasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 129 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

Má oclusão de Classe I de ngle, com tendência à classe III esquelética, tratada com controle de crescimento FIGUR 1 - Fotografias faciais e intrabucais iniciais. FIGUR 2 - Modelos iniciais. mento dos ossos maxilar e mandibular (SN = 80º e SN = 79º), identificou-se discreta retrusão maxilar, considerando-se o ângulo N, de 1º, reduzido para a faixa etária da paciente. O ângulo SN-GoGn de 30º demonstrou um possível padrão de crescimento mandibular normal, tanto no sentido horizontal como no vertical (Fig. 4, Tab. 1). Contudo, havia o histórico familiar materno de padrão esquelético R Dental Press Ortodon Ortop Facial 130 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

runetto,. R. FIGUR 3 - Radiografia panorâmica inicial. FIGUR 4 - Radiografia cefalométrica de perfil () e traçado cefalométrico () iniciais. de classe III. Quanto ao aspecto dentário, apresentava incisivos superiores e inferiores levemente inclinados para vestibular (1-N = 25º, 1-N = 29º e IMP = 96º) (Tab. 1). OJETIVOS DO TRTMENTO Nesta etapa, pretendeu-se obter o descruzamento do dente 21 e promover o aumento da maxila, no sentido transverso, permitindo a melhora do posicionamento dos dentes 53 e 63 e o aumento do espaço para irrupção do dente 12, e realizar o tracionamento posteroanterior da maxila, com aumento do ângulo SN e rotação da mandíbula no sentido horário, procurando-se estabelecer uma relação molar de Classe II. Com isso, esperava-se compensar o maior crescimento mandibular aguardado, pela tendência a um padrão esquelético de classe III. Em relação ao aspecto facial, objetivou-se a melhora do perfil, com o deslocamento anterior do terço médio da face. PLNO DE TRTMENTO (1ª FSE) Na primeira fase do tratamento, planejou-se a utilização do disjuntor de Haas modificado, apoiado nos segundos molares decíduos e associado à protração maxilar com máscara facial. Concomitantemente, seria recomendada a realização de exercícios com espátula de madeira (abaixador de língua), para o descruzamento do dente 21. pós isso, a paciente seria monitorada até o momento ideal para a execução da segunda fase do tratamento. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 131 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

Má oclusão de Classe I de ngle, com tendência à classe III esquelética, tratada com controle de crescimento Progresso do tratamento O aparelho de Haas foi instalado, com ativações de ¼ de volta por dia, durante 18 dias. ssociado a isso, a paciente utilizou o abaixador de língua, executando os exercícios três vezes ao dia, durante 15 dias, para o descruzamento do dente 21. Somente após a estabilização do disjuntor, a paciente passou a fazer uso da máscara facial. Inicialmente, aplicando uma força de 300g em cada lado, passando, na sequência, para 500g, com uso mínimo de 14 horas por dia, durante 16 meses. Decorrido esse período, novos exames foram solicitados para avaliação das modificações ocorridas. Resultados obtidos pós a análise desses exames, observou-se que os objetivos propostos para a primeira fase haviam sido atingidos (Fig. 5-8). Houve aumento do ângulo N para 4º, com SN = 85º e SN = 81º, e o descruzamento do dente 21, com melhor alinhamento na região anterossuperior. O perfil da paciente se tornou mais convexo, pelo deslocamento anterior do terço médio da face, tendo-se obtido aumento no valor do ângulo SN para 85º (Fig. 5, Tab. 1). lém disso, houve expressão de crescimento mandibular para frente e para baixo (Fig. 9), com aumento do ângulo SN para 81º e manutenção do Eixo Y em 59º (Tab. 1). No aspecto dentário, os molares e incisivos superiores foram movimentados para distal e extruídos, além da obtenção de leve relação de Classe II nos caninos, pelo deslocamento anterior da maxila para frente e para baixo e consequente rotação da mandíbula no sentido horário (Fig. 9). Passou-se, então, a acompanhar o desenvolvimento da paciente, com visitas ao consultório a cada seis meses, aguardando o momento de se iniciar a segunda fase do tratamento. pós 27 meses, observou-se, clinicamente, um relacionamento de chave de oclusão nos molares e de Classe III nos caninos. lém disso, os incisivos laterais superiores estavam cruzados e os incisivos centrais em topo com o arco antagonista (Fig. 10). Na oportunidade, foram solicitados novos exames para avaliação e planejamento da segunda fase de tratamento (Fig. 10-13). pós a análise desses exames, verificou-se que o ângulo SN era de 85º, ou seja, manteve-se exatamente igual. Contudo, o ângulo SN havia passado para 83,5º, o que indicava um crescimento mandibular maior no sentido anterior, provocando a diminuição do ângulo N para 1,5º (Fig. 14, Tab. 1). Na avaliação dentária, a paciente apresentava uma relação de chave de oclusão nos molares e de Classe III nos caninos, com cruzamento anterior dos dentes 12 e 22 e permanência dos segundos molares decíduos inferiores (Fig. 10, 11). PLNO DE TRTMENTO (2ª FSE) Devido a essa condição, optou-se pela utilização de nova tração maxilar com máscara facial, associada à disjunção palatina, pois a paciente ainda apresentava características físicas pré-puberais, na idade de 13 anos e 6 meses. Progresso do tratamento Fez-se nova disjunção palatina, com ativação de ¼ de volta por dia, durante uma semana, com o objetivo de romper a sutura palatina mediana. Em seguida, iniciou-se a tração com máscara facial, empregando-se 300g de força por lado, aumentandose para 500g, durante 14 meses. Em seguida, novos exames foram solicitados para avaliação das modificações ocorridas (Fig. 15, 16). Resultados obtidos Com a aplicação da mecânica proposta, pode-se observar que os objetivos foram alcançados. Clinicamente, houve melhora no relacionamento anteroposterior dos arcos dentários (Fig. 15). Por meio da radiografia cefalométrica de perfil, observa-se o avanço anterior da maxila, em 2º (SN = 87º), enquanto a mandíbula continuou seu crescimento para anterior (SN = 84º), tendo o ângulo N aumentado para 3º (Tab. 1). Quanto ao aspecto dentário, os molares e incisivos superiores foram mesialisados e extruídos. Obteve-se leve relação R Dental Press Ortodon Ortop Facial 132 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

runetto,. R. FIGUR 5 - Fotografias faciais e intrabucais intermediárias (1). FIGUR 6 - Modelos intermediários (1). R Dental Press Ortodon Ortop Facial 133 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

Má oclusão de Classe I de ngle, com tendência à classe III esquelética, tratada com controle de crescimento FIGUR 7 - Radiografia panorâmica intermediária (1). FIGUR 8 - Radiografia cefalométrica de perfil () e traçado cefalométrico () intermediários, após a primeira fase do tratamento (1). FIGUR 9 - Sobreposições total () e parciais () dos traçados cefalométricos inicial (preto) e intermediário 1 (azul). R Dental Press Ortodon Ortop Facial 134 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

runetto,. R. FIGUR 10 - Fotografias faciais e intrabucais intermediárias (2). FIGUR 11 - Modelos intermediários (2). R Dental Press Ortodon Ortop Facial 135 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

Má oclusão de Classe I de ngle, com tendência à classe III esquelética, tratada com controle de crescimento FIGUR 12 - Radiografia panorâmica intermediária (2). FIGUR 13 - Radiografia cefalométrica de perfil () e traçado cefalométrico () intermediários (2), antes da segunda fase do tratamento. FIGUR 14 - Sobreposições total () e parciais () dos traçados cefalométricos intermediários 1 (azul) e intermediário 2 (azul tracejado). R Dental Press Ortodon Ortop Facial 136 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

runetto,. R. de Classe II na região dos caninos, auxiliada pelo deslocamento da maxila para frente e para baixo e consequente rotação da mandíbula no sentido horário (Fig. 16, 17). PLNO DE TRTMENTO (3ª FSE) terceira fase do tratamento foi iniciada após a paciente ter passado pelo surto de crescimento puberal. Os objetivos foram o alinhamento dentário e a finalização do tratamento. Provavelmente, haveria necessidade de remoção dos terceiros molares. Planejou-se a instalação de aparelho ortodôntico fixo Edgewise, com slot 0,018, nos arcos dentários superior e inferior. Para a finalização, seriam utilizados arcos retangulares 0,016 x 0,022 de aço inoxidável, com dobras de primeira e terceira ordens, individualizadas de acordo com a necessidade, e elásticos intermaxilares. pós a finalização, seria iniciada a fase de contenção. Progresso do tratamento Iniciou-se a montagem da aparatologia fixa em ambos os arcos, com a colagem de braquetes metálicos standard, sem torques ou angulações. Foi utilizado o sistema Edgewise somente até os primeiros molares, devido aos segundos molares não estarem totalmente irrompidos. De maneira sequencial, foram instalados arcos twist flex 0,014, seguidos de arcos 0,014 e 0,016 de aço inoxidável, com dobras de primeira ordem, para alinhamento e nivelamento. Posteriormente, foram instalados arcos de finalização 0,016 x 0,022 de aço inoxidável, com dobras de primeira e terceira ordens individualizadas e uso de elástico FIGUR 15 - Fotografias faciais e intrabucais intermediárias (3). R Dental Press Ortodon Ortop Facial 137 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

Má oclusão de Classe I de ngle, com tendência à classe III esquelética, tratada com controle de crescimento FIGUR 16 - Radiografia cefalométrica de perfil () e traçado cefalométrico (), após a segunda fase do tratamento (3). FIGUR 17 - Sobreposições total () e parciais () dos traçados cefalométricos intermediários 2 (azul tracejado) e 3 (azul com traços espaçados). intermaxilar com direção de Classe III no lado esquerdo, para estabelecimento de chave de oclusão nos molares. Vale ressaltar que, assim que possível, os segundos molares inferiores foram incluídos no tratamento. Quanto aos superiores, houve retardo em sua irrupção e, com o intuito de não aumentar ainda mais o tempo de tratamento, desistiu-se de sua inclusão. Nesses casos, adequado monitoramento da irrupção se faz necessário. pós a finalização do tratamento ortodôntico e a obtenção dos objetivos pretendidos, a aparelhagem ortodôntica fixa foi removida, para a instalação dos aparelhos de contenção. No arco dentário superior, foi utilizada uma placa removível do tipo wraparound e, no arco inferior, uma barra fixa do dente 33 ao 43, com fio de aço inoxidável 0,028, de secção redonda. Foi recomendada a utilização da placa superior durante 18 horas por dia, no primeiro ano, e, após esse período, uso noturno. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 138 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

runetto,. R. Resultados obtidos o final do tratamento, foram solicitados novos exames à paciente (Fig. 18-21). pós a avaliação desses, verificou-se que os objetivos foram plenamente alcançados. O sorriso apresentou-se com boa exposição de incisivos superiores e o lábio inferior paralelo em relação aos dentes superiores. Houve redução da discrepância esquelética anteroposterior em 1º (N passou de 1º para 2º), obtendo-se uma boa relação entre as bases ósseas. O SN foi aumentado em 7º, terminando em 87º, demonstrando o considerável grau de deslocamento anterior da maxila. O SN aumentou 6º, atingindo 85º, revelando a grande expressão de crescimento mandibular para frente (Fig. 18-22, Tab. 1). Considerando-se a hipótese de a paciente não ter aceitado o tratamento, ela provavelmente manteria seu SN inicial de 80º e seu SN teria aumentado de 79º para 85º, gerando um N de -5º. Provavelmente seria um caso a ser tratado com uma combinação ortodôntica-cirúrgica. Isso demonstra a importância do diagnóstico precoce desses pacientes. Na avaliação da radiografia panorâmica, observa-se bom posicionamento radicular, com os terceiros molares superiores em formação (Fig. 20). Na avaliação dentária, constata-se uma relação de molares e caninos de chave de oclusão, com bom alinhamento dentário, e com trespasses horizontal e vertical dentro dos padrões de normalidade (Fig. 18, 19). FIGUR 18 - Fotografias faciais e intrabucais finais. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 139 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

Má oclusão de Classe I de ngle, com tendência à classe III esquelética, tratada com controle de crescimento FIGUR 19 - Modelos finais. FIGUR 20 - Radiografia panorâmica final. FIGUR 21 - Radiografia cefalométrica de perfil () e traçado cefalométrico () finais. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 140 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

runetto,. R. FIGUR 22 - Sobreposições total () e parciais () dos traçados cefalométricos inicial (preto) e final (vermelho). TEL 1 - Resumo das medidas cefalométricas. PDRÃO ESQUELÉTICO PDRÃO DENTÁRIO PERFIL MEDIDS NORM 1 2 3 DIFERENÇ - C SN (Steiner) 82º 80º 85º 85º 87º 87º 7º 87º SN (Steiner) 80º 79º 81º 83,5º 84º 85º 6º 85º N (Steiner) 2º 1º 4º 1,5º 3º 2º 1º 2º Âng. Conv. (Downs) 0º 2,5º 9º 4º 6º 4,5º 2º 4,5º Eixo Y (Downs) 59º 59º 59º 59º 59º 59º 0º 59º Âng. Facial (Downs) 87º 87,5º 89º 90º 90º 90º 2,5º 90º SN-GoGn (Steiner) 32º 30º 30º 28º 25º 25º 5º 25º FM (Tweed) 25º 23º 23º 23º 23º 23º 0º 23º IMP (Tweed) 90º 96º 99º 98º 98º 97º 1º 97º 1-N º (Steiner) 22º 25º 26º 26º 27º 26º 1º 26º 1-N mm (Steiner) 4mm 4mm 3mm 6mm 5mm 5mm 1mm 5mm 1-N º (Steiner) 25º 29º 30º 30º 30º 27º 2º 27º 1-N mm (Steiner) 4mm 3mm 4mm 5mm 5mm 4mm 1mm 4mm Âng. Interincisal (Downs) 130º 127º 115º 115º 120º 125º 2º 125º 1-Po mm (Ricketts) 1mm 3,5mm 2mm 6mm 3mm 2mm 1,5mm 2mm L.Sup Linha S (Steiner) 0mm 2mm 2mm 3mm 5mm 4mm 2mm 4mm L.Inf Linha S (Steiner) 0mm 1mm 3mm 1,5mm 2mm 3mm 2mm 3mm R Dental Press Ortodon Ortop Facial 141 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

Má oclusão de Classe I de ngle, com tendência à classe III esquelética, tratada com controle de crescimento FIGUR 23 - Fotografias faciais e intrabucais pós-contenção. FIGUR 24 - Modelos pós-contenção. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 142 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

runetto,. R. FIGUR 25 - Radiografia panorâmica pós-contenção. FIGUR 26 - Radiografia cefalométrica de perfil () e traçado cefalométrico () pós-contenção. FIGUR 27 - Sobreposições total () e parciais () dos traçados cefalométricos final (vermelho) e pós-contenção (verde). R Dental Press Ortodon Ortop Facial 143 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

Má oclusão de Classe I de ngle, com tendência à classe III esquelética, tratada com controle de crescimento CONSIDERÇÕES FINIS má oclusão de Classe III de ngle possui um caráter etiológico multifatorial, o que dificulta a previsão do padrão de crescimento dos diversos elementos do complexo craniofacial. Ela pode ser composta por um componente dentário (devido à perda precoce de segundos molares decíduos inferiores, por exemplo) e/ou um componente esquelético (mecanismos genéticos ou epigenéticos de controle do crescimento). Esse último pode estar relacionado à deficiência de desenvolvimento no terço médio da face, ao crescimento mandibular excessivo ou a uma combinação de ambos 14. O plano de tratamento varia muito de acordo com a idade em que o paciente for abordado. Em pacientes com potencial de crescimento, a terapia com máscara facial, associada à disjunção palatina, tem se mostrado uma grande aliada do ortodontista 13. Já em pacientes sem potencial de crescimento, resta a opção de camuflagem, em casos não muito severos; ou a correção combinada ortodôntico-cirúrgica, em casos com maior discrepância. nteriormente ao advento da máscara facial, o tratamento de pacientes com potencial de crescimento era realizado, normalmente, de três formas. Podia envolver o uso de mentoneiras, para restringir o crescimento mandibular 8 ; o avanço dos dentes anterossuperiores, com retração dos anteroinferiores; ou, simplesmente, o monitoramento até a idade ideal para a realização da cirurgia ortognática. literatura é controversa em relação ao ganho anteroposterior com o uso da máscara facial. Segundo alguns autores, quando o mesmo é observado, é considerado insignificante. Outros estudos afirmam haver significativo avanço maxilar 2,5,6,7,11. Porém, em 2002, Turley 12 constatou uma média de avanço maxilar, com essa terapia, de 3,3mm (sendo que 6 entre 21 pacientes apresentaram ganho de 5mm a 8mm) e aumento médio do ângulo SN de 2,35º (5 entre 21 pacientes apresentaram aumento de 4º a 5º), resultados certamente significativos. O autor credita essa disparidade de resultados à diferença no protocolo de tratamento utilizado pelos diferentes autores, incluindo o desenho do aparelho, as horas usadas por dia e o tempo total de tratamento. Portanto, a combinação da máscara facial com a expansão palatina se mostrou um método efetivo de tratamento para o caso relatado, o qual possuía um prognóstico duvidoso, em função da dificuldade de controle do crescimento mandibular. s modificações faciais decorrentes da terapia são uma combinação de movimentos dentários e esqueléticos, nos sentidos vertical e anteroposterior 10. lém do movimento maxilar para baixo e para frente, a mandíbula sofre uma rotação horária e os dentes anterossuperiores também se movimentam. Outro aspecto muito importante a ser considerado é a época em que o tratamento é iniciado. Indivíduos mais jovens tendem a apresentar resultados mais favoráveis, sendo que as melhores idades estão na faixa entre 4 e 10 anos, embora os pacientes entre 10 e 14 anos ainda apresentem resultados positivos 1. credita-se que o resultado obtido é decorrente do fato de a paciente ter se apresentado no estágio inicial da dentadura mista, com bom potencial de crescimento. Como é possível perceber por meio desse caso, a sobrecorreção é indicada, pois o paciente continua apresentando um padrão desfavorável de crescimento 12. Mesmo com essa sobrecorreção, alguns pacientes ainda necessitam de uma segunda fase de tratamento com a máscara facial. estabilidade do tratamento a curto prazo é boa, porém, a longo prazo ainda são necessários mais estudos. presentamos, aqui, uma documentação de controle após seis anos do término do tratamento, mostrando a estabilidade alcançada (Fig. 23-27). Vale ressaltar que o aparelho de contenção superior foi suspenso e a barra intercaninos removida quando a paciente completou 21 anos de idade. Portanto, os exames apresentados são referentes a um período de 30 meses pós-contenção. característica mais frequente em um paciente que apresenta uma má oclusão de Classe III em R Dental Press Ortodon Ortop Facial 144 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009

runetto,. R. desenvolvimento é a deficiência anteroposterior e vertical da maxila, associada a uma mandíbula normal ou levemente protruída e, ainda, a uma sobremordida normal ou exagerada 3,4,9. Essa informação nos remete à importância e à vasta aplicabilidade da terapia com máscara facial, considerando o grande número de pacientes com deficiência de terço médio que, com ela, podem ser beneficiados. ngle Class I malocclusion, with class III skeletal tendency, treated with growth control bstract ngle Class III malocclusion is characterized by an anteroposterior dental alteration, which might be accompanied by skeletal deformities. Usually, the facial aspect becomes aesthetically compromised, mostly when the middle third of the face is affected (this is the main reason why patients seek for treatment).this case was presented to the directorship of the razilian oard of Orthodontics and Facial Orthopedics (O), standing for the free category, as a part of the requirements to obtain the oard s Certificate. Keywords: Malocclusion, ngle Class III. Maxillary traction. Maxillary disjunction. Referências 1. CCETTI, T.; McGILL, J. S.; FRNCHI, L.; McNMR, J..; TOLLRO, I. Skeletal effects of early treatment of Class III malocclusion with maxillary expansion and face-mask therapy. m. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 113, no. 3, p. 333-343, Mar. 1998. 2. IK, H. S. Clinical results of the maxillary protraction in Korean children. m. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 108, no. 6, p. 583-592, Dec. 1995. 3. HOPKIN, G.. Craniofacial pattern in mesioocclusion. m. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 52, no. 12, p. 927-928, Dec. 1966. 4. HOPKIN, G..; HOUSTON, W. J..; JMES, G.. The cranial base as an etiological factor in malocclusion. ngle Orthod., ppleton, v. 38, no. 3, p. 250-255, July 1968. 5. KPUST,. J.; SINCLIR, P. M.; TURLEY, P. K. Cephalometric effects of face mask/expansion therapy in Class III children: comparison of three age groups. m. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 113, no. 2, p. 204-212, Feb. 1998. 6. McDONLD, K. E.; KPUST,. J.; TURLEY, P. K. Cephalometric changes after the correction of Class III malocclusion with maxillary expansion/facemask therapy. m. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 116, no. 1, p. 13-24, July 1999. 7. MERMIGOS, J.; FULL, C..; NDRESEN, G. Protraction of the maxillofacial complex. m. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 98, no. 1, p. 47-55, July 1990. 8. MITNI, H. Entrevista. R. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 14, n. 3, p. 25-33, maio/jun. 2009. 9. MOUKEH, M. Cephalometric evaluation of craniofacial pattern of Syrian children with Class III malocclusion. m. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 119, no. 6, p. 640-649, June 2001. 10. NRTLLO-TURLEY, P. E.; TURLEY, P. K. Cephalometric effects of combined palatal expansion and facemask therapy on Class III malocclusion. ngle Orthod., ppleton, v. 68, no. 3, p. 217-224, June 1998. 11. SUNG, S. J.; IK, H. S. ssessment of skeletal and dental changes by maxillary protraction. m. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 114, no. 5, p. 492-502, Nov. 1998. 12. TURLEY, P. K. Managing the developing Class III malocclusion with palatal expansion and facemask therapy. m. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 122, no. 4, p. 349-352, Oct. 2002. 13. TURLEY, P. K. Orthopedic correction of Class III malocclusion with palatal expansion and custom protraction headgear. J. Clin. Orthod., oulder, v. 22, no. 5, p. 314-325, May 1988. 14. WEISSHEIMER, F.; RUNETTO,. R.; PETRELLI, E. Disjunção palatal e protração maxilar: alterações cefalométricas póstratamento. JO: J. ras. Ortodon. Ortop. Facial, Curitiba, v. 8, n. 44, p. 111-121, mar./abr. 2003. Endereço para correspondência demir Roberto runetto v. 7 de Setembro, 4456 CEP: 80.250-210 Curitiba/PR E-mail: ortobrunetto@terra.com.br R Dental Press Ortodon Ortop Facial 145 Maringá, v. 14, n. 5, p. 129-145, set./out. 2009