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Transcrição:

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA OS EFEITOS DA EQUOTERAPIA NA COORDENAÇÃO MOTORA DE ESCOLARES Autora: Vandete Pereira Lima Orientadora: Prof. Dra. Gislane Ferreira de Melo Brasília - DF 2014

VANDETE PEREIRA LIMA OS EFEITOS DA EQUOTERAPIA NA COORDENAÇÃO MOTORA DE ESCOLARES Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília como requisito básico para obtenção do título de Mestre em Educação Física. Orientadora: Prof. Dr a. Gislane Ferreira de Melo Brasília 2014

L732e Lima, Vandete Pereira. Os efeitos da equoterapia na coordenação motora de escolares. / Vandete Pereira Lima 2014. 66 f.; il: 30 cm Dissertação (mestrado) Universidade Católica de Brasília, 2014. Orientação: Profa. Dra. Gislane Ferreira de Melo 1. Educação física. 2. Equoterapia. 3. Capacidade motora. 4. Estudantes. 5. Crianças desenvolvimento. I. Melo, Gislane Ferreira de, orient. II. Título. Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

RESUMO LIMA, P. V. Os efeitos da equoterapia na coordenação motora de escolares. 2014. 66f. Dissertação (Mestrado em Educação Física). Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014. Estudos mostram que padrões motores são modificados por propostas de atividades físicas. A equoterapia tem efeitos sobre os componentes da coordenação motora, contudo, ainda são limitadas as pesquisas que suportem esta noção. O objetivo deste estudo foi avaliar a intervenção da equoterapia na coordenação motora de escolares. Trata-se de um estudo descritivo de caráter experimental. Foram realizadas 20 sessões de equoterapia com duração de 30 minutos cada, ocorrendo uma vez por semana. A amostra inicial foi composta por 70 crianças do sexo masculino (34) e feminino (36) em idade escolar (6 a 11 anos) que frequentam uma escola pública do DF do ensino fundamental do 1º ao 5º anos, durante o ano de 2013. Porém, apenas 64 completaram a proposta do estudo após os critérios de exclusão. Para avaliar o desempenho motor utilizou-se a bateria de teste KTK (Körperkoordinations test für Kinder) o qual é composto por quatro tarefas (trave de equilíbrio, saltos monopedais, saltos laterais e transferência sobre plataforma) as quais visam a caracterização de facetas da coordenação corporal total e o domínio corporal. Os resultados mostraram que na classificação do teste de coordenação corporal KTK houve diferença significativa entre os grupos experimental e controle (p=0,0001). Nas tarefas do salto lateral e transferência sobre plataformas foram evidenciados os maiores escores entre o pré-teste (MEDIA E DESVIO) e o pós-teste (MEDIA E DESVIO). Ocorreram diferenças significativas entre os sexos (p=0,04), onde os meninos apresentaram melhores resultados em relação às meninas (VALORES DE MEDIA E DESVIO). Com relação aos grupos de idade foram evidenciadas que as maiores evoluções nos escores foram alcançadas pelas crianças mais velhas. Conclui-se, assim, que a intervenção da equoterapia promoveu efeitos na melhora da coordenação motora de escolares de 6 a 11 anos e que essas alterações se mostraram diferentes entre os sexos e as idades. Palavras chave: Equoterapia, Coordenação motora, Escolares.

ABSTRACT Studies show that motor patterns are modified by physical activity programs. Hippotherapy has effects on motor coordination components; however, studies supporting this notion are still limited. The aim of this study was to evaluate the intervention of horseback riding therapy on motor coordination of schoolchildren through the KTK test. This is a descriptive and experimental study. The initial sample consisted of 70 male (34) and female children (36) aged from 6 to 11 years attending an elementary public school in DF (Federal District) from 1st to 5th grades during the year of 2013; only 64 completed the study proposal. After pre-test collection, 35 children were randomly invited to participate in 22 hippotherapy sessions lasting 30 minutes each. To evaluate the motor performance, the KTK test battery was used (Körperkoordinations test für Kinder), which consists of four tasks (balance beam, monopedal jumping, lateral jumping and transfer on platform) all of them aiming to characterize the facets of overall body coordination and body control. The results showed that in the classification of the body coordination test - KTK there was significant difference between experimental and control groups (P=0,0001) Lateral jumping and transfer on platforms tasks showed higher scores between pre-test and post-test. Significant differences between sexes were observed, p = 0.04, where boys had higher results than girls, with p = 0.005. The results by age group showed that the greatest scores were achieved by older children. Therefore, the results suggest that the horseback riding therapy promotes effects in improving the motor coordination of schoolchildren aged 6-11 years. Keywords: Horseback riding therapy, Motor coordination, Schoolchildren.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Páginas FIGURA 1. Volteio...24 FIGURA 2. Dimensões da trave de equilíbrio...26 FIGURA 3. Execução Sobre A Trave De Equilíbrio...27 FIGURA 4. Dimensões do bloco de espuma...28 FIGURA 5. Execução dos saltos monopedais (SM)...30 FIGURA 6. Dimensões da plataforma de madeira para os saltos laterais...31 FIGURA 7. Execução saltos laterais (SL)...32 FIGURA 8. Dimensões da plataforma de madeira para transferências sobre plataformas...33 FIGURA 9. Execução transferências sobre plataformas...35

LISTA DE TABELAS Páginas TABELA 1. Modelo unidimensional popular para classificação do movimento...16 TABELA 2. Desenvolvimento motor a partir das perspectivas das restrições...17 TABELA 3. Resultado da classificação de cada tarefa do teste KTK no pré-teste e no pósteste...40 TABELA 4. Resultado do grupo experimental por sexo...41 TABELA 5. Resultado do grupo experimental por idade...42

LISTA DE QUADROS Páginas QUADRO 1. Tarefa Trave de Equilíbrio...28 QUADRO 2. Tarefa saltos monopedais (SM)...31 QUADRO 3. Tarefa saltos laterais...33 QUADRO 4. Tarefa transferências sobre plataformas...35

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 11 2. OBJETIVOS... 14 2.1 OBJETIVO GERAL... 14 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 14 3. REVISÃO DE LITERATURA... 15 3.1 COORDENAÇÃO MOTORA... 15 3.2 EQUOTERAPIA... 20 4. MATERIAIS E MÉTODOS... 25 4.1 TIPO DE PESQUISA... 25 4.2 AMOSTRA... 25 4.2.1 Critérios De Inclusão... 25 4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA... 25 4.3.1 Avaliação motora em Educação Física Adaptada teste Ktk (Körperkoordinationstest Für Kinder)... 25 4.3.2 Descrição detalhada da avaliação motora em Educação Física Adaptada teste Ktk (Körperkoordinationstest Für Kinder)... 26 4.3.3 A Intervenção da Equoterapia... 36 4.3.3.1 Descrição detalhada das sessões de Equoterapia... 36 5. PROCEDIMENTOS... 38 5.1 AUTORIZAÇÃO DA ESCOLA... 38 5.2 AUTORIZAÇÃO DOS PAIS... 38 5.3 SEPARAÇÃO DOS GRUPOS... 38 5.4 PRÉ E PÓS TESTES... 38 5.5 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA... 39 6. RESULTADOS... 40 7. DISCUSSÃO... 43 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 47 9. REFERÊNCIAS... 48 10. ANEXOS... 57

11 1. INTRODUÇÃO Para Kiphard (1976), a coordenação motora é definida como a interação harmoniosa e econômica do sistema musculoesquelético, do sistema nervoso e do sistema sensorial, com o fim de produzir ações precisas e equilibradas e reações rápidas adaptadas à situação. Níveis adequados de coordenação motora são importantes para a saúde e rendimento escolar (VANDORPE, 2011). O desenvolvimento e o refinamento das atividades motoras é um processo complexo e contínuo e carrega uma similaridade por acontecer de maneira ordenada e previsível (GALLAHUE, 2013). Na infância, é importante que sejam oferecidos estímulos para a evolução dessas capacidades (RATEL; DUCHÉ; WILLIAMS, 2006). Já que ela representa um período ideal para que a criança se desenvolva e defina um grande número de tarefas motoras, aumentando, assim seu repertório motor de movimentos fundamentais (CASTRO, 2008). Grande parte desse desenvolvimento ocorre a partir dos estímulos e desafios que acontecem na escola. O indivíduo no ambiente escolar tem de atuar respondendo à demanda de perceber, exercer controle e empreender ações especializadas frente às solicitações de um meio altamente exigente, e ainda, monitorado por um sistema de avaliação. Desta forma, torna-se de suma importância conhecer o perfil da coordenação dos alunos e a partir deste conhecimento oferecer atividades que concorram para seu aprimoramento. Segundo Rê (2011), a justificativa para esta importância em conhecer o perfil de coordenação infantil consiste na existência de períodos críticos durante esta fase do desenvolvimento humano, um deles de 5 a 11 anos, para a aquisição de habilidades motoras, devido principalmente ao rápido desenvolvimento neurológico e maior plasticidade neural. A argumentação destas alterações centra-se na experiência durante a infância que altera a arquitetura dos circuitos neurais devido à sua maior plasticidade, fazendo com que certos padrões de conexão (sinapses) tornem-se mais estáveis e, consequentemente, fortalecidos (HERNANDEZ; LI, 2007; YARROW; BROWN; KRAKAUER, 2009). O principal desafio proposto nas atividades escolares neste período é a aprendizagem da leitura e da escrita (BAZI, 2000). A escrita é a última e a mais complexa habilidade adquirida e está diretamente dependente do desenvolvimento das diversas habilidades motoras (MONTIEL; CAPOVILLA, 2009). Problemas na aquisição do letramento podem advir de

12 problemas na coordenação motora, pois para Medeiros (2011) existem pré-requisitos motores essenciais para que a criança aprenda a ler e escrever. Portanto, o estudo pedagógico e epidemiológico da capacidade de coordenação motora permite, em primeiro lugar aferir o grau de desenvolvimento coordenativo das crianças e possibilitar a implementação de medidas de intervenção para corrigir as insuficiências detectadas (PELOZIN, 2009). E ainda, ao agir de forma preventiva evitar problemas ao longo do processo. O estudo da coordenação motora reveste-se de grande importância (Lopes, et al., 2006). Dentre os investigadores que mais avançaram nos estudos sobre o desenvolvimento da coordenação motora e suas insuficiências nas crianças em idade escolar estão os alemães Kiphard e Schilling (1976). Esses autores criaram uma bateria de quatro testes, denominada Teste de Coordenação Motora para Crianças (Körperkoordination test für Kinder - KTK), que pode ser aplicado em indivíduos na faixa etária dos 05 aos 14 anos de idade (GORLA; ARAÚJO, 2007). A avaliação dessas capacidades em escolares tem sido estudada por diversos outros autores (GORLA, 2001; LOPES, 2006; ELIAS, et al., 2007; MAIA; LOPES, 2007; DEUS, et al., 2008; VALDIVIA, et al., 2008, ESTEVES, et al. 2013), com a finalidade de conhecer e promover intervenções a fim de intervir nas defasagens motoras (GORLA; ARAÚJO, 2007). Pesquisas como as de Hands (2008) e Cruz (2012) são exemplo de estudos que mostram que intervenções motoras geram aquisições nas respostas motoras. Também, nas recentes pesquisas realizadas por Burgi, et al (2011) e Laukkanen, et al (2013) os resultados confirmam que as habilidades motoras são positivamente influenciadas com atividades físicas e negativamente influenciadas pelo sedentarismo em escolares. Estes pesquisadores demonstraram que o voleibol, o basquetebol, o futebol e as propostas de educação física na escola dentre outras atividades físicas contribuíram para a melhora da coordenação motora de crianças. Porém não foram encontrados estudos que avaliassem se intervenções com a equoterapia eram capazes de melhorar a coordenação de crianças em idade escolar. A equoterapia faz uso das atividades equestres na intenção de promover em seus praticantes benefícios físicos, psicológicos, educacionais e sociais (SILVEIRA; WIBELINGER, 2011). Autores têm mostrado que grande parte dos efeitos derivados da ação cinesioterapêutica do cavalo são motores (PAUW, 2000; STERBA, 2002; BENDA, et al., 2003; COPETTI, 2007; HERRERO, et al., 2010) e por isso que esta modalidade tem sido implementada com grande perspectiva.

13 Considerando o cavalo e as atividades equestres como produtores de inúmeros estímulos cinesioterapêuticos que podem se traduzir em aperfeiçoamento motor, torna-se de grande importância investigar os efeitos da relação da coordenação de escolares e a intervenção da equoterapia. A percepção da resposta deste movimento sob a avaliação do teste KTK nós facilitará perceber se a atividade proposta pode colaborar na modificação dos padrões motores avaliados.

14 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Verificar os efeitos da equoterapia na coordenação motora de escolares. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Verificar se a intervenção da equoterapia é diferente entre os sexos; Verificar se a intervenção da equoterapia é diferente entre idade; Verificar se a intervenção da equoterapia é diferente entre os diferentes anos escolares.

15 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 COORDENAÇÃO MOTORA Os estudos sobre o desenvolvimento motor tiveram um grande impulso nos anos 80, quando um grande número de pesquisas foi realizado fortalecendo a base teórica fazendo com que este conteúdo assumisse o seu lugar como área de investigação cientifica dentro dos limites da cinesiologia e da psicologia do desenvolvimento (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Neste período importante salientar que os pesquisadores começam a dar importância não só à hereditariedade como também às condições do ambiente do aprendizado e às exigências específicas da ação motora. Esta construção teórica orienta a maioria das pesquisas até os dias de hoje. Ainda segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), três princípios fundamentais derivam destas teorias e são norteadores para a compreensão do desenvolvimento motor: no primeiro o corpo é visto como um composto de vários sistemas o biomecânico, o perceptivo, o neural, o esquelético e o muscular; auto organizados e capazes de formar padrões de comportamentos derivados das interações destes sistemas. Em segundo, ocorre para a realização da tarefa a auto-organização dos sistemas e subsistemas de modo complexo e cooperativo. E o terceiro, o desenvolvimento é definido como um processo que não tem uma linha de continuidade, onde novos padrões vivem a substituir os padrões anteriores. Os níveis de desenvolvimento podem ser classificados de várias formas, na escola especificamente, objeto deste estudo, usa-se a classificação pela idade cronológica que é a idade do indivíduo em anos ou meses, que tem uso universal. A linha teórica baseou-se nos conceitos de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), que estabelece uma terminologia essencial para a compreensão do desenvolvimento motor: Crescimento: refere-se ao crescimento físico, é o aumento da estrutura do corpo. Desenvolvimento: mudanças adaptativas em busca de competência. Maturação: ordem de progressão fixa determinada geneticamente. Experiência: afetam o ritmo de surgimento de padrões motores. Aprendizado: resultado de experiência, educação e treinamento. Aprendizado motor: mudança no comportamento motor resultante de pratica ou experiência. Habilidade motora: ação aprendida que tem um objetivo, realizada por uma ou mais partes do corpo.

16 Comportamento motor: tratam do aprendizado, controle e desenvolvimento motor. Movimento: mudanças visíveis na posição de qualquer parte do corpo. Tabela 1. Modelo unidimensional popular para classificação do movimento.

17 Tabela 2 Desenvolvimento motor a partir das perspectivas das restrições FONTE: GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013 Partindo destes pressupostos teóricos, das tabelas 1 e 2 percebe-se a inevitável necessidade de conhecer as capacidades motoras das crianças em idade escolar no intuito de perceber limitações para investir nelas ou estabelecer de forma clara ações para o desenvolvimento da coordenação motora. Pois o desenvolvimento motor depende das condições ambientais da vida das crianças e os estímulos que este ambiente oferece. Segundo Cole et al.(2000), a infância é o período em que o desenvolvimento motor está sendo construído. O aparecimento e a extensão do desenvolvimento de habilidades na fase de movimentos dependem de muitos fatores dos estímulos externos do ambiente. As habilidades motoras especializadas são resultados da fase de movimentos fundamentais. Se não for oferecida à criança a oportunidade, os estímulos para desenvolver as habilidades motoras a criança crescerá com uma pobreza motriz, e terá dificuldades nas séries posteriores onde ocorre a fase da especialização, onde as habilidades motoras são refinadas (ROMANHOLO et al., 2012). Segundo Ré (2011), a infância é um período crítico para a aquisição de habilidades motoras, devido ao rápido desenvolvimento neurológico e a maior plasticidade neural. Todavia, este período parece ser dependente de uma complexa interação de vários fatores neurofisiológicos e psicológicos, diversos estudos corroboram uma forte relação entre a coordenação motora na infância e nos anos de vida posteriores, além de maiores índices de prática de atividade física em indivíduos fisicamente ativos desde a infância, ou seja, os

18 primeiros anos de vida compõem um período crítico tanto para a aquisição de habilidades motoras quanto para a adesão à prática de atividades físicas (AHNERT; SCHNEIDER, 2007; BARNETT et al., 2009; BUSSERI et al., 2006; STODDEN et al, 2008). Portanto, afirma ainda, Ré (2011) ser desejável que até aproximadamente os 10 anos de idade, a criança tenha um amplo domínio das habilidades motoras fundamentais. O desempenho motor pode ser entendido como um comportamento observável em relação à execução de alguma atividade motora (CARMINATO, 2010). O desenvolvimento e o refinamento das atividades motoras é um processo complexo e continuo e carrega uma similaridade por acontecer de maneira ordenada e previsível. Segundo, Gallahue e Ozmun (2003), este processo de crescimento, evolução, compensará os desvios mínimos dentro do padrão de crescimento. Mas, será frequentemente incapaz de compensar os desvios maiores, especialmente na infância. O início da escolarização formal constitui uma mudança importante no desenvolvimento físico da criança. A escola significa o começo do período em que esta deverá aprender todas as competências e papéis específicos que são parte de sua cultura (BOHME, 2002). Portanto, é importante que sejam oferecidos estímulos para a evolução dessas capacidades (RATEL; DUCHÉ; WILLIAMS, 2006), preferencialmente em situações que privilegiem o desenvolvimento da coordenação e a integração cognição-ação (JANTZEN; KELSO, 2007; WILLIAMS; HODGES, 2005). Grande é o desafio que o professor do ensino fundamental enfrenta no seu cotidiano, pois o processo de escolarização nos mais diversos níveis ocorre no contexto das diferenças individuais. Buscar um desenvolvimento adequado de cada uma das crianças dentro de uma sala de aula, atentando para o fato que elas devem pertencer a uma mesma faixa etária, mas que podem ser muito diferentes entre si no que diz respeito ao seu crescimento físico e ao desenvolvimento de suas habilidades motoras (PELLEGRINI et al., 2005). O desenvolvimento motor é fundamento do desenvolvimento da linguagem no contato com o ambiente, pela manipulação dos objetos, pela repetição das ações, pelo domínio do próprio corpo e pelo controle do esquema corporal, (AMARAL; TABAQUIM; LAMONICA, 2005). Neto (2006) afirma que, a motricidade humana é composta por oito elementos básicos: motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização temporal, organização espacial, ritmo, lateralidade e linguagem. As definições destas variáveis podem ser descritas como: Motricidade fina é a complexa interação olho-mão-objeto para a concretização de atividades de precisão (ROSA NETO, 2002); Motricidade global é a capacidade de coordenar movimentos amplos envolvendo grupos musculares de todas as

19 partes do corpo de maneira harmônica (ALVARENGA, 2003); O equilíbrio é um ajustamento corporal para a manutenção de uma postura estática ou dinâmica (LENGRUBER, 2004); O esquema corporal representa a relação do corpo com o ambiente que o circunda, consciência das possibilidades dinâmicas e estáticas do próprio corpo (COSTA, 2012; JACOBSEN, 2002). Quanto as organizações pode-se descrevê-las como Espacial a qual refere-se à capacidade do corpo de situar-se em relação ao outro ou a algum objeto em função do espaço disponível (COSTA, 2012) e a Temporal que se refere à compreensão dos intervalos e dos conceitos de tempo (OLIVEIRA, 2003). O ritmo é conceituado por Lermontov (2004) como um fator de estruturação dos tempos e a Linguagem Verbal e Gestual são formas utilizadas pelo individuo com o propósito de trocar experiências com o mundo (ALVARENGA, 2003). A soma destes elementos compõem as habilidades motoras fundamentais. Quando as crianças iniciam sua fase escolar, muitas vezes ou quase sempre, estas habilidades não estão totalmente desenvolvidas, assim deve-se aproveitar este momento para trabalhar e oportunizar às mesmas a melhoria e de refinamento das habilidades motoras especializadas, as quais são necessárias para as atividades recreacionais, competitivas e da vida diária (OZMUN; GALLAHUE, 2003). A coordenação motora tem sua importância pedagógica, epidemiológica e psicomotora reconhecida. O nível coordenativo não só é determinante no desenvolvimento escolar como também no desenvolvimento integral do aluno, mantendo assim, uma estreita relação entre o que o indivíduo é capaz de realizar com o que é capaz de aprender (VALDÍVIA et al, 2008; NETO et al., 2010). Desta forma considera-se que um aspecto fundamental da equoterapia é que a marcha do cavalo proporciona uma gama precisa e rítmica de movimentos de padrão repetitivo semelhantes à mecânica da marcha humana natural que propõe o controle de reações de equilíbrio, postura e endireitamento em decorrência da superfície dinâmica (SOARES; OTONE; FAICO, 2011). E mais autores têm mostrado que grande parte dos efeitos derivados da ação cinesioterapêutica do cavalo são motores (PAUW, 2000; STERBA, 2002; BENDA, et al., 2003; COPETTI, 2007; HERRERO, et al., 2010) e por isso que esta modalidade tem sido implementada com grande perspectiva na intenção de pesquisar sua ação na coordenação motora.

20 3.2 EQUOTERAPIA A palavra Equoterapia vem do radical latim Equus = Cavalos e da palavra grega Therapeia = Terapia e foi criada pela Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL) em 1989 com o objetivo de caracterizar todas as atividades que usam o cavalo como recurso terapêutico e/ou educacional no território brasileiro (LEITÃO, 2004). A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo como agente cinesioterapêutico nas áreas de saúde, educação e equitação visando o desenvolvimento biopsicossocial dos indivíduos (ANDE-BRASIL, 2011). Foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como um recurso terapêutico no dia nove de abril de 1997 (DIAS, 2005) e em 27 de março de 2008, foi publicada no diário oficial a resolução nº 348/2008, o reconhecimento da Equoterapia como recurso terapêutico da Fisioterapia e Terapia Ocupacional (FRAZÃO, 2001). Como terapia holística tem sua ação baseada no movimento que o cavalo imprime no cavaleiro e na relação estabelecida entre ambos. Em síntese, segundo a Ande-Brasil (2011) a relação com o cavalo promove ganhos de ordem física, psicológica e educacional. Segundo Coppeti (2007) pesquisas com este método ainda são escassas, mas têm apontado melhorias nas funções motoras grossas, especialmente no caminhar, correr e saltar de pessoas, principalmente com paralisia cerebral, na simetria da atividade muscular de tronco e no equilíbrio em pé e em quatro apoios, além de benefícios nos campos psicológico e social. Testemunhos dos pais, terapeutas e pacientes, segundo Pauw (2000), relatam benefícios psicossociais que incluem motivação aumentada, maior autoestima, concentração e melhor desempenho acadêmico. No artigo de Johnson (2011), cita-se o âmbito dos efeitos terapêuticos do equoterapia como muito amplo e inclui ação na reabilitação, educação e ainda, nos aspectos psicológico e psicossocial. E também outros efeitos como o desenvolvimento de respiração, da cognição e desenvolvimento da fala. Outros benefícios citados em recentes artigos, referem-se a melhora de equilíbrio Herrero (2012) e Tseng (2012), redução da assimetria dos músculos do quadril e melhora de força e tônus segundo Provin, Briel e Guerino (2012) em crianças com paralisia cerebral e, segundo Espindola et al(2012) aumento da flexibilidade da cadeia muscular posterior. O movimento causado pelo passo se assemelha ao da marcha humana, pois o dorso do cavalo realiza um movimento tridimensional: para frente e para trás; para um lado e para outro; para cima e para baixo. Isso requer do praticante reações de equilíbrio e de retificação postural para que possa se manter sobre ele. Esse movimento é transmitido ao cérebro do

21 praticante pelas inúmeras terminações nervosas aferentes (ANDE-BRASIL, 2011). O cérebro, por sua vez, manda informações ao corpo para que novos ajustes motores sejam realizados por meio do comportamento adaptativo, que é resultante também dos estímulos sensoriais da equoterapia (CITTERIO, 1999). Para Alves et al. (2003) a Equoterapia é baseada na prática de atividades equestres e técnicas de equitação e também de volteio adaptado, sendo um tratamento complementar na recuperação e reeducação motora e mental. Sendo assim, estando sobre o cavalo o indivíduo é levado a acompanhar os seus movimentos, tendo que manter o equilíbrio e coordenação motora para movimentar simultaneamente tronco, braços, ombros, cabeça e o restante do corpo, dentro de seus limites. Para Motti (2007) e Marcelino e Melo (2006), o cavalo é o animal cuja marcha mais se assemelha à do ser humano, tanto em deslocamentos relacionados à distância e graus de inclinação, quanto em termos de fases executadas durante a marcha, pois o dorso do cavalo realiza um movimento tridimensional para frente e para trás, para um lado e para o outro, para cima e para baixo, fazendo com que o indivíduo obtenha reações de equilíbrio e de retificação postural para que se possa se manter sobre ele. Esses movimentos são transmitidos ao cérebro do cavaleiro pelas inúmeras terminações nervosas aferentes, o cérebro manda informações ao corpo para que novos ajustes motores sejam realizados por meio do comportamento adaptativo, resultantes dos estímulos sensoriais da Equoterapia. Equoterapia é um dos poucos métodos, ou melhor, talvez o único, que permite que o praticante experimente muitos eventos motores e proprioceptivos ao mesmo tempo e onde também as ações, reações e informações são muito numerosas (BEINOTTI, 2010). O cavalo e as relações estabelecidas entre ele e o praticante que o monta são muito ricas, segundo Marcelino (2006) por meio desta vivência, a criança pode aprender a controlar suas emoções iniciais, como o medo, enfrentando o desafio de montá-lo e, sentada numa posição superior, direcioná-lo. Cavalgar um animal dócil, porém de porte avantajado, leva o praticante a experimentar sentimentos de liberdade, independência e capacidade: sentimentos esses importantes para a aquisição da autoconfiança e autoestima, substratos do autoconceito. E a equoterapia é uma proposta de intervenção física que pelo alinhamento gravitário homem/cavalo, consegue-se acionar o sistema nervoso central, alcançando objetivos neuromotores diversos, tais como melhora do equilíbrio, ajuste tônico, alinhamento corporal, consciência corporal, coordenação motora e força muscular (RIBEIRO, 2006, p. 164). Para Motti (2007), esta intervenção proporciona oportunidade de melhorar a qualidade de vida através da motivação, educação, recreação e/ou benefícios terapêuticos e pode ser

22 utilizada em áreas relacionadas ao desenvolvimento psicomotor e sensorial, no tratamento de distúrbios físicos, mentais e emocionais. Volteio é uma modalidade equestre de técnica e equilíbrio, usada de forma adaptada como recurso da equoterapia, que tem como objetivo o aprimoramento da harmonia e do sincronismo com o cavalo em movimento, formando uma equipe e dependendo mutuamente um do outro. A união permite ao volteador ajustar-se ao movimento e ritmo do cavalo, harmonia também exigida nas funções globais do indivíduo, auxiliando no desenvolvimento das principais capacidades e habilidades motoras (PERDIGÃO, 2006) O Volteio como recurso terapêutico tem como objetivo desenvolver movimentos rítmicos, a coordenação motora, a harmonia e controle de movimentos, postura, propriocepção e reações de equilíbrio criando habilidades motrizes básicas e artísticas. A partir dos resultados alcançados acreditamos que com a música e o volteio terapêutico possibilitam-se, aos indivíduos, experiências novas e agradáveis estimulando suas vias sensoriais e motoras e consequentemente o desenvolvimento psicomotor (PERDIGÃO, 2006). As atividades propostas no volteio adaptado podem contribuir para o aumento do acervo motor e da experiência de movimento, diferenciando-se principalmente pela superfície instável, que é o cavalo em movimento circular conduzido pelo lungeure que conduz o cavalo, proporcionado uma melhora especialmente nas habilidades de estabilização. O volteio adaptado é caracterizado por um trabalho de equipe, considerando que o volteador, o longeure e o cavalo formam uma equipe e dependem mutuamente um do outro. Perdigão (2006) explicita a descrição das atividades propostas e as atividades motoras esperadas, as principais posições básicas do volteio utilizadas nas sessões foram: base, moinho, estandarte e em pé. Base: na posição básica, o volteador deve estar sentado imediatamente atrás do cilhão, olhando para frente, com uma perna de cada lado da coluna do cavalo, segurando uma alça do cilhão em cada mão. Atividade Motora: melhora equilíbrio de tronco, principalmente com o auxílio da variação do exercício; melhora na postura e absorção da oscilação do cavalo ao passo; o cavalo em círculo, conduzido por guia longa, favorece as reações de proteção e endireitamento do indivíduo. Moinho: a partir da posição básica, o volteador executa uma rotação completa sobre o cavalo, em quatro fases de tempo iguais. Fase 1 - a perna externa passa sobre o pescoço do cavalo (externa em relação a parte interior do círculo), cada alça é largada e retomada à medida que a perna passa por ela. Esta fase termina com o volteador sentado de lado voltado para o interior do círculo, sobre o quadril, pernas unidas envolvendo o cavalo. Fase 2 - a outra

23 perna passa então sobre a garupa do cavalo termina com o volteador sentado na posição básica invertida. Fase 3 - a perna interna passa sobre a garupa do cavalo, e o volteador senta de lado voltada para o exterior do círculo. Fase 4 - a perna que está junto ao cilhão passa sobre o pescoço do cavalo, cada alça é largada e retomada à medida que a perna passa por ela, termina com o volteador na posição básica. O moinho é executado com ritmo de contagem em quatro tempos, cada perna deve descrever um arco uniforme e amplo, idealmente na vertical. A cabeça e os ombros devem acompanhar a rotação de cada perna com manutenção de postura. Atividade Motora: ritmo, coordenação motora, fortalecimento muscular (músculos adutores e abdutores de quadril, flexores de quadril e abdominal). Estandarte: a partir da posição básica, o volteador passa à posição ajoelhada. Suavemente, com os dois joelhos simultaneamente, o dorso dos pés, os tornozelos e após estes os joelhos devem tocar a garupa do cavalo, deve estar sempre olhando para a frente, a perna externa deve cruzar diagonalmente sobre a coluna do cavalo, com o pé interno do volteador colocado no lado externo também. A perna externa é então estendida, a fim de que o pé fique colocado acima da linha horizontal formada através dos ombros e quadril do volteador, ao mesmo tempo o braço interno é alongado para a frente. A planta do pé externo deve estar virada para cima e a palma da mão interna para baixo, com os dedos fechados. A mão externa permanece na alça, com o braço ligeiramente flexionado para absorver o movimento do cavalo. A silhueta do volteador deve formar um arco suave e equilibrado, desde a ponta dos dedos da mão até os dedos do pé. O eixo longitudinal do corpo do volteador deve estar no mesmo alinhamento da coluna do cavalo. Atividade Motora: descarga de peso, equilíbrio dinâmico, fortalecimento muscular (músculos flexores de quadril, glúteo médio e mínimo, pára-vertebrais), reações de proteção e endireitamento, noção espacial, lateralidade, postura. Adaptação: o exercício pode ser iniciado no colchonete, depois no barril e/ou com o cavalo parado e com as mãos nas alças, evoluindo para a liberação das mãos alternadamente. A evolução do ajoelhado é o estandarte. Em pé: a partir da posição básica, o volteador passa suavemente à posição de joelhos simultaneamente com as duas pernas, o dorso dos pés, o tornozelo e os joelhos devem tocar as costas do cavalo suavemente. Imediatamente o volteador transfere o peso do corpo para os braços e pula para de pé, apoiando-se na planta dos pés, que devem estar apontados para a frente. Para compensar o movimento em círculo do cavalo, a descarga de peso deve estar no pé interno do volteador. O movimento do cavalo é absorvido pelos tornozelos, joelhos e quadril do volteador; seu peso deve estar bem distribuído na planta dos pés, que devem estar em contato total com o cavalo (PAES et al., 2001). Atividade Motora: adequação tônica,

24 descarga de peso, equilíbrio dinâmico, fortalecimento muscular dos membros inferiores, reações de proteção e equilíbrio, postura. O exercício é feito primeiro com o cavalo parado, depois andando em linha reta. O cavalo em círculo seria uma evolução do exercício porque vão exigir do volteador maior habilidade e equilíbrio. Como se pode observar na figura abaixo: Figura 1. Volteio Fonte: PERDIGÃO, 2006.

25 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 TIPO DE PESQUISA Trata-se de um estudo descritivo de caráter quase experimental. Segundo Rudio (2004) a pesquisa experimental procura verificar a relação de causalidade que se estabelece entre variáveis, neste caso os efeitos da equoterapia na coordenação motora de escolares que se dará na realização de 20 sessões de equoterapia com duração de 30 minutos cada, ocorrendo uma vez por semana com o grupo experimental. 4.2 AMOSTRA Participaram da amostra 80 crianças do sexo masculino e feminino em idade escolar (6 a 11 anos) que frequentam uma escola pública do DF do ensino fundamental do 1º ao 5º anos. Estes alunos foram subdivididos em grupo experimental e controle a partir do critério de livre adesão por parte dos responsáveis. Em função do impedimento em realizar a randomização, pois alguns pais não quiseram participar do grupo experimental, aceitando permanecer como grupo controle. 4.2.1 Critérios de inclusão Idade entre 6 a 11 anos Estar regularmente matriculado na escola Não apresentar nenhuma deficiência diagnosticada Aceitar e assinar o termo de livre consentimento (autorização dos pais) 4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA 4.3.1 Avaliação motora em educação física adaptada teste KTK (Körperkoordinationstest für Kinder) Para avaliar o desempenho motor utilizou-se a bateria de teste KTK (Körperkoordinationstest für Kinder), desenvolvido por Kiphard e Schilling (1974). O KTK é composto por quatro provas (trave de equilíbrio, saltos monopedais, saltos laterais e

26 transferência sobre plataforma) todas elas visando a caracterização de facetas da coordenação corporal total e o domínio corporal (GORLA, 2007). Segundo o mesmo autor, a confiabilidade da bateria (r=0,90) foi estabelecida pelo método de correlação teste e reteste em 1.228 crianças em idade escolar. O KTK utiliza as mesmas tarefas de coordenação para várias idades. Para isso, os conteúdos das tarefas devem apresentar dificuldades acrescidas conforme os indivíduos são mais velhos. A diferenciação das idades é alcançada segundo estes critérios: aumento da altura ou distancia, aumento da velocidade, maior precisão na execução (GORLA, 2007). 4.3.2 Descrição detalhada da Avaliação motora em educação física adaptada teste KTK (Körperkoordinationstest für Kinder) Tarefa 01 Trave de Equilíbrio (EQ) correspondente à figura 2. Objetivo: estabilidade do equilíbrio em marcha para trás sobre a trave. Material: Foram utilizadas três traves de 3 metros de comprimento e 3 cm de altura, com larguras de 6 cm, 4,5cm e 3 cm. Na parte inferior são presos pequenos travessões de 15x1,5x5cm, espaçados de 50 em 50 cm. Com isso, as traves alcançam uma altura total de 5cm. Como superfície de apoio para saída, coloca-se a frente da trave, uma plataforma medindo 25x25x5cm. As três traves de equilíbrio são colocadas paralelamente, tal como demonstrado na Figura 2. Figura 2 - Dimensões da trave de equilíbrio. Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007. Execução: A tarefa consiste em caminhar a retaguarda sobre três traves de madeira com espessuras diferentes. São validas três tentativas em cada trave. Durante o deslocamento

27 (passos) não e permitido tocar o solo com os pés. Antes das tentativas validas o sujeito realiza um pre-exercicio para se adaptar a trave, no qual executa um deslocamento a frente e outro a retaguarda. No exercicio-ensaio, o individuo deve equilibrar-se, andando para trás, em toda a extensão da trave (no caso de tocar o pé no chão, continua no mesmo ponto), para que possa estimar melhor a distancia a ser passada e familiarizar-se mais intensivamente com o processo de equilíbrio. Se o sujeito tocar o pé no chão (em qualquer tentativa valida), o mesmo devera voltar a plataforma de inicio e fazer a próxima passagem valida (são três tentativas validas em cada trave). Assim, em cada trave, o individuo faz um exercício-ensaio, ou seja, anda uma vez para frente e uma vez para trás. Para a medição do rendimento, executa o deslocamento três vezes para trás, conforme figura 3. Figura 3 Execução Sobre A Trave De Equilíbrio Fonte: CARMINATO, 2010. Avaliação da Tarefa: para cada trave são contabilizadas 3 tentativas validas, o que perfaz um total de 9 tentativas. Conta-se a quantidade de apoios (passos) sobre a trave no deslocamento a retaguarda. Se o aluno esta parado sobre a trave, o primeiro pé de apoio não e tido como ponto de valorização. Só a partir do momento do segundo apoio e que se começa a contar os pontos. O avaliador deve contar em voz alta a quantidade de passos, ate que um pé toque o solo ou ate que sejam atingidos 8 pontos (passos). Por exercício e por trave, só podem ser atingidos 8 pontos. A máxima pontuação possível será de 72 pontos. O resultado será igual ao somatório de apoios à retaguarda nas nove tentativas.

28 Tarefa Trave de Equilíbrio: Anota-se o valor de cada tentativa correspondente a cada trave (quadro 1), fazendo-se a soma horizontal de cada uma. Depois de somar as colunas horizontais faz-se a soma na vertical, obtendo-se dessa forma o valor bruto da tarefa. Após realizar este procedimento, verifica-se na tabela de pontuação (anexo 3), descrita no manual, tanto para o sexo masculino quanto para o sexo feminino, na coluna esquerda o valor correspondente ao numero do escore se relaciona com a idade do individuo de acordo com a tabela (anexo 3). Nesse cruzamento das informações obtêm-se o Quociente Motor (QM) da tarefa. Quadro 1 Tarefa Trave de Equilíbrio Trave 1 2 3 Soma 6,0 cm 4,5 cm 3.0 cm ESCORE QM1 Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p. 106. Tarefa 02 Saltos Monopedais (SM) Objetivo: Coordenação dos membros inferiores; energia dinâmica/forca. Material: São usados 12 blocos de espuma, medindo cada um 50cm x 20cm x 5cm, tal como demonstra a Figura 4. Figura 4 Dimensões do bloco de espuma Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007. p. 106. Execução: A tarefa consiste em saltar, com uma das pernas, um ou mais blocos de espuma, colocados uns sobre os outros. O avaliador demonstra a tarefa, saltando com uma das pernas por cima de um bloco de espuma colocado transversalmente na direção do salto, com uma distancia de impulso de aproximadamente 1,50 m. A altura inicial a ser contada como

29 passagem valida, baseia-se no resultado do exercicio-ensaio e na idade do indivíduo. Com isso, passagens de 5 saltos, por perna. Sem blocos de espuma (nível zero). O indivíduo saltando com êxito numa perna, inicia a primeira passagem valida, com 5 cm de altura (um bloco). Isto e valido para a perna direita e esquerda separadamente. Se o indivíduo não consegue passar esta altura saltando numa perna, inicia a avaliação com nível zero. A partir de 6 anos, os dois exercicios-ensaio, para a perna direita e esquerda, são feitos com um bloco de espuma (altura = 5cm). Se o indivíduo não consegue passar, começa com 0 cm de altura; se conseguir, inicia a avaliação na altura recomendada para sua idade. Se na passagem valida, na altura recomendada, o indivíduo cometer erros, esta tentativa e anulada. O indivíduo reinicia a primeira passagem com 5 cm (um bloco). Alturas recomendadas para o inicio do teste em anos de idade segundo Gorla e Araujo; (2007): de 5 a 6 anos (nenhum bloco de espuma); de 6 a 7 anos (1 bloco de espuma com 5 cm); de 7 a 8 anos (3 blocos de espuma, totalizando 15cm); de 9 a 10 anos (5 blocos de espuma, totalizando 25cm); de 11 a 14 anos (7 blocos de espuma, totalizando 35cm). Para saltar os blocos de espumas, o indivíduo precisa de uma distancia de mais ou menos 1,50 m para impulsão, que também deve ser passada em saltos com a mesma perna. O avaliador deve apertar visivelmente os blocos para baixo, ao iniciar a tarefa, a fim de demonstrar a ele, que não ha perigo caso o mesmo venha ter impacto com o material. Após ultrapassar o bloco, o indivíduo precisa dar, pelo menos, mais dois saltos com a mesma perna, para que a tarefa possa ser aceita como realizada. Estão previstas ate três passagens validas por perna, em cada altura, conforme Figura 5.

30 Figura 5 Execução dos saltos monopedais (SM) Fonte: Carminato, 2010 Avaliação da tarefa: Para cada altura, as passagens são avaliadas da seguinte forma: primeira tentativa valida (3 pontos); segunda tentativa valida (2 pontos); terceira tentativa valida (1 ponto). Nas alturas iniciais a partir de 5 cm, são dados 3 pontos para cada altura ultrapassada, quando a primeira passagem tiver êxito. Como erro, considera-se o toque no chão com a outra perna, o derrubar dos blocos, ou, ainda, após ultrapassar o bloco de espuma, tocar os dois pés juntos no chão. Por isso, pede-se que, depois de transpor os blocos de espuma, a criança de mais dois saltos. Caso o indivíduo erre nas três tentativas validas numa determinada altura, a continuidade somente e feita, se nas duas passagens (alturas) anteriores, houver um total de 5 pontos. Caso contrario, a tarefa é interrompida. Isto e valido para a perna direita, assim como, para a perna esquerda. Com os 12 blocos de espuma (altura = 60 cm), podem ser alcançados no máximo 39 pontos por perna, totalizando assim 78 pontos.

31 Quadro 2 Tarefa saltos monopedais (SM) ALT. 00 05 10 15 20 25 30 35 40 45 50 60 Soma Direita Esquerda ESCORE Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p. 108 QM2 Os valores são anotados nas respectivas alturas, sendo que, se o indivíduo começar a tarefa com uma altura de 15 cm, por exemplo, nos números anteriores serão anotados os valores de três pontos. As alturas que não são ultrapassadas após o termino da tarefa são preenchidas com o valor zero. Somam-se horizontalmente os pontos para a perna direita e esquerda e verticalmente na coluna soma (quadro 2), para se obter o resultado do valor bruto da tarefa. Após realizar este procedimento, verifica-se na tabela de pontuação n.2, para o sexo masculino para o sexo feminino, na coluna esquerda o valor correspondente ao numero do escore e relaciona com a idade do indivíduo, de acordo com os anexos 4 e 5. Nesse cruzamento das informações ontem o Quociente Motor da tarefa. Tarefa 03 Saltos Laterais (SL) Objetivo: Velocidade em saltos alternados. Material: Uma plataforma de madeira (compensado) de 60 x 50 x 0,8cm, com um sarrafo divisório de 60 x 4 x 2 cm e um Cronometro, tal como demonstra a figura 6 a seguir. Figura 6 Dimensões da plataforma de madeira para os saltos laterais. Fonte: GORLA; ARAUJO, 2009, P. 109.

32 Execução: A tarefa consiste em saltitar de um lado a outro, com os dois pés ao mesmo tempo, o mais rápido possível, durante 15 segundos. O avaliador demonstra a tarefa, colocando-se ao lado do sarrafo divisório, saltitando por cima dela, de um lado a outro, com os dois pés ao mesmo tempo. Deve ser evitada a passagem alternada dos pés (um depois o outro). Como exercicio-ensaio, estão previstos cinco saltitamentos. No entanto, não e considerado erro enquanto os dois pés forem passados, respectivamente, sobre o sarrafo divisório, de um lado a outro. Se o indivíduo toca o sarrafo divisório, saindo da plataforma, ou parando o saltitamento durante um momento, a tarefa não e interrompida, porem, o avaliador deve instruir, imediatamente: Continue! Continue!. No entanto, se o indivíduo não se comporta de acordo com a instrução dada, a tarefa e interrompida e reiniciada após nova instrução e demonstração. Caso haja interferência por meio de estímulos externos que desviem a atenção do executante, a tentativa não e registrada como valida. Desta forma, a tarefa e reiniciada. Não são permitidas mais que duas tentativas não avaliadas. No total, são executadas duas passagens validas (figura 7). Figura 7 Execução saltos laterais (SL) Fonte: CARMINATO, 2010 Avaliação da Tarefa: Anota-se o numero de saltitamentos dados, em duas passagens de 15 segundos. Saltitando para um lado, conta-se 1 (um) ponto; voltando, conta-se outro e, assim, sucessivamente. Como resultado final da tarefa, tem-se a somatória de saltitamentos

33 das duas passagens validas. Anotam-se os valores da primeira e segunda tentativas validas e, em seguida, somam-se estes valores na horizontal, obtendo-se o valor bruto da tarefa.. Após realizar este procedimento, verifica-se nas tabelas de pontuação (anexos 6 e 7), respectivamente, para os sexos masculino e feminino, na coluna esquerda, o valor correspondente ao numero do escore e relaciona-se com a idade do indivíduo. Nesse cruzamento das informações ontem o Quociente Motor da Tarefa (quadro 3). Quadro 3 Tarefa saltos laterais Saltar 15 segundos 1 2 Soma ESCORE Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p.111 QM3 Tarefa 04 Transferências sobre Plataformas (TP) Objetivo: lateralidade; estruturação espaco-temporal. Material: Um cronometro e duas plataformas de madeira com 25 x 25 x 1,5 cm e em cujas esquinas se encontram aparafusados quatro pés com 3,5 com de altura, tal como figura 8 Na direção de deslocar e necessário uma área livre de 5 a 6 metros. Figura 8 Dimensões da plataforma de madeira para transferências sobre plataformas Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p. 111.

34 Execução: A tarefa consiste em deslocar-se, sobre as plataformas que estão colocadas no solo, em paralelo, uma ao lado da outra, com um espaço de cerca de 12,5 cm entre elas. O tempo de duração será de 20 segundos e o indivíduo tem duas tentativas para a realização da tarefa. Primeiramente, o avaliador demonstra a tarefa da seguinte maneira: fica em pé sobre a plataforma da direita colocada a sua frente; pega a da esquerda com as duas mãos e coloca-a de seu lado direito, passando a pisar sobre ela, livrando então a da sua esquerda, e assim sucessivamente (a transferência lateral pode ser feita para a direita ou para a esquerda, de acordo com a preferência do indivíduo, esta direção deve ser mantida nas duas passagens validas). O avaliador demonstra que, na execução desta tarefa, trata-se em principio da velocidade da transferência. Ele também avisa que, se colocar as plataformas muito perto ou muito afastadas, pode trazer desvantagens no rendimento a ser mensurado. Caso surjam interferências externas durante a execução, que desviem a atenção do indivíduo, a tarefa e interrompida, sem considerar o que estava sendo desenvolvido. No caso de haver apoio das mãos, toque de pés no chão, queda ou quando a plataforma for pega apenas com uma das mãos, o avaliador deve instruir o indivíduo a continuar e se necessário, fazer uma rápida correção verbal, sem interromper a tarefa. No entanto, se o indivíduo não se comportar correspondentemente a instrução dada, a tarefa e interrompida e repetida após nova instrução e demonstração. Não são permitidas mais do que duas tentativas falhas. São executadas duas passagens de 20 segundos, devendo ser mantido um intervalo de pelo menos 10 segundos entre elas. O avaliador conta os pontos em voz alta; ele deve assumir uma posição em relação ao indivíduo (distancia não maior que 2 metros), movendo-se na mesma direção escolhida pelo avaliado, com este procedimento assegura se a transferência lateral das plataformas, evitando-se que seja colocada a frente. Após a demonstração pelo avaliador, segue-se o exercício-ensaio, no que o indivíduo deve transferir de 3 a 5 vezes a plataforma. E dada a seguinte instrução, conforme demonstrado na figura 9.

35 Figura 9 Execução transferências sobre plataformas Fonte: CARMINATO, 2010. Avaliação da tarefa: Conta-se tanto o numero de transferência das plataformas, quanto do corpo, num tempo de 20 segundos. Conta-se um ponto quando a plataforma livre for apoiada do outro lado; 2 pontos quando o indivíduo tiver passado com os dois pés para a plataforma livre, e assim sucessivamente. São somados os pontos de duas passagens validas. Anotam-se os valores da primeira e segunda tentativas validas e, em seguida, somam-se estes valores na horizontal, obtendo-se o valor bruto da tarefa. Após realizar este procedimento, verifica-se (anexo 8), tanto para o sexo masculino quanto para o sexo feminino, na coluna esquerda, o valor correspondente ao número do escore e relaciona-se com a idade do indivíduo. Nesse cruzamento das informações obtêm-se o Quociente Motor da tarefa (quadro 4). Quadro 4 Tarefa transferências sobre plataformas Deslocar 20 segundos 1 2 ESCORE Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p. 113. QM 4

36 Quanto aos riscos inerentes à esta atividade: as testagens podem gerar algum tipo de constrangimento o que acarretará em direito de desistência em participar, quando solicitado, sem exposição de motivos. Foram utilizadas as tabelas do teste KTK e foram seguidas as orientações originais para avaliar a capacidade de coordenação corporal dos alunos, onde o resultante é o somatório de QM1-QM4 (QM total) (Masculino e Feminino), que são os valores encontrados nos quadros 1, 2, 3 e 4. 4.3.3 A intervenção da equoterapia São descritos em estudos citados por Espíndola et al.(2012) que o ritmo oscilante do cavalo durante a prática da sessão de equoterapia estimula os mecanismos de reflexos posturais que resultam no desenvolvimento da flexibilidade, equilíbrio e coordenação. Foram realizadas 20 sessões de equoterapia com duração de 30 minutos cada, ocorrendo uma vez por semana. 4.3.3.1 Descrição detalhada das sessões de equoterapia Cada aluno foi atendido em um cavalo encilhado com manta sem estribos e cabeçada completa, foi acompanhado por um guia para o cavalo e um mediador lateral que além da estimulação oral fez a manutenção da seguridade do aluno sobre o cavalo. No estudo de Espindola (2012) se demonstrou que o método terapêutico da Equoterapia, utilizando a manta sem estribos, em crianças com idades de 7 à 15 anos, proporcionou aumento da flexibilidade da cadeia muscular posterior, o que pode possibilitar uma melhora do desempenho físico e das atividades funcionais e esportivas dos praticantes As sessões foram realizadas na Associação Nacional de Equoterapia situada na Granja do Torto, onde cavalos são treinados para este fim. Cada sessão foi planejada e detalhada com antecedência, sempre iniciando com uma recepção e acolhimento dos alunos com duração de 5 minutos, montaria, desenvolvimento de atividades lúdicas sobre o cavalo, com duração de até 25 minutos, volta à calma usando de relaxamento e exercícios respiratórios e a desmonta do cavalo, com duração de até 10 minutos. Foi utilizado o picadeiro coberto para a realização das sessões.

37 Para maximizar os efeitos e criar um ambiente motivacional mais intenso fez-se uso de técnicas de volteio adaptado, pois esta modalidade é conceituada por Coburn (2001) como a arte da dança ou ginástica sobre um cavalo em movimento. Segundo Vidrine, Owen-Smith e Faulkner (2002) a vantagem desta modalidade consiste em ter uma pessoa que guia o cavalo chamado no volteio de longeur, que permanece no centro do ringue, controla a direção do cavalo, velocidade e marcha, liberando o cavaleiro destas responsabilidades, para que ele seja capaz de concentrar-se na experiência do corpo-acorpo de energia compartilhada, impulsão, ritmo e equilíbrio que o cavalo possibilita-lhe. Segundo a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) (2010) o volteio tem como meta iniciar crianças nas artes equestres desenvolvendo nelas equilíbrio, sincronismo, leveza e integração com o movimento do cavalo. O volteio é praticado em pequenos grupos de até 7 participantes (CBH 2010), mas neste caso foram agrupadas ate 5 crianças por grupo. O maior beneficio do volteio adaptado é a motivação através da experiência facilitadora e desafiadora de estar sobre o cavalo em movimento. E confiar não somente no cavalo, mas também confiar na terapeuta, nos seus pares e, mais importante, confiar em si mesmo (VIDRINE; OWEN-SMITH; FAULKNER, 2002). Desta forma, as sessões de equoterapia eram realizadas sempre com quatro cavalos, onde cada criança montava um cavalo e se revezava com o cavalo de volteio. Enquanto em seu cavalo a montaria era com guia e mediador bem próximos e faziamse exercícios de aquecimento, sempre ao passo e em linha preparando o corpo para repeti-los no cavalo de volteio onde a velocidade e a distancia do mediador eram maiores e em círculo. O trabalho diversificado alternando cavalos em linha e em círculos criaram uma atmosfera de alegria e desejo de realização, as crianças ansiavam participarem e se esforçarem na consecução dos desafios propostos em cada uma das 20 sessões. E para a realização destas atividades, necessário se fazia uso de equilíbrio, força, ritmo, esquema corporal, organização espaço-temporal e linguagem verbal e corporal. Criou-se uma linha consistente entre os objetivos das avaliações dos testes KTK e a intervenção proposta. A tarefa 1 mede estabilidade do equilíbrio, a tarefa 2 a coordenação de membros inferiores, energia dinâmica e força, a 3 velocidade em saltos alternados e a tarefa 4 lateralidade e estruturação espaço-temporal. Sob o ponto de vista do trabalho motor nestas tarefas é possível aproximar as atividades motoras propostas e as principais posições básicas do volteio utilizadas nas sessões: base, moinho, estandarte e em pé.

38 5. PROCEDIMENTOS DA PESQUISA 5.1 AUTORIZAÇÃO DA ESCOLA Inicialmente foi feito um contato com a escola onde se confirmou a proposta e se fez toda a explanação dos procedimentos realizados, seus objetivos e prazos (anexo 2). 5.2 AUTORIZAÇÃO DOS PAIS Os pais foram convidados a comparecerem à uma reunião na escola onde houve a explicação, a orientação, a explanação e a assinatura do termo de consentimento e livre esclarecimento (anexo 1). Todos os procedimentos, objetivos e testes foram mostrados e explicados aos pais. 5.3 SEPARAÇÃO DOS GRUPOS A princípio tentou-se fazer uma pesquisa experimental ortodoxa na qual a separação dos grupos se faz por sorteio aleatório, porém problemas ocorreram com algumas familias escolhidas que se recusaram a participar das sessões de equoterapia por acreditarem serem estas uma atividade para pessoas doentes e que seus filhos não se enquadrariam neste grupo, preferindo permanecerem como gupo controle. Por conta desta ocorrência, se fez necessário adotar novo procedimento. Desta forma, os grupos controle e intervenção foram separados por aderência dos pais, na intenção de manter-se o número esperado para o grupo experimental. Todas as crianças foram convidadas a participar das sessões de equoterapia, aos que aceitaram participar das sessões foram oferecidos às opções de horário que melhor se adequassem às suas necessidades, foram comunicados também, da importancia do compromisso com a pontualidade e assiduidade às sessões para o sucesso da intervenção. 5.4 PRÉ E PÓS TESTES O pré-teste e o pós-teste propostos foram aplicados no ambiente escolar em momento previamente agendado com os professores, primeiro antes do inicio dos atendimentos na equoterapia e ao final deles. O grupo formado por quatro profissionais das áreas de educação física e pedagogia que aplicou o teste KTK foi o mesmo no pré e pós teste e passou por treinamento de pessoa com experiência na aplicação do mesmo antes do início da coleta de dados.

39 5.5 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA As coletas de dados somente foram iniciadas após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Brasília CEP - UCB sob número: 146.018/2013.

40 6. RESULTADOS Foram avaliadas as normalidades dos grupos pré e pós teste e todas as variáveis por grupo apresentaram distribuições normais. Para as análises inferenciais foram rodadas análises paramétricas Split Plot Anova. O software utilizado foi o SPSS/IBM 22.0 estipulando-se um nível de significância de 5%. Os dados foram comparados entre pré-teste e pós-teste nos grupo experimental e grupo controle: Tabela 3. Resultado da classificação de cada tarefa do teste KTK no pré-teste e no pós-teste. GRUPO EXPERIMENTAL GRUPO CONTROLE CLASSIFICAÇÃO KTK PRÉ 329,61 ± 54,33 340,29 ± 45,93 PÓS 350,29 ± 45,93 350,94 ± 53,05 P=0,0001 = 21 = 10 TRAVE DE EQUILIBRIO PRÉ 91,97 ± 19,26 91,60 ± 12,47 PÓS 88,88 ± 19,37 88,80 ± 16,94 P= 0,11 SALTOS MONOPEDAIS PRÉ 87,24 ± 14,34 87,03 ± 17,46 PÓS 90,52 ± 18,23 90,14 ± 14,79 p=0,04 SALTOS LATERAIS PRÉ 80,30 ± 17,65 85,03 ± 21,55 PÓS 91,91 ± 17,59 93,66 ± 15,62 P=0,001 = 11 = 8 TRANSFERENCIAS PLATAFORMAS PRÉ 70,09 ± 20,94 75,29 ± 16,96 PÓS 79,00 ± 15,79 78,37 ± 20,30 P=0,005 = 9 = 3

41 Na classificação do teste de coordenação corporal KTK houve diferença significativa entre os grupos experimental e controle. Nas tarefas do salto lateral e transferência sobre plataformas foram evidenciados os maiores escores entre o pré-teste e o pós-teste, como se pode observar na tabela 1. Ocorreram diferenças entre os sexos, meninas e meninos entre o pré-teste e o pósteste no grupo experimental demonstraram diferenças significativas com p=0,04, possíveis de serem visualizadas na tabela 4. Os meninos apresentaram maiores resultados em relação às meninas com p=0,005. Os dados foram comparados entre pré-teste e pós-teste nos grupo experimental. Tabela 4. Resultado do grupo experimental por sexo. SEXO FEMININO MASCULINO GRUPO EXPERIMENTAL PRÉ 102,53 ± 11,80 PÓS 103,93 ± 11,40 PRÉ 100,33 ± 11,08 PÓS 109,00 ± 16,70 Os resultados por grupos de idade evidenciaram que as maiores evoluções nos escores foram alcançados em progressão ascendente pelas crianças mais velhas, tabela 5. Os dados foram comparados entre pré-teste e pós-teste nos grupo experimental.

42 Tabela 5. Resultado do grupo experimental por idade. IDADE 6 A 7 ANOS GRUPO EXPERIMENTAL PRÉ 103,50 ± 14,41 PÓS 105,25 ± 16,37 P=0,43 = 2 8 A 9 ANOS PRÉ 102,80 ± 12,45 PÓS 109,93 ± 11,44 P= 0,03 = 7 10 A 11 ANOS PRÉ 93,50 ± 17,19 PÓS 101,50 ± 18,14 P=0,05 =8

43 7. DISCUSSÃO Os estudos que se destinam a averiguar alterações de desempenho motor frente a estímulos propostos a partir de uma atividade física estabelecem a avaliação motora como uma ferramenta de diagnóstico capaz de identificar habilidades motoras e o desempenho ou rendimento dos indivíduos na expectativa de determinar a existência de problemas e nortear os processos interventivos ou de melhor compreender a população estudada. É importante salientar que a maioria dos estudos discutidos aqui tem em comum, propostas de atividades físicas que tem a intenção de intervir no desempenho motor e avaliações que tem por função serem instrumentos de medida dos componentes da motricidade humana. Diante disso, justificam-se as comparações e a apropriação de conclusões que sejam inerentes à coordenação motora e a proposta de atividades físicas. Outra questão a ser relevada é a inexistência de trabalhos utilizando especificamente o KTK e a equoterapia no intuito de observar seus efeitos na coordenação motora. A atividade física é utilizada como um dos recursos prioritários na busca de desenvolvimento da coordenação motora em várias faixas etárias. Burgi et al. (2011) buscaram investigar esta relação em uma amostra de 217 pré-escolares e encontram uma associação positiva entre a prática de atividades físicas e as habilidades motoras. O mesmo resultado foi encontrado por Ericsson e Karlsson (2012) com uma população de 251 crianças entre 7 a 9 anos na Suíça, onde foi inserido no período escolar do grupo experimental mais 45 minutos de atividades físicas gerais as quais visavam a automatização de habilidades motoras básicas. Melhorias significativas foram constatas neste grupo e não no grupo controle, de modo que as habilidades motoras foram superiores no grupo intervenção em relação ao grupo controle na escola (p < 0.001). Cardeal (2013) encontrou resultados semelhantes quando avaliou a intervenção da atividade física em escolares entre 6 a 10 anos, uma vez que o grupo que sofreu intervenção de 7 meses de aulas de educação física escolar, aumentando o tempo de prática, obtiveram resultados positivos quando comparados ao grupo controle (somente com a pratica da Educação Física). Cabe ressaltar que estes estudos não utilizaram o KTK para a mensuração das habilidades motoras. Estudos que se utilizaram do mesmo instrumento que o nosso, como o de Cruz (2012) concluiu-se que a Educação Física escolar contribuiu ativamente no desenvolvimento motor da criança de 6 e 7 anos. Correio e Silva (2013) avaliaram escolares entre 8 e 15 anos de diferentes escolas municipais e estaduais e concluíram que as intervenções motoras

44 influenciaram de maneira significativa na motricidade. Porém as autoras utilizaram um programa de intervenção que está pautado na proposta metodológica da Iniciação esportiva Universal (IEU). Assim, pelo que se percebe, a Educação Física Escolar, quando trabalhada de forma sistemática e orientada, tem sim a capacidade de melhorar a habilidade motora das crianças e adolescentes. Está afirmação parece evidente, porém cabe ressaltar que no estudo de Esteves, Freitas, Gouveia e Lopes (2013) que avaliou a coordenação motora de sujeitos a partir de estatutos socioeconomicos, onde não havia uma sistematização e orientação mais direcionada a estas habilidades, as crianças e jovens com melhores condições socioeconomicas também apresentaram diferenças significativas entre o pré e pós teste, pois esta condição parece incidir em um aumento da oferta dos níveis de atividade física. Estudos que inseriram diferentes atividades daquelas desenvolvidas nas escolas, também têm encontrado resultados significativos. Por exemplo, Moraes et al. (2012) propuseram a prática sistemática da capoeira para 20 meninos de 6 e 7 anos e encontram um resultado positivo na coordenação motora para o grupo experimental. Outro estudo que cabe ressaltar foi conduzido por Moreira, Barbosa e Souza (2012). Os autores trabalharam com 40 crianças entre 6 e 12 anos as quais praticaram de forma organizada e sistematizada o ballet clássico e concluíram que o grupo experimental sobressaiu-se na maioria das tarefas em relação ao grupo controle. Conclui-se que crianças que possuem níveis mais altos de atividade física apresentam melhores valores na coordenação motora grossa que aquelas que são sedentárias (LAUKKANEN, et al., 2013). Nosso estudo corrobora com os achados apresentados acima, quando seus resultados evidenciam que o nível de coordenação motora é influenciado pela prática de atividades físicas, ou seja, atividades que se proponham a movimentar o corpo. Ao final da nossa intervenção, o grupo experimental (equoterapia) apresentou melhoras significativas no teste KTK. Esses resultados sugerem que a intervenção da equoterapia pode melhorar os escores da capacidade de coordenação corporal em escolares com faixa etária de 6 a 10 anos. Estes resultados são confirmados pelos achados de Costa (2012) que realizou semelhante intervenção com crianças portadoras de Síndrome de Down, fornecendo subsídios para comprovar que a intervenção da equoterapia resulta em melhoras na coordenação motora dos indivíduos. Não foram encontrados outros estudos desta natureza, isto é onde a intervenção da equoterapia fosse avaliada pelo teste KTK em escolares. Nas comparações entre o sexo masculino e feminino observou-se que o grupo masculino apresentou níveis mais elevados na coordenação motora quando comparados com as meninas. Estas evidências são corroboradas pelos estudos de Deus et al. (2008), Pelozin et

45 al. (2009), Lemos (2010) e Cruz (2012). O único estudo que contraria este achado é o de Costa (2012), com as crianças portadoras de Síndrome de Down onde a autora não encontrou diferenças estatísticas entre os sexos. Segundo Pelozin et al. (2009), essas achados podem sugerir que os meninos possuem um repertório motor melhor desenvolvido que as meninas, e reforçam a ideia culturalmente estabelecida que os meninos possuem maior interesse em atividades físicas de modo geral. Cabe salientar que o grupo controle também sofreu um incremento em seus escores de coordenação motora corporal, porém estes valores não foram significativos. Este é um comportamento esperado, uma vez que Deus et al.(2008) afirmam que há uma tendência clara para o incremento dos valores na coordenação motora com o decorrer do tempo. Importante salientar que o grupo controle (GC) já começou o estudo com uma classificação de acordo com KTK maior que o grupo experimental, já que o resultado do préteste (QM= quociente motor) superior ao grupo experimental (GE): GC QM= 340,29 e GC QM=329,61. Porém, apesar de mais alto, não houve diferenças significativas entre os prétestes. Os resultados foram significativos entre pré e pós-teste para o grupo experimental o qual apresentou um delta de 21 pontos. Estes achados confirmam que os resultados do grupo experimental foram efetivamente em decorrência da intervenção oferecida. Os resultados por idade se deram por faixas de agrupamento com os seguintes cortes: 6 a 7 anos, 8 a 9 anos e 10 a 11 anos. Tal procedimento foi adotado para que o número de indivíduos em cada corte fosse maior, possibilitando uma melhor análise estatística. Os resultados alcançados demostraram que o grupo 10 a 11 anos obteve os piores escores no préteste e que o melhor escore foi alcançado pelo grupo 6 a 7 anos. Porém, depois da intervenção exatamente o pior grupo obteve o maior ganho em relação aos outros grupos. O decréscimo nos níveis de coordenação motora com o avanço da idade nos grupos do pré-teste e do pósteste também foram encontrados em outras pesquisas (LOPES, 2006; LEMOS, 2010). Para Faustino (2004) este fato pode ser explicado partindo-se do pressuposto que a atividade física espontânea decresce à medida que a idade avança. Outra consideração plausível é que as atividades físicas infantis estão cada vez mais reduzidas e na escola tem aumentado cada vez mais a carga horária das disciplinas teóricas e diminuído o tempo destinado às praticas motoras (PABLO; BENDA, 1998). Porém, os achados de Maia e Lopes (2002) e Valdivia et al. (2008) contrariam estes resultados, já que as médias do QM de crianças aumentaram com a idade. Resultado que demonstra que nestes grupos a atividade física não tenha diminuído sua oferta apesar do crescimento dos indivíduos. Talvez, a cultura e a prática diferenciada entre escolas, cidades,

46 estados podem estar relacionadas a estes diferentes resultados, pois o local investigado é de suma importância na influencia da prática ou não de atividades durante toda infância e adolescência. Por exemplo, em grandes centros tem-se a evidência de que a prática de atividades virtuais é maior do que em pequenos centros, uma vez que a preocupação com a segurança e o tempo gasto para o transporte faz com que pais e responsáveis prefiram deixar as crianças em casa, oferecendo a estas uma tecnologia de ponta para sua diversão.

47 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar do intento em realizar uma pesquisa experimental ortodoxa os problemas foram enfrentados e soluções foram propostas para que o experimento fosse feito respeitando as normas do termo de consentimento livre e esclarecido assinado entre as partes. E de acordo com os propósitos delineados para este estudo podemos concluir que uma intervenção com atividades de equoterapia no programa educação-reeducação com técnicas de equitação e de volteio adaptado atua na melhora da coordenação motora de crianças de 06 a 11 anos. O desenvolvimento da coordenação motora depende de experiências motoras para seu aprimoramento, portanto importante se faz o estabelecimento de programas de atividades que possam cumprir este objetivo para que as crianças aprendam a importância da atividade física em suas vidas. E no rol destas atividades podemos incluir a equoterapia. A principal limitação do presente estudo é a não existência de um estudo normativo sobre a prática da equoterapia para estabelecer testes que avaliem seus componentes e técnicas, oferecendo uma maior validade, fidedignidade e objetividade na relação teste/intervenção equoterápica. Recomenda-se para o futuro pesquisas com um maior número de participantes e com uma duração de tempo de intervenção maiores.

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57 10. ANEXOS ANEXO 1 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PROJETO: A INTERVENÇÃO DA EQUOTERAPIA NO AUTOCONCEITO GERAL, DISGRAFIA E DESEMPENHO MOTOR DE ESCOLARES Eu, abaixo assinado, responsável pelo menor dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário (a) do projeto de pesquisa acima, sob responsabilidade da pesquisadora Vandete Pereira Lima, mestrando do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília. Assinando este termo de consentimento estou ciente de que: 1. O objetivo da pesquisa é avaliar a relação da equoterapia e o desempenho motor de escolares; 2. Durante o estudo os participantes da pesquisa serão solicitados a responder o seguinte instrumento: Teste de Coordenação Corporal para Crianças KTK, de Kiphard e Schilling (1974). A resposta a este instrumento não apresenta riscos conhecidos à saúde fisica e mental, mas podem causar desconforto emocional. 3. Para o grupo experimental, que será estabelecido por livre adesão, serão oferecidas 20 sessões de equoterapia que serão realizadas na Associação Nacional de equoterapia, por equipe habilitada, usando cavalos treinados e conduzidos por guia. Como o risco de quedas não pode ser descartado haverá dois mediadores, um de cada lado de cada criança durante o atendimento e este será feito dentro de um picadeiro fechado com areia no piso, e ainda estará à disposição um serviço de ambulância com primeiros socorros disponível para qualquer eventualidade. 3. Obtive todas as informações necessárias para decidir conscientemente sobre minha participação na referida pesquisa; 4. Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; 5. Meus dados pessoais serão mantido em sigilo;

58 6. Os resultados obtidos serão utilizados apenas para alcance dos objetivos do trabalho exposto acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada; 7. A minha participação será isenta de quaisquer despesas de ordem financeira; 8. Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, caso julgue necessário, pelo telefone (61)92125125 e falar com a pesquisadora responsável: Vandete Lima. 10. Este termo de consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e a outra com o pesquisador responsável. Brasília, / / Assinatura do responsável Assinatura da pesquisadora

ANEXO 2 59

60 ANEXO 3 Trave de Equilíbrio (Masculino e Feminino)

61 ANEXO 4 Salto Monopedal (Masculino) 3

62 ANEXO 5 Salto Monopedal (Feminino)

63 ANEXO 6 Salto Lateral (Masculino)

64 ANEXO 7 Salto Lateral (Feminino)

65 ANEXO 8 Transferência sobre Plataforma (Masculino e Feminino)

66 ANEXO 9 Somatório de QM1-QM4 (QM total) (Masculino e Feminino)