PALESTRA DE CONSCIENTIZAÇÃO E ALERTA: BULLYING NÃO É BRINCADEIRA

Documentos relacionados
O que a lei define como bullying

O que a lei define como bullying

Do P.L. nº 10/11 - Autógrafo nº 29/11 Proc. nº 173/11-CMV

BULLYING VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Bullying: Brasil cria lei para lidar com a violência na escola

INFORMATIVO 07 / 2016 INÍCIO DE VIGÊNCIA EM 09/02/2016 DE LEI FEDERAL CONTRA BULLYING

LEI /2015 COMBATE À INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA (BULLYING)

CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ COLÉGIO UNIDAVI REGIMENTO DISCIPLINAR DO COLÉGIO UNIDAVI

PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING E CIBERBULLYING NO IFCE CAMPUS IGUATU. E se fosse com você? DEPARTAMENTO DE ASSUNTOS ESTUDANTIS - DAE

CARTILHA PROMOVE CONTRA O BULLYING

PROJETO. BULLYING Vamos mudar de atitude!

BULLYING? EU NÃO PRATICO!

BULLYING VERBAL: PREVALÊNCIA ENTRE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

INCLUSÃO E BULLING NA ESCOLA PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR ISABEL TELES

BULLYING: UMA AGRESSÃO PARA TODA A VIDA

PRÁTICA PEDAGÓGICA SOBRE ROCHAS: UMA INTERVENÇÃO EXPERIMENTAL COMO PROPOSTA PARA O APERFEIÇOAMENTO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLIACADA À EDUCAÇÃO

Bullying Expressão de Preconceito e Discriminação: educação para a prevenção e educação para o respeito e dignidade humana.

BULLYING NA ESCOLA: UM OLHAR DA PSICOLOGIA 1. Jaqueline Tatiane Welke Hasper 2.

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PRÁTICAS DE FERMENTAÇÃO BIOLÓGICA PARA FIXAÇÃO DO CONTEÚDO COM ALUNOS DE ENSINO MÉDIO

Cartilha de Educação e Comportamento RIO GRANDE DO SUL

AUTOR(ES): REGIANE DE MORAIS SANTOS DE ASSIS, EDNADJA CARVALHO DO NASCIMENTO GALDINO

(Lopes Neto, 2005) Manual adaptado por Prof. Ms. Maria Lucia Dondon

O bullying no ambiente escolar e a forma de tratamento por parte do governo

P A U T A 1.- NOVO SIEEESP - PRÉDIO SITE NOVO SABER 2.- LEI

Nos dias atuais questões referentes à violência escolar, comportamento

Bullying e Cyberbullying

BULLYNG NÃO É BRINCADEIRA

COMISSÃO ESPECIAL DE EDUCAÇÃO DIGITAL - CEED COMISSÃO DE DIREITO DIGITAL E COMPLIANCE - CDDC COMISSÃO DE DIREITO ANTIBULLYING - CDAB

Em vigor a partir de fevereiro/2016

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O BULLYINGN O PROJETO DE EXTENSÃO CAVINHO: PROJETANDO O FUTURO

AÇÕES DOS PROFESSORES CONTRA O BULLYING ESCOLAR Apresentação: Pôster

PROJETO DE LEI N.º G, DE 2009 (Do Sr. Vieira da Cunha)

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO PROJETO DE LEI N F, DE 2009

Gestão de riscos: casos relacionados ao uso de imagens, inclusão, bullying, por voz e mídias sociais. Dr. Thiago Carvalheiro Criscuolo

O Bullyingno contexto das escolas brasileiras. Professora Cíntia

BULLYING: UMA PROBLEMÁTICA ENTRE OS JOVENS DO ENSINO MÉDIO NO SERTÃO DO PAJEÚ

O "BULLYING" Sandra Diogo, Carlos Vila Estudantes do curso de Psicologia do Instituto Superior Miguel Torga (Portugal)

Bullying. ... fique de olho! Você pode ser a próxima vítima!

BULLYING E CYBRBULLYING: UMA DISCUSSÃO NECESSÁRIA NAS ESCOLAS. Eixo Temático: Temas Transversais

BULLYING ESCOLAR: INVESTIGANDO A PRÁTICA EM UMA ESCOLA ATENDIDA PELO PIBID NA REDE PÚBLICA DE JOÃO PESSOA

PROMOVENDO EDUCAÇÃO SEXUAL NA UNIDADE ESCOLAR JOSÉ LUSTOSA ELVAS FILHO (BOM JESUS-PIAUÍ)

VIOLÊNCIA ESCOLAR: Bullying mais uma expressão de violência no contexto escolar

PROJETO DE COMBATE AO BULLYING DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO MÉDIO. Introdução

LEGISLAÇÕES DE COMBATE À INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA: ANÁLISE DE TEXTOS NORMATIVOS DO SUL DO BRASIL E DO PROGRAMA DE COMBATE À INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA

PIRÂMIDE ALIMENTAR: PRÁTICA PEDAGÓGICA PARA CONSCIENTIZAÇÃO DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Of. nº 02/2016. Guaporé, 07 de março de 2016.

Cyberbullying: a violência virtual

Como a falta de informações prejudica o combate ao bullying

CAMARA MUNICIPAL DE VALINHOS

BULLYING: DOMÍNIO PELO MEDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ FRETZ SIEVERS JUNIOR UMA PROPOSTA DE CONTROLE DE WEBSITES NAS ESCOLAS PARA O COMBATE AO CYBERBULLYING

DIVERSIDADE SEXUAL NA ESCOLA: HOMOFOBIA, PRÁTICAS DISCRIMINATÓRIAS E AÇÕES EDUCATIVAS

BULLYING VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS, O QUE PODE-SE FAZER?

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Mestrado Profissional em Ensino de Ciências. Carolinne Rodrigues da Silva Teixeira

GÊNERO E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHERES

Bullying: percepções dos estudantes em uma escola pública de Brasília. Bullying: perceptions of students in a public school in Brasilia

Lei de combate ao bullying precisa vir acompanhada de educação digital Gabriel Brito, da Redação

PROC. Nº 1439/09 PLL Nº 050/09 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

REGULAMENTO DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA DO NUCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS DA FACULDADE DO VALE DO JAGUARIBE

O QUE É O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?


Lei Maria da Penha completa 8 anos

O INSTITUTO DA RESPONSABILIDADE CIVIL E O PROGRAMA DE COMBATE À INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA (LEI N /2015)

AUTOR(ES): FERNANDA CRISTINA BENA DA SILVA, DULCIVANIA RIBEIRO GALVÃO, WILLIAM PEREIRA NEVES

BULLYING NO ENSINO SUPERIOR

BULLYING E LEI Nº , DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015

BULLYING SEGUNDO A ANÁLISE DE LEGISLAÇÕES NACIONAIS

Universidade Federal de São Carlos Campus de Sorocaba Coordenação do Curso de Matemática

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

Conceito e definição

PROJETO DE LEI ORDINÁRIA Nº 458/2017

PARTE I - IDENTIFICAÇÃO

A IMPORTANCIA DA PSICOPEDAGOGIA NA PREVENÇÃO DO BULLYING NA ESCOLA

JOGO DA MEMÓRIA COMO RECURSO LÚDICO NO ENSINO DE BRIÓFITAS E PTERIDÓFITAS NO ENSINO MÉDIO EM PARNAÍBA-PI

Anais V CIPSI - Congresso Internacional de Psicologia Psicologia: de onde viemos, para onde vamos? Universidade Estadual de Maringá ISSN X

O PIBID/BIOLOGIA UNIEVANGÉLICA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ESCOLA: ABORDANDO O TEMA EDUCAÇÃO SEXUAL

Bullying. Iniciativa:

Coordenadores de Área

1.Perfil do Formando Avaliação Formandos

Plano da Intervenção

BULLYING NA ESCOLA: OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA. Camila Righi Medeiros Camillo. Suzete Benites. UNIFRA - Centro Universitário Franciscano

Processos acadêmicos. Dra Sandra Aparecida Benite Ribeiro Coordenadora de graduação

EDUCANDO PARA A DIVERSIDADE

ENSINO DE EQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU ATRAVÉS DE JOGOS

INTERVENÇÃO DO PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL CICLO I NO COTIDIANO ESCOLAR DOS ALUNOS DIANTE DO BULLYING

AS RELAÇÕES ENTRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E BULLYING: ESTUDO COM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE CANOAS-RS

III contra a criança e o adolescente; IV contra a pessoa com deficiência; VI contra o portador do vírus HIV;

BULLYING NÃO É BRINCADEIRA

BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO RELIGIOSO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA DOCENTE

Como se proteger de situações de intimidação, assédio e defender a liberdade de cátedra

Número % A B C D E Total A B C D E. Questão

OFICINA POCKET REPORTAGEM NA PRODUÇÃO DE

BULLYING X ESCOLA: UM ESTUDO COM ESCOLARES DO 5º AO 8º ANO DA REDE ESTADUAL E MUNICIPAL DO MUNICIPIO DE SANTA CRUZ DO SUL RS

Violência Moral e Psicológica no Trabalho: uma violência organizacional

EXCLUIR HUMILHAR ASSEDIAR O QUE É BULLYING? FAZER SOFRER AGREDIR DISCRIMINAR AMEDRONTAR INTIMIDAR BATER ZOAR PROVOCAR ISOLAR APELIDAR IGNORAR SACANEAR

RELATÓRIO DE TRABALHO DOCENTE SETEMBRO DE 2012 EREM LUIZ DELGADO

Palavras-chave: Doença; Sensibilização; Ferramenta didática; Mídia áudio-visual.

Transcrição:

PALESTRA DE CONSCIENTIZAÇÃO E ALERTA: BULLYING NÃO É BRINCADEIRA Giovanna Aguiar Trévia Salgado¹; Aline Fontenele de Brito 1 ; João Marcos de Góes 2 Universidade Federal do Piauí UFPI - Ciências Biológicas; ¹Discentes, giovanna-salgado@hotmail.com; enilafontenele@hotmail.com; 2 Docente, jmarg@uol.com.br INTRODUÇÃO O bullying é um fenômeno que começou a ser estudado pelo professor Dan Olweus, na Universidade de Bergen Noruega, em meados da década de 1970 (ALBINO; TERÊNCIO, 2010). No Brasil, o assunto já é discutido desde 1990, porém, foi apenas pelo ano de 2005 que o tema ganhou maior visibilidade (LOPES, 2005). Desde então muito se é discutido sobre o tema mas, o que se percebe é que o assunto ainda é visto por muitos como se tratando apenas de brincadeira infantil. O termo bullying é uma situação que se caracteriza por agressões físicas e verbais, feitas de forma repetitiva (MANEGOTTO; PASINI; LEVANDOWSKI, 2013). Usualmente os indivíduos que sofrem o bullying são pessoas mais retraídas e que têm dificuldade de reagir diante de situações agressivas, entretanto, ninguém está isento de sofrer agressões (sejam físicas ou morais). Segundo Silva (2010), as consequências do bullying escolar são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, de suas vivências, da predisposição genética, da forma e da intensidade das agressões. Para Ferreira; Tavares (2009) o fato de o bullying ser mais evidente em escolas demonstra uma forma que o indivíduo encontra para se reafirmar ou se impor diante das regras da instituição que frequenta e das pessoas com quem convive. Em novembro de 2015 foi sancionada a lei que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (bullying). A lei de número 13.185 (BRASIL, 2015) classifica o bullying de oito formas diferentes, conforme as ações praticadas, são elas: I - verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente; II - moral: difamar, caluniar, disseminar rumores; III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar; IV - social: ignorar, isolar e excluir; V - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar; VI - físico: socar, chutar, bater; VII - material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; VIII - virtual: depreciar, enviar

mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social. Dentro desse contexto é importante salientar que brigas e discussões esporádicas não são classificadas como bullying. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Piauí Campus Ministro Reis Velloso, que trabalha com atividades envolvendo o âmbito escolar, desenvolveu uma atividade por meio de uma palestra em uma escola pública da cidade de Parnaíba, para conscientizar os alunos sobre o perigo do bullying. O objetivo dessa atividade foi o de sensibilizar os alunos sobre como a prática do bullying pode ofender e machucar os colegas, contribuir com a criação de um ambiente favorável à aprendizagem e à convivência harmônica entre os indivíduos e conscientizar sobre as consequências do bullying para quem sofre com essa violência. METODOLOGIA Para que fosse feita a exposição desse assunto, foram ministradas palestras abordando a temática do bullying para alunos do 6º ano do ensino fundamental, turmas do período da manhã e da tarde, de uma escola pública do município de Parnaíba, Piauí. Para realização das palestras, foram utilizados recursos de mídia visual, apresentação de slides em PowerPoint, mídia audiovisual, exposição de vídeos e animações, onde apresentou uma duração de 50 minutos, o equivalente a uma aula. A abordagem do assunto ocorreu de forma a instigar e incentivar a participação dos alunos. A palestra esclareceu sobre os tipos de bullying, o perfil dos agressores e dos agredidos, as suas consequências e destacou ainda a importância da denúncia dos praticantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Alguns dos alunos participaram durante a palestra fazendo questionamentos, dando sua opinião e relatando suas experiências. No decorrer da atividade, pode-se perceber reações distintas entre os alunos quando foram expostos os diferentes tipos de bullying. A maioria dos estudantes acreditava que a prática do bullying era restrita a agressões físicas e morais, demonstrando a falta de conhecimento sobre o assunto. Conforme era explicado o tema e suas características, foram surgindo relatos de casos de bullying sofridos por esses alunos dentro do ambiente escolar, mas que não foram encarados como tais por não ter sido identificada a prática do bullying, por conta dos alunos desconhecerem esse assunto.

Embora esse tema seja ainda muito desconhecido e pouco tratado pelos adolescentes ele é muito comum e faz parte da realidade de muitos estudantes. De acordo com Fante (2005), o fenômeno bullying é uma realidade inegável nas escolas brasileiras independentemente de turno de estudo, localização da escola, tamanho da escola ou da cidade onde ela se localiza ou se são séries finais ou iniciais ou ainda se a escola é pública ou privada. Durante a discussão do tema, foi visualizada a aversão por parte de alguns alunos sobre a denúncia dos praticantes do bullying (Bullies). Foi possível perceber também que alguns alunos se expressaram em relação ao assunto em tom de zombaria e deboche, demonstrando a falta de respeito com os colegas, o que foi considerado como um dos motivos para a falta de delação desses Bullies. Os resultados obtidos são reforçados pela concepção de Só (2010), quando ela destaca a importância da troca de informações sobre o tema visando uma cultura de paz, dentro e fora do ambiente escolar. Os resultados corroboram ainda com Bandeira; Hutz (2012) que diz que o bullying é um problema sério que deve ser visto como tal, o fato de alguns alunos tratarem esse tipo de violência como brincadeira demostra à naturalização deste fenômeno, o que deve ser evitado. Para Sergio Paulo Rouanet (2003) a intolerância pode ser definida como uma atitude de ódio sistemático e de agressividade irracional com relação a indivíduos e grupos específicos, a sua maneira de ser, a seu estilo de vida e às suas crenças e convicções. Essa atitude pode ser percebida por meio de descriminações de caráter religioso, racial, identidade de gênero ou simplesmente pela aparência física de um indivíduo não se enquadrar em determinados padrões estéticos. É esse tipo de conduta que é comumente observado no âmbito do bullying em escolas. O ambiente escolar e as ações desenvolvidas dentro dele podem e devem estimular a compreensão de temas que envolvem a sociedade e incitar a prática da tolerância e respeito aos demais. Para Souza; Almeida (2011) a redução da possibilidade de ocorrência do bullying pode ser realizada através de políticas de intervenção, onde todos possam contribuir com a disseminação da discussão do tema, reafirmando a importância do trabalho que foi realizado na escola. Um relatório da Unesco divulgado em janeiro deste ano (2017) afirma que A escola é também um lugar onde atitudes que geram violência podem ser mudadas, e a não violência pode ser aprendida. Os alunos participantes das palestras afirmam sofrer mais bullying de tipo verbal, xingamentos e apelidos, corroborando com os dados encontrados por Berger (2007) e Bandeira; Hutz (2012) quando esses também apontam o bullying verbal como o mais utilizado entre os adolescentes. A escolha desse tipo de bullying por vezes ocorre pela dificuldade de se perceber a

violência, uma vez que não deixa marcas físicas nos agredidos facilitando que os agressores saiam impunes. CONCLUSÃO O bullying é um problema social que deve ser tratado com seriedade pelas escolas, famílias e comunidade em geral. É importante que as escolas adotem medidas de prevenção e conscientização do bullying, além de oferecer a equipe pedagógica a instrução necessária para a identificação e combate das diversas formas de violência. Os resultados identificados durante os diálogos ocorridos nas palestras demonstram a falta de segurança dos alunos em tratar do tema. Muitas vezes, os estudantes não comentam nada com os pais ou professores por acharem que não serão levados a sério ou por pensarem se tratar de uma bobagem. Entretanto, as consequências do bullying variam desde sintomas emocionais e físicos ao fenômeno da evasão escolar e podem causar consequências a curto e longo prazo. Assim, espera-se que este estudo possa contribuir para que mais informações acerca do tema sejam difundidas, bem como medidas de prevenção contra o bullying sejam adotadas. AGRADECIMENTOS A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela concessão da bolsa do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência), no projeto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Piauí "Campus" Parnaíba, que permitiu a realização deste trabalho. REFERÊNCIAS: ALBINO, P. L.; TERÊNCIO, M. G. Considerações críticas sobre o fenômeno do bullying: Do conceito ao combate e à prevenção. Revista Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII, n. 82, nov. 2010. BANDEIRA, C. DE M.; HUTZ, C. S. Bullying: prevalência, implicações e diferenças entre os gêneros. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 16, n. 1, jan./jun. 2012. BERGER, K. S. Update on bullying at school: Science forgotten?. Disponível em: < https://www.detweedeverdieping.nu/images/pdf/update%20on%20bullying%20at%20school.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2017.

BRASIL. Lei nº 13.185, de 6 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Brasília, 2015. FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2ª ed. Campinas: Versus, 2005. FERREIRA, J. M.; TAVARES, H. M. Bullying no ambiente escolar. Revista da católica, Uberlândia, v. 1, n.2, 2009. LOPES, Neto A. A. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria, Rio De Janeiro, v. 81, n. 5, 2005. MENEGOTTO, L. M. O.; PASINI, A. I.; LEVANDOWSKI, G. O bullying escolar no Brasil: uma revisão de artigos científicos. Revista Psicologia: teoria e prática, São Paulo, maio-ago. 2013. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - UNESCO. School Violence and Bullying: Global Status Report. Paris, 2017. ROUANET, S. P. O eros das diferenças. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0902200307.htm>. Acesso em: 30 jul. 2017. SILVA, A. B. B. Cartilha: Bullying - justiça nas escolas. 1ª ed. Conselho Nacional de Justiça. Brasília, 2010. SÓ, S. L. Bullying nas escolas: uma proposta de intervenção. 34 f. Monografia Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010. SOUZA, C. P.; ALMEIDA, L. C. P. Bullying em ambiente escolar. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, Centro Científico Conhecer, v. 7, n. 12, 2011.