1 SUBSECRETARIA PARA ASSUNTO DE GESTÃO HOSPITALAR Núcleo Regional de Especialidades de Vitória CRE Metropolitano PROTOCOLO OSTOMIZADO AUTORES: Francisco Mario de Azevedo Barros Médico Cirurgião Geral do CRE Metropolitano e Paulo Roberto Fernandes de Oliveira Urologista do CRE Metropolitano. Coautores: Alda Vieira; Daysi Koehler Behning; Magda Souza Araújo. DATA DE REALIZAÇÃO: 26/01/2012 1. CONCEITO Estomia é um procedimento cirúrgico que consiste na exteriorização do sistema (digestivo, respiratório e urinário), criando um orifício externo que se chama estoma ou ostoma. O paciente que evolui para um estoma é proveniente de doenças graves como neoplasia, doenças inflamatórias do trato digestivo, acidente de transito, perfuração por arma branca, arma de fogo, outros. Estomias intestinais (colostomia e ileostomia) São intervenções cirúrgicas realizadas, tanto no cólon (intestino grosso) como no intestino delgado e consiste na exteriorização de um segmento intestinal, através da parede abdominal, criando assim uma abertura artificial para a saída do conteúdo fecal. Estomias urinárias (urostomia) _ abertura abdominal para a criação de um trajeto de drenagem da urina. São realizadas por diversos métodos cirúrgicos, com objetivo de preservar a função renal. Gastrostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na realização de uma comunicação do estômago com o meio exterior. Tem indicação para pessoas que a necessitem como via suplementar de alimentação.
2 Traqueostomia procedimento cirúrgico realizado para criar uma comunicação da luz traqueal com o exterior, com o objetivo de melhorar o fluxo respiratório. 2. Definição: O serviço classificado em atenção às pessoas ostomizadas I, presta assistência especializada interdisciplinar às pessoas com ostoma, objetivando sua reabilitação, com ênfase na orientação para o autocuidado, prevenção de complicações nas estomias e fornecimento de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança. Deve dispor de equipe multiprofissional, (Médico, enfermeiro, Assistente Social, psicólogo), equipamentos e instalações físicas, integrados a estrutura física de policlínicas, ambulatórios de hospital geral e especializado, unidades ambulatoriais de especialidades, unidades de reabilitação física. 2.1.equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança de acordo com tabela de procedimentos garantidos pela portaria nº. 400, de 16 de novembro de 2009. Bolsa de colostomia fechada com adesivo micro poroso; Bolsa de colostomia com adesivo micro poroso drenável; Conjunto de placa e bolsa para estomia intestinal; Barreiras protetoras de pele, sintética e/ou mista em forma de pó/ pasta e/ou placa; Bolsa coletora para urostomizados; Conjunto de placa e bolsa para urostomizados; Coletor urinário de perna ou de cama. 2.2. equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança garantidos pela SESA, além dos fornecidos de acordo com a portaria nº. 400, de 16 de novembro de 2009. Espessante para efluente; Desodorizante; Kit irrigação; Cinto elástico ajustável para bolsa de estoma Fita para fixação de bolsa
3 Lenços descartáveis para higienização da pele periostomal Plug anal Sistema oclusor/obturador 3. Classificação: O paciente pode ser classificado em estomia temporária ou permanente. O tempo médio de permanência do paciente ostomizado temporariamente deve variar em média de 3 meses a 12 meses, para que não fruste as expectativas e o direito do paciente, diminua os custos do programa, abrevie o retorno ao trabalho e desonere a previdência social. Ostomia temporária é aquela que no procedimento cirúrgico inicial foram mantidas as estruturas que possibilitem o funcionamento fisiológico do trato gastro-intestinal, após recuperação da doença de base. Sendo o ostoma definitivo aquele em que foi necessário a retirada de estrutura que mantém o fiologismo do trato gastro-intestinal, um exemplo, seria a retirada do esfíncter anal, ou de todo canal anal, que impossibilitaria o funcionamento fisiológico do intestino, como a continência fecal. 4. Reversão do ostoma: A exteriorização do cólon, apesar de comum na urgência, acaba por gerar um novo procedimento cirúrgico para o restabelecimento do trânsito intestinal. 5. Exames necessários para realizar cirurgia de reversão de ostoma: Risco cirúrgico Hemograma Coagulograma Gs+rh Glicemia histopatologico Clister opaco duplo contraste Transito intestinal Colonoscopia Tomografia
4 5.1. Exames necessários para acompanhamento do paciente definitivo: Consulta Clinica Anual Exames para controle de doença básica-clister opaco-colonoscopiahistopatologico-tomografia 6. Classificação eletiva para reversão do ostoma: classificação dos ostomizados por desejo de reverter o ostoma, idade em ordem crescente, ostoma único, ostoma em alça, ausência de comorbidades como diabetes, Hipertensão Arterial, hérnias e outras complicações da cirurgia inicial, fistulas, doenças inflamatórias, cancer após tratamento complementar com quimio e radioterapia e ou cura clinica. Os pacientes que apresentem complicações provenientes da cirurgia inicial, como hérnia, farão inicialmente apenas o fechamento do ostoma deixando a correção das complicações associadas para um outro tempo cirúrgico, reduzindo desta forma a complicação intra-operatória, permanência hospitalar e mortalidade pós-operatória. Fonte de Consulta: Ministério da Saúde, Portaria nº. 400, de 16 de novembro de 2009. Hospital universitário de São Paulo e Rio Grande do Sul
5 FLUXOGRAMA DO PROGRAMA DE ATENÇÃO AO OSTOMIZADO Origem do ostomizado Hospital / cirurgia inicial / urgência /e emergência Paciente ostomizado Paciente é encaminhado ostomizado ao é encaminhado CRE - ME ao CRE - ME Paciente é recepcionado, cadastrado e o material é dispensado Paciente é avaliado e acompanhado por equipe multiprofissional / elaborado plano terapêutico Médico Psicólogo Assistente Social Enfermeira Nutricionista Possibilidade de reversão? De 03 meses a 01 ano SIM NÃO É elaborado um plano de cuidados que o qualifica e o condiciona para o procedimento de reversão do ostoma Permanece no programa / dispensação contínua de material e acompanhamento da equipe Encaminhar o Ostomizado p/ Hospital de referência em reversão do ostoma.