SUBSECRETARIA PARA ASSUNTO DE GESTÃO HOSPITALAR Núcleo Regional de Especialidades de Vitória CRE Metropolitano



Documentos relacionados
ROL DE PROCEDIMENTOS E EVENTOS EM SAÚDE 2016

PORTARIA Nº 400, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2009

Histórico e definição de Ostomia. Prof. Claudia Witzel

Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas ÁREA TÉCNICA SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

RESPOSTA RÁPIDA 409/ Bolsa de colostomia

Tratamento do câncer no SUS

05/05/2014 NOTA TÉCNICA

1. RESUMO EXECUTIVO. Data: 19/03/2014 NOTA TÉCNICA 48/2014. Medicamento Material Procedimento Cobertura

Experiência Do Município De Cascavel PR Na Atenção Domiciliar ABRASAD

RESOLUÇÃO NORMATIVA - RN Nº 325, DE

Att.: DIRETORIA ADMINISTRATIVA. Ref.: MS/ANS/RESOLUÇÃO NORMATIVA-RN N.325, DE 18 DE ABRIL DE 2013

Qual o aspecto das Ostomias?

ualizacao-1&catid=34:vol-4-edicao-4-outnovdez-2006&itemid=72

XX Curso de Especialização em Enfermagem em Estomaterapia, Estomias, Feridas e Incontinências a

PALESTRAS: TÓPICOS PRINCIPAIS

Cuidados com a sua estomia. Orientações aos pacientes

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

SUMÁRIO. 1.Histórico Legislação pertinente Análise Considerações Conclusão Referências 7.

ÍNDICE. Foto: João Borges. 2 Hospital Universitário Cajuru - 100% SUS

_, declara, para todos os fins legais, especialmente do disposto no artigo 39, VI, da Lei, 8.078/90 que dá plena autorização ao (à)

Proposta de Portaria Ministerial. Política Nacional de Saúde das Pessoas com Estomas ABRASO SOBEST

LINHA DE CUIDADOS DE SAÚDE EM ONCOLOGIA

Manual Específico Unimed-Rio - TISS

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - CETEC. Ensino Técnico. Qualificação:Sem certificação técnica

Modelo GFACH - Anexo 1 Indicadores mais Utilizados na Gestão Hospitalar no Brasil

ORIENTAÇÕES SOBRE OSTOMIAS

Linha de Cuidado da Obesidade. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

Aulas teórica s PROFESSOR DATA HORA AULA PROGRAMADA MÓDULO. Sessão Avaliação ED Supervisão TOTAL

ANEXO. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Para candidatos que desejam entrar na 4ª etapa do curso

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA ABERTURA DE SINISTRO DIAGNÓSTICO DE CÂNCER

Infecções e inflamações do trato urinário, funçao sexual e reprodutiva Urologia Denny

1. INTRODUÇÃO TIPOS DE TRANSPORTE Transporte intra-hospitalar: Transporte inter-hospitalar:...6

INTRODUÇÃO (WHO, 2007)

Projeto Indicadores Assistenciais e de Produção

OBJETIVOS GERAIS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apêndice IV ao Anexo A do Edital de Credenciamento nº 05/2015, do COM8DN DEFINIÇÃO DA TERMINOLOGIA UTILIZADA NO PROJETO BÁSICO

XIX Curso de Especialização em Enfermagem em Estomaterapia, Estomias, Feridas e Incontinências 2013.

TRANSFERÊNCIA DE PACIENTE INTERNA E EXTERNA


Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde 2014

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Metas Internacionais de Segurança do paciente

O que significa Ostomia?

SCIH PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO - ITU

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS CENTRO OESTE Planilha de aulas - Internato em Cirurgia 1º semestre de 2015

ROTINAS E TÉCNICAS DE ENFERMAGEM Relação de POPs

TEMA: Uso de Calcitriol no hipoparatireoidismo após cirurgia de tireóide

Regulação de Urgência e suas Implicações A experiência de Belo Horizonte

Melhor em Casa Curitiba-PR

RELATÓRIO ANUAL DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS / Convênio Municipal Secretaria de Desenvolvimento Social

PROGRAMA SAÚDE INTEGRAL

Os profissionais de enfermagem que participam e atuam na Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional, serão os previstos na Lei 7.498/86.

FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ. N 0 Recomendação REC - 003

CURSOS PRÉ-CONGRESSO MÓDULO I - MOTILIDADE DIGESTIVA BAIXA Hotel Serra Azul, Gramado, 24 de Setembro de 2008

MANUAL DE ORIENTAÇÕES PARA HOME CARE

AUDITORIA EM ENFERMAGEM. UNIPAC UBERLÂNDIA CURSO GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: Administração ll Profa : Amanda Cristina de Oliveira Mendes

ANEXO III REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES POR CARGO/FUNÇÃO

ANEXO. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Para candidatos que desejam entrar na 2ª etapa do curso

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

MARATONA DO CONHECIMENTO TECNOLÓGICO DESCRITIVO TÉCNICO DA OCUPAÇÃO DE: GESTÃO HOSPITALAR

SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLOPROCTOLOGIA (SBCP) COMISSÃO DE ENSINO E APERFEIÇOAMENTO MÉDICO

INCLUSÃO E ALTERAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DA TABELA DE PROCEDIMENTOS, MEDICAMENTOS E OPM DO SUS

Capacitação de Profissionais em Prevenção, Controle e Assistência Oncológica

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA ABERTURA DE SINISTRO INCAPACIDADE FISICA TOTAL E TEMPORÁRIA POR ACIDENTE

RESPOSTA RÁPIDA 435/2014

Intestino Delgado. Bárbara Andrade Silva Allyson Cândido de Abreu

PROPOSTA DE PLANO DE SAÚDE ASSUFSM. Santa Maria, 06 de Junho de 2013.

RELATO DE EXPERIÊNCIA EM ATENDIMENTOS COM IDOSOS NO PROGRAMA MELHOR EM CASA

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP CAT Nº 040 / 2010

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Tabela de Honorários para Prestação de Serviços de Enfermagem ATIVIDADES AÇÕES DESENVOLVIDAS QUADRO VALOR ATUAL

Catálogo de Produtos. Estomia, Curativos e Cuidado Intensivo

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA

IV FÓRUM ÉTICO LEGAL EM ANÁLISES CLÍNICAS

Apresentação TISS Obrigatoriedade 30/05/2014 RN 305 / 341 IN 51 (ANS)

Núcleo de Atenção Integral à Saúde Unimed São José dos Campos

PLANO ESTRATÉGICO PARA ENFRENTAMENTO DA DENGUE NO CEARÁ 2011

Gerenciamento de Casos Especiais

Identificar como funciona o sistema de gestão da rede (espaços de pactuação colegiado de gestão, PPI, CIR, CIB, entre outros);

CENTRO CIRÚRGICO Manual de Normas, Rotinas e Procedimentos Sumário

Manual básico para novos servidores SEGURANÇA DO TRABALHO

Hospital São Paulo SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Hospital Universitário da UNIFESP

META 1. Identificar os pacientes corretamente

DESCRIÇÃO AÇÕES AGENTES REFERÊNCIAS

Tabela de Honorários RESOLUÇÃO COFEN-301/2005

8:00 Horas Sessão de Temas Livres concorrendo a Premiação. 8:30 8:45 INTERVALO VISITA AOS EXPOSITORES E PATROCINADORES.

ANEXO II REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS DO PROCESSO DE SELEÇÃO SIMPLIFICIDA DA SECRETARIA DE SAÚDE

UNILUS CENTRO UNIVERSITÁRIO LUSÍADA PLANO ANUAL DE ENSINO ANO 2010

Reabilitação Pós câncer de mama Assistência às mulheres mastectomizadas

CÂMARA TÉCNICA - 4ª REUNIÃO: QUALIFICAÇÃO DA ENTRADA DE BENEFICIÁRIOS EM PLANOS DE SAÚDE: DOENÇAS OU LESÕES PREEXISTENTES

ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL

Obstrução Intestinal no Adulto

RESOLUÇÃO CREMEC nº 44/ /10/2012

Oferecemos uma ampla gama de tratamentos entre os que podemos destacar:

Contribuição do site Portal Ostomizados, com endereço na Internet em

TI e a Saúde em Campinas

Transcrição:

1 SUBSECRETARIA PARA ASSUNTO DE GESTÃO HOSPITALAR Núcleo Regional de Especialidades de Vitória CRE Metropolitano PROTOCOLO OSTOMIZADO AUTORES: Francisco Mario de Azevedo Barros Médico Cirurgião Geral do CRE Metropolitano e Paulo Roberto Fernandes de Oliveira Urologista do CRE Metropolitano. Coautores: Alda Vieira; Daysi Koehler Behning; Magda Souza Araújo. DATA DE REALIZAÇÃO: 26/01/2012 1. CONCEITO Estomia é um procedimento cirúrgico que consiste na exteriorização do sistema (digestivo, respiratório e urinário), criando um orifício externo que se chama estoma ou ostoma. O paciente que evolui para um estoma é proveniente de doenças graves como neoplasia, doenças inflamatórias do trato digestivo, acidente de transito, perfuração por arma branca, arma de fogo, outros. Estomias intestinais (colostomia e ileostomia) São intervenções cirúrgicas realizadas, tanto no cólon (intestino grosso) como no intestino delgado e consiste na exteriorização de um segmento intestinal, através da parede abdominal, criando assim uma abertura artificial para a saída do conteúdo fecal. Estomias urinárias (urostomia) _ abertura abdominal para a criação de um trajeto de drenagem da urina. São realizadas por diversos métodos cirúrgicos, com objetivo de preservar a função renal. Gastrostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na realização de uma comunicação do estômago com o meio exterior. Tem indicação para pessoas que a necessitem como via suplementar de alimentação.

2 Traqueostomia procedimento cirúrgico realizado para criar uma comunicação da luz traqueal com o exterior, com o objetivo de melhorar o fluxo respiratório. 2. Definição: O serviço classificado em atenção às pessoas ostomizadas I, presta assistência especializada interdisciplinar às pessoas com ostoma, objetivando sua reabilitação, com ênfase na orientação para o autocuidado, prevenção de complicações nas estomias e fornecimento de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança. Deve dispor de equipe multiprofissional, (Médico, enfermeiro, Assistente Social, psicólogo), equipamentos e instalações físicas, integrados a estrutura física de policlínicas, ambulatórios de hospital geral e especializado, unidades ambulatoriais de especialidades, unidades de reabilitação física. 2.1.equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança de acordo com tabela de procedimentos garantidos pela portaria nº. 400, de 16 de novembro de 2009. Bolsa de colostomia fechada com adesivo micro poroso; Bolsa de colostomia com adesivo micro poroso drenável; Conjunto de placa e bolsa para estomia intestinal; Barreiras protetoras de pele, sintética e/ou mista em forma de pó/ pasta e/ou placa; Bolsa coletora para urostomizados; Conjunto de placa e bolsa para urostomizados; Coletor urinário de perna ou de cama. 2.2. equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança garantidos pela SESA, além dos fornecidos de acordo com a portaria nº. 400, de 16 de novembro de 2009. Espessante para efluente; Desodorizante; Kit irrigação; Cinto elástico ajustável para bolsa de estoma Fita para fixação de bolsa

3 Lenços descartáveis para higienização da pele periostomal Plug anal Sistema oclusor/obturador 3. Classificação: O paciente pode ser classificado em estomia temporária ou permanente. O tempo médio de permanência do paciente ostomizado temporariamente deve variar em média de 3 meses a 12 meses, para que não fruste as expectativas e o direito do paciente, diminua os custos do programa, abrevie o retorno ao trabalho e desonere a previdência social. Ostomia temporária é aquela que no procedimento cirúrgico inicial foram mantidas as estruturas que possibilitem o funcionamento fisiológico do trato gastro-intestinal, após recuperação da doença de base. Sendo o ostoma definitivo aquele em que foi necessário a retirada de estrutura que mantém o fiologismo do trato gastro-intestinal, um exemplo, seria a retirada do esfíncter anal, ou de todo canal anal, que impossibilitaria o funcionamento fisiológico do intestino, como a continência fecal. 4. Reversão do ostoma: A exteriorização do cólon, apesar de comum na urgência, acaba por gerar um novo procedimento cirúrgico para o restabelecimento do trânsito intestinal. 5. Exames necessários para realizar cirurgia de reversão de ostoma: Risco cirúrgico Hemograma Coagulograma Gs+rh Glicemia histopatologico Clister opaco duplo contraste Transito intestinal Colonoscopia Tomografia

4 5.1. Exames necessários para acompanhamento do paciente definitivo: Consulta Clinica Anual Exames para controle de doença básica-clister opaco-colonoscopiahistopatologico-tomografia 6. Classificação eletiva para reversão do ostoma: classificação dos ostomizados por desejo de reverter o ostoma, idade em ordem crescente, ostoma único, ostoma em alça, ausência de comorbidades como diabetes, Hipertensão Arterial, hérnias e outras complicações da cirurgia inicial, fistulas, doenças inflamatórias, cancer após tratamento complementar com quimio e radioterapia e ou cura clinica. Os pacientes que apresentem complicações provenientes da cirurgia inicial, como hérnia, farão inicialmente apenas o fechamento do ostoma deixando a correção das complicações associadas para um outro tempo cirúrgico, reduzindo desta forma a complicação intra-operatória, permanência hospitalar e mortalidade pós-operatória. Fonte de Consulta: Ministério da Saúde, Portaria nº. 400, de 16 de novembro de 2009. Hospital universitário de São Paulo e Rio Grande do Sul

5 FLUXOGRAMA DO PROGRAMA DE ATENÇÃO AO OSTOMIZADO Origem do ostomizado Hospital / cirurgia inicial / urgência /e emergência Paciente ostomizado Paciente é encaminhado ostomizado ao é encaminhado CRE - ME ao CRE - ME Paciente é recepcionado, cadastrado e o material é dispensado Paciente é avaliado e acompanhado por equipe multiprofissional / elaborado plano terapêutico Médico Psicólogo Assistente Social Enfermeira Nutricionista Possibilidade de reversão? De 03 meses a 01 ano SIM NÃO É elaborado um plano de cuidados que o qualifica e o condiciona para o procedimento de reversão do ostoma Permanece no programa / dispensação contínua de material e acompanhamento da equipe Encaminhar o Ostomizado p/ Hospital de referência em reversão do ostoma.