Embrapa Agropecuária Oeste. Documentos, 32 Embrapa Algodão. Documentos, 82 Exemplares desta publicação podem ser solicitados à: Embrapa Agropecuária Oeste Área de Comunicação Empresarial - ACE BR 163, km 253,6 - Trecho Dourados-Caarapó Caixa Postal 661 Fone: (67) 425-5122 - Fax (67) 425-081 1 79804-970 Dourados, MS E-mail: sac@cpao.embrapa.br Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS - Agronomia Rod. Dourados-ltahum, km 12 Caixa Postal 322 79804-970 - Dourados, MS Telefone/fax (67) 422-3888 Embrapa Algodão Área de Comunicação Empresarial Rua Osvaldo Cruz 1143 Centenário Caixa Postal 1 74 58107 720 Campina Grande, PB Fone (83) 341-3608 - Fax (83) 322-7751 PRODUÇÃO GRÁFICA: Normalização: Eli de Lourdes Vasconcelos Capa: DZM Eventos e Marketing TIRAGEM: 2.000 exemplares IMPRESSÃO: Gráfica e Editora PJ Eventos Feiras e Congressos CIP-Catalogação-na-Publicação Embrapa Agropecuária Oeste Congresso Brasileiro de Algodão (3. : 2001 : Campo Grande, MS). Produzir sempre, o grande desafio: anais. Campina Grande: Embrapa Algodão; Campo Grande: UFMS; Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2001. 2v. (Embrapa Algodão. Documentos, 82; Embrapa Agropecuária Oeste. Documentos, 3,2). Conteúdo: v. 1. Biotecnologia; Diversos; Economia; Entomologia; Fisiologia e Ecofisiologia; Fitopatologia; Fitotecnia. v.2. Irrigação; Melhoramento; Nematologia; Orgânico; Produção e Tecnologia de sementes; Plantas daninhas; Solos e Nutrição de plantas; Tecnologia de fibra; Tranferência de tecnologia. ISSN 1516-845X (Embrapa Agropecuária Oeste) ISSN 0103-0205 (Embrapa Algodão) 1. Algodão- Pesquisa- Congresso- Brasil. I. Embrapa Algodão. II. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. III. Embrapa Agropecuária Oeste. IV. Título. V. Série. CDD 633.510981 Embrapa, 2001
PRODUTIVIDADE DO ALGODOEIRO SOB CULTIVO MÍNIMO CONVENCIONAL E SISTEMA DE PLANTIO DIRETO EM SUCESSÃO E MONOCULTURA Garibaldi Batista de MEDEIROS 5 ; António COSTA 1 ; Wilson Paes de ALMEIDA 1 ; Walter JORGE 1 ; Benedito Noedi RODRIGUES 1. RESUMO O algodoeiro no estado do Paraná, a exemplo da trajetória histórica da cultura no Brasil, passou por deslocamentos regionais e, dentre os vários fatores determinantes dessa realidade, encontra-se a perda de produtividade devido à erosão e colapso dos atributos físicos e biológicos do solo. Para superação dessa tendência, o IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná), instituição com forte tradição no desenvolvimento do SPD (Sistema de Plantio Direto) vem, gradativãmente, desde a década de 70, contribuindo para o aperfeiçoamento desse sistema envolvendo a participação do algodoeiro. Com esse trabalho, objetiva-se avaliar a produtividade do algodoeiro sob cultivos mínimo, convencional e SPD, tendo como cultura antecessora aveia preta de ciclo longo, IAPAR-61. INTRODUÇÃO No estado do Paraná as grandes culturas de primavera/verão, milho e soja, passaram por avanços rápidos na conversão do sistema de cultivo para plantio direto, na maior parte da área. O algodoeiro, cultura das mais importantes nos aspectos económico e social, não passou pelas transformações na mesma velocidade devido especificidades e limitações tecnológicas existentes à época. O Instituto Agronômico do Paraná envidou esforços com inicio, ainda na década de 70, visando estabelecer as bases para a mudança de cultivo do algodoeiro, principalmente nos solos de textura muito argilosa do Norte do Paraná (Yamaoka, 1981).A redução da produtividade, nessa região tradicional de cultivo, provocou o deslocamento da cotonicultura para regiões nas quais os solos apresentavam maiores limitações de fertilidade (Costa, 1999). Esse autor concluiu, nesse mesmo trabalho, que os resultados de análise química do solo nem sempre explicam a queda de produtividade, pois, o deslocamento do algodoeiro para solos de menor fertilidade levou a ganhos de produtividade. Como se sabe, outros fatores influenciam os rendimentos físicos da cultura, além dos indicadores de fertilidade química. Nesse contexto, através desse trabalho, objetiva~se avaliar a produtividade do algodoeiro em monocultura e em sucessão à cultura da aveia sob cultivos minimo, convencional e plantio direto. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido no período de 1995/2000, mediante a instalação de 2 experimentos nas estações experimentais do IAPAR, nos municípios de Londrina (em 1995) e Xambrê (em 1996), regiões norte e noroeste do estado do Paraná, respectivamente. Em Londrina, o Latossolo Roxo possui textura muito argilosa e, em Xambrê, o Latossolo Vermelho escuro, textura média. Efetuou-se amostragem inicial de solo a 20cm de profundidade e, em Londrina, os resultados foram os seguintes: P= 8,3 mg.kg-¹ ; MO= 30g.kg-¹; ph (CaCl 2 )= 5,8; K= 0,22, Ca= 1,75, Mg= 0,90, H+A1= 3,97, T= 13,0, todos em cmol c./dm 3 ; V=69%. Em Xambrê, foram obtidos os seguintes valores: P = 5,9mg.kg¹; MO= 2,0g.kg¹; ph (CaCl 2 ) = 5,1; K= 0,22, Ca=l,75, Mg= 0,90, H+A1= 2,95, T= 5,82, todos em cmol c /dm 3 ; V= 49%. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com 5 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram os seguintes: Tl: Convencional+Pousio; T2: Cultivo Mínimo + Pousio; T3: Convencional + Aveia; T4: Cultivo mínimo + Aveia; e T5: Plantio Direto + Aveia. A aveia preta IAPAR-61, de ciclo longo, foi utilizada para incorporação, semiincorporação e cobertura, sendo manejada através do uso do rolo-faca, com antecedência de 15 dias, à semeadura do Londrina-PR 5 Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR, Cx. P. 481, CEP 86001-970, 667
algodoeiro. Em dois terços dos anos foram semeadas as cultivares IAC -20, IAC-22 e, nos anos seguintes, IAPAR-71. A adubação do algodoeiro no Latossolo Roxo consistiu na aplicação de 10 kg de nitrogénio, 40 kg de potássio, 40 kg de fósforo, na base e 40kg de nitrogénio em cobertura. No Latossolo Vermelho escuro, 10 kg de nitrogénio, 30 kg de potássio, 40 kg de fósforo, na base, e 40 kg de N mais 30 kg de potássio, em cobertura. O controle de ervas daninhas foi realizado mediante a aplicação de glyphosate 15 dias após o manejo mecânico da aveia, em dosagem compatível com a ocorrência de ervas. Após o plantio do algodoeiro procedeu-se a aplicação de 2 e 2,51-há-¹ de trifluralina e diuron, respectivamente e, 9,0 l.ha-¹ de Diuron+MSMA, en jato dirigido, após as plantas atingirem 40 a 50cm de altura. O controle de insetos praga foi realizado com inseticidas específicos, sempre que necessário. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1, encontram-se os resultados correspondentes à produtividade do algodoeiro em Latossolo Roxo muito argiloso, constatando-se que no período compreendido pelas safras 1995/2000 houve diferença estatística entre o convencional pousio e cultivo mínimo pousio. Todos os cultivos com participação da aveia não apresentaram diferença estatística e, pelo exame das produtividades médias no período, o cultivo mínimo apresenta tendência de menores produtividades. Os resultados correspondentes às safras 1999 e 2000, após 4 e 5 safras de implantação do experimento evidenciam a inexistência de diferença estatística entre as produtividades do cultivo convencional versus sistema de plantio direto,. A produtividade verificada no Sistema de Plantio Direto (2.195 kg.há-¹), na safra 2000, relaciona-se à ocorrência de danos muito severos ocasionados pelo stemphylium e que afetou a cultivar IAPAR- 71 (variedade suscetível), na seguinte ordem:spd>cultivo mínimoconvencional. Além da alta severidade de dano, percebia-se a manifestação da doença com 15 a 20 dias de antecedência nas parcelas de plantio direto. Considerando os resultados apresentados por Costa & Yamaoka (1995) fica evidenciado que a produtividade do algodoeiro é potencializada quando em rotação de culturas, exigência indispensável a adoção e sucesso do Sistema de Plantio Direto. Para anteceder ao algodoeiro no Sistema de Plantio Direto, a aveia preta IAPAR-61, por possuir ciclo longo, alta produção de biomassa, aérea e radicular, poder supressor de ervas daninhas é a cultura mais apropriada às exigências de cobertura do algodoeiro. Em Londrina, a produção de matéria seca proveniente da aveia preta atingiu 6 a 7 t, enquanto, em Xambrê, 3 a 4 t.em Xambrê não houve diferença estatística entre as produtividades do convencional e SPD mas, pela análise conjunta das Tabelas 1 e 2, constata-se que no Latossolo Vermelho escuro, textura média, foram obtidas produtividades superiores àquelas do Latossolo Roxo, muito argiloso, de fertilidade química superior. Além disso, a produtividade do algodoeiro em sistema de plantio direto no solo com textura média, tende a superar,com maior consistência, àquela apresentada pelo convencional. 668
CONCLUSÕES 1. As produtividades do algodoeiro foram equivalentes nos vários sistemas testados em solos de textura media e muito argilosa. 2. A produtividade do algodoeiro em Sistema de Plantio Direto e aveia como cultura de cobertura, no Latossolo Vermelho escuro textura média, tende a superar àquela obtida em cultivo convencional. BIBLIOGRAFIA COSTA, A. Fertilidade Química do Solo e produtividade do algodoeiro no Estado do Paraná. In: Congresso Brasileiro do Algodão. In: Congresso Brasileiro do Algodão, 2., 1999, Ribeirão Preto. Anais... Campina Grande, EMBRAPAI - CNPA, 1999. COSTA, A.; YAMAOKA, R.S. Efeitos da rotação de culturas, 2.; no algodoeiro. In: II Encontro Nacional de Rotação de Culturas, 1993, Campo Mourão. Anais... Campo Mourão: Associação de Engenheiros Agrónomos de Campo Mourão, 1995. P. 169-180. YAMAOKA, R.S. Plantio Direto no Estado do Paraná. Circular Técnica, 23. IAPAR, Londrina IAPAR 1981. 241 p. (IAPAR, Circular Técnica, 23). 669