Autor(es) CAROLINA PIERONI ANDRADE. Orientador(es) ESTER DA SILVA. Apoio Financeiro. PIBIC/CNPq. 1. Introdução

Documentos relacionados
5º Congresso de Pós-Graduação

16 Congresso de Iniciação Científica. EFEITO DO USO DOS CONTRACEPTIVOS ORAIS NA MODULAÇÃO AUTONÔMICA DA FREQüÊNCIA CARDÍACA DE MULHERES JOVENS ATIVAS

Autor(es) VANESSA SOLIANI CELANTE. Orientador(es) ESTER DA SILVA. Apoio Financeiro PIBIC/CNPQ. 1. Introdução

Há algum contraceptivo com maior risco cardiovascular??? XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA

Autor(es) THAMIRES CRISTINA DA COSTA ZANINI. Orientador(es) ESTER DA SILVA. Apoio Financeiro PIBIC/CNPQ. 1. Introdução

CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PRO MATRE Ant n icon o c n ep e ç p ão ã o e m e m situa u ç a õe õ s e e s e pe p c e iai a s Is I abel l L.A.. A C. orrêa

Avaliação eletrocardiográfica e da atividade barorreflexa em graduandos do curso de Educação Física do IF Sudeste de Minas - Câmpus Barbacena.

8º Congresso de Pós-Graduação AVALIAÇÃO DA MODULAÇÃO AUTONÔMICA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM DIFERENTES MODALIDADES DE ATIVIDADE FÍSICA

Tenha em mente que estes são os maiores problemas de saúde no mundo. Os principais resultados medidos são geralmente perda de peso, bem como fatores

ESTUDO DO PERFIL LIPÍDICO DE INDIVÍDUOS DO MUNICÍPIO DE MIRANDOPOLIS/SP

EFEITOS CARDIOVASCULARES INDUZIDOS PELA ADMINISTRAÇÃO AGUDA DE CAFEÍNA.

IMPACTO DO USO DE CONTRACEPTIVOS HORMONAIS ORAIS DE BAIXA DOSAGEM SOBRE A DENSIDADE MINERAL ÓSSEA DE ADOLESCENTES

Revista Brasileira de Fisioterapia ISSN: Associação Brasileira de Pesquisa e Pós- Graduação em Fisioterapia Brasil

TRATAMENTO PARA DISLIPIDEMIA DURANTE A MENOPAUSA: UM ESTUDO DE REVISÃO

INFLUÊNCIA DA ORDEM DO TIPO DE PAUSA NOS PARÂMETROS BIOQUÍMICO DE UM TREINAMENTO INTERVALADO EM HOMENS. RESUMO

8º Congresso de Pós-Graduação AVALIAÇÃO DA MODULAÇÃO AUTONÔMICA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DE PARAPLÉGICOS A PARTIR DE MODELOS LINEARES E NÃO LINEAR

INFLUÊNCIA DOS CONTRACEPTIVOS ORAIS NA CAPACIDADE AERÓBIA DE MULHERES JOVENS SEDENTÁRIAS

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

Framingham score for cardiovascular diseases among civil servantes,sao Paulo, 1998.[Portuguese]

SUSANA AMÉRICA FERREIRA

Lista de Tabelas. Tabela 1 Estrogênios: doses e vias de administração

Autor(es) VANESSA SOLIANI CELANTE. Orientador(es) ESTER DA SILVA. Apoio Financeiro PIBIC/CNPQ. 1. Introdução

doi:

Estudo do polimorfismo TaqIB do gene CETP em indivíduos dislipidêmicos

Vitamina D em Pacientes Diabéticos com Doença Arterial Coronariana

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS COLABORADORES E PROFESSORES DA FACISA/UNIVIÇOSA 1

COLESTEROL LDL LDL COLESTEROL

Avaliação prospectiva da Osteocalcina em adolescentes usuárias de anticoncepcional oral de baixa dosagem: um ano de acompanhamento

Dislipidemia é a alteração da concentração de lipoproteínas e/ou lipídios

SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PREVENÇÃO QUATERNÁRIA EM APS

A Matemática e os Fatores de Risco para Doença Cardiovascular nos Professores da Rede Pública de Major Gercino e Botuverá Categoria: Comunidade

HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS. Residente: Ramon Andrade Orientador: Prof. Dr. Décio Alves

COMPARAÇÃO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA ENTRE ADULTOS EUTRÓFICOS E COM SOBREPESO

PRÁTICA: ANÁLISES CLÍNICAS - COLESTEROL TOTAL E COLESTEROL HDL PARTE A - DOSAGEM BIOQUÍMICA DE COLESTEROL TOTAL (CT)

RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE MONÓCITOS E OS VALORES DE COLESTEROL-HDL

RELAÇÃO ENTRE MOBILIDADE CERVICAL, SENSIBILIDADE LOMBAR E O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS: UM ESTUDO TRANSVERSAL.

IMPLICAÇÕES DA CLASSE DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E OBESIDADE ABDOMINAL NO RISCO E GRAVIDADE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PORTUGAL

CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FARMÁCIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

SÍNDROME METABÓLICA E ADOLESCÊNCIA

TRABALHO CIENTÍFICO (MÉTODO DE AUXÍLIO DIAGNÓSTICO PATOLOGIA CLÍNICA)

FATORES DE RISCOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES HIPERTENSOS E DIABETICOS ATENDIDOS EM UM CENTRO DE TRATAMENTO EM RIO VERDE/GO.

Booster Termogênico Natural Rico em Bioativos e Fibras

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

PERFIL LIPÍDICO E FATORES BIOLÓGICOS E AMBIENTAIS

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

Aproximadamente metade das crianças com dislipidemia carregará essa. Quando Devemos Pesquisar Dislipidemia em Crianças?

densidade óptica está ilustrada na Figura 1. O grupo anti-lpl positivo (anti- LPL+) foi detectado em 25 dos sessenta e seis pacientes com LES (37,8 %)

TÍTULO: HIPERTRIGLICERIDEMIA PÓS-PRANDIAL EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E O RISCO CARDIOVASCULAR

RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS SÉRICOS DE COLESTEROL-TOTAL E PCR-AS COMO FATOR DE RISCO CARDIVASCULAR EM TRABALHADORES DE EMPRESA PRIVADA

IMPACTO DE DIFERENTES INTENSIDADES DE CAMINHADA EM FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM MULHERES SEDENTÁRIAS

PROJETO DIRETRIZES RISCO AUMENTADO PARA CA DE ENDOMÉTRIO ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DA GLICOSE RISCO DESENVOLVIMENTO PRECOCE DE DIABETES

RESPOSTA AGUDA DA PRESSÃO ARTERIAL APÓS TREINAMENTO COM PESOS EM INTENSIDADE AUTOSSELECIONADA E IMPOSTA

AUDREY KRÜSE ZEINAD Grupo de Hemostasia - HCFMUSP

EXAMES LABORATORIAIS PROF. DR. CARLOS CEZAR I. S. OVALLE

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Ministério da Saúde Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

ANÁLISE DO ESTILO DE VIDA E DOS COMPONENTES METABÓLICOS DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 1

Terapêutica de Reposição Hormonal e Risco Cardiovascular

XXXV Congresso Português de Cardiologia Abril ú ç

Aline de Oliveira Rezende 1, Lucas Weba Soares 2, Matheus Silva Alves 3, Adrielle Zagmignan 4, Eduardo Martins de Sousa 5

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO

DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DOS LIPÍDEOS

O CLIMATÉRIO, O ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL LIPÍDICO NAS DIFERENTES FAIXAS DE IDADE 1

AVALIAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA EM POLICIAIS MILITARES DE CAMPINA GRANDE-PB

ORLISTATE SINTÉTICO. Agente antiobesidade de ação periférica

Análisis de los Progestágenos más Utilizados en TRH. Nilson Roberto de Melo

PECULIARIDADES DA HIPERTENSÃO NA MULHER CELSO AMODEO

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

Reduced pelvic pain in women with endometriosis: efficacy of long-term dienogest treatment.

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

INDICADORES BIOQUÍMICOS DA FUNÇÃO RENAL EM IDOSOS

Tabela 16 - Freqüência do polimorfismo 4G/5G na região promotora do gene do PAI -1 entre os pacientes com DAP e indivíduos do grupo-controle

CAPITULO I INTRODUÇÃO

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

Faculdade Ciências da Saúde (FCS) Laboratório de Reabilitação Cardiovascular

Treinamento de Força e Diabetes. Ms. Sandro de Souza

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: (x) Resumo ( ) Relato de Caso

MTAC Aula 6 BIOQUÍMICA DO SANGUE PARTE 1. GLICEMIA e LIPÍDIOS PLASMÁTICOS. 1) Mecanismos de regulação da glicemia: agentes hiper e hipoglicemiante

CAFÉ VERDE. Gerenciamento de peso com 45% de Ácido Clorogênico. Informações Técnicas

RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS SÉRICOS DE COLESTEROL-LDL E O NÚMERO DE MONÓCITOS EM TRABALHADORES DE EMPRESAS PRIVADAS

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

RESPOSTAS NEUROMUSCULARES E HORMONAIS ASSOCIADAS AO CICLO MENSTRUAL DE MULHERES SUBMETIDAS AO TREINAMENTO DE FORÇA

SÍNDROME DE INSULINO-RESISTÊNCIA, SÍNDROME METABÓLICA: DEFINIÇÕES

Aula 1 - Fatores de risco Cardiovascular

ÔMEGA 3 PÓ. EPA e DHA suplementados na forma de pó

COMPORTAMENTO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ATLETAS DE ALTA PERFORMANCE

DISFUNÇÕES HORMONAIS: OSTEOARTROSE

O EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO EM MULHERES NA MENOPAUSA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Benefícios não contraceptivos do Yasmin

Flutamida, metformina ou ambos para mulheres com sobrepeso ou obesidade e síndrome dos ovários policísticos (SOP).

EFEITOS DO USO DE AJUDA FÍSICA NA APRENDIZAGEM DE UMA TAREFA MOTORA DE EQUILÍBRIO DINÂMICO EM ADULTOS 1. INTRODUÇÃO

ANÁLISES ESPECTRAL E SIMBÓLICA DA MODULAÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA EM REPOUSO E EM RESPOSTA À MUDANÇA POSTURAL DE IDOSOS SAUDÁVEIS:

PERFIL LIPIDÊMICO EM PACIENTES DE UMA COMUNIDADE RURAL ATENDIDOS PELO PROGRAMA CRUTAC NO DISTRITO DE ITAICOCA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA - PR

PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS NA FASE PRÉ-TRANSPLANTE

Adriana Bertolami. Médica da Seção de Dislipidemias do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Terapia de Reposição Hormonal baseada em Evidências.: Otavio C. E Gebara 2016

DISLIPIDEMIAS PROF. RENATA TORRES ABIB BERTACCO FACULDADE DE NUTRIÇÃO - UFPEL

Transcrição:

20º Congresso de Iniciação Científica ASSOCIAÇÃO ENTRE A MODULAÇÃO AUTONÔMICA DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E O PERFIL LIPÍDICO DE MULHERES JOVENS USUÁRIAS OU NÃO DE CONTRACEPTIVOS ORAIS Autor(es) CAROLINA PIERONI ANDRADE Orientador(es) ESTER DA SILVA Apoio Financeiro PIBIC/CNPq 1. Introdução As mulheres compartilham de vários fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular, e dentre eles, inclui o uso de contraceptivos orais (COs). (GENAZZANI; GADDUCCI; GAMBACCIANI, 2001; THAYER, et al. 2010). O sedentarismo associado ao uso de COs monofásicos combinados de baixas dosagens tem sido considerada como um fator de risco importante para alterações dos níveis lipídicos o que favorece o desenvolvimento da aterogênese e a doença arterial coronariana (DAC) (SHERIF, 1999; FOULON et al., 2001, GASPARD, 2004; MACHADO et al., 2010), assim como, alterações na modulação autonômica cardíaca (MINSON et al., 2000). Porém ainda existem controversas sobre a relação entre o uso de COs e a modulação autonômica cardíaca. Minson et al. (2000) verificaram que o uso de COs pode modificar a sensibilidade barorreflexa alterando indiretamente a distensibilidade dos vasos e a atividade simpática. Considerando a importância de reprodutibilidade da quantificação e da complexidade da regulação cardiovascular em diferentes situações, Takahashi et al. (2011) e Perseguini et al. (2011) utilizaram análises não-lineares a partir do cálculo de entropia (PORTA et al., 1998; 2001) e da dinâmica simbólica (GUZZETTI et al., 2005) para a avaliação da modulação autonômica da FC, pois, trata-se de um assunto relevante, uma vez que os COs associados a outros fatores, como o sedentarismo e a dislipidemia, apresentam-se como um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No que se refere ao uso de COs associado ao metabolismo dos lípides plasmáticos, estudos relatam que as alterações dependem das dosagens de estrogênio e de progesterona (FOULON, 2001; YILDIZHAN et al., 2009). Sherif (1999) relata que o estrogênio aumenta os níveis séricos de HDL e diminui os de LDL, já a progesterona exerce o efeito inverso. Yildizhan et al. (2009) observaram em seu estudo o aumento dos níveis plasmáticos de triglicérides e diminuição do HDL colesterol em usuárias de COs combinados. Foulon et al. (2001) e Machado et al. (2010) atribuem que o uso de COs combinados aumenta os níveis plasmáticos de colesterol total, podendo também aumentar ou deixar inalterados os níveis de triglicérides. Este fato pode estar relacionado ao colesterol ser o bloco elementar na formação da molécula dos esteróides (PINOTTI et al., 1994). No entanto, outros autores relatam que COs combinados de baixas dosagens reduzem os efeitos adversos no aumento nos níveis séricos de triglicérides e colesterol total (SZLENDAK-SAUER; RADOWICKI; SKÓRZEWSKA, 2009). Diante do exposto a hipótese, do presente estudo foi identificar que a análise da complexidade e da dinâmica simbólica da VFC pode ser capaz de identificar diferenças na modulação autonômica da frequência cardíaca em mulheres sedentárias, usuárias ou não de contraceptivos orais combinados de baixas doses.

2. Objetivos Este trabalho teve como objetivo avaliar e comparar as dosagens lipídicas e a modulação autonômica da FC em mulheres jovens sedentárias usuárias e não usuárias de COs, a partir de métodos não lineares. 3. Desenvolvimento Aspéctos Éticos: As voluntárias foram esclarecidas sobre a relevância do trabalho, dos procedimentos experimentais e após concordarem, assinaram um termo de consentimento informado conforme as normas n 196 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNIMEP protocolo n 43/06. Foram estudadas 37 voluntárias jovens saudáveis com idade de 23,40±3,17 anos, sendo divididas em 2 grupos: 17 pertencentes ao grupo usuárias de COs (GT), com idade de 23,70±2,82 anos e 20 ao grupo não usuárias (GC) com idade de 23,15±3,49 anos. Com relação á massa corpórea, estatura, IMC, FC, pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica, os grupos apresentaram dados semelhantes (p<0,05). Os procedimentos experimentais foram realizados no Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Cardiovascular e Provas Funcionais da UNIMEP/FACIS, entre 7º e 10º dia do ciclo menstrual (fase folicular) para o GC e para o GT na vigência da 28º pílula e no último dia sem medicação. A preparação e calibração dos equipamentos, dos materiais e organização da sala foram sempre realizadas com antecedência à chegada de cada voluntária. A temperatura ambiente foi controlada artificialmente, a partir de um condicionador de ar YORK mantida entre 22 ºC a 24 ºC, a umidade relativa do ar entre 40% e 60%, ambas aferidas por meio de um termo higrômetro de leitura direta, e a pressão barométrica foi mensurada a partir do barômetro de Torricelli (INCOTERM, Porto Alegre, RS, Brasil) e procurou-se manter um trânsito mínimo de pessoas, no ambiente, durante a execução dos experimentos. As voluntárias foram orientadas para não ingerirem bebidas alcoólicas e/ou estimulantes 24 horas antes do teste e que fizessem uma refeição leve pelo menos duas horas antes do teste. Os protocolos experimentais consistiram de registro da FC batimento a batimento em repouso na postura supina. A análise da VFC foi realizada por meio de métodos não lineares através da analise simbólica: 1) padrões, sem variação [0V], 2) padrões com uma variação [1V], 3) padrões com duas variações similares [2VS] e padrões com duas variações diferentes [2VD] e através da Entropia de Shannon a qual fornece quantitativamente a complexidade da distribuição dos padrões. As amostras de sangue foram coletadas após 12 horas de jejum para dosagem dos níveis de colesterol total, lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e triglicérides. O teste de Shapiro Wilk foi utilizado para determinar a distribuição de normalidade. Para amostras não pareadas foi utilizado o teste estatístico de Mann-Whitney, para as amostras pareadas foi utilizado o teste de Wilcoxon com nível de significância p<0,05. Todos os procedimentos estatísticos foram realizados a partir do aplicativo BioEstat versão 5.0. 4. Resultado e Discussão Na tabela 1 estão expressos em média e desvio padrão o resultado da análise não linear a partir da ES e percentuais de aparecimento dos padrões da análise simbólica (0V%, 1V%, 2VS e 2VD%), dos grupos estudados. Observa-se que os indices da VFC foram semelhantes entre os grupos estudados (p>0,05). Esses achados são concordantes com o estudo de Rebelo et al. (2011) os quais utilizaram métodos não lineares. Tal fato pode ser atribuído às propriedades farmacológicas de baixas dosagens de estrogênio/progesterona, as quais estão associadas ao menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares (BRUYNER et al., 1996). (ISACCO; DUCHÉ; BOISSEAU, 2012). Schueller et al. (2006) sugerem que progestágenos sintéticos contidos nos contraceptivos orais modernos ou de terceira geração não influenciam na modulação autonômica da FC. Na tabela 2 apresentam-se os valores de colesterol total (mg/dl), HDL (mg/dl), LDL (mg/dl) e triglicérides (mg/dl) das voluntárias do GT e GC expressos em média e desvio padrão. Vale ressaltar que os mesmos estão dentro da faixa de normalidade, os valores obtidos estavam acima em relação aos do GC, porém o colesterol total, bem como o LDL colesterol e o triglicérides do GT foram superiores em relação GC. A literatura refere que as alterações nos níveis lipídicos com o uso de contraceptivos orais combinados dependem das dosagens de

estrogênio e progesterona e da atividade antiandrogênica da progesterona o que pode gerar mudanças desfavoráveis para metabolismo dos lípides e das lipoproteínas. Os vários prostágenos afetam diferentemente o perfil lipídico como é o caso do lenovonorgestrel e noretisterona promovendo efeito desfavorável devido diminuição do HDL colesterol (WIEGRATZ et al., 2010). Contudo, tem sido referido que combinações com drospirenona (baixa atividade antrogênica) e desogestrel (propriedade antiandrogênica) reduzem o impacto nos lipídeos em usuárias de contraceptivos orais (NOFER, 2002). Dessa forma, os estudos indicam que os COs contendo novos progestágenos (terceira geração) apresenta menor impacto metabólico em relação aos progestágenos da segunda geração, os quais são mais potentes, possuem efeitos androgênicos e induz o aumento do perfil lipídico (WIEGRATZ et al., 2010). Segundo Teichmann (1995) e Gaspard et al. (2004) os quais estudaram jovens usuárias da terapia contraceptiva de etinilestradiol associado a diferentes combinações de prostagênicos, por um período de 12 meses, verificou aumento nas concentrações de colesterol total e triglicérides. Concluiu que, as diferentes combinações de contraceptivos orais modernos (estrogênio/progesterona), têm o mesmo impacto nos níveis séricos dos lipídios. Entretanto há controversas se estas elevações lipídicas podem representar risco cardiovascular, pois Teichmann (1995) refere que isto parece não contribuir para aterogênese. Já Gaspard et al. (2004) e Yong Du, et al. (2011) o aumento do colesterol, LDL colesterol e triglicérides estão associados com maior risco doença cardiovascular. Diante dos resultados encontrados consideramos importante que sejam realizados exames bioquímicos previamente ao uso do CO, bem como o controle do perfil lipídico durante a terapia contraceptiva, uma vez a dislipidemia é considerada um fator de risco para a doença arterial coronariana. 5. Considerações Finais Os resultados mostram que a terapia contraceptiva associada ao sedentarismo promoveu redução da modulação autonômica da FC. Além disso, contribuiu negativamente sobre o perfil lipídico evidenciado pelos maiores valores do colesterol total, do LDL colesterol e do triglicérides. Referências Bibliográficas BRUYNER, R. W. et al. Effect of low dose oral contraceptives on exercise performance. British Jounal Sports Medicine. v. 30, n. 1, p. 36-40, 1996. FOULON, T. et al. Effects of two low-dose oral contraceptives containing ethinylestradiol and either desogestrel or levonorgestrel on serium lipds and lipoproteins with particular regard to LDL size. Contraception. v. 64, n. 1, p. 11-16, 2001. GASPARD, U. et al. A randomized study on the influence of oral contraceptives containing ethinylestradiol combined with drospirenone or desogestrel on lipid and lipoprotein metabolism over a period of 13 cycles. Contraception. v. 69, n.4, p. 271 278, 2004. GENAZZANI, A. R.; GADDUCCI, A.; GAMBACCIANI, M. International Menopause Society Expert Workshop. Controversial issues in climacteric medicine II. Hormone replacement therapy and cancer. Maturitas. v. 40, n. 2, p. 117-30, 2001. GUZZETTI, S. et al. Symbolic dynamics of heart rate variability: a probe to investigate cardiac autonomic modulation. Circulation. v. 112, n. 4, p. 465-470, 2005. ISACCO, L.; DUCHE, P.; BOISSEAU, N. Influence of hormonal status on substrate utilization at rest and during exercise in the female population. Sports Medicine. v. 12, n. 4. p. 327-342, 2012. MACHADO, R. B. et al. Effect of a continuous regimen of contraceptive combination of ethinylestradiol and drospirenone on lipid, carbohydrate and coagulation profiles. Contraception. v. 81, n. 2, p. 102-106, 2010. MINSON, C. T. et al. Sympathetic activity and baroreflex sensitivity in young women talking oral contraceptives. Circulation. v. 102, n. 13, p. 1473-1476, 2000. NOFER, J. R. et al. HDL and arteriosclerosis: beyond reverse cholesterol transport. Atherosclerosis. v. 161, n. 1, p. 1-16, 2002. PERSEGUINI, N. M. et al. Spectral and symbolic analysis of the effect of gender and postural change on cardiac autonomic modulation in healthy elderly subjects. Brazilian Journal of Medical and Biological Research. v. 44, n. 1, p. 29-37, 2011. PINOTTI, J. A. et al. Fisiologia menstrual. São Paulo: Atheneu; 1994. PORTA, A. et al. Entropy, Entropy rate, and pattern classification as tools to typify complexity in short heart period variability series. IEEE Transaction on Bio-medical Engeneering. v. 48, n. 11, p. 1282-1291, 2001. PORTA, A. et al. Measuring regularity by means of a corrected conditional entropy in sympathetic outflow. Biological Cybernet. v. 78, n. 1, p. 71-78, 1998. REBELO, A. C. et al. Influence of third-generation oral contraceptives on the complexity analysis and symbolic dynamics of heart

rate variability. The European journal of contraception e reproductive health care. v. 16, n. 4, p. 289-97, 2011. SCHUELLER, P. O. et al. Effects of synthetic progestagens on autonomic tone, neurohormones and C-reactive protein levels in young healthy females in reproductive age. Internal Journal of Cardiology. v. 111, n. 1, p. 42-48, 2006. SHERIF, K. Benefits and risks of oral contraceptives. American Journal of Obstetric Gynecology. v.180, n. 6, p. 343-348, 1999. SZLENDAK-SAUER, K.; RADOWICKI, S.; SKÓRZEWSKA, K. The impact of a new low dose oral contraceptive containing drospirenone on lipid profile, carbohydrate metabolism and hepatic function. Ginekolia Polska. v. 80, n. 2, p. 99-102, 2009. TAKAHASHI, A. C. M. et al. Aging reduces complexity of heart rate variability assessed by conditional entropy and symbolic analysis. Internal Emergency of Medicine. v. 7, n.3, p. 229-235, 2011. TEICHMANN, A. Metabolic profile of six oral contraceptives containing 22. norgestimate, gestodene and desogestrel. Internal Journal Fertil Menopausal Study. v. 40, n. 2, p. 98-104, 1995. THAYER, J. F. et al. The relationship of autonomic imbalance, heart rate variability and cardiovascular disease risk factors. International Journal of Cardiology. v. 141, n. 2, p. 122 131, 2010. WIEGRATZ, I. et al. Effects of an oral contraceptive containing 30 mcg ethinyl estradiol and 2 mg dienogest on lipid metabolism during 1 year of conventional or extended cycle use. Contraception. v. 81, n. 1, p. 57 61, 2010. YILDIZHAN, R. et al. Effects of two combined oral contraceptives containing ethinyl estradiol 30 microg combined with either gestodene or drospirenone on hemostatic parameters, lipid profiles and blood pressure. Archives of Gynecology and Obstetric. v. 280, n. 2, p. 255-261, 2009. YONG DU, et al. Hormonal Contraceptive Use Among Adolescent Girls in Germany in Relation to Health Behavior and Biological Cardiovascular Risk Factors. Journal of Adolescent Health. v. 48, n. 4, p. 331 337, 2011. 10. Anexos