História digital e jornalismo on-line por H. Guther Faggion

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Transcrição:

História digital e jornalismo on-line por H. Guther Faggion I - Introdução Quando falamos sobre Internet, a Rede Mundial de Computadores, rapidamente pensamos no que há de mais novo em termos de ciência, arte e tecnologia. Fonte quase inesgotável de conhecimento e pesquisa, a Internet, como a conhecemos hoje, experimenta uma expansão caracterizada por sua alta velocidade, de maneira desordenada e, até onde se sabe, anárquica, o que difere este meio de comunicação de todos os outros que já conhecemos. Embora a Internet não seja especificamente o objeto de estudo a ser desenvolvido neste trabalho, trataremos aqui de boa parte da sua história e filosofia. A existência desse novo meio de comunicação implicou e implicará uma série de mudanças no cotidiano dos seres humanos ao redor do mundo. Qual será a diferença dos nossos dias com o advento de novas tecnologias, como, por exemplo, o personal computer (computador pessoal), que atualmente pode ser encontrado em qualquer escritório, em todas as universidades e repartições públicas, em muitas casas e escolas, no supermercado e na vitrine de inúmeras lojas a preços muito acessíveis e com facilidades garantidas? Abordaremos aqui a revolução ocasionada pelas máquinas, os computadores pessoais, na vida diária das pessoas, pois a Internet só se tornou possível graças a esta invenção patrocinada pelo governo dos Estados Unidos da América e que surgiu do idealismo de visionários como os engenheiros eletrônicos Engelbert e J. C. R. Licklider (RHEINGOLD, Howard; Comunidade Virtual, Lisboa: 1996) que se empenharam, na metade do século XX, em desenvolver um computador capaz de trabalhar por interação de símbolos. Hoje, os computadores pessoais, assim como os conhecemos, estão reduzidos a pequenos chips eletrônicos e chegam a pesar menos de dois quilogramas, nas suas versões portáteis, como os notebooks, por exemplo, capazes de armazenar uma quantidade de dados surpreendente. Quais são as transformações que estas máquinas causarão daqui para frente em nossas vidas? Assim como a televisão nos anos 50, ou mesmo o rádio nos anos 30, que possibilitaram a existência da mídia eletrônica, os computadores são responsáveis por uma mudança de hábitos e conceitos quando passamos de uma cultura do cálculo na direção de uma cultura da simulação (Turkle, Sherry: Life On The Screen: The Identity Of The Internet. EUA: 1995). Se o mundo está sendo culturalmente afetado, quais serão as conseqüências dessa revolução tecno-sociológica, não apenas das máquinas, mas também da vida e do pensamento humanos? Como aderir a estas mudanças sem sermos engolidos por ela de forma voraz e, até mesmo, automaticamente inconsciente? Entender os mecanismos da Internet é imprescindível para juntarmo-nos a ela de uma maneira consciente, e não apenas levados pelos modismos e manias, ou uma sensação horrível de desatualização ou alienação. O que antes parecia apenas mais uma ilusão de um mundo criada pela ficção científica, é a realidade que podemos vivenciar, mas que não vivemos completamente. O Brasil,

como em todos os lugares do mundo, tem vivido a sua porção da história da Rede Mundial de Computadores, apesar de nossa realidade socioeconômica não ser tão favorável quanto nos países desenvolvidos. No entanto, como a tecnologia da informática sofre uma evolução diária e seu grande poder de atualização torna os preços acessíveis a uma camada cada vez maior da população, sem contar o desenvolvimento da telefonia e a queda no custo pelos seus serviços mais acessíveis, mas por enquanto muito distante de um preço ideal. Abrigamos aqui uma série de mentes brilhantes no desenvolvimento da Internet e um outro tanto de publicações especializadas e preocupadas com tal desenvolvimento, que só é possível graças a uma outra característica marcante da Rede, a amplitude planetária e o mais importante simultânea. Deste ponto, daremos um salto interessante dentro da pesquisa: o desenvolvimento e a revolução na informação causados pela Internet. Será este o fim do jornalismo, quando, a partir da Internet, qualquer pessoa pode se tornar um profissional ou pelo menos pretendente da informação, que são os jornalistas? (SHENK, David; Data Smog, EUA:1997) Quais serão os parâmetros para definirmos o que é ou não o verdadeiro jornalismo na Internet? Não existe nenhuma maneira de controle sobre esta revolução da informação, aliás este era o propósito inicial da Rede; sendo assim, analisaremos uma forma adequada e competente de se fazer um jornalismo online diferenciado do entretenimento ou de uma mera reprodução do que já existe. A Internet é, como já dissemos, uma nova mídia e, conseqüentemente, um novo mercado a ser explorado por outros veículos de comunicação. Quem tem acesso à Internet, pode ver justamente a expansão, por meio de uma nova formatação de outros produtos jornalísticos, como um dos principais funcionamentos da Internet. Embora a maior parte dos conteúdos da Internet entenda-se aqui conteúdo como o número de websites existentes na Rede foram desenvolvidos originalmente para estarem no ciberespaço, podemos ver ou acessar sites que têm origem pré-internet, ou seja, já existiam como um produto jornalístico e expandiram suas fronteiras para a Internet, através de uma nova formatação apropriada para o veículo. Podemos citar alguns casos aqui para ilustrar esse processo. A revista Veja e a Isto É, ambas contam com uma versão publicada na Internet, versão esta denominada on-line. Da mesma forma, o rádio também está na Rede por meio de sites como o da Jovem Pan e a televisão com os sites das emissoras e canais de televisão a cabo: Rede Globo, Record, SBT, MTV, entre outros. A Internet, este incrível e apaixonante meio de comunicação, tem causado duas revoluções: a primeira é no âmbito mundial pelo seu potencial de gerar, transportar, sugerir e disseminar a informação, numa atmosfera democrática e distante da manipulação dos outros veículos de comunicação de massa; e a segunda revolução da Internet ocorre do ponto de vista pessoal, transformando a relação homem x máquina, de uma guerra de capacidade de produtividade e inteligência em uma interatividade quase humana e quase máquina. Assim, o objetivo deste projeto irá além da proposta de uma nova formatação para um veículo de comunicação já existente, mas como penetrarmos nesse mundo virtual de uma forma pensada por essas duas revoluções do nosso tempo, tendo a consciência do poder da informação e da importância da interatividade. Na primeira parte, realizaremos a fundamentação teórica sobre Internet e, em seguida, na segunda parte, trataremos do jornalismo on-line.

II - A Internet 2.1. Introdução Vivemos hoje, dias em que a ficção passou a ser uma realidade. Por outro lado, no Brasil, ainda encontramos uma grande parte da população que acredita que o computador (uma ferramenta útil e prática que conduz a humanidade à Revolução Tecnológica ou Digital) seja apenas uma máquina de escrever moderna. É justamente neste ponto que precisamos parar e começar a analisar o processo de evolução da mídia na Internet. Seu surgimento se é que podemos dizer assim tem no computador o embrião tecnológico responsável pelo nascimento da Rede Mundial de Computadores. Sendo assim, resgatemos um pouco da história da informática e do computador pessoal, os PC s, que hoje estão presentes na vida diária. Será difícil encontrar alguma pessoa em uma cidade de médio a grande porte que tenha passado pelo menos um dia sem ter qualquer tipo de contato com um computador, exceto aquelas milhares de pessoas que trabalham praticamente o dia todo diante de um computador. 2.2. Os PC's ou Personal Computers Essas engenhocas, muitas vezes tão fabulosas, nem sempre foram pequenas ou rápidas dessa maneira. Esta afirmativa parece um tanto óbvia, mas pode não ser. Por ser uma máquina que praticamente invadiu o cotidiano do homem comum, os computadores tornaramse um artigo de primeira necessidade. Começando pelas grandes corporações até as salas ou quartos das casas de classe média, este habitante, que outrora parecia tão incomum, tornou-se quase um membro da família, ou, em casos mais extremos, um cônjuge ou até um amante. As pessoas passaram a relacionar-se com os seus computadores, só que, é claro, de uma forma intelectual, devido à possibilidade de interação que existe com os softwares cada vez mais modernos e surpreendentes e, portanto, cada vez mais vivos. Tudo o que foi citado acima a respeito dos computadores pessoais, carrega consigo uma dúvida: quando essa revolução dos computadores começou? Respondendo a esta pergunta, será possível remontar a história da Internet de uma forma menos cronológica, mais sociológica e filosófica, dentro do possível, mas acima de tudo, mais interativa. A idéia do computador, não como máquina, mas como conceito, surgiu, provavelmente, pela primeira vez em 1950, no idealismo de Douglas Engelbart, um engenheiro eletrônico norte-americano que havia sido operador de radar durante a Segunda Guerra Mundial. Segue o relato de Howard RHEINGOLD (1996:87):...enquanto guiava o automóvel para se dirigir para o emprego, Douglas Engelbart começou a matutar em quão complicada a civilização se tinha tornado. Que fariam esses seres humanos para gerirem este complexo mundo novo que a tecnologia ajudou a criar? Engelbart perguntou a si próprio que tipo de ferramentas utilizamos para nos ajudarem a pensar. Símbolos foi a resposta aquela que lhe foi ensinada durante a sua formação como engenheiro. Será que poderíamos usar máquinas para nos

ajudarem a lidar com símbolos? Por que não computadores? Poderiam os computadores automatizar as tarefas de operação com símbolos e, assim, ajudar os indivíduos a pensar mais depressa e melhor sobre os problemas mais complexos? Para a pessoa certa a linha de raciocínio era inevitável, mesmo em 1950; nunca deixe de constituir motivo de espanto para Engelbart o fato de mais ninguém o constatar. Engelbart, com a experiência que possuía com radares, e após ouvir falar sobre computadores, compreendeu que essas máquinas seriam capazes de muito mais do que condensar a informação em cartões perfurados ou em impressões no papel, elas também poderiam fazê-lo escrevendo ou desenhando numa tela. Quando vislumbrei a ligação entre um écran de raios catódicos, um processador de informação e um meio de representar símbolos humanos, tudo se encaixou em não mais de meia hora (RHEINGOLD:87-88). O computador, ou a sua concepção, entra no novo milênio completando meio século de existência, após a empreitada de Engelbart, que naquela época, convivia com menos de uma dúzia de computadores eletrônicos, que tinham dimensões tais e geravam tanto calor que ocupavam armazéns inteiros e precisavam de um enorme sistema de ar condicionado. Hoje estas máquinas já recebem a denominação de microcomputadores, e concentram uma infinidade de utilidades em espaços cada vez menores e são incalculavelmente, mais rápidos. Os notebooks, por exemplo, são os mesmos personal computers tão compactos que chegam a pesar menos de 1 Kg. Essa realidade tecnológica veio para exercer uma influência tal na vida das pessoas a ponto de hoje o computador não apenas ser o responsável pela solução de problemas mais complexos, mas também um dos responsáveis por uma nova cultura sobre a qual escreve Sherry TURKLE (1995:10) em seu livro Life on the screen: The Identity in the Age of the Internet (A Vida na Tela: A Identidade na Era da Internet): Este livro descreve como uma nascente cultura da simulação está afetando nossas idéias sobre a mente, o corpo, o ego e a máquina. Nós encontraremos sexo virtual e casamento ciberespacial, psicólogos eletrônicos, insetos eletrônicos, e pesquisadores que estão tentando construir uma inteligência artificial de uma criança de dois anos de idade. Crianças biológicas, também, estão nesta história porque sua diversão com brinquedos eletrônicos as levam especular se os computadores são inteligentes e o que realmente é estar vivo. A pretensão até aqui não é contar a história da informática ou do computador pessoal, mas traçar uma linha de conexão entre o passado mais remoto e o presente intrigante e veloz no qual vivemos, o da Internet. Por enquanto, para termos acesso à Internet, precisamos de um computador equipado com um modem que converte a informação da

linguagem do computador para sinais elétricos que percorrem os fios telefônicos; no outro extremo da linha; outro modem decodifica os sinais, convertendo-os em bits e bytes*(2) novamente legíveis pelo computador e uma linha telefônica, o que em breve será superado pelas novas tecnologias dos telefones celulares, televisores, microondas, aparelhos de fax etc., embora os computadores não possam ser substituídos tão facilmente. 2.3. Histórico da Internet A história da Internet começa por volta das década de 60 e 70, quando o mundo todo acompanhando, com respiração suspensa, o lento desenrolar da guerra fria entre EUA e a até então, União Soviética: uma guerra de forças que tinha o mundo e a humanidade como reféns. Esta guerra de superpotências, foi marcada por freqüentes ameaças mútuas de hecatombe nuclear, jogadas políticas de risco, e rosnar de dentes em cada encontro da cúpula. Logo, o jogo passou a ser sobreviver e retaliar, se necessário fosse, supondo obviamente que, dada a perspectiva clara de empate, ninguém atacaria o outro, para não ser retaliado e igualmente devastado. Como assegurar comando, controle e comunicação entre inúmeras bases e silos distribuídos pelo país, em um cenário onde o próprio quartel-general poderia virar fumaça, as rotas normais de comunicação destruídas etc.? Tecnicamente, a Internet foi criada pela Defense Advanced Research Projects Administration ou DARPA (Administração de Projetos de Pesquisa Avançados de Defesa) com o objetivo de estabelecer um modo para que computadores distantes pudessem transferir informações e dados e tornar essa comunicação de dados o mais robusta e confiável possível, conforme descreve Rick STOUT (1997): O DARPA queria criar uma rede que fosse suficientemente inteligente para se recuperar sozinha de problemas como falta de energia, interrupções em linhas de comunicação e até de ataque nuclear. O DARPA chamou a sua Rede de Darpanet. Depois de um certo tempo o Governo desistiu da idéia de que sua rede era útil apenas para projetos relacionados à defesa, e ela se tornou conhecida como Arpanet. Nesse tempo, o governo começou a conectar muitas universidades do país à Rede. A seguir, gerações de alunos estudaram, usaram e melhoraram o que hoje é a Internet. Há apenas sete, a Internet era relativamente desconhecida fora das comunidades científicas e acadêmicas. Após duas décadas de desenvolvimentos e melhoramentos, a Internet já estava pronta para se tornar a grande onda do futuro. A partir desse momento, muitos de nós começamos a resgatar em nossas memórias, lembranças sobre o passado próximo da Internet. Com uma cara nova, menos intelectualóide, a Internet atraiu as pessoas em grande quantidade, por causa da possibilidade

de estar conectada ao mundo inteiro. Trocas de mensagens pelo correio eletrônico, participação em listas de discussões, conversar com pessoas de diversos países simultaneamente, trocar programas e dados facilmente eram, e são até hoje, alguns dos motivos para usar os recursos de transferência da Internet. Tecnicamente, a Internet não é uma rede de computadores ela é uma rede de redes. Redes locais do mundo todo estão ligadas por fios, linhas telefônicas, cabos de fibra ótica, enlaces de microondas e satélites em órbita. Mas os detalhes de como os dados vão de um computador para o outro na Internet, são invisíveis para o usuário. Ou como define Rheingold: A Rede é o termo informal que designa as redes de computadores interligadas, empregando a tecnologia de CMC (Comunicação Mediada por Computador) para associar as pessoas de todo o mundo na forma de debates públicos. (RHEINGOLD:1997). Embora a Internet tenha começado como um projeto de pesquisa do governo norte-americano e tenha sido financiada por impostos durante anos, o governo dos E.U.A não está mais envolvido nela. Mesmo sendo um dos maiores usuários da Internet, não financia mais novos desenvolvimentos nem sustenta nenhum dos custos associados à manutenção da Rede. A Internet é completamente auto-suficiente. Então, podemos perguntar, de quem ela é, ou quem paga por ela? Não há uma pessoa ou empresa que possua a Internet. Afinal, os únicos bens a possuir são os fios e enlaces de comunicação que transportam bits e bytes de uma rede para outra. Essas linhas pertencem a alguém; só que não é uma única empresa ou indivíduo, mas muitos. Pelo menos esse sempre foi o propósito da Internet, ser um bem pertencente à humanidade, e que não possa ser controlada por um governo, um indivíduo, uma corporação. Ben Bagdikian (RHEINGOLD:28) em sua previsão em The Media Monopoly (O Monopólio da Mídia), diz que na virada do século cinco a dez gigantes empresariais controlarão a maior parte dos jornais, revistas, livros, estações de rádio e TV, filmes, discos e videocassetes mais importantes do planeta. É o que, com a virada de século, podemos constatar, quando estes novos senhores da mídia têm o poder de controlar as informações que chegam à maior parte da população, divulgando principalmente aquilo que é de seu interesse. Ideologicamente, a Internet nasce com esse objetivo de combater o monopólio da mídia construindo, para isso, uma rede de informações suficientemente grande, com dimensões planetárias, e anárquica para estar fora de um possível controle. O que se verifica é o ressurgimento de uma esperança num outro modelo de sociedade, numa democracia eletrônica (CAMARGO, Nelly de & BECKER, Brasília: 1999). Com esta nova possibilidade social, as diferenças sociais, raciais e religiosas não são tão aparentes e a Internet cresce a passos largos; CAMARGO & BECKER escrevem: É impossível falar atualmente em Internet sem usar as palavras milhões e bilhões, de usuários, de sites, de home pages, de horas de uso por mês, de hits (imagens e textos transferidos) etc. O sinal US$ pode anteceder, no entanto, números na ordem de centenas de bilhões: de vendas online, de receitas corporativas mundiais, de investimento na implantação de imensos shoppings virtuais, de capital de risco investido, de contratação de franquias virtuais ou de pagamentos em acordos de fusão de empresas do setor. 2.4. A World Wide Web

Além da história da Rede Mundial de Computadores, é necessário, aqui, esclarecer também o que é a World Wide Web (Grande Teia Mundial) que, muitas vezes, confunde-se com a própria Internet, que por todo o seu assombro tecnológico, teve por muitos anos, a reputação de ser difícil de aprender, difícil de usar e, simplesmente, pouco atraente, comparada às belas interfaces dos BBS s, serviços on-line*(5) e a maioria dos softwares que as pessoas usam em microcomputadores. Mas a World Wide Web mudou tudo isso. A Web tornou-se rapidamente a interface gráfica de usuário na Internet, e continua sem rival mesmo em relação aos serviços on-line norte-americanos, em termos estéticos e de flexibilidade. Para ter acesso à Web, o futuro usuário usa o browser Web*(6), programas simples capazes de recuperar páginas de textos e imagens de outros computadores da Internet. Incorporados a essas páginas estão os símbolos, chamados links (vínculos), que dizem ao seu browser onde encontrar outras páginas relacionadas na Internet. O browser apresenta os links*(7) de forma diferente do texto vizinho. Quando damos um clique em um link, ele carrega outra página de textos e desenhos. A isso se chama seguir um link, e o conceito de seguir links em páginas relacionadas de informação é chamado de hipertexto. Parte do enorme sucesso da Web, deve-se ao fato de ela ser fácil de usar: basta dar um clique com o botão do mouse, totalmente intuitivo. Outro segredo da mágica da Web é a sua simplicidade. As páginas da Web são apenas arquivos residentes nas centenas de milhares de computadores conectados à Internet. Para servir as páginas quando elas são solicitadas por um browser, basta que o computador tenha um programa simples, chamado servidor Web, essas páginas estarão armazenadas nos chamados provedores, que possivelmente são também provedores de acesso à Internet. O servidor Web fica esperando e ouve os pedidos dos browsers Web. Quando chega um pedido, ele encontra o arquivo solicitado e enviao para o browser. É claro que isso não é tão aleatório quanto pode parecer nesse ponto. Uma empresa ou organização que queira receber visitantes em seu site define uma página especial, chamada de home page (ou página de apresentação). A home page é o tapete de visitas eletrônico de uma empresa ou de uma pessoa. Ela informa aos visitantes qual é a organização e o que ela faz e pode oferecer links para outras páginas relacionadas. Por exemplo, a home page de uma empresa pode apresentar seu nome e seu logotipo, e oferecer links para outras páginas de seu computador, com informações sobre produtos, empregados, clientes da empresa etc. Como as empresas querem mostrar o melhor, elas produzem cuidadosamente seus sites, para serem atraentes e oferecem informações úteis a possíveis clientes e ao público em geral. No entanto, a Web não serve apenas para o comércio e, sendo assim, muitas páginas são dedicadas ao divertimento e outras são completamente fúteis. Porém não podemos esquecer a concepção da Web do ponto de vista tecnológico e educacional, uma vez que o embrião da Internet, e conseqüentemente da Web, está completamente ligado à comunidade acadêmica, sendo que muitas instituições educacionais, governamentais e não-governamentais dentre outras, também têm a sua presença marcada na World Wide Web. De modo geral, no entanto, as empresas e organizações levam suas páginas na Web (e seu site como um todo) muito a sério. Praticamente, todas as empresas de tecnologia (especialmente as empresas de hardware e software de computador) reconheceram isso há algum tempo, e a maioria já marcou

presença na Rede. Essas empresas logo perceberam as vantagens de usar a Internet ( e a Web ) e agora elas fornecem serviços valiosos e sérios por meio de seus websites. Por exemplo, muitas empresas de software e hardware oferecem suporte técnico em seus sites. Há alguns anos, todos achavam que os BBSs e a tecnologia de faxback seriam a próxima onda. (Com faxback, a pessoa disca um número de telefone e navega em um menu automatizado de seleções, para receber de volta um documento de um fax computadorizado, que explica como fazer algo). O faxback ainda existe, mas perdeu completamente seu espaço para a Web. É muito mais fácil navegar na interface visual de um website do que responder a uma voz gerada por computador. Além disso, muitas empresas de tecnologia colocam seus catálogos de produtos inteiros on-line. Seguindo menus de links de hipertexto, você pode procurar produtos de seu interesse e, em muitos casos, até solicitá-los on-line. Os clientes, em geral, podem obter especificações, conhecer produtos previamente requisitados, e até ver como são os produtos de uma empresa antes de adquiri-los. Para os clientes que já adquiriram produtos, muitas empresas oferecem atualizações de software gratuitas e novos utilitários e controladores on-line. De dois anos para cá, mesmo as empresas que nada têm a ver com a tecnologia de computador, estão correndo para ocupar o seu espaço na Rede. Floristas, lojas de autopeças, artistas gráficos, consultores, serralheiros, negócios agrícolas, bancos, financeira etc. todos estão na Web. Algumas estabeleceram sua presença para melhor servir seus clientes atuais. Algumas estão na Web para promover seu negócio e vender seus produtos. Outras ainda, simplesmente oferecem informações e recursos para o público em geral. Existem, também, aquelas que colocaram na Web uma nova formatação de seu negócio, sem saber exatamente por que, seguindo apenas uma moda. Mas os novos parâmetros da Web estão mudando esta situação. O baixo custo de se ter um site Web e as novas tecnologias de segurança desenvolvidas pelas administradoras de cartões de crédito passam a influir cada vez mais no consumo via Internet, que pode ser mais barato e até mais rápido. 2.5. A Internet e as mudanças sociais Para pensarmos sobre a revolução causada pela Internet de uma forma mais completa, não podemos nos limitar à história ou a números da Rede. Existe uma transformação sociocultural muito grande e muito presente na vida, até mesmo daqueles que ainda não estão efetivamente conectados à Rede. Essas mudanças podem estar implícitas. Essa impressão, por exemplo, de estarmos sempre atrasados ou desinformados, numa busca incessante por um conhecimento que, por mais inteligentes ou capacitados que sejamos, nunca conseguiremos dar conta, é uma característica da sociedade no século que se inicia. Para Pierre Lévy, um dos mais importantes pensadores do mundo cibernético, o internauta está construindo um mundo novo, uma verdadeira comunidade virtual e global, que está apenas começando a formar sua linguagem, com signos e códigos particulares e, enfim, uma nova cultura, a Cibercultura (LÉVY, Pierre. Cibercultura. Editora 34, São Paulo: 1999). Ciberespaço e cultura digital são termos que quem quiser ter acesso à Internet deve ou pelo menos deveria entender. O termo ciberespaço surgiu originalmente pela primeira vez na novela de ficção científica Neuromancer (Neuromante), de William Gibson. É o nome por vezes usado para designar o espaço conceptual onde se manifestam palavras, relações humanas, dados, riqueza e poder dos usuários da tecnologia de Comunicações Mediadas por Computador (RHEINGOLD: 1996).

Todos os dias surgem novos termos dentro dessa cultura do ciberespaço e, vinculados à cultura global, uma infinidade deles que, para serem citados aqui, precisariam de um estudo a parte. O que nos vale analisar dentro da cibercultura é a relação entre homem e máquina, levando a uma interatividade planetária que tem dado outro sentido à existência humana, ou até mesmo mudando conceitos do que é estar realmente vivo, como Sherry TURKLE e outros cientistas têm discutido ao longo desses anos. É impossível fugir dessa discussão para entendermos o potencial da informação e seu verdadeiro alcance nos dias de hoje. Ou se possível, tentando ser menos pretensiosos, traçar um perfil das mudanças socioculturais, de que apenas começamos a falar acima, afetando o usuário, o receptor e ao mesmo tempo, emissor desta enxurrada de informações. Segundo Howard Rheingold (RHEINGOLD, Comunidade Virtual, 1995), as CMC têm potencial para mudar as nossas vidas em três níveis distintos, mas fortemente interdependentes. Primeiramente como seres humanos individuais que somos, temos percepções, pensamentos e personalidades (já moldados por anteriores tecnologias de comunicação) que são afetados pelo modo como usamos o meio de comunicação, e vice-versa. A este nível fundamental, as CMC apelam a certas necessidades intelectuais, materiais e emocionais que sentimos enquanto organismos vivos que somos. No que diz respeito à comunicação, os jovens de hoje têm tendências diferentes relativamente à geração pré-mcluhan. Por exemplo, a MTV professa uma sensibilidade estética intimamente relacionada com a linguagem da televisão, caracterizada por seqüências rápidas, imagens atraentes e efeitos especiais. Neste momento, alguns dos indivíduos que nasceram na era da televisão e cresceram na dos telefones celulares estão a migrar para os territórios da CMC que melhor se ajustam às suas concepções modernas de vida. Como resultado de milhões e milhões de interações online, existe igualmente um vocabulário próprio das CMC, o qual reflete de certo modo as alterações da personalidade humana na era da saturação dos media. O segundo nível de possíveis alterações despelotadas pelas CMC é o nível a que se desenvolvem as relações interpessoais, as amizades e as comunidades. A tecnologia de CMC confere uma nova capacidade de comunicação multilateral, de muitos para muitos. No entanto, a concretização futura desta capacidade está nas nossas mãos porque somo os primeiros a experimentá-la; o seu futuro depende do nosso sucesso em aplicá-la. Aqueles de nós que travaram conhecimento por intermédio da tecnologia de CMC encontram-se diante de um desafio de construírem em conjunto algo semelhante a uma comunidade. O terceiro nível da alteração das nossas vidas, o nível político, deriva do nível médio, o social, pois a política é sempre uma combinação de comunicação com poder material, e o papel dos meios de comunicação é particularmente importante para a política nas sociedades democráticas. O conceito da moderna democracia representativa, como primordialmente concebido pelos filósofos do Iluminismo, incorporava o reconhecimento de uma teia viva de comunicação entre os cidadãos denominada sociedade civil ou esfera pública. Embora as eleições sejam as característica fundamentais mais visíveis nas

sociedades democráticas, supõe-se que as eleições se apoiaram na discussão entre os cidadãos, em todos os níveis da sociedade, sobre as questões importantes para a nação. Possivelmente, as nossas vidas, como seres humanos individuais, nunca estiveram tão individualizadas como nos dias da Internet. As maneiras de relacionarmo-nos, mesmo como indivíduos, tornou-se, aparentemente, mais fria graças ao computador e ao advento de novas tecnologias. No entanto, se procurarmos pensar de um ponto de vista diferente do tecnológico, aceitando os computadores como mais do que simples máquinas e a tecnologia não mais como um terrível monstro, será possível enxergar nestes dois instrumentos, que parecem um só, um veículo maior de interatividade entre os seres pensantes da Terra. A possibilidade de relacionarmo-nos numa dimensão interplanetária pode tirar do computador o estigma de máquina fria ou simples objeto. Se pensarmos que por trás dessas máquinas existem outros seres humanos interagindo em outras partes distantes do mundo, veremos no computador o veículo viabilizador de tal comunicação humana, infinitamente melhor e mais barato do que os próprios telefones. Ora, para ligarmos para outra pessoa em outro país, temos, como prérequisito, de conhecer tal pessoa; em seguida, temos que saber o número do telefone dela; depois precisamos saber um horário conveniente para entrarmos em contato; e, por último, o mais significante, temos de estar cientes da exorbitante quantia que teremos de pagar por essas limitadas horas de conversa que se resumem, ainda, a apenas duas pessoas. Já graças ao computador conectado à Internet, essa interação de relações interpessoais deixa de ser tão restrita e cobra apenas um pré-requisito: estar sentado à frente de um computador on line. A formação de novas comunidades, portanto, ocorre em um nível intelectual, e não mais no plano físico da concepção de comunidade. Feita esta análise, precisamos retomar a importância crescente da máquina em nossas vidas, na formação de comunidades interplanetárias através do bom uso da Internet. A influência dessa nova mídia em conferir uma capacidade de comunicação multilateral, de muitos para muitos, como define Rheingold, possibilita-nos uma reflexão sobre a sociedade que nasce neste momento de transição. A sociedade massificada volta a ter a oportunidade de assumir novamente o controle do poder, que até então, estava restrito aos formadores de opinião do mass media. Os veículos de comunicação de massa detêm o poder sobre a opinião pública, podendo manipular as políticas atuais segundo os interesses de uma pequena elite que detém o controle desses veículos de comunicação de massa. Agora, com a Internet (e a Web), voltamos a vislumbrar o modelo de uma verdadeira sociedade democrática revitalizada pelos cidadãos, desafiando, graças à CMC, o monopólio dos poderosos meios de comunicação detidos pela hierarquia política. Essa proximidade do controle da mídia por grupos cada vez mais restritos é aterrorizante, pois isso significa um governo baseado num totalitarismo mascarado de democracia, um regime ditatorial que exprime sua força na capacidade de manipular os cidadãos. A Rede surge neste momento político, portanto, com a utopia de construir uma sociedade mais civilizada, baseada em interesses mais amplos e humanitários. Até aqui, podemos entender a importância de se estabelecer os meios de CMC nesta empreitada do homem na busca de uma sociedade ironicamente, diga-se de