ESTUDO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS DE POÇOS TUBULARES, LOCALIZADO NO SITIO GUABIRABA DO MUNICÍPIO DE LAGOA SECA-PB

Documentos relacionados
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus Campina Grande-PB

COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DE UM POÇO TUBULAR LOCALIZADO NO SÍTIO CANOA VELHA NO MUNICÍPIO DE CUBATI-PB

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUA DE CISTERNA SITUADA NO SÍTIO SALGADINHO NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE-PB.

PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA DE UM POÇO TUBULAR LOCALIZADO NO SÍTIO VÁRZEA NO MUNICÍPIO DE GURJÃO-PB

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUAS DE POÇOS ARTESIANOS LOCALIZADOS NOS MUNICÍPIOS DE CAJAZEIRAS-PB E ESPERANÇA- PB

DETERMINAÇÃO FISICO-QUÍMICA DE POTABILIDADE DA ÁGUA DE UM POÇO TUBULAR DO SITIO DORCELINA FOLADOR NO MUNICIPIO DE CUBATI-PB

ESTUDO FÍSICO-QUÍMICO DE ÁGUA DO POÇO TUBULAR LOCALIZADO NO SÍTIO URUBU NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA - PB

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DE UM POÇO TUBULAR LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE SANTA LUZIA-PB

AVALIAÇÃO FISÍCO-QUÍMICA DAS ÁGUAS DE POÇOS LOCALIZADO NO MUNICIPIO DE PICUI-PB

ANALISE FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUA DE UM POÇO AMAZONAS SITUADO NA ZONA RURAL DO MUNICIPIO DE ITAMBÉ PE

DETERMINAÇÃO FISÍCO-QUÍMICA DA ÁGUA DO POÇO TUBULAR LOCALIZADO NO SITIO MANOEL DE BARROS DO MUNICÍPIO DE SOLEDADE-PB

ANALISE FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUA DE UM POÇO TUBULAR LOCALIZADO NO IFPB DO CAMPUS CAMPINA GRANDE-PB

ESTUDO FÍSICO-QUÍMICO DE UMA ÁGUA DE POÇO ARTESIANO NO MUNÍCIPIO DE CAMPINA GRANDE-PB

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA, CAMPUS CAMPINA GRANDE PEDRO LIRA BANDEIRA

DESENVOLVIMENTO LABORATORIAL ATRAVÉS DAS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUA DAS PRINCIPAIS ESCOLAS DA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE MASSARANDUBA PB

QUALIDADE FISICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS DE POÇOS TUBULARES LOCALIZADOS NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE CUBATI-PB

ESTUDO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DO POÇO TUBULAR PELO O USO DE UM FILTRO NATURAL FEITO COM CASCA DE ARROZ

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARÍBA CAMPUS CAMPINA GRANDE

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUA DE CISTERNAS ABASTECIDAS POR POÇO TUBULAR NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE SOLEDADE-PB

ADSORVENTE NATURAL DERIVADO DA CORTIÇA PARA TRATAMENTO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA DE UMA CISTERNA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE BARRA DE SÃO MIGUEL - PB

QUALIDADE DE ÁGUA DE POÇO DE ABASTECECIMENTO DA CIDADE DE DELTA-MG

CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUÍMICA DA ÁGUA DO AÇUDE EPITÁCIO PESSOA LOCALIZADO EM BOQUEIRÃO-PB, ANTES E APÓS A CHEGADA DA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

UMA ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA EM DIFERENTES PONTOS DUMA CIDADE DO INTERIOR PARAIBANO

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUA DE UM POÇO TUBULAR ANTES E APÓS A PASSAGEM DA ÁGUA PELO USO DE UM FILTRO NATURAL FEITO COM CASCA DE ARROZ VERMELHO

Análise Físico-química de água dos bebedouros do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba Campus Campina Grande.

UTILIZAÇÃO DE ARGILAS PARA TRATAMENTO DE ÁGUAS DE POÇOS SUBTERRÂNEOS NO MUNICÍPIO DE SOSSEGO-PB

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE POÇO ARTESIANO DE UMA ESCOLA RURAL EM BAGÉ/RS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE UMA FONTE NA SAPUCAIA.

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE ÁGUAS ADICIONADAS DE SAIS COMERCIALIZADAS NO MUNICÍPIO DE SUMÉ-PB

ÁGUA Fundamentos Caracterização Impurezas Classificações Legislação aplicada Tratamentos

CONSTRUÇÃO DE CISTERNAS: UMA ALTERNATIVA VIÁVEL PARA CONSUMO HUMANO NA REGIÃO DE BOA VISTA-PB

Funções e Importância da Água Regulação Térmica Manutenção dos fluidos e eletrólitos corpóreos Reações fisiológicas e metabólicas do organismo Escassa

DIAGNÓSTICO DOS POÇOS TUBULARES E A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO MUNICIPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ

Características Físico Químicas de Águas Minerais das Regiões das Cidades Polos do Sertão Paraibano

Parâmetros de qualidade de água SANEAMENTO AMBIENTAL EXPERIMENTAL TH 758

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS UTILIZADAS PARA ABASTECIMENTO HUMANO NO MUNICÍPIO DE PARAÍSO DO TOCANTINS-TO

JANEIRO/2017 SISTEMA DE ÁGUA E ESGOTOS SAE

ESTUDO ANALÍTICO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO DO MUNICÍPIO DE DAMIÃO-PB

INFLUÊNCIA DE FOSSAS NEGRAS NA CONTAMINAÇÃO DE POÇOS SUBTERRÂNEOS NA COMUNIDADE VILA NOVA, ITAIÇABA-CEARÁ 1

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO

PROJETO DE PESQUISA SOBRE ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DE MINAS UTILIZADAS PARA CONSUMO HUMANO

UTILIZAÇÃO DA SEMENTE DE ACEROLA COMO ADSORVENTE NATURAL APLICADO A CROMATOGRAFIA EM COLUNA PARA ANÁLISE DE ÁGUAS

Palavras-chave:Águas Subterrâneas, Parâmetros Físico-Químicos,Qualidade da Água.

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DE PARAÍSO DO TOCANTINS

ASPECTOS FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA SUBTERRÂNEA CONSUMIDA NO MUNICÍPIO DE TAPEROÁ-PB

Saneamento I. João Karlos Locastro contato:

DETERMINAÇÃO DO ph DE AMOSTRAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE - CAMPUS CAMBORIÚ

QUALIDADE DA ÁGUA DO AÇUDE EURÍPEDES NA CIDADE DE QUIXADÁ-CE: UMA ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICO- QUÍMICOS

LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE ÁGUAS DO RIO CARAGUATÁ, MUNICÍPIO DE COXILHA - RS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE DA ÁGUA BRUTA E TRATADA DO AÇUDE SUMÉ, ATRAVÉS DE PARÂMETROS QUÍMICOS.

INVESTIGAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE POÇOS POR PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS¹

JANEIRO/2017 SISTEMA DE ÁGUA E ESGOTOS SAE

Saneamento Ambiental I. Aula 12 Parâmetros de Qualidade de Água - Potabilização

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DISPONIBILIZADA NO CANAL DO SERTÃO ALAGOANO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DESCARTADA PELOS DESTILADORES

10.2 Parâmetros de qualidade da água

Área de Atividade/Produto Classe de Ensaio/Descrição do Ensaio Norma e/ou Procedimento

Análise da Alcalinidade da Água do Campus I da UFPel

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA DE UM POÇO DO MUNICÍPIO DE REMÍGIO-PB

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA NOS ASSENTAMENTOS SANTO ANTONIO E FREI DAMIÃO I NO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS PB

AVALIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUAS DE POÇOS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO RIO DO PEIXE

DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE POÇOS PERFURADOS NO MUNICÍPIO DE ARARUNA PB

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO. Determinação da Cor pelo método espectrofotométrico - comprimento de onda único LQ: 10 CU

A água é a vida! Trabalho elaborado por: Patrícia Ramos nº3 Marlene Ramos nº11

AVALIAÇÃO DE ÁGUAS PROVINDAS DA DESSALINIZAÇÃO PARA IRRIGAÇÃO QUANTO AOS TEORES DE CÁTIONS E ÂNIONS.

ANÁLISES BIOLÓGICAS E FÍSICO-QUÍMICAS MEDIDAS INDIRETAMENTE DA ÁGUA DO AQUÍFERO BAMBUÍ NA REGIÃO DO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS CAMPUS BAMBUÍ

ANALISE DA QUALIDADE DA ÁGUA ATRAVÉS DO USO DE INDICADORES SENTINELAS EM ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO INFANTIL DE CAMPINA GRANDE - PB

UMA ALTERNATIVA PARA A FALTA D ÁGUA: A CONDENSAÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO

Eixo Temático ET Gestão Ambiental em Saneamento

ESTUDO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS DOS RESERVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL DAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE PALMAS

DIRETORIA DE PRODUÇÃO DEPARTAMENTO DE TRATAMENTO DE ÁGUA SETOR DE QUALIDADE MONITORAMENTO DA ÁGUA TRATADA

I-139 ESTUDO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE MANANCIAIS SUBTERRÂNEOS UTILIZADOS COMO FONTE DE ABASTECIMENTO DO MUNICÍPIO DE CRATO - CEARÁ

DIRETORIA DE PRODUÇÃO DEPARTAMENTO DE TRATAMENTO DE ÁGUA SETOR DE QUALIDADE MONITORAMENTO DA ÁGUA TRATADA

Prof.: HÚDSON SILVA Frente 2 Módulo 1

XI Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 27 a 30 de novembro de 2012 João Pessoa PB

Eixo Temático: Inovação e Sustentabilidade em Diferentes Setores QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM POÇOS DA DEPRESSÃO CENTRAL DO RS

10.2 Parâmetros de qualidade da água

DIRETORIA DE PRODUÇÃOLOCAL DEPARTAMENTO DE TRATAMENTO DE ÁGUA SETOR DE QUALIDADE MONITORAMENTO DA ÁGUA TRATADA

DIRETORIA DE PRODUÇÃO DEPARTAMENTO DE TRATAMENTO DE ÁGUA SETOR DE QUALIDADE MONITORAMENTO DA ÁGUA TRATADA

DIRETORIA DE PRODUÇÃOLOCAL DEPARTAMENTO DE TRATAMENTO DE ÁGUA SETOR DE QUALIDADE MONITORAMENTO DA ÁGUA TRATADA

JANEIRO/2017 SISTEMA DE ÁGUA E ESGOTOS SAE

Programa Analítico de Disciplina CIV442 Qualidade da Água

Eixo Temático ET Recursos Hídricos

DIRETORIA DE PRODUÇÃO DEPARTAMENTO DE TRATAMENTO DE ÁGUA SETOR DE QUALIDADE MONITORAMENTO DA ÁGUA TRATADA

ÁGUA NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

Avaliação da utilização de kits de potabilidade na determinação da qualidade da água do Córrego Mutuca no município de Gurupi/TO

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO

MONITORAMENTO EDÁFICO HÍDRICO

QUALIDADE MICROBIOLOGICA DA AGUA DA MINA SUCUPIRA NA CIDADE DE BOA ESPERANÇA MG

VIABILIDADE DA ELETROFLOCULAÇÃO COMO ALTERNATIVA DE TRATAMENTO DA ÁGUA DE POÇO ARTESIANO UTILIZANDO MATERIAIS DE BAIXO CUSTO

MODELAGEM DA QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA NA ÁREA DO CAMPUS DA UFMG PROHBEN; AVALIAÇÃO PRELIMINAR.

Mini - curso Monitoramento de Águas Subterrâneas

CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DE RECURSOS HÍDRICOS PARA DIFERENTES TIPOS DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DOS MORADORES NO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA

PARÂMETROS DE CARACTERIZAÇÃO DE UMA MASSA DE ÁGUA. As características organolépticas compreendem a cor, o cheiro e o sabor.

INTRODUÇÃO À QUALIDADE DAS ÁGUAS E AO TRATAMENTO DE ESGOTOS

QUALIDADE DAS ÁGUAS DO AQÜÍFERO FURNAS NA CIDADE DE RONDONÓPOLIS (MT).

PROJETO DE LEI Nº, DE 2003 (Do Sr. Ricardo Izar)

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS FONTES HÍDRICAS DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA PARAÍBA

Ponto de Partida Potabilidade. Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde

Transcrição:

ESTUDO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS DE POÇOS TUBULARES, LOCALIZADO NO SITIO GUABIRABA DO MUNICÍPIO DE LAGOA SECA-PB Ingrid F. M. Silva 1 ; Airton Silva Braz 1 ; Edmilson D. S. Filho 1. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus Campina Grande-PB Email: Ingridferreiramatias@gmail.com Introdução A água é uma substância essencial, seja como componente bioquímico de seres vivos ou como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como, por exemplo, o ser humano que é composto no seu organismo adulto por volta de 80% de água. É também, um recurso natural abundante na Terra, cerca de 70% da superfície do planeta é constituído de água, seja em estado líquido (oceanos, mares, lagos, rios e águas subterrâneas), seja em estado sólido (geleiras e neve). Mas o maior volume é de água salgada, que se encontra nos mares e refere-se a 97% do seu volume total, apenas 3% são de água doce e, desses mínimos 3%, somente 0,01% estão armazenadas nos lençóis freáticos na forma de águas subterrâneas (MARTINS, 2008). Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 80% das doenças que ocorrem em países em desenvolvimento são veiculadas pela água contaminada por microrganismos patogênicos (COELHO et al., 2007). Isto se deve ao fato de apenas 30% da população mundial ter água tratada e os outros 70% terem poços como fonte de água, facilitando assim sua contaminação (FERNANDEZ e SANTOS, 2007). Atualmente as demandas pela perfuração de poços subterrâneos têm crescido em um ritmo acentuado, devido a grande escassez de recursos hídricos que vem ocorrendo em algumas regiões brasileiras. A água de poços e fontes vem sendo utilizada para diversos fins, tais como o abastecimento humano, irrigação, indústria e lazer. No Brasil, 15,6% dos domicílios utilizam exclusivamente água subterrânea, 77,8% usam rede de abastecimento de água e 6,6% usam outras formas de abastecimento (IBGE, 2002). A vigilância e o controle da qualidade microbiológica e físico-química dessa água são de extrema importância para a saúde das comunidades. Salienta-se que a escolha de um local para a perfuração de um poço deve atentar para uma distância segura, isto é, suficiente para assegurar que eventuais fontes de contaminação, como fossas, tanques sépticos, estábulos e agrotóxicos, estejam adequadamente distantes (VENZKE e MATTOS, 2010). O objetivo deste trabalho foi avaliar o estudo

da qualidade físico-química das águas dos poços tubulares localizado no sitio Guabiraba do município de Lagoa Seca-PB. Metodologia As atividades foram realizadas no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus de Campina Grande (IFPB). As amostras foram coletadas no mês de fevereiro de 2017, oriundas dos poços tubulares do referido sitio. Foi realizada a coleta de água na torneira da saída do poço, ou coletada diretamente no próprio poço. As coletas foram realizadas com a utilização de garrafas politereftalato de etileno (PET), transparente de dois litros, propondo assim um destino útil a esse tipo de embalagem, que atualmente representa um dos grandes problemas para o meio ambiente. O projeto teve início com uma visita técnica para identificação dos pontos de coleta de água nos poços tubulares (P1 e P2) que foram escolhidos para o estudo da qualidade físico-química. Após a visita, foi realizado discussão com os alunos sobre a importância da qualidade da água e sobre a necessidade do monitoramento da qualidade desse recurso. Após a coleta, as amostras de água foram encaminhadas aos Laboratórios de Química (LQ) do IFPB campus de Campina, onde foram realizadas as seguintes análises: ph, temperatura ( o C), alcalinidade (mg.l -1 ), acidez carbônica (em termo de CaCO3), dureza total (mg.l -1 ), dureza de cálcio (mg.l -1 ), dureza de magnésio (mg.l -1 ), cloretos (mg.l -1 ), cor aparente (uh) e condutividade elétrica (µs.cm -1 ). As análises foram determinadas de acordo com as normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008). Os procedimentos foram iniciados com a coleta da amostra, seguida da determinação da temperatura da água. Na sequência, foram realizados os procedimentos para as dosagens de potencial hidrogeniônico, alcalinidade, acidez carbônica, cloro, dureza total (cálcio e magnésio), cloretos, cor aparente condutividade elétrica, com os reagentes específicos para cada parâmetro e comparado com os valores da portaria 2914/11 (BRASIL, 2011), que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Resultados e Discussão Na Tabela 1, são apresentados os valores médios de ph, temperatura (ºC), alcalinidade (mgl -

1 ), acidez carbônica (em termo de CaCO3), dureza total, de cálcio e magnésio (mgl -1 ), cloretos (mgl - 1 ), cor aparente (uh) e condutividade elétrica (µscm -1 ) das amostras de água coletadas. Os resultados das análises físico-químicas qualificaram as amostras provenientes dos poços P1 e P2, como tendo valores de ph básico, indicativo de que os elementos alcalinos Na, K, Ca e Mg, que são de alta mobilidade geoquímica pelos processos intempéricos. As amostras apresentaram ph que variaram de 7,48 a 7,93. Em relação a esse parâmetro, as águas dos poços podem ser consumidas sem problemas pela população humana, pois estão de acordo dos valores recomendados pela portaria 2914 de 12 de dezembro de 2011 (BRASIL, 2011) em que se recomenda valor máximo permitido entre 6-9,5. As temperaturas das águas coletadas variaram entre 25,8 e 25,2 ºC. Em estudo com a qualidade físico-química da água para consumo humano (ARAÚJO et al., 2011) também observaram valores médios bem próximo ao encontrado na pesquisa (19,2 a 30,1 ºC). Em relação à alcalinidade apresentaram valores que variaram entre 74 e 50 (mgl -1 ) de CaCO3. A alcalinidade é uma medida de capacidade da água de neutralizar um ácido forte ao determinado ph. Nas águas naturais, a alcalinidade ocorre devido, principalmente, aos íons de hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos. Os altos níveis de alcalinidade indicam a presença de efluentes industriais fortemente alcalinos (POHLING, 2009). Verifica-se que as análises de acidez carbônica apresentaram valores entre 20 e 39 (mgl -1 de CaCO3 respectivamente. A acidez da água depende do ph, porque é devido ao CO2, que estará presente somente para ph entre 4,4 e 8,3, pois abaixo do valor mínimo, a acidez decorre da presença de ácidos fortes, os quais são incomuns nas águas naturais, corroborando com os resultados encontrados. Verifica-se na tabela 1, que os valores médios encontrados nas análises de dureza total variaram entre 888 e 630 mgl -1 de CaCO3. Segundo a portaria 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011) estabelece para a dureza total o teor de 500 (mgl -1 ) em termos de CaCO3 como valor máximo permitido para água potável, portanto as águas dos poços tubulares P1, e P2, encontram-se fora dos padrões estabelecidos pela legislação brasileira. Tabela 1 - Estudo da qualidade físico-química das águas de poços tubulares, localizado no sitio Guabiraba do município de Lagoa Seca-PB Parâmetros analisados P 1 P 2 Valor Máximo Permitido ph 7,93 7,48 6-9,5 Temperatura (ºC) 25,8 25,2 - Alcalinidade (mg/l) 74 50 100 Acidez carbônica (em termo CaCO 3) 20 39 Maior que 10

Dureza total (mg/l) 888 630 500 Dureza cálcio (mg/l) 107 164 - Dureza magnésio (mg/l) 781 466 - Cloreto (mg/l) 1301 1294 250 Cor aparente (uh) 15 15 15 Condutividade elétrica (µs/cm) 3730 3341 - Conclusões Concluir-se, que as águas dos poços estudados quanto ao estudo da qualidade físico-química estão fora dos padrões estabelecido pela portaria 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde. Portanto, as águas analisadas não poderão ser utilizadas para o consumo humano, a não ser que seja realizado um tratamento através de métodos eficazes, como: dessalinização, filtração ou desmineralização, troca-iônica. Referências bibliográficas ARAÚJO, G. F. R.; TONANI, K. A. A.; JULIÃO, F. C.; CARDOSO, O. O.; ALVES, R. I. S.; RAGAZZI, M. F.; SAMPAIO, C. F.; SEGURA-MUNOZ, S. I. Qualidade físico-química e microbiológica da água para o consumo humano e a relação com a saúde: estudo em uma comunidade rural no estado de São Paulo. O Mundo da Saúde, São Paulo: v.35, nº1, p.98-104, 2011. BECKER, H. Controle Analítico de Águas. Fortaleza CE, Versão 4. p. 46, 2008. BRASIL. Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. COELHO, D. A.; SILVA, P. M. F.; VEIGA, S. M. O. M.; FIORINI, J. E. Avaliação da qualidade microbiológica de águas minerais comercializadas em supermercados da cidade de Alfenas, MG. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 21, n. 151, p. 88-92, maio 2007. FERNANDEZ, A.T.; SANTOS, V. C. Avaliação de parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água de abastecimento escolar, no município de Silva Jardim, RJ. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 21, n. 154, p. 93-98, set. 2007.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos químicos e físicos para análises de alimentos. 4ª ed. São Paulo: Versão eletrônica, 2008, 1020 p. MARTINS J. et.al. Apostila Qualidade da Água. 2008. POHLING, R. Reações químicas na análise de água. Fortaleza: Editora Arte Visual. P. 20, 2009. RIBEIRO, D. D. M.; ROCHA, W. J. S.F.; GARCIA, A. J. V. Definição de áreas potenciais para a ocorrência de água subterrânea na sub-bacia do rio siriri-sergipe com o auxílio do ahp (método analítico hierárquico). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 16, 2010, Anais... São Paulo, Brasil - eissn 2179-9784, 2010. VENZKE, C. D.; MATTOS, M. L. T. Qualidade de água para consumo humano proveniente de poços artesianos na colônia triunfo, XII ENPOS, II Mostra Científica, pelotas RS, 2010.