Análise Físico-química de água dos bebedouros do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba Campus Campina Grande.
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1 Análise Físico-química de água dos bebedouros do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba Campus Campina Grande. J. S. I. Santos 1, J. M. R. Lira 2, I. A. Madureira 3, E. D. Silva Filho 4 1-Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba IFPB- CEP: Campina Grande PB-Brasil, telefone: joelsonisidro700@gmail.com 2-Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba IFPB- CEP: Campina Grande PB-Brasil, telefone: matheusramoslira@gmail.com 3-Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba IFPB- CEP: Campina Grande PB-Brasil, telefone: Iremar@bol.com 4-Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba IFPB- CEP: Campina Grande PB-Brasil, telefone: edmsegundo@hotmail.com RESUMO- Tendo em vista que os seres humanos necessitam de água para sobreviver, devemos sempre estar preocupados com a qualidade dela, visto que a água, quando em estado de irregularidade pode ser danosa à saúde. Visando esta importante temática, o objetivo desse trabalho foi a investigação da qualidade da água oferecida nos bebedouros do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba campus Campina Grande-PB que é ofertada a cerca de 3000 alunos. Através das análises das propriedades físico-químicas visamos obter um quadro geral da qualidade da água fornecida. A presente pesquisa foi desenvolvida entre os meses de março e outubro de 2017, durante o período de escassez de água no açude Epitácio Pessoa, que é o reservatório responsável pelo abastecimento da cidade, com as recargas através das águas do rio São Francisco ao manancial, as análises foram refeitas e foi possível averiguar o melhoramento nos parâmetros. PALAVRAS-CHAVE: água, bebedouros, análise. ABSTRACT - Given that human beings need water to survive, we should always be concerned about the quality of it, since water, when in a state of irregularity can be harmful to health. Aiming at this important thematic, the aim of this work was the research of the quality of water offered in the Fountains of the Federal Institute of Education Science and Technology of Paraiba campus Campina Grande-PB which is offered about 3000 students. Through the analysis of the physico-chemical properties We aim to obtain a general picture of the quality of the water provided. The present research was developed between the months of March and October of 2017, during the period of water shortage in the weir Epitácio person, which is the reservoir responsible for the supply of the city, with the recharges through the waters of the River San Francisco to The analysis was redone and it was possible to ascertain the improvement in the parameters. KEYWORDS: water, drinkers, analysis. 1.Introdução A água é um bem natural no qual dependemos de forma direta ou indireta para sobrevivermos, sendo a água uma das substâncias mais abundantes na natureza. Em termos quantitativos, o volume total de água existente na Terra é constante e apenas 2,5% deste são de água doce. Contudo, da parcela
2 de água doce, somente 0,3% constitui a porção superficial de água presente em rios e lagos, as quais estão passíveis de exploração e uso pelo homem. (RAZZOLINI et. al., 2008). A água adequada para o consumo é aquela que atende aos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos, atendendo assim ao padrão de portabilidade exigido pela Portaria n 2.914, de 12 de Dezembro de 2011 do Ministério da Saúde. À água considerável Potável é aquela que não apresenta gosto (Insípida), não apresenta cor (Incolor) e não apresenta cheiro (Inodora). Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 4 (quatro) milhões de crianças morrem anualmente de doenças relacionadas com águas contaminadas (ONGLEY, 2001). Tornando necessária a realização das análises da mesma antes do consumo, neste caso, físico-química. Os Bebedouros são equipamentos mecânicos que armazenam ou situam-se diretamente ligados à rede de abastecimento, fornecendo água de forma potável, para pessoas ou animais. O referido trabalho apresenta análises físico-químicas de água, fornecidas aos estudantes nos bebedouros do Instituto federal da Paraíba, campus Campina Grande como mostra a figura 1, durante o ano de Ano este que o manancial que abastece a cidade onde está situado o campus enfrentava sua maior crise hídrica da história, chegando a ficar com apenas 4,5% da sua capacidade total. Contudo no decorrer da pesquisa o manancial passou a receber águas do rio São Francisco onde refizemos as análises e constatamos mudança nos parâmetros. 2.Material e métodos Figura 1-Bebedouro da instituição. As atividades de análise foram desenvolvidas no Laboratório de Química do Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Campina Grande. As amostras de águas foram coletadas nos bebedouros da instituição, sendo conduzidas posteriormente para o laboratório de química da Instituição, para realização das análises. Os parâmetros físico-químicos das águas foram determinados seguindo as metodologias do manual do Instituto Adolfo Lutz (2008), ademais seguimos os métodos de análise Físico-química para análise de alimentos, da versão 5 do capítulo VIII- Águas. Os valores obtidos foram avaliados conforme a portaria de n do ministério da saúde (BRASIL 2011). O ph foi determinado pelo método potenciométrico, com o phmetro digital portátil da marca Kasvi, modelo K PA, previamente calibrado com soluções-tampão de ph 7,0 e de ph 4,0, com
3 resultados expressos em escala logarítmica de ph. Equipamento este também utilizado para determinar a Temperatura expressa em ( C). O cloreto, por sua vez, foi verificado pelo método de Möhr, em mg/l de Cl - ; A dureza total e de cálcio, foram obtidos por meio de procedimento volumétrico, sendo expressas em termos de Carbonato de Cálcio (mg/l CaCO3). A acidez carbônica, expressa em termos de CaCO 3, foi efetuada por meio de dois procedimentos: titulometria e evaporação. Os parâmetros sólidos totais dissolvidos (ppm), cinzas (%Cz) e condutividade elétrica (µs/cm a 25 C), foram determinados pelo condutivímetro digital da LUTRON modelo CD Resultados e discussão Obtém se, na tabela 1, os resultados dos parâmetros alcançados na análise realizada com a água dos bebedouros no mês de março, antes da chegada das águas do Rio São Francisco ao manancial Epitácio Pessoa. TABELA 1: Análises realizadas no mês de março. Torneiras dos bebedouros Parâmetro Unidade de medida A B C D Média V.M.P ph - 7,19 7,16 7,25 7,16 7,19 6,0-9,5 Cloreto mg/l de Cl - 249,99 264,92 246, ,9 250,00 Dureza Total mg/l de CaCO ,5 500 Dureza de Ca + mg/l de CaCO3 114,2 109,4 112,3 118,8 113,66 - Dureza de Mg + mg/l de CaCO3 345,6 374,6 356,1 343,2 354,86 - Alcalinidade mg/l de CaCO ,25 - Acidez Carbônica mg/l de CaCO3 6,0 8,0 8,0 7,2 7,3 10 Temperatura C 25,13 25,1 25,2 25,1 25,13 - Sólidos Totais Dissolvidos p.p.m. a 25 C 771,56 856,05 765,23 795,32 797, Cinzas %Cz a 25 C 1,0670 1,2767 1,1235 1,2865 1, Condutividade Elétrica µs/cm 2 a 25 C ,5 - V.M.P = Valor máximo permitido. Têm-se na tabela 1 os resultados alcançados, verificamos que o ph teve sua média em 7,19 demonstrando um ph básico. O valor médio obtido no cloreto foi de 254,9 mg/l de Cl - acima do valor permitido, contudo as torneiras A e D estão conforme a portaria. Na dureza total o valor médio obtido foi 472,5 mg/l de CaCO 3 caracterizando uma água dura, dureza de cálcio resultou em uma média de 113,66 mg/l de CaCO 3, já a de dureza magnésio em 354,86 mg/l de CaCO 3 demonstrando haver maior concentração de magnésio na água. A alcalinidade resultou em média de 20,25 mg/l de CaCO 3, em relação a acidez carbônica o valor médio encontrado foi de 7,3 mg/l de CaCO 3. A temperatura expressa em ºC teve sua média em 25,13. O valor encontrado em média no parâmetro Sólidos Totais
4 Dissolvidos foi de 797,04 p.p.m a 25 ºC, já em relação a Cinzas a média foi de 1,1884 %Cz a 25 C. No parâmetro condutividade elétrica a média dos valores encontrados foi de 1.628,5 µs/cm 2 a 25 C. A tabela 2 mostra os parâmetros analisados depois da chegada das águas do Rio São Francisco ao açude Epitácio Pessoa que abastece a cidade. Podendo perceber uma considerada baixa nos valores encontrados. TABELA 2: Análises realizadas depois da chegada das águas do rio São Francisco. Torneiras dos bebedouros Parâmetro Unidade de Média medida A B C D V.M.P ph - 7,5 7,27 7,23 7,33 7,33 6,0-9,5 Cloreto mg/l de Cl - 16,49 17,49 16,49 16,39 16,72 250,00 Dureza Total mg/l de CaCO , Dureza de Ca + mg/l de CaCO3 86, ,6 95,5 93,2 - Dureza de Mg + mg/l de CaCO3 125, ,4 89,5 105,11 - Alcalinidade mg/l de CaCO3 2,3 2,7 1,7 1,9 2,15 - Acidez Carbônica mg/l de CaCO3 6,3 6,0 6,2 6,3 6,2 - Temperatura C 10,97 12,87 10,87 10,92 11,41 - Sólidos Totais Dissolvidos p.p.m. a 25 C 306,9 308,1 322,8 315,5 313, Cinzas %Cz a 25 C 0,3318 0,3296 0,3406 0,3304 0, Condutividade Elétrica µs/cm 2 a 25 C 637,9 621,6 643,8 640,8 636,0 - V.M.P = Valor máximo permitido Têm-se na tabela 2 os valores alcançados, verificou-se que o ph teve sua média 7,33 demonstrando ser um ph pouco básico. O valor obtido encontra-se compatível com a faixa permitida que segundo a portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde, é necessário que o valor do ph esteja dentro da faixa de 6,0-9,5. O cloreto, teve sua média de 16,72 mg/l de Cl -, O valor encontra-se dentro dos limites permitidos pela portaria nº 2914 do Ministério da Saúde que é de e 250,0 mg/l (BRASIL, 2011). Em relação à Dureza total, o valor médio obtido foi de 188,25 mg/l de CaCO 3, estando de acordo com a portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde, que determina o teor máximo permitido para dureza é de 500 mg/l de CaCO 3, sendo a água considerada dura quando apresentar valores acima de 150 mg/l de CaCO 3. A dureza total e dada através da soma das concentrações dos íons de Ca 2+ e Mg 2+, e outros íons como ferro (Fe 2+ ) e manganês (Mn 2+ ), que verificam durezas em menores graus à água. A dureza de Cálcio apresenta um valor médio de 93,2 mg/l de CaCO 3, enquanto a dureza de Magnésio apresenta uma média de 105,11 mg/l de CaCO 3, demonstrando haver maior concentração de magnésio na água. A alcalinidade resultou em uma média de 2,15 mg/l de CaCO 3, a alcalinidade que representa a capacidade que à água tem de neutralizar os ácidos, dado pelo somatório das diferentes formas de alcalinidades existentes.
5 A acidez carbônica resultou em uma média de 6,2. A legislação não regulariza nenhum valor máximo permitido para este parâmetro, contudo geralmente as águas superficiais apresentam concentrações menores que 10 mg/l de CaCO 3. (BRASIL 2006). Não existe valor estabelecido pela portaria nº2914 do Ministério da Saúde que regulamente o parâmetro da temperatura, a média encontrada para este parâmetro foi de 11,41 C. Os sólidos totais dissolvidos STD resultaram em uma média de 313,33 ppm a 25 C. O parâmetro representa a soma de todos os constituintes químicos dissolvidos na água. O valor obtido encontra-se de acordo com a legislação brasileira, que delimita valor máximo de 1000 ppm para água potável (BRASIL, 2011). Ao teor de cinzas, o valor médio obtido foi 0,3331 3% de cinzas a 25 C, esse teor trás informações sobre a quantidade das substâncias inorgânicas. Não existe uma legislação que determine o teor de cinzas da água, além disso, a literatura de cinzas para água ainda é diminuta. Sobre a condutividade elétrica, resultou em uma média de 636 µs/cm 2 a 25 C. De acordo como Oliveira et al (1999): A condutividade de uma água é a medida de sua capacidade de conduzir corrente elétrica sendo dependente do número e do tipo de espécies iônicas dispersas. 4.Conclusões Conclui-se que à água fornecida no Instituto Federal da Paraíba campus Campina Grande, apresenta todos os parâmetros físico-químicos analisados compatíveis com a portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde. Conjuntamente com a pesquisa foi possível concluir que às águas do rio São Francisco melhoraram de forma considerável os valores dos parâmetros físico-químicos, tais como a condutividade elétrica e o cloreto que sofreram uma redução maior que 60%, às águas fornecidas para os estudantes do Instituto se encontram adequadas perante os parâmetros analisados. 5.Referências bibliográficas BRASIL. Ministério da Saúde. Manual Prático de Análise de Água. 2º ed. 146 p. Brasília: Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), BRASIL. Portaria Nº 2914 de 12 de dezembro de Dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Ministério da Saúde, Brasília, DF, INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análises de alimentos. 4ª ed. São Paulo: Versão digital, 1000 p ONGLEY, E. D. Controle da poluição da água pelas atividades agrícolas. Tradução H. R. Ghevy; H.R., F. A. V. Damaceno; L. T. de L. BRITO; Campina Grande: UFPB, p. (FAO. Irrigação e Drenagem; 55). OLIVEIRA, R.; SILVA, S. A.; ATHAYDE JÚNIOR, G. B.; SILVA, S. T. A. Relação entre condutividade e sólidos totais dissolvidos em amostras de esgoto bruto e de lagoas de estabilização. In: XX Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Anais. Rio de Janeiro, p
6 RAZZOLINI, M. T. P.; GUNTHER, W. M. R. Impactos na saúde das deficiências de acesso a água. Saúde e Sociedade. São Paulo, v.17, n.1, p , jan./mar RENOVATO, D. C. C.; SENA, C. P. S.; SILVA, M. M. F. Análise dos parâmetros físico-químicos das águas da barragem pública da cidade de Pau dos Ferros (RN) - ph, cor, turbidez, acidez, alcalinidade, condutividade, cloreto e salinidade. In: IX Congresso de Iniciação Científica do IFRN (CONGIC). Anais. Pau dos Ferros, RODRIGUES, C. K.; HILLIG, É.; MACHADO, G. O. Análise química da madeira de Pinus oocarpa. Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Agrárias e Ambientais. In: SIEPE Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão. Anais. 26 a 30 de outubro de 2009.
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