A PERCEPÇÃO DOS IDOSOS SOBRE OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA (HIDROGINÁSTICA) TRAZ PARA SUAS VIDAS



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Transcrição:

A PERCEPÇÃO DOS IDOSOS SOBRE OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA (HIDROGINÁSTICA) TRAZ PARA SUAS VIDAS FABIANA ALVES DE LUCENA (Especialista em Fisiologia do Exercício e Grupos Especiais, Faculdade Leão Sampaio - FALS, fabylucenabs@hotmail.com) SARA MARIA TELES DE FIGUEIREDO (Especialista em Fisiologia do Exercício e Grupos Especiais, Faculdade Leão Sampaio FALS, sarateles_edf@hotmail.com) RESUMO Estamos vivenciando no mundo todo, o aumento crescente da população de idosos. É evidente que durante o processo de envelhecimento, o organismo vai tornando-se fragilizado, debilitando-se, não somente pelo fator biológico, mas também pelos fatores psicossociais, pois envelhecemos como um todo. Esse trabalho teve como objetivo geral identificar a percepção que os idosos têm sobre os benefícios que a atividade física (hidroginástica) traz em suas vidas. Essa pesquisa se caracteriza de natureza descritiva exploratória com abordagem qualitativa, pois proporciona maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito, descrevendo com exatidão os fatos ou fenômenos de determinada realidade e exige do pesquisador uma série de informações sobre o que se deseja estudar. O estudo foi desenvolvido junto ao grupo de idosos das escolinhas de hidroginástica e natação, da cidade de Brejo Santo CE, e a amostra foram compostas por 10 idosos, sendo 05 do sexo masculino e 05 do sexo feminino, com faixa etária entre 60 e 80 anos. Seguindo termos éticos para preservar as identidades dos idosos, bem como informações que podem causar constrangimentos aos mesmos, foi utilizado um Termo de Consentimento Esclarecido (TCE). O instrumento utilizado para coleta de dados se deu através de observações seguida de uma entrevista semi-estruturada. A partir das observações percebemos que a hidroginástica é uma atividade física que pode trazer benefícios para os idosos nos aspectos físicos, psicológicos e sociais. Palavras-chave: Idosos, atividade física (hidroginástica), benefícios. INTRODUÇÃO Desde os tempos mais remotos o homem procura atingir sua longevidade, buscando novas soluções a fim de seguir adiante como seu processo de evolução, preservando assim sua juventude e a melhoria na qualidade de vida. Atualmente vêm ocorrendo um aumento na expectativa de vida da população e este tem se tornado um fenômeno que atinge grande parte

do mundo tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. À medida que as condições gerais de vida têm avançado, o ser humano tem regredido com sua capacidade saudável de sobrevivência. Neste sentido, a prática da atividade física surge como uma aliada na luta contra o surgimento dessas doenças durante o processo de envelhecimento. Segundo Shephard (2003, p. 27) entre os muitos argumentos para o encorajamento da manutenção de um estilo de vida ativo durante a velhice, o praticante de exercício regular pode contar com o aumento de contatos sociais, melhora na saúde física e emocional, um risco reduzido de doenças crônicas e a manutenção de suas funções. Esse trabalho teve como objetivo identificar a percepção que os idosos têm sobre os benefícios que a atividade física (hidroginástica) traz em suas vidas, através de uma entrevista semi-estruturada aplicada com idosos freqüentadores de escolinhas de natação e hidroginástica da cidade de Brejo Santo CE. A pesquisa constará com o anonimato dos participantes. METODOLOGIA A metodologia utilizada tratou-se de uma pesquisa de natureza descritiva exploratória com abordagem qualitativa. Segundo Cervo e Bervian (2002) a pesquisa descritiva procura descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características. Sobre o método qualitativo Silverman (2009, p.43) diz que [...] está preocupado em explorar as histórias de vida ou o comportamento cotidiano das pessoas [...]. O estudo foi efetivado através de levantamentos bibliográficos, seguindo de coleta de dados por meio de entrevista semi-estruturada com o auxilio de gravações e observações. Foram entrevistados 10 idosos entre 60 e 80 anos, sendo 5 do sexo feminino e 5 do sexo masculino, freqüentadores de escolinhas de natação e hidroginástica da cidade de Brejo santo-ce. Segundo Marconi e Lakatos (2010, p.80) a entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informação a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. [...]

Em seguida os dados foram organizados em categoria de análises que consiste em agrupar elementos, idéias ou expressões que apresentem características semelhantes com a capacidade de estabelecerem relações entre si (GOMES, 1994). Durante o estudo foi preservado o anonimato dos participantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para facilitar à compreensão dos resultados e discussão do presente estudo, as análises foram divididas em 02 (duas ) categorias, são elas: (a) o convívio com amigos e auto-estima; b) Os benefícios na saúde e o tempo livre (aposentadoria); a) O convívio com amigos e auto-estima. O círculo de amizades e relações sociais dos idosos também é ampliado na prática de atividades físicas, contribuindo para romper situações de solidão, para fazer novos amigos, interessantes e diferentes dos de sempre, e, conseqüentemente, para ampliar os temas de conversação e assuntos nos quais pensarem. Todos o Indivíduos tiveram suas respostas bem parecidas e foram consideradas as dos seguintes: O I-01 diz, (...) aqui fiz novas amizades, antes da hidroginástica, eu acho que toda vida me relacionei bem com as pessoas, nunca tive dificuldades... mas depois da hidroginástica melhorou mais.. O I-02 diz que tudo da hidroginástica eu gosto... eu acho que eu me sinto bem aqui... fazer aqueles movimentos... Eu fico feliz com as amizades fico tão alegre e distraída (...). Já o I-03 relata que (...) é muito bom as aulas, a gente vem pra cá e distrai com o pessoal, é bom demais. Todo mundo conta um negócio e aí vamu passando o tempo (...). Com isso afirma Geis (2003, p. 49): [...] relacionamentos e as comunicações serão feitos com um grupo de pessoas com problemas afins, com assuntos comuns para discutir e falar, a sensação de solidão será menor e a de companhia maior, a capacidade de prestar atenção e a

memória serão exercitadas. Mediante o movimento e com a prática de uma atividade física adaptada e contínua, a pessoa prolongará a sua forma natural de viver. O I-07 diferente do restante diz que, (...) de vez em quando eu penso em não vim mais pra hidro, só que quando penso nos colegas daqui eu venho porque é bom, viu? (...). Já o I-09 diz que (...) a amizade é nota 10. É como se fosse ôta família. (...). De acordo com Geis (2003, p. 31), a atividade física é um fato representativo de nossa época, a qual atinge todas as esferas sociais e para os idosos, é um meio de relacionamento e de identificação com pessoas que contém as mesmas características, assim como para o estabelecimento de um grupo de amigos. A auto-estima é freqüentemente vista como a mais importante medida de bem-estar psicológico. Os resultados desta pesquisa indicam que o bemestar proporcionado pela participação do idoso em atividades em grupo contribui não só para a sua conscientização sobre a importância do autocuidado, mas também oportuniza a vivência e troca de experiências que repletas de emoções, gerando uma sensação de bem-estar. Dentre os entrevistados praticamente todos responderam que a melhoria da motivação era o aspecto mais importante e perceptível em suas vidas: I-03 (...) eu fico com minha auto-estima lá em cima quando eu venho pra cá. Me distraio e fico mais feliz (...). O I-06 (...) tô me sentido mais jovem, a autoestima ta elevada (risos), sinto até coragem de sair mais... (...). Estudos comprovam que a prática de atividades físicas ajuda aos idosos terem um estilo de vida mais ativo, proporcionando uma boa qualidade de vida, conforme Shephard (2003, p. 304) fatores como o funcionamento físico, social, cognitivo e emocional, a produtividade pessoal e privacidade podem influenciar a qualidade total de vida de um individuo. b) Os benefícios na saúde e o tempo livre (aposentadoria) Várias foram as formas pelas quais os sujeitos desse estudo disseram ou expressaram o que e como eram as emoções em suas vidas. Um dos pontos mais presentes nos discursos foi a relação entre saúde e doença. A

saúde foi associada com a ter independência, autonomia para desenvolver atividades diversas; comportamento de busca e de viver plenamente. Segundo Shephard (2003, p. 27) entre os muitos argumentos para o encorajamento da manutenção de um estilo de vida ativo durante a velhice, o praticante de exercício regular pode contar com o aumento de contatos sociais, melhora na saúde física e emocional, um risco reduzido de doenças crônicas e a manutenção de suas funções, como por exemplo: permitindo que uma pessoa caminhe normalmente, subir escadas facilmente sem cansaço extremo, carregar uma sacola pesada, entre outros. Dentre as respostas dos participantes foram consideradas as seguintes: I-02 (...) eu era cheia de reumatismo, dores por todo o corpo. E eu agora tenho uma atividade danada, minha pressão controlou mais, graças a Deus, tô me sentindo outra (...). O I-06 ressalta em suas palavras a importância da hidroginástica, quando diz: (...) eu melhorei muito depois da hidroginástica, principalmente porque tenho uns problemas de saúde e agora to me sintino bem melhor, ave é bom demais. (...). Mas, reforçando uma relação entre saúde e bem estar, o I-03 disse que quando estavam praticando atividades físicas, sentiam-se mais dispostos: (...) Antes de entrar aqui eu era duro duro... aqui trabalha o corpo todo (colun a, postura, circulação, articulações). È bom para as pernas e pés, dá sustento ao corpo e para mim caminhar (...). Outra categoria bastante encontrada nos resultados da pesquisa se refere ao tempo livre, ocioso, por conseqüência da aposentadoria. Segundo Pontes (2003) nesse momento da vida do idoso ocorre(m), [...] mudanças, obrigatória socialmente, é, as vezes, difícil de ser recuperada e aceita. Nesse momento devemos estar alertas para intervir em todos aqueles aspectos que estejam ao nosso alcance, com o objetivo de evitar crises, depressão, estresse e situações de tristeza, de solidão e, em geral, de abandono. (p.28) A aposentadoria em muitos casos, também contribui para um sentimento de inutilidade, freqüentemente observado no idoso. Segundo o I-02 (...) vim pra cá depois que percebi que tava só em casa, sem ter o que fazer. Só esperando receber o dinheiro do aposento, aí vim! (...). O I-09 diz que (...)

Depois que eu me aposentei, vim pra cá. Minha esposa também faz hidroginástica aqui, mas é em outro horário. To muito satisfeito, tratam muito bem a gente (...). O I-06 fala sobre a solidão e diz que: Vivia em casa as vezes sozinha, ave Maria é ruim de mais. Para Geis (2003, p. 52) destaca que a solidão é um outro desafio para os idosos. Com a aposentadoria, perde-se o grupo social do trabalho, a viuvez acontece e geralmente os filhos já estão casados, deixando uma imensa sensação de vazio. CONCLUSÃO Um dos principais desafios da Educação Física nos dias atuais está associado a transformar o estilo de vida da população, fazendo com que a atividade física, o exercício físico e o esporte façam parte do cotidiano da mesma. Ao nos referimos a indivíduos idosos, essa preocupação assume uma importância ímpar em função dos mesmos estarem envolvidos num processo de envelhecimento, com mudanças físicas, psíquicas e sociais bastante peculiares, Podemos destacar que de acordo os idosos a atividade física favorece independência nas atividades diárias, reintegração, sociabilização, maior vínculo de amizades, e ainda, melhorias na satisfação com a vida e redução da solidão. Mencionamos ainda, que a participação e programas de atividade física podem contribuir para o acréscimo da auto-estima, autoconfiança, melhora da percepção sobre as próprias capacidades pessoais e proporcionar um bem-estar elevado. BIBLIOGRAFIA SHEPHARD, Roy J. Tradução de Maria Aparecida da Silva Pereira Araujo. Envelhecimento, Atividade Física e Saúde. Editora Phorte. 2003. CERVO, A. L; BERVIAN, P. A. Metodologia cientifica. 5 ed. São Paulo: Pearson Prentice Halll, 2002

GOMES, R. Análise de dados em pesquisa qualitativa. In: MINAYO, Maria Cecília de Souza (org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 23ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. SILVERMAN, D. Interpretação de dados qualitativos: métodos para analise de entrevistas, textos e interações. Tradução Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2009. MARCONI, M; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnica de pesquisa, elaboração, analise e interpretação de dados. 7. Ed. 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010. GEIS, Pilar Pontes. Tradução Magda Schwartzhaupt. Atividade Física e Saúde na Terceira Idade: Teoria e prática. 5 edição. Porto Alegre: Artmed. 2003. PONT, G, P. Atividade física e saúde na terceira idade: teoria e prática. Trad. Magda Schwartzhaupt Chaves. 5. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.