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Transcrição:

ISSN: 1679-3013 Resumos das teses defendidas no Programa de Pós-Graduação em Oceanografia do da Universidade Federal de Pernambuco no período de janeiro a junho de 2001. 3ª TÍTULO: CRUSTÁCEOS DECÁPODOS DE SUBSTRATOS MÓVEIS DO MEDIOLITORAL DO ESTUÁRIO DO RIO PARIPE ITAMARACÁ, PE BRASIL. DOUTORANDA: Mônica Alves Coelho dos Santos. ORIENTADOR: Dr. Petrônio Alves Coelho. DATA DA DEFESA: 21 de fevereiro de 2001. SANTOS, Mônica Alves Coelho dos. Crustáceos Decápodos de Substratos Móveis do Mediolitoral do Estuário do Rio Paripe Itamaracá, PE Brasil. Recife, 2001. 134f. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Tecnologia e Geociências.. Programa de Pós Graduação em Oceanografia. Estudos ecológicos dos crustáceos decápodos de substratos móveis foram realizados no mediolitoral do estuário do rio Paripe Itamaracá PE. As coletas foram realizadas trimestralmente durante o período de fevereiro de 1994 a fevereiro de 1996, em três áreas distintas: Área 1 (próxima a foz, com cinco estações de coleta), Área 2 (parte mediana do estuário, com três estações de coleta) e Área 3 (mais próxima da cabeceira do estuário, também com três estações de coleta). Os animais foram coletados manualmente no interior de um espaço delimitado por um cubo de metal de 0,5 X 0,5m, com área de 0,25 m 2. A fauna esteve representada por 20 espécies, distribuídas em 12 gêneros e 9 famílias. Destas, Ocypodidae foi a mais representativa. Foram analisados um total de 1650 exemplares coletados nas 11 estações de estudo. O maior número de espécies foi observado na área 1, estação 3, com substrato areno-lamoso e o maior número de exemplares na área 3, estação 1, com substrato arenoso. Não foram observadas mudanças na composição da fauna relacionadas com a temperatura da água intersticial e sim com a salinidade da água intersticial, tendo sido observadas variações na composição faunística, correlacionadas com as variações da salinidade entre valores da água eualina e oligoalina. Com relação à abundância a maioria das espécies foi classificada como rara. A baixa abundância das espécies pode ser explicada pelo fato delas pertencerem a outros ambientes (infra ou supralitoral). A maior diversidade específica correspondeu ao verão, possivelmente causado pela salinidade mais elevada, e não pelo substrato e pela temperatura. A distribuição espacial das espécies foi influenciada pelo tipo de substrato e não pela temperatura ou salinidade da água intersticial. Os resultados obtidos confirmam o que se conhece sobre a ecologia da maior parte das espécies estudadas, ampliando o conhecimento das demais. 87

4ª 595.132 CDU (2ª ed.); 592.57 CDD (21ª ed); UFPE/BC2001-205 TÍTULO: NEMATOFAUNA DE UMA PRAIA ARENOSA TROPICAL (ISTMO DE OLINDA PERNAMBUCO BRASIL). DOUTORANDA: Tânia Nara Campinas Bezerra. ORIENTADORA: Drª. Verônica Gomes da Fonseca Genevois. CO-ORIENTADORA: Drª Magda Vinex. DATA DA DEFESA: 22 de fevereiro de 2001. BEZERRA, Tânia Nara Campinas. Nematofauna de uma Praia Arenosa Tropical (Istmo de Olinda Pernambuco Brasil). Recife, 2001. 114f. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Tecnologia e Geociências. Departamento de Oceanografia. Programa de Pós Graduação em Oceanografia. A nematofauna da Praia dos Milagres, no Istmo de Olinda, Pernambuco, Brasil, foi prospectada mensalmente, entre novembro de 1988 e outubro de 1989. A área situa-se entre o Porto do Recife, situado ao sul, e a favela Ilha do Maruim, ao norte. Sete pontos de coleta distando cerca de 300 metros entre si formaram uma transecção médio-litorânea paralela à linha d água, nas quais foram analisados extratos sedimentológicos mensais de 0-2 cm, 2-5 cm e 5-10 cm de profundidade. Nos mesmos pontos as águas intersticiais foram filtradas para caracterização da nematofauna, propiciando o alargamento da lista taxonômica. Leituras de temperatura, e análise granulométrica, foram estimadas para cada estação de coleta esta última a partir de 100 gramas de sedimentos. O material coletado foi fixado com formol salino 4%. Os Nematoda foram separados para amostragem das lâminas de Cobb, integralizados em lista taxonômica e analisados aos níveis de estrutura populacional e estrutura trófica. A hipótese inicial baseou-se no princípio que praias arenosas tropicais apresentam um número maior de espécies, com densidades mais elevadas que regiões temperadas. Foram registrados três ordens, dezenove famílias e 38 gêneros, compreendendo quatro espécies novas: Perepsilonema sp.n., Paracanthoncus sp.n., Echinodesmodora sp.n. e Rhynchonema sp.n. As sete espécies mais abundantes definiram os padrões espaço-temporal. O padrão espacial separa os pontos próximos da favela daqueles sob a influência do Porto do Recife. Quanto à distribuição vertical a espécie mais abundante, Perepsilonema sp.n. distribuiu-se em todos os estratos, concentrando-se nos mais profundos, enquanto Perepsilonema kellyae, a Segunda mais representativa, demonstrou uma distribuição inversa, quando as fases seca e chuvosa são consideradas. O padrão temporal apontou a estação chuvosa com maiores valores de diversidade que a estação seca, embora ambas tenham exibido valores muito baixos. A dominância das espécies ao longo do ano é responsável pelo padrão espaço-temporal da estrutura trófica, composta, sobretudo, pelos comedores seletivos de depósitos no verão pelos comedores de depósitos não seletivos, pelos comedores de epistrato e pelos carnívoro/onívoros durante a estação chuvosa. A estrutura da população apresentou-se composta por fêmeas em maior proporção do que machos e juvenis, indicando a manutenção do estoque e boa repartição dos recursos. Em abril ocorreu a maior incidência de fêmeas grávidas. Os valores baixos de diversidade e de equitabilidade indicam a possibilidade da Praia dos Milagres ser afetada pelo Porto e pela favela, mantendo-se sob constante estresse. A composição qualitativa da nematofauna norteia a conclusão de que praia arenosa de região tropical é menos rica do que as de regiões temperadas, refutando-se, assim, a hipótese inicial do trabalho. 88

5ª 597.554.4 CDU (2ª ed.); 592.57 CDD (21ª ed); UFPE/BC2001-164 TÍTULO: TAXONOMIA E ECOLOGIA DOS BAGRE (TELEOSTEI: ARIIDAE) DO LITORAL DE PERNAMBUCO, BRASIL. DOUTORANDA: Dinalva de Souza Guedes. ORIENTADORA: Drª. Rosa de Lima Silva Mello. DATA DA DEFESA: 31 de maio de 2001. GUEDES, Dinalva de Souza. Taxonomia e Ecologia dos Bagre (Teleostei: Ariidae) do Litoral de Pernambuco, Brasil. Recife, 2001. 143f. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Tecnologia e Geociências. Departamento de Oceanografia. Programa de Pós Graduação em Oceanografia. Estudos sobre a composição, distribuição, ecologia e conteúdo estomacal de bagres marinhos da família Ariidae foram realizados em duas etapas. A primeira etapa constou de exames de espécimes das coleções do da Universidade Federal de Pernambuco e do Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco; e a Segunda em três áreas do litoral de Pernambuco (Porto de Galinhas, Piedade e Itamaracá) no período de agosto/1998 a julho/1999, através de pescarias artesanais. Foram aplicados questionários junto aos pescadores abordando aspectos sócio-econômicos. Foram identificadas os gêneros: Arius (oito espécies), Bagre e Cathorops (duas espécies, cada), Sciadeichthys, (uma espécie). Pela análise da forma dos otólitos foram registrados 4 grupos. Do total de 2.226 exemplares amostrados ao longo do período estudado, 668 provieram de Porto de Galinhas (30,0%), 835 procederam de Piedade (37,5%), e 723 foram procedentes de Itamaracá (32,5%). Verificou-se que Arius proops foi a espécie mais frequente, com 720 indivíduos (32,3%). A maior parte das espécies esteve constituída por fêmeas maduras. As profundidades dessas pescarias variaram entre 8 e 24 m. Nos conteúdos estomacais de sete espécies pesquisadas predominaram moluscos (Cathorops spixii), crustáceos (Arius grandicassis, A. proops, A. herzbergii) e peixes (Bagre bagre, B. marinus). A captura mixta esteve constituída por 65 espécies, destacando-se em frequência de ocorrência e abundância numérica a família Scianidae. Os 100% dos pescadores de Porto de Galinhas, 80,8% de Piedade e 80,6% de Itamaracá informaram que preferem capturar outras espécies. O local onde geralmente é pescado o bagre consiste em áreas com fundo de lama, no mar de fora e no mar de dentro. Em Porto de Galinhas, os bagres são pescados no fim do inverno por 39,9% e no verão por 42,9% dos entrevistados. Em Piedade, 80,8% e em Itamaracá 83,8% dos entrevistados pescam os bagres no inverno. Quanto a abundância na área 58,1% dos pescadores de Itamaracá e 46,1% dos de Piedade disseram que aumentou, enquanto que 71,4% dos entrevistados de Porto de Galinhas disseram que não houve variações. Existe entre os pescadores um forte senso de comunidade, mais de 90% dos entrevistados pescam, geralmente em grupo. A associação das espécies de bagres marinhos com base na abundância numérica nas três sub-áreas amostradas evidenciou dois grupos, sendo o primeiro caracterizado por associar espécies de ambientes marinhos estuarinos e o segundo ambientes marinhos. Quanto a abundância de bagres na área a maioria dos pescadores de Itamaracá e de Piedade, disseram que aumentou, enquanto que os entrevistados de Porto de Galinhas disseram que não houve variações. 89

6ª 551.46 CDD (21ª ed); UFPE /CTG2001 TÍTULO: ESTRUTURA E DINÂMICA DA FLORA PLANCTÔNICA NO CANAL DE SANTA CRUZ ITAMARACÁ PERNAMBUCO NORDESTE DO BRASIL. DOUTORANDA: Maria da Glória Gonçalves da Silva Cunha. ORIENTADORA: Drª. Enide Eskinazi Leça. CO-ORIENTADORA: Drª. Sigrid Neumann Leitão. DATA DA DEFESA: 13 de junho de 2001. SILVA-CUNHA, Maria da Glória Gonçalves da. Estrutura e Dinâmica da Flora Planctônica no Canal de Santa Cruz Itamaracá Pernambuco Nordeste do Brasil. Recife, 2001. 236f. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Tecnologia e Geociências.. Programa de Pós Graduação em Oceanografia. O Canal de Santa Cruz é considerado um dos ecossistemas mais produtivos do litoral de Pernambuco, onde se desenvolve uma intensa atividade pesqueira. O Canal funciona como elo entre o continente e as regiões marinhas adjacentes, onde ocorrem fortes interações entre os processos físicos, químicos e biológicos. Um projeto de grande abrangência foi desenvolvido dentro do acordo de Cooperação Bilateral em Ciência e Tecnologia entre o Brasil (Ministério do Meio Ambiente) e o Zentrum fur Marine Tropenokologie ZMT (Bremen, Alemanha), cujo objetivo foi realizar um trabalho conjunto para tratar de questões fundamentais da ecologia dos trópicos, especificamente sobre as áreas de manguezais. O presente trabalho está inserido em uma das linhas de pesquisa do citado Projeto, o qual se objetivou analisar a composição específica, estrutura e dinâmica das algas planctônicas pertencentes à fração do microfitoplâncton. O estudo esteve baseado em amostras de plâncton coletadas em seis estações localizadas em Barra Orange e Barra de Catuama, tendo sido utilizada rede de arrasto com malha de 50µm. As coletas foram realizadas em intervalos aproximados de três horas, obedecendo aos períodos de marés, no período chuvoso (23-24.05.1994) e seco (19-20.12.1994). Em cada amostra foi inventariada a composição florística, a riqueza de espécies, quantificando o número de cél.l -1 e calculada a diversidade específica e a equitabilidade, tendo sido, também, calculada a frequência de ocorrência e a abundância relativa dos táxons infragenéricos inventariados, assim como a simiralidade entre as amostras. Foi registrado um total de 209 táxons infragenéricos, distribuídos entre 205 espécies, duas variedades e duas formas, destacando-se a divisão Bacillariophyta (diatomácea), cujos representantes constituíram mais de 80% em todas as amostras. Com menor representação, ocorreram também Cyanophyta, Euglenophyta, Pyrrophyta e Chlorophyta. Em relação ao número de táxons, as famílias mais representativas foram: Chaetocerotaceae e Triceratiaceae com 20 táxons cada uma. A diversidade específica foi comparativamente alta em todas as estações, e a similaridade entre as espécies sugeriu uma só associação, denotando uma coexistência de espécies em toda a área, enquanto a 90

simiralidade entre as estações mostrou variações relacionadas aos dois períodos anuais. Assim, não foram detectadas variações florísticas significativas entre os seis locais amostrados, devido principalmente à proximidade existente entre as estações de coletas, as quais estão sujeitas às mesmas condições ambientais. Variações significativas foram observadas em relação ao número de células por litro (densidade), cujos valores foram sempre mais elevados durante o período chuvoso, atingindo um máximo de 505,0 cél.l -1 em Barra de Catuama e um mínimo de 28,5 cél.l -1, em Barra Orange. De uma forma geral, nenhum dos locais amostrados apresentou uma variação nictemeral marcada, estando as variações relacionadas ao florescimento de algumas espécies, que caracterizaram determinados períodos de marés, destacando-se Asterionellopsis glacialis, Bellerochea malleus, Bacillaria paxillifera, Chaetoceros affinis, Chaetoceros curvisetus, Chaetoceros lorenzianus, Coscinodiscus centralis, Nitzschia sigma, Surirella febigerii e Thalassiosira subtilis como as mais frequentes e abundantes. A área em estudo apresentou uma composição florística dominada por espécies marinhas costeiras, embora tenha sido detectada a presença de algumas espécies de água doce, devido à influência de pequenos rios que deságuam no Canal, confirmando-se, assim, que as duas barras (Orange e Catuama) estão sob influência direta das águas marinhas costeiras. 91