EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO: O SUCESSO DE UMA PROPOSTA SEGUNDO OS ALUNOS



Documentos relacionados
OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

Aprendizagem da Matemática: um estudo sobre Representações Sociais no curso de Administração

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1. Língua estrangeira nas séries do Ensino Fundamental I: O professor está preparado para esse desafio?

Pedagogia Estácio FAMAP

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

As contribuições do PRORROGAÇÃO na formação continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Goiânia.

JOGOS ELETRÔNICOS CONTRIBUINDO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CONCEITOS MATEMÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS

CURSINHO POPULAR OPORTUNIDADES E DESAFIOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOCENTE

MARKETING DE RELACIONAMENTO UMA FERRAMENTA PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO SOBRE PORTAL INSTITUCIONAL

OS CANAIS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO PÓS LDB 9394/96: COLEGIADO ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

REGULAMENTO CURSO DESCENTRALIZADO

5 Considerações finais

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

O Currículo das Séries Iniciais e a Educação para a Saúde

CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA ATIVIDADES EXTRA CURRICULARES

Critérios de seleção e utilização do livro didático de inglês na rede estadual de ensino de Goiás

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

Duração: 8 meses Carga Horária: 360 horas. Os cursos de Pós-Graduação estão estruturados de acordo com as exigências da Resolução CNE/CES nº 01/2007.

Mestrado em Educação Superior Menção Docência Universitária

DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

Um currículo de alto nível

O ORIENTADOR FRENTE À INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIENCIA NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO

EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA: UM ENFOQUE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

LURDINALVA PEDROSA MONTEIRO E DRª. KÁTIA APARECIDA DA SILVA AQUINO. Propor uma abordagem transversal para o ensino de Ciências requer um

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

QUANTO VALE O MEU DINHEIRO? EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O CONSUMO.

Instituto Educacional Santa Catarina. Faculdade Jangada. Atenas Cursos

Resolução de Exercícios Orientações aos alunos

ALGUNS ASPECTOS QUE INTERFEREM NA PRÁXIS DOS PROFESSORES DO ENSINO DA ARTE

TÍTULO: ALUNOS DE MEDICINA CAPACITAM AGENTES COMUNITÁRIOS NO OBAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

USANDO A REDE SOCIAL (FACEBOOK) COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

Estado da Arte: Diálogos entre a Educação Física e a Psicologia

Analisando a construção e a interpretação de gráficos e tabelas por estudantes do Ensino Médio Regular e EJA

RELAÇÃO CTSA EM AULAS DE QUÍMICA: AVALIAÇÃO DE UMA PROPOSTA DE ENSINO PARA O CONTEÚDO DE GASES.

Faculdade de Direito Ipatinga Núcleo de Investigação Científica e Extensão NICE Coordenadoria de Extensão. Identificação da Ação Proposta

PIBID: DESCOBRINDO METODOLOGIAS DE ENSINO E RECURSOS DIDÁTICOS QUE PODEM FACILITAR O ENSINO DA MATEMÁTICA

PEDAGOGIA HOSPITALAR: as politícas públicas que norteiam à implementação das classes hospitalares.

Organização Curricular e o ensino do currículo: um processo consensuado

A Educação Bilíngüe. » Objetivo do modelo bilíngüe, segundo Skliar:

CONSULTORIA DE DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

História e ensino da tabela periódica através de jogo educativo

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI

PLANTANDO NOVAS SEMENTES NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

Desafios da EJA: flexibilidade, diversidade e profissionalização PNLD 2014

PROJETO CONVIVÊNCIA E VALORES

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS NO CONTEXTO ESCOLAR

Educação a distância: desafios e descobertas

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES (937Q)

CURSO PREPARATÓRIO PARA PROFESSORES. Profa. M. Ana Paula Melim Profa. Milene Bartolomei Silva

Entrevista com Heloísa Lück

A INTERATIVIDADE EM AMBIENTES WEB Dando um toque humano a cursos pela Internet. Os avanços tecnológicos de nosso mundo globalizado estão mudando a

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE A CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA NO MUNÍCIPIO DE GURJÃO-PB

Revisitando os Desafios da Web: Como Avaliar Alunos Online

MANUAL DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES PARA O CURSO DE FISIOTERAPIA

Projeto Político-Pedagógico Estudo técnico de seus pressupostos, paradigma e propostas

Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

ENSINO JURÍDICO DEMOCRÁTICO EDITAL PARA SELEÇÃO DE CANDIDATOS AO PROJETO ENSINO JURÍDICO DEMOCRÁTICO A PARTIR DE CURSO DE APRIMORAMENTO DOCENTE

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE ENSINO EM UM CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA A DISTÂNCIA

O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS: CONTRIBUIÇÕES PARA UM DEBATE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO ESPECIALIZAÇÃO DE MÍDIAS NA EDUCAÇÃO VÂNIA RABELO DELGADO ORIENTADOR: PAULO GUILHERMETI

CURSO: EDUCAR PARA TRANSFORMAR. Fundação Carmelitana Mário Palmério Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

Experimentação Esportiva

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

RELATÓRIO DE TRABALHO DOCENTE SETEMBRO DE 2012 EREM LUIZ DELGADO

RESUMO. Autora: Juliana da Cruz Guilherme Coautor: Prof. Dr. Saulo Cesar Paulino e Silva COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

DOENÇAS VIRAIS: UM DIÁLOGO SOBRE A AIDS NO PROEJA

Carga Horária :144h (07/04 a 05/09/2014) 1. JUSTIFICATIVA: 2. OBJETIVO(S):

Organizando Voluntariado na Escola. Aula 1 Ser Voluntário

A PROPOSTA DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA DOS PCN E SUA TRANSPOSIÇÃO ENTRE OS PROFESSORES DE INGLÊS DE ARAPIRACA

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra

A PRÁTICA DE MONITORIA PARA PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL DE LÍNGUA INGLESA DO PIBID

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

A INCLUSÃO DOS DIREITOS HUMANOS NAS TURMAS DO EJA POR MEIO DAS NOVAS TECNOLOGIAS

A IMPORTÂNCIA DOS FUNCIONÁRIOS NO PROCESSO EDUCATIVO NAS ESCOLAS

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA)

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum


Trabalho em Equipe e Educação Permanente para o SUS: A Experiência do CDG-SUS-MT. Fátima Ticianel CDG-SUS/UFMT/ISC-NDS

PROPOSTA PEDAGOGICA CENETEC Educação Profissional. Índice Sistemático. Capitulo I Da apresentação Capitulo II

COLÉGIO J. OLIVEIRA PROJETO PEDAGÓGICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS EM GESTÃO NA SAÚDE POR MEIO DA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: EXPERIÊNCIA DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ

PRÁTICAS LÚDICAS NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESCRITA DO INFANTIL IV E V DA ESCOLA SIMÃO BARBOSA DE MERUOCA-CE

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO CURRICULO ANO 2 - APROFUNDAMENTO

DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PROFESSORES E ALUNOS DA EJA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

Sonho Planejado, Sonho Realizado

COORDENADORA: Profa. Herica Maria Castro dos Santos Paixão. Mestre em Letras (Literatura, Artes e Cultura Regional)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E ENSINO DE MATEMÁTICA: UMA EXPERIÊNCIA EM GRUPO

LUDICIDADE E EDUCAÇÃO: O ENCANTAMENTO DE APRENDER BRINCANDO

Transcrição:

Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte 2006, 5(especial):99-107 EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO: O SUCESSO DE UMA PROPOSTA SEGUNDO OS ALUNOS Resumo: Este trabalho é fruto das reflexões dos autores sobre a Educação Física Escolar, notadamente sobre a Educação Física no Ensino Médio. Conforme a literatura, a Educação Física neste ciclo de ensino está distante das expectativas dos alunos levando os mesmos a desmotivação. No entanto, é preciso investigar propostas que estão sendo implantadas e analisar o seu sucesso. Sendo assim, objetivamos: A) Apresentar e discutir uma proposta diferente para a Educação Física no Ensino Médio e B) Apresentar as considerações dos alunos frente a esta nova proposta. Metodologicamente, este trabalho caracteriza-se por um estudo de caso utilizando-se um questionário para coletar os dados. Como resultado podemos afirmar que através das dimensões de conteúdo, principalmente a conceitual, os professores estão conseguindo apresentar uma Educação Física diferenciada para o Ensino Médio. Podemos dizer com convicção que a seleção de conteúdos vai ao encontro dos parâmetros legais, levando em consideração o repertório da cultura corporal de movimento e dos aspectos sociais dos alunos. Observamos que as estratégias utilizadas no decorrer das aulas foram diversificadas e condizentes com os conteúdos propostos. Com relação aos alunos vemos que através desta proposta os mesmos participam das aulas motivados. Também podemos afirmar que com esta Proposta mesmo os alunos que não participam das aulas na qual predomina a dimensão procedimental, estão recebendo um gama de conhecimentos através da dimensão conceitual. Em suma, podemos afirmar que os resultados deste estudo nos mostram uma Educação Física diferenciada e de sucesso, pois os professores estão cumprindo seu papel e alcançando, assim, os objetivos da Educação Física Escolar, o de formar cidadãos críticos e conscientes de seu papel junto à cidadania. Rafael de Menezes Rita de Cássia Garcia Verenguer Universidade Presbiteriana Mackenzie Palavras chave: Educação Física no Ensino Médio; Proposta Pedagógica; Motivação. PHYSICAL EDUCATION IN HIGH SCHOLL: THE SUCCESS OF THE STUDENTS PURPOSAL Abstract: This work started to be designed still when writed my work of conclusion of the field the graduation of course Physical Education. This work get to locate and to identify a Physical Education in Secundary High Schools, that presented a new purpose that was well structure and legitimate by all, it is, principal, students and, including, parents. Being thus, we objectify: A) to present and to argue a new purpose of Physical Education in Secundary High Schools; and B) to present the consideration of the students sharge the this new purpose. Methodologically, this work characterizes on a case study using itself a questionnaire to collect the data. As result we can affirm that about the content dimensions, the teachers are achieve to presenting a differentiated Physical Education for Secundary High Schools. We can affirm that the selection of the contents reflects on the legal parameters, taking in consideration the repertoire of corporal and social culture of the students. We have 99

Rafael de Menezes e Rita de Cássia Garcia Verenguer observed that the strategies used during classes have been diversified and consenting with the considered contents. Regarding the students we can say that through those differentiated purposes the teachers are obtaining to make that a higher number of students participate in class and that, apparently, the motivation of the same ones get each day higher for practical activities. Also we can affirm that with this purpose that, even students who do not participate in class, are receiving a meaningful amount of knowledge through the conceptual dimension. Summa, we can affirm that the results of this study goes to the meeting of literature when it affirms that the Physical Education in schools are relegated as a second plan, that the teachers are not fulfilling their purpose and that the students are not motivated and interested. Keywords: Physical Education in Secundary High School; Pedagogical Purpose; Motivation. INTRODUÇÃO Esta pesquisa começou a tomar forma quando começamos a refletimos sobre por que as aulas de Educação Física no Ensino Médio, aparentemente, se resumem ao futebol?; por que há alunos que fogem das aulas de Educação Física no Ensino Médio?; há uma saída para a educação Física no Ensino Médio? Para responder estas inquietações fomos buscar na literatura respostas e estamos convictos que, se o número de alunos no Ensino Médio é crescente, os adolescentes devem vivenciar diversas experiências motoras e, conjuntamente e adquirir conhecimento sobre essas experiências. A literatura advoga que a Educação Física trata da cultura corporal de movimento e que nesse ciclo de ensino, manter a motivação dos alunos frente a esse componente curricular, é um grande desafio para os professores. Sabemos que as escolhas de conteúdos e estratégias têm um lugar primordial nesse processo. Podemos afirmar que o professor necessita manter-se sempre atualizado buscando uma interação constante com o aluno e esta interação é favorecida e facilitada quando ocorre uma contextualização dos objetivos das aulas com o cotidiano dos alunos, através de temas de interesse deles. Diante do exposto, definimos para este estudo os seguintes objetivos: a) apresentar e discutir uma proposta diferente para a Educação Física no Ensino Médio e b) apresentar as considerações dos alunos frente a esta nova proposta. 1 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO: UMA PROPOSTA DIFERENCIADA Observamos um crescimento do número de alunos no Ensino Médio, fruto de uma política de universalização da escolarização e pelas demanda do mercado de trabalho no que se refere ao conhecimento formalizado. Especificamente sobre Educação Física no Ensino Médio, alguns autores afirmam que ela deve permitir aos adolescentes diversas experiências através de atividades motoras, apresentando um caráter essencialmente participativo, diversificado, equilibrado, agregado aos conteúdos procedimentais e conceituais, além dos atitudinais, valorizando o domínio cognitivo (BARNI & SCHNEIDER 2003; CORREIA, 1996; VERENGUER, 1995). Os autores advogam a Educação Física por tratar da cultura corporal de movimento e através desta o aluno pode aprimorar seu repertório motor. Para a Educação Física no Ensino Médio os autores sugerem um planejamento participativo que o aluno 100

Educação física no ensino médio: o sucesso de uma proposta segundo os alunos atue diretamente nele, pois assim o professor conseguirá detectar as necessidades dos alunos além de permitir uma autonomia e liberdade de escolha para as atividades e assim estas influenciarem em sua participação social (CORREIA, 1996) De Santo (1993) afirma que a Educação Física no Ensino Médio deve se aprofundar nos conhecimentos sobre o movimento humano e com este saber em mãos, os alunos podem aumentar as possibilidades de escolha de como, quando e em que condições eles desejam se envolver ou praticar a atividade física. Portanto, a Educação Física no Ensino Médio pode aproveitar-se da dimensão conceitual para favorecer a autonomia e a reflexão frente à cultura corporal de movimento. Este senso crítico e autônomo deve ocorrer em relação às vivências, vinculadas ao lazer e ao saúde/bem estar (DARIDO ET AL, 1999; BRASIL, 1999). Para que haja o envolvimento dos alunos, Paim (2001) afirma que o conhecimento da motivação pelos professores de Educação Física é de grande importância para que se possa estimular o interesse dos alunos. Cid (2002) complementa ao dizer que a motivação é um processo que faz com que o aluno realize as atividades das aulas de Educação Física, porém estas atividades devem se entrelaçar com objetivos tangíveis, com os quais o aluno perceba a importância da atividade para sua vida dentro e fora das aulas de Educação Física. É importante lembrar que a motivação é o que faz o indivíduo tomar suas decisões e a realizar suas ações. Assim, nos apegamos na idéias de Chicati (2000), quando afirma que o professor de Educação Física deve ser o mediador do conhecimento, o agente motivador das aulas e deve assumir o papel de tutor na relação ensino aprendizagem. O professor deve ter a consciência de que o aluno é o centro de suas ações pedagógicas, logo a capacidade de escolha dos alunos deve ser valorizada, conjuntamente, com suas experiências motoras, tornando a aula mais participativa e com significados para todos, pois as aulas consistirão na realidade dos alunos (CASCO, 2001). Sendo assim, o professor tem que possibilitar aos seus alunos diversas aprendizagens dos conhecimentos sociais, necessários a conceitualização do mundo que os cerca, dando-lhes condições de pensar e de exercer críticas (LORENZINE & TAVARES, 1998). Tapia & Fita (2001) complementam ao dizerem que o processo de ensino aprendizagem é motivador quando há uma sintonia e/ou afinidade entre o aluno e o professor cabendo então ao professor de Educação Física promover a auto-aceitação e a confiança, permitindo aos alunos desenvolverem habilidades e talentos. Darido (2004) nos ajuda dando a dica de que é necessária a abordagem de temas de interesse dos alunos, como: aparência, sexualidade, alimentação, dieta, capacidade física, saúde, beleza, lazer, entre outros temas. Através destas abordagens que tem significados para os alunos, o professor consegue manter a motivação de seus alunos constante. O professor de Educação Física tem a obrigação de tornar as aulas motivantes e isto é possível através da diversificação dos conteúdos, e, através da diversidade, ele consegue atender as necessidades e interesses de seus alunos, procurando assim uma aprendizagem significativa (CHICATI, 2000). No entanto, para discutir temas de interesse dos alunos é necessário que o professor esteja sempre atualizado e integrado ao mundo do aluno, uma vez que, ao integrar-se neste mundo, o professor conseguirá fazer com que todos participem e criem autonomia para analisar e criticar qualquer informação veiculada pela mídia. 2. EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO. 101

Rafael de Menezes e Rita de Cássia Garcia Verenguer A partir deste momento iremos caracterizar a proposta de Educação Física para o Ensino Médio de um Colégio particular do município de Barueri. A proposta, Laboratório de Cinesiologia, está em andamento desde 2004 e foi em 2005 que ocorreu sua implantação. Segundo o documento que advoga essa proposta, a Educação Física Escolar tem sofrido constantes mudanças ao longo de seu percurso. Com estas mudanças, percebe-se que os alunos estão cada vez mais críticos quanto à necessidade da Educação Física para o seu bem estar. No documento, durante sua introdução, os autores alegam que o conhecimento adquirido no período escolar não é suficiente para o fornecimento de autonomia para uma vida ativa e esta insuficiência afeta, principalmente, os adolescentes. Com isto, a Proposta objetiva reorganizar as aulas de Educação Física da 8ª série do Ensino Fundamental até a 3ª série do Ensino Médio com a estruturação de um Laboratório de Cinesiologia para aulas de Educação Física. No Ensino Médio, em especial, a dimensão conceitual é mais aprofundada e bastante valorizada. 3. METODOLOGIA Esta pesquisa se enquadra nas características de uma pesquisa descritiva de natureza qualitativa e como um estudo de caso (THOMAS & NELSON, 2002). A população desta pesquisa são os alunos do Ensino Médio de uma escola particular localizada no município de Barueri que foi escolhida por possuir uma proposta diferenciada para a Educação Física neste ciclo de ensino. Decidimos escolher intencionalmente todos os alunos do Ensino Médio para aplicarmos o questionário, totalizando 105 alunos. Este questionário foi embasado na escala de Likert, procurando elucidar a motivação dos alunos e a importância da Educação Física para eles, além de qualificar a Educação Física e os conteúdos aplicados durante as aulas. 4. RESULTADOS Para simplificar a compreensão dos resultados coletados durante a pesquisa de campo, iremos caracterizar inicialmente o Ensino Médio e posteriormente estaremos dividindo estes resultados por séries. 4.1. CARACTERÍSTICAS DO ENSINO MÉDIO DESTE ESTUDO Ao final da fase de coleta de dados obtivemos o total de 105 questionários e com estes dados em mão conseguimos então quantificar e qualificar, além de caracterizar, a Educação Física no Ensino Médio da instituição pesquisada. A tabela 1 apresenta os dados globais. 102

Educação física no ensino médio: o sucesso de uma proposta segundo os alunos Tabela 1 Ensino Médio Geral Questões Gerais Escala Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo Importância da Educação Física 2% 6% 23% 40% 30% Nota das aulas 0% 4% 13% 56% 27% Nota dos conteúdos 0% 4% 29% 43% 25% Conhecimento adquirido 5% 7% 34% 38% 16% Assuntos abordados 2% 3% 25% 42% 29% Auto avaliação 7% 10% 23% 30% 30% Motivação nas aulas 5% 14% 25% 26% 30% Observamos com esses dados que a proposta que vem sendo implantada tem uma grande aceitação. As aulas, os conteúdos e os assuntos abordados, considerando a soma de bom e ótimo, correspondem respectivamente 83%, 68% e 71%. 4.2. 1º ANO DO ENSINO MÉDIO Ao analisarmos os questionários do 1º ano do Ensino Médio os resultados nos apontam a análise de 34 questionários. Para iniciarmos a discussão (tabela 02) nos apegamos aos quesitos importância da Educação Física e nota das aulas e percebemos que 76% consideram a Educação Física importante e 79% acham as aulas ministradas pelos professores são boas e ótimas. Ao analisarmos o quesito auto-avaliação e motivação nas aulas temos 65% dos alunos avaliando-se bem e 55% afirmando que estão motivados (soma de bom e ótimo ). Tabela 2 1º ano do Ensino Médio Questões Gerais Escala Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo Importância da Educação Física 0% 9% 15% 50% 26% Nota das aulas 0% 3% 18% 53% 26% Nota dos conteúdos 0% 6% 32% 44% 18% Conhecimento adquirido 0% 6% 32% 47% 15% Assuntos abordados 0% 3% 26% 50% 21% Auto avaliação 3% 9% 24% 41% 24% Motivação nas aulas 0% 15% 29% 29% 26% 4.3. 2º ANO DO ENSINO MÉDIO Dos 35 questionários respondidos pelos alunos do 2º ano temos: que a importância da Educação Física para os alunos e também as notas das aulas, correspondem respectivamente 66% e 91%, e para estes valores consideramos a soma de bom e 103

Rafael de Menezes e Rita de Cássia Garcia Verenguer ótimo. Observamos que nos quesitos nota dos conteúdos, conhecimento adquirido e assuntos abordados temos os seguintes resultados; 74%, 54% e 74%, respectivamente. Para os quesitos auto-avaliação e motivação temos, para ambos os casos, 57% de bom e ótimo Tabela 3 2º ano do Ensino Médio Questões Escala Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo Importância da Educação Física 3% 3% 29% 26% 40% Nota das aulas 0% 3% 6% 54% 37% Nota dos conteúdos 0% 3% 23% 51% 23% Conhecimento adquirido 6% 11% 29% 40% 14% Assuntos abordados 0% 3% 23% 34% 40% Auto avaliação 6% 17% 20% 31% 26% Motivação nas aulas 9% 14% 20% 31% 26% 4.4 3º ANO DO ENSINO MÉDIO Ao focarmos nossos estudos no último ano do Ensino Médio da Educação Básica, partimos para a análise dos 36 questionários (tabela 4 ). Somando os resultados de bom e ótimo para os quesitos notas das aulas, conteúdos e assuntos abordados temos, respectivamente, 78%, 66% e 67%. Ao vermos os quesitos importância da Educação Física e conhecimento adquirido vemos que 66% dos alunos consideram a Educação Física uma disciplina importante, somando-se bom e ótimo, já para conhecimento adquirido temos 47%. Com relação ao quesito auto-avaliação e motivação nas aulas tivemos os seguintes resultados 58% e 56%, respectivamente. Tabela 04 3º ano do Ensino Médio Questões Gerais Escala Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo Importância da Educação Física 3% 6% 25% 44% 22% Nota das aulas 0% 6% 17% 61% 17% Nota dos conteúdos 0% 3% 31% 33% 33% Conhecimento adquirido 8% 3% 42% 28% 19% Assuntos abordados 6% 3% 25% 42% 25% Auto avaliação 11% 6% 25% 19% 39% Motivação nas aulas 6% 14% 25% 17% 39% 104

Educação física no ensino médio: o sucesso de uma proposta segundo os alunos 5. DISCUSSÃO Para iniciarmos nossa discussão, percebemos que a Educação Física apresentada em nosso estudo é uma disciplina que segue a linha de raciocínio dos Parâmetros Curriculares Nacionais, ou seja, ela consegue atender seu público respeitando sua cultura e suas características, dando a esse componente curricular uma relevância no processo de escolarização. Estes resultados podem ser explicados devido à contextualização dada durante as aulas. Podemos afirmar que através da Proposta Laboratório de Cinesiologia, os alunos estão adquirindo conhecimentos, através da dimensão conceitual, e com isto refletindo e construindo sua autonomia quanto à cultura corporal de movimento. Aliás esses objetivos são defendidos por Darido et al. (1999) e por Brasil (1999). O alto índice de aprovação nas 3 séries mostra que, apesar das dificuldades e das resistências, o encaminhamento da Proposta está sendo frutífero. Podemos afirmar, ainda, que para se alcançar estes percentuais, os professores responsáveis pela implantação da Proposta, estão conseguindo desmistificar o paradigma da esportivização, fazendo com que os adolescentes tenham diversas experiências através das mais variadas atividades. Tal proposta vem ao encontro das idéias difundidas por Correia (1996), De Santo (1993), Verenguer (1995) e Barni & Schneider (2003), quando advogam por um planejamento participativo, diversificado e equilibrado, agregado às dimensões conceituais, atitudinais e procedimentais são fundamentais nesse clico de ensino. É importante lembrar que De Santo (1993) e Darido et al (1999) advogam que essas dimensões do conteúdo devem fazer parte de um programa de Educação Física para o Ensino Médio pois vão contribuir para a autonomia e tomada de decisões. Percebemos que a dimensão conceitual é muito bem visto pelos alunos e muito bem aplicada pelos professores, pois os alunos conseguem perceber que as modalidades esportivas não são as únicas atividades para as aulas de Educação Física. Os resultados deste estudo não corroboram com a afirmação de Gueriero & Araújo (2004), quando afirmam que os professores não estão dando importância às abordagens dos conteúdos. Ao relacionarmos a auto-avaliação dos alunos com a importância da Educação Física e as notas das aulas, percebemos que os alunos legitimam a mesma. Quando analisamos a motivação dos alunos do Ensino Médio, percebemos um alto índice (81%). Podemos considerar, apoiados em Tapia e Fita (2001), que o processo de ensino aprendizagem é motivador, já que há uma sintonia e uma afinidade entre a proposta e as necessidades dos alunos. A Proposta Laboratório de Cinesiologia é próspera, pois se percebe que a motivação e a participação dos alunos durante as aulas estão crescendo e isto pode ser explicado por Oliveira (2004), Darido (2004) e Chicati (2000) quando afirmam que métodos inovadores, como esta Proposta, facilitam a motivação dos alunos, pois possuem em sua raiz pedagógica temas do interesse dos alunos, com diversificação e com crescente evolução. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Educação Física Escolar depende de vários fatores, entre eles: legislação clara, direção responsável, instalações adequadas, professores comprometidos e competentes, pois é grande o desafio de torná-la, sobretudo para o Ensino Médio, um componente curricular atraente. Neste estudo, pudemos observar que existem saídas para a Educação Física no Ensino Médio quando todos os responsáveis por ela estão dispostos a torná-la importante no processo de escolarização. 105

Rafael de Menezes e Rita de Cássia Garcia Verenguer A Educação Física, para muitos professores, deixou de se limitar à dimensão procedimental. Para eles a Educação Física está inserida no contexto da escolarização e como tal deve responder pela formação dos alunos. Sendo assim, considerando as perguntas norteadoras deste estudo, percebemos que existe uma outra estrutura para a Educação Física no Ensino Médio, uma estrutura que foge da educação relegada, ou seja, uma estrutura na qual a disciplina possui um planejamento, objetivos definidos nas três dimensões de conteúdo e estratégias adequadas. Neste estudo pudemos perceber que a Educação Física no Ensino Médio é muito bem estrutura, pois é uma disciplina ministrada através de um planejamento participativo, que busca estratégias que vão ao encontro das necessidades dos adolescentes. Um outro diferencial desta Proposta é a aplicabilidade e a influência da dimensão conceitual, pois todo o planejamento está embasado nesta dimensão e tenta se agregar a dimensão procedimental. Na escola que foi objeto de investigação, Educação Física é uma disciplina que vai muito além das atividades de cunho procedimental, é uma disciplina que valoriza a dimensão conceitual e atitudinal. Este diferencial é tão evidente que os próprios alunos o reconhecem, pois durante todo o período de pesquisa pudemos perceber que os mesmos tinham prazer em estar na quadra, pois tinham consciência de que estavam aprendendo algo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARNI, Mara Juttel; SCHNEIDER, Ernani José. A Educação Física no ensino médio: Relevante ou irrelevante? Artigo publicado no site <http://www.icpg.com.br/> Instituto Catarinense de Pos Graduação nº.3 Agosto a Dezembro de 2003. Disponível no site <http://www.icpg.com.br/hp/revista/index.php?rp_auto=3>. Acesso em 21 Outubro de 2005. CASCO, Patrício. O esporte escolar e a experiência democrática. Artigo publicado no site <http://www.efdeportes.com/> Revista Digital Buenos Aires Ano 07 nº.36 Maio de 2001. Disponível no site <http://www.efdeportes.com/efd36/democr.htm>. Acesso em 01 agosto 2005. CHICATI, Karen Cristina. Motivação nas aulas de Educação Física no ensino médio. Revista da Educação Física / UEM, Maringá, v. 11, nº. 1, p. 97-105. 2000. CID, Luís Felipe. Alteração dos motivos para a prática desportivas das crianças e jovens. Artigo publicado no site <http://www.efdeportes.com/> Revista Digital Buenos Aires Ano 08 nº. 55 Dezembro de 2002. Disponível no site <http://www.efdeportes.com/efd55/motiv.htm>. Acesso em 06 maio 2005. CORREIA, Walter Roberto. Planejamento Participativo e o Ensino de Educação Física no 2º Grau. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, Supl. 2, p. 43-48, 1996. DARIDO, Suraya Cristiana et al. Educação Física no ensino médio: reflexões e ações. Revista Motriz, Rio Claro, v. 5, nº 2, p. 138-145. Dez. 1999.. A Educação Física na escola e o processo de formação dos não praticantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 18, nº 01, p. 61 80, Jan./Mar. 2004. 106

Educação física no ensino médio: o sucesso de uma proposta segundo os alunos DE SANTO, Dalberto Luiz. Educação Física Escolar: Tendência e Perspectivas. Anais: I Semana de Educação Física Universidade São Judas, São Paulo, p. 39-45, 1993 GUERIERO, Djane Aparecida; ARAUJO, Paulo Ferreira de. Educação Física Escolar ou Esportivização Escolar? Artigo publicado no site <http://www.efdeportes.com/> Revista Digital Buenos Aires Ano 10 nº. 78 Novembro de 2004. Disponível no site <http://www.efdeportes.com/efd78/esportiv.htm>. Acesso em 06 maio 2005. LORENZINE, Ana Rita; TAVARES, Marcelo. A cultura corporal na prática pedagógica dos professores de Educação Física do Estado de Pernambuco. Revista da Escola Superior de Educação Física da Universidade de Pernambuco. Ano III, nº. 03 Jan/ Dez 98. Publicado e disponível no site: <http://www.upe.br/corporis3/artigo6.html>. Acesso em 01 dez 2004. OLIVEIRA, Jefferson Leal. Da crise ao ressurgimento da Educação Física no contexto internacional. Artigo publicado no site <http://www.efdeportes.com/> Revista Digital Buenos Aires Ano 10 nº. 72 Maio de 2004. Disponível no site <http://www.efdeportes.com/efd72/efesc.htm>. Acesso em 06 maio 2005. PAIM, Maria Cristina Chimelo. Motivos que levam adolescentes a praticar o futebol. Artigo publicado no site <http://www.efdeportes.com/> Revista Digital Buenos Aires Ano 07 nº. 43 Dezembro de 2001. Disponível no site <http://www.efdeportes.com/efd43/motivo.htm>. Acesso em 01 de Agosto de 2005 TAPIA, Jesús Alonso; FITA, Enrique Caturla. In: GRACIA, Sandra (trad.). A motivação em sala de aula: o que é, como se faz. 4ª ed. São Paulo: Loyola, 2001. THOMAS, Jerry R., NELSON, Jack k., Métodos de pesquisa em atividade física. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. Cap. 1, p. 34. VERENGUER, Rita de Cássia Garcia. Educação Física Escolar: Considerações sobre a formação profissional do professor e o conteúdo do componente curricular no 2º grau. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, vol. 09, nº. 1, Jan/Jun. 1995, p. 69-74. Contatos Universidade Presbiteriana Mackenzie Fone: 3555 2131 Endereço: Avenida Mackenzie, 905 Tamboré Barueri SP Cep. 06460 130 E-mail: ritaveren@uol.com.br Tramitação Recebido em: 14/08/06 Aceito em: 29/09/06 107