Influencia de salinidade na germinação de Brassica juncea

Documentos relacionados
EFEITO DE SALINIZAÇÃO NA CULTURA DE CRAMBE 1

Germination of seeds of Bauhinia cheilantha (Caesalpinaceae) and Myracrodruon urundeuva (Anacardiaceae) submitted to salt stress

INFLUENCIA DA SALINIDADE POR CLORETO DE SÓDIO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L.

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE SORGO FORRAGEIRO SUBMETIDO A FRAÇÕES DE LIXIVIAÇÕES COM EFLUENTE SALINO DA PISCICULTURA

CRESCIMENTO DE PLANTAS DE SORGO BRS 610 SOB DIFERENTES SALINIDADES E TIPOS DE ADUBAÇÃO

Efeito Da Concentração Salina Em Água De Irrigação Durante Desenvolvimento Inicial Da Piptadenia Stipulacea Benth.

Efeito do estresse hídrico e térmico na germinação e crescimento de plântulas de cenoura

Avaliação do efeito de diferentes porcentagens de sombreamento em germinação de soja

CRESCIMENTO DA CULTIVAR DE MILHO AL-BANDEIRANTES SOB CONDIÇÕES DE ESTRESSE SALINO. Apresentação: Pôster

EFEITO DOS NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO COMUM*

EFEITO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DA BUCHA VEGETAL

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE SORGO FORRAGEIRO NO OESTE DA BAHIA

FISIOLOGIA DE PLANTAS DE FEIJÃO-DE-CORDA IRRIGADAS COM ÁGUA SALINA E SUBMETIDAS A DOSES DE BIOFERTILIZANTE

Palavras-Chave: Adubação nitrogenada, massa fresca, área foliar. Nitrogen in Cotton

Germinação de Sementes de Cebola em Ambiente Enriquecido com Dióxido de Carbono

Efeito de Níveis de Salinidade e Híbridos de Melão Sobre a Germinação de Sementes e o Crescimento Inicial da Plântula.

Índice de clorofila em variedades de cana-de-açúcar tardia, sob condições irrigadas e de sequeiro

AGRICULTURA I Téc. Agroecologia

AJUSTE DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO FEIJÃO

CRESCIMENTO INICIAL DE SORGO FORRAGEIRO (Sorghum bicolor L. Moench) IRRIGADO COM ÁGUA DE DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

EFEITO DA SALINIDADE E BIOFERTILIZANTES NA CULTURA DA ABOBRINHA

EFEITO DA SALINIDADE NA GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE MELOEIRO

EFEITO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO MAXIXE

Umedecimento de substratos na germinação de sementes de repolho

Influência da Adubação Orgânica e com NPK, em Solo de Resíduo de Mineração, na Germinação de Sementes de Amendoim.

Palavras-chave: Capacidade de armazenamento; Sementes; Germinação.

EFEITOS DA SALINIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS DE ALGODÃO (Gossypium hirsutum L.)

DESENVOLVIMENTO DO ALGODOEIRO COLORIDO BRS 201 IRRIGADO COM ÁGUA DE DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADES

Causas de GL IVE TMG PGER IVE TMG PGER

GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS DE ALGODÃO COLORIDO VARIEDADES BRS 200, BRS RUBI, BRS VERDE E BRS SAFIRA SOB CONDIÇÕES DE ESTRESSE SALINO

CRESCIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE MILHETO IRRIGADAS COM ÁGUAS SALINAS

INFLUÊNCIA DA SUPRESSÃO DA IRRIGAÇÃO NOS DIFERENTES ESTÁGIOS FENOLÓGICOS DO FEIJÃO-CAUPI

EFEITO DA SALINIDADE NO CRESCIMENTO INICIAL DO GIRASSOL EM DOIS TIPOS DE SOLOS DIFERENTES

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA NA CULTURA DA RÚCULA EM CULTIVO ORGÂNICO INTRODUÇÃO

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA EM DIFERENTES ESTRUTURAS DE SEMENTES DE SOJA 1. INTRODUÇÃO

Evapotranspiração da Cultura da Berinjela Irrigada com Diferentes Concentrações de Sais na Água.

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

Anais do Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão ENEPE RESUMOS SIMPLES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA FOTOSSÍNTESE NO CULTIVO DO FEIJOEIRO EM RELAÇÃO À UMIDADE DO SOLO

CRESCIMENTO DO MELOEIRO SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE NITROGÊNIO

EFEITO DA SALINIDADE SOBRE O CRESCIMENTO EM PLANTAS JOVENS DE MILHO (Zea mays L.)

EFEITO DE DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E DA LUMINOSIDADE NO CRESCIMENTO DE Plectranthus barbatus ANDR.

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES PELETIZADAS DE TOMATE

GERMINAÇÃO DO SORGO (Sorghum bicolor) SUBMETIDO A DIFERENTES PROPORÇÕES DE COMPOSTO ORGÂNICO

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

Diferenciação de Tubérculos de Batata em Função da Concentração de Nitrogênio na Solução Nutritiva.

Influence of sowing depth of canola at an early stage

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

GAS EXCHANGE IN COWPEA GENOTYPES IRRIGATED WITH SALINE WATER

TEORES DE NPK EM SORGO FORRAGEIRO IRRIGADO COM EFLUENTE SALINO DA PISCICULTURA

PARCELAMENTO DA COBERTURA COM NITROGÊNIO PARA cv. DELTAOPAL E IAC 24 NA REGIÃO DE SELVÍRIA-MS

culturas Milho 19,30 4,60 1,95 12,70 65,80 Batata 94,10 28,3 17,78 50,90 54,10 Trigo 14,50 1,88 0,73 11,90 82,10

BIOMASSA DE MAXIXEIRO EM FUNÇÃO DO ESTRESSE SALINO E TRATAMENTO DE SEMENTES COM BIOESTIMULANTE

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇUCAR (Saccharum spp.) SOBRE DIFERENTES NÍVEIS DE TRÁFEGO CONTROLADO

EFEITO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NA GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE Phaseolus vulgaris L.

DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA UTILIZANDO UM SISTEMA DE DEPOSIÇÃO DE SEMENTES POR FITA.

Influência do extrato de manga (Mangifera indica) sob o desenvolvimento inicial de quatro cultivares de cártamo (Carthamus tinctorius L.

Influência da Temperatura na Qualidade Fisiológica de Sementes de Sorgo

INFLUÊNCIA DO ESTRESSE SALINO NA EMERGÊNCIA DE GIRASSOL

INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DOS SAIS KCL E NACL NA GERMINAÇÃO DE PATA DE ELEFANTE (Beaucarnea recurvata Lem)

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

RESPOSTA DO ESTRESSE HÍDRICO SIMULADO COM POLIETILENOGLICOL EM SEMENTES DE TOMATE

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

POTENCIAL FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE CANOLA DURANTE O ARMAZENAMENTO

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM DOIS VIZINHOS/PR

GERMINAÇÃO DE Raphanus sativus SUBMETIDA A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE NaCl

RESPOSTA FOTOSSINTÉTICA DE PLANTAS DE MILHO SAFRINHA EM DIFERENTES ESTÁDIOS E HORÁRIOS DE AVALIAÇÃO

LONGEVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L. e Crotalaria spectabilis Roth EM CONDIÇÕES NATURAIS DE ARMAZENAMENTO

Apresentação: Pôster

FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO SILICATADA

AGRICULTURA I Téc. Agronegócios

Emergência de Pimenta sob o Aumento da Concentração de CO 2

PODER GERMINATIVO DE SEMENTES DE MELANCIA (Citrulus lanatus L.) SOB DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO

Termos para indexação: IVG, Vigor de sementes, Leguminosa tropical

SELETIVIDADE DO SORGO SACARINO A HERBICIDAS E O TRATAMENTO DE SEMENTES COM O BIOATIVADOR THIAMETHOXAM

EFEITO DO ESTRESSE SALINO SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES EM CULTIVARES DE CENOURA

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

Diferentes substratos no desenvolvimento do pepino (Cucumis sativus)

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MELANCIA EM DIFERENTES TEMPERATURAS 1. INTRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SEMEADURA NA CULTURA DO FEIJÃO

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

EFEITO DA SALINIDADE DA ÁGUA NA GERMINAÇÃO DO COENTRO (Coriandrum Sativum L.)

Germinação de sementes e desenvolvimento inicial de plântulas de pepino em diferentes tipos de substratos.

Coeficiente de Variação do Tempo e Freqüência de Emergência de Sementes de Sorgo Osmocondicionadas com PEG-6000

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MILHO SOB CONDIÇÕES DE ESTRESSE SALINO

OCORRÊNCIA DE Cercospora sp. EM CANOLA NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

Tolerância de Genótipos de Caupi à Salinidade no Solo

USO DE FONTES MINERAIS NITROGENADAS PARA O CULTIVO DO MILHO

TAXA DE DECOMPOSIÇÃO DE ESTERCOS EM FUNÇÃO DO TEMPO E DA PROFUNDIDADE DE INCORPORAÇÂO SOB IRRIGAÇÃO POR MICRO ASPERSÃO

Avaliação da Germinação de Sementes de Algodão BRS Aroeira Sob Diferentes Níveis de Salinidade

Transcrição:

308 ISSN: 2316-4093 Influencia de salinidade na germinação de Brassica juncea Rodrigo Techio Bressan¹, Edward Seabra Júnior², Daniel Marcos Dal Pozzo², Reginaldo Ferreira Santos¹, Suélen Cristina Maino¹ 1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, PPGEA Programa de Pós Graduação em Engenharia de Energia na Agricultura Nível Mestrado, Cascavel-PR. ²Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, DAPRO Departamento Acadêmico de Produção e Administração - Medianeira PR. seabra.edward@gmail.com Resumo: A mostarda-castanha ou mostarda-da-índia recebe o nome de Brassica juncea e é uma cultura de verão muito utilizada para a produção de alimentos. Sabe-se que a água tem um papel essencial em todas as fases do crescimento de uma cultura, e que a germinação e emergência são as fases cruciais para a fixação da cultura no solo, por isso é importante avaliar a absorção dos nutrientes presentes na água como no caso de sais, sejam eles nas mais diversas concentrações. Assim o objetivo desse estudo é avaliar o crescimento e desenvolvimento na germinação da semente de mostarda-castanha submetida a diferentes porcentagens de salinidade, verificando efeitos no crescimento. As concentrações utilizadas foram realizadas tomando a medida de 250 ml de água para cada concentração, sendo de 0% de NaCl (amostra de controle), 3% (7,5 gramas de NaCl para 250 ml de água), 0,06% (15 gramas de NaCl para 250 ml de água), e 0,1% (25 gramas de NaCl para 250 ml de água). Sendo que cada concentração foi feita em sextuplicatas. As concentrações de cloreto de sódio provocaram efeitos negativos no crescimento da mostarda-castanha. O índice de germinação, a primeira contagem de germinação, o tempo médio de germinação e a porcentagem de germinação foram afetados e verificou-se que p<0,05, sendo assim, as amostras analisadas eram todas diferentes, rejeitando-se a hipótese nula (de igualdade entre as amostras). Constatando assim que essa cultura não apresenta tolerâncias consideráveis a presença excessiva de sais. Palavras-chave: salinidade; mostarda-castanha; irrigação. Influence of salinity on Brassica juncea germination Abstract: The mustard greens or mustard guinea gets its name from Brassica juncea and is a summer crop widely used for food production. It is known that water has an essential role in all stages of growth of a culture, and the germination and emergence are the crucial stages for attachment of culture soil, so it is important to assess the absorption of nutrients in the water in the case of salts, either in various concentrations. So the aim of this study is to evaluate the growth and development in the germination of Brassica juncea seed under different salinity percentage, checking effects on growth. The concentrations used were carried out taking as

309 250 ml of water to each concentration being 0% NaCl (control sample) 3% (7.5 grams NaCl in 250 ml water), 0.06 % (15 grams NaCl in 250 ml water) and 0.1% (25 g NaCl to 250 ml of water). Since each concentration was performed in sextuplicatas. Sodium chloride concentrations caused negative effects on the growth of the mustard-brown. The germination index, the first count, the average germination time and germination percentage were affected and it was found that p <0.05 and the samples were all different, rejecting the null hypothesis (equality between samples). Noting how this culture does not show considerable tolerances excessive presence of salts. Key words: salinity, mustard greens, irrigation. Introdução A família Brassica compreende a canola, nabo, colza e as mostardas, assim sendo conhecidas pela alta taxa de crescimento, grande produção de biomassa e nutrientes, sendo que são originárias da Ásia e Índia. A mostarda-castanha ou mostarda-da-índia recebe o nome cinetífico de Brassica juncea e é uma cultura de verão muito utilizada para a produção de alimentos (CLARK et al., 2007). Essa cultura começou a ser utilizada no Sul do Brasil a partir da década de 70, assim ganhando espaço devido a sua grande capacidade de adaptação climática. Observa-se ainda adaptação ao tipo de solo e na qualidade da água para irrigação (TOMM et al., 2004). A fotossíntese, reação metabólica vegetal, é um processo onde existe a captura de dióxido de carbono (CO 2 ) da atmosfera, aliado a captura de água (H 2 O) do solo, e que mediante a energia solar, transforma quimicamente os substratos absorvidos em oxigênio e açúcares (VITAL, 2007). Dentro desse processo químico-biológico a água é fundamental, sendo importante em duas etapas: a) participar da reação da fotossíntese realizada nos estômatos (organela presente na epiderme das folhas, cujas células são responsáveis pela troca gasosa; b) participar da transpiração vegetal (que ocorre em períodos mais amenos, como a noite) (MARENCO, 2009). Como a água tem um papel essencial em todas as fases do crescimento de uma cultura, e sabendo que a germinação e emergência são as fases cruciais para a fixação da cultura no solo, é importante avaliar a absorção dos nutrientes presentes na água como no caso de sais, sejam eles nas mais diversas concentrações (BRITO et al., 2014). Nos mais diversos países onde se cultivam a mostarda-castanha, várias diferenças existem no que se referem aos minerais presentes no solo, fatores esses que pode causar a cultura um estresse ambiental. Dado este fim, observa-se a importância de estudos voltados às alterações morfológicas das plantas devido a diferentes concentrações salinas (WILLADINO, 2005). Os componentes minerais presentes no solo, devido as diferentes concentrações salinas

310 alteram o potencial osmótico da solução, diminuindo a disponibilidade de água para o vegetal. Assim torna-se viável o estudo de tais concentrações salinas para verificar quais delas causariam estresse hídrico (SILVEIRA et al. 2010). Em regiões mais secas onde existe um déficit na qualidade de água, que se encontra salinizada, o estudo de irrigação feita nessas condições se torna interessante (NEVES et al., 2009). Mesmo embora seja utilizada água com baixa qualidade, a escolha de culturas tolerantes deve ser estudada para verificar a possibilidade de irrigação com água salina, analisando a resistência ao excesso de sais na irrigação (LACERDA et al., 2009). Assim o objetivo desse estudo é avaliar o crescimento e desenvolvimento na germinação da semente de mostarda-castanha submetida a diferentes porcentagens de salinidade, verificando os efeitos no crescimento. Material e Métodos O experimento ocorreu na cidade de Cascavel, Paraná Brasil, com as coordenadas geográficas de 24º 57' 21" S e 53º 27' 19" W e altitude média de 781 metros. As sementes de mostarda-castanha foram obtidas no Campus da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os experimentos ocorreram no mês de junho e julho de 2016 (15 dias) no Campus UNIOESTE, em uma estufa, livre de sombreamentos. Foram utilizadas concentrações de diferentes salinidades, utilizando cloreto de sódio (NaCl). As concentrações utilizadas foram realizadas tomando a medida de 250 ml de água para cada concentração, sendo de 0% de NaCl (amostra de controle), 3% (7,5 gramas de NaCl para 250 ml de água), 0,06% (15 gramas de NaCl para 250 ml de água), e 0,1% (25 gramas de NaCl para 250 ml de água). Sendo que cada concentração foi feita em sextuplicata. A germinação das sementes de mostarda-castanha ocorreu em bandejas com seis células de policloreto de vinila (PVC), com diâmetros de dez centímetros, e altura de oito centímetros, alojados em outras bandejas com altura de diâmetros suficientes para acomodar as células. As células foram preenchidas com o mesmo tipo de solo até a altura de oito centímetros. Para o plantio do cultivo de mostarda, foram dispostas seis sementes por célula, com seis células por concentração, dispersas de tal modo que as sementes pudessem desenvolver e germinar sem interferências. As amostras foram colocadas na estufa de plantio no Campus da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), de tal forma que ficassem expostas a luz solar intermitentemente durante o período diurno segundo seus tratamentos. Para manter a umidade

311 do solo, foi realizada a manutenção das concentrações manualmente, sendo por meio de irrigação por bandeja desde a montagem do experimento. A irrigação na bandeja foi realizada a cada três dias, sendo iniciadas no primeiro dia do experimento, todas contendo 250 mililitros de água e suas respectivas concentrações de NaCl. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado sendo: quatro tratamentos de concentrações salinas com seis repetições e um genótipo de mostarda-castanha. Para a realização das análises os dados de emergência foram coletados até o décimo quinto dia. Os dados analisados foram: índice de velocidade de germinação, primeira contagem de germinação, tempo médio de germinação, porcentagem de germinação. Índice de velocidade de germinação (IVG): o qual foi proposto por Maguire, 1962, conforme a Equação 1. Onde: E1, E2... En: número de plântulas normais contabilizadas, na primeira, segunda e última contagem. N1, N2... Nn: número de dias da semeadura, na primeira, segunda e última. (1) Primeira contagem de germinação (PCG): computando-se o número de sementes com protrusão foliar e seus respectivos dias. Tempo médio de germinação (TMG): de acordo com Laboriau e Valadares, 1976, conforme a Equação 2. Onde: ni = número de sementes germinadas no intervalo entre cada contagem; ti = tempo decorrido entre o início da germinação e a i-ésima contagem. (2) A porcentagem de germinação (G) foi calculada seguindo o método proposto por Siddiq et. al. (2007), conforme a Equação 3. (3) Os dados coletados foram analisados estatisticamente utilizando o software Action Stat 3.1, com análise de variância (p<0,05) e teste de Tukey.

312 Resultados e Discussão As concentrações de cloreto de sódio provocaram efeitos negativos no crescimento da mostarda-castanha. O índice de germinação, a primeira contagem de germinação, o tempo médio de germinação e a porcentagem de germinação foram afetados e verificou-se que p<0,05, sendo assim, as amostras analisadas eram todas diferentes, rejeitando-se a hipótese nula (de igualdade entre as amostras). Observou-se uma variância amostral (ANOVA) entre a amostra controle 0% de cloreto de sódio com todas as outras concentrações, e pelo teste de Tukey (Tabela 1), observou-se que a comparação entre as amostras se diferem entre grupos. Tabela 1: Intervalo de confiança de Tukey Índice de Germinação (A), Primeira Contagem de Germinação (B), Tempo Médio de Germinação (C) e Porcentagem de Germinação (D) IVG (A) PCG (B) TMG (C) Germinação (%) (D) Fator (%) Médias Grupos Fator (%) Médias Grupos Fator (%) Médias Grupos Fator (%) Médias Grupos 0 8,562 (0,2) a 0 6 (0) a 0 2,028 (0,06) a 0 100 a 0,003 0,996 (1,20) b 0,003 1 (1,1) bc 0,003 2,12 (1,69) a 0,003 16,67 bc 0,006 1,734 (1,93) b 0,006 1,667 (1,6) b 0,006 1,93 (1,66) a 0,006 27,78 b 0,01 0 (0) b 0,01 0 (0) c 0,01 0 (0,0) b 0,01 0 c Valores seguidos da mesma letra na mesma coluna não se diferem entre sí pelo teste Tukey em 5% de significância; Valores entre parênteses representam o desvio-padrão Pela Tabela 1, verifica-se que em todas as características analisadas (IVG, PCG, TMG e Germinação) a amostra de controle com o fator de 0% se encontra em grupos separados das demais concentrações, assim afirmando que as médias amostrais não são semelhantes, comprovando que o fator salinidade da água afetou negativamente a cultura de mostardacastanha. Araújo et al. (2016), verificou que a salinidade na água de irrigação diminuiu o crescimento e acúmulo de massa seca das cultivares de meloeiro, e ainda observou que entre cultivares, a variedade de melão Halles Best Jumbo é mais tolerante que o melão Gaúcho. Sousa et al. (2016) analisou genótipos de lima sobre a presença de sais na água e concluiu que houve também uma diminuição no crescimento e germinação da cultura. Simões et al. (2016) verificou a salinidade no solo em cultivo de vários híbridos de cana-de-açúcar, e conseguiu apontar que após os sessenta dias de tratamento as variedades de cana-de-açúcar tiveram redução no crescimento, devido à salinidade do solo. Almeida et al. (2015) avaliou a influência da salinidade em cultura de banana e observou que houveram reduções na produção de matéria seca e na taxa fotossintética, observando assim efeitos osmóticos do sal presente no solo. Guimaraes et al. (2016), irrigou

313 sorgo forrageiro com efluente salino além de lixiviação de 15% e observou que o genótipo Volumax apresentou-se mais sensível a salinidade, porém com todos os cultivos diminuindo sua germinação e produtividade. Conclusões Pode-se concluir que os diferentes tratamentos de salinidade criados pela introdução de cloreto de sódio na água de irrigação provocaram efeitos negativos no desenvolvimento e germinação da semente de Brassica juncea, constatando assim que essa cultura não apresenta tolerâncias consideráveis à presença excessiva de sais. Referências ALMEIDA, Aldênia Mendes Mascena de et al. Influence of salinity on the development of the banana colonised by arbuscular mycorrhizal fungi. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 47, n. 3, p. 421-428, 2016. ARAUJO, Erbia Bressia Gonçalves et al. Crescimento inicial e tolerância de cultivares de meloeiro à salinidade da água. Rev. Ambient. Água, Taubaté, v. 11, n. 2, p. 462-471, June 2016. BRITO, M. E. B.; FERNANDES, P. D.; GHEYI, H. R.; MELO, A. S.; SOARES FILHO, W. S.; SANTOS, R. T. Sensibilidade à salinidade de híbridos trifoliados e outros porta enxertos de citros. Revista Caatinga, v. 27, p. 17-27, 2014. CLARK, A, et al. Managing Cover Crops Profitably, Sustainable Agriculture Network, Beltsville, MD. 3 rd. Ed. 2007. GUIMARAES, M. J. M. et al. Cultivation of forage sorghum varieties irrigated with saline effluent from fish-farming under semiarid conditions. Rev. bras. eng. agríc. ambient., Campina Grande, v. 20, n. 5, p. 461-465, May 2016. LACERDA, C. F. et al. Eficiência de utilização de água e nutrientes em plantas de feijão-decorda irrigadas com água salina em diferentes estádios de desenvolvimento. Engenharia Agrícola, v. 29, n. 02, p. 221-230, 2009. MARENCO, R A.; LOPES, N. F. Fisiologia Vegetal. 3ª Edição. ISBN: 978-85-7269-359-2, 2009. NEVES, A. L. R. et al. Acumulação de biomassa e extração de nutrientes por plantas de feijão-de-corda irrigadas com água salina em diferentes estádios de desenvolvimento. Ciência Rural, Santa Maria, v. 39, n. 3, p. 758-765, 2009. SIMOES, W. L. et al. Growth of sugar cane varieties under salinity. Rev. Ceres, Viçosa, v. 63, n. 2, p. 265-271, Apr. 2016. SOUSA, J. R. M. et al. Impact Of Saline Conditions And Nitrogen Fertilization On Citrus

314 Production And Gas Exchanges. Rev. Caatinga, Mossoró, v. 29, n. 2, p. 415-424, June 2016. TOMM, G.O. Indicativos tecnológicos para a produção de canola no Rio grande do Sul. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2007. VITAL M. F. Revista do BNDES. Impacto ambiental de florestas de eucalipto. Rio de Janeiro. v. 14, n. 28, p. 235-276, 2007. WILLADINO, L.; CAMARA, T.R. Aspectos fisiológicos do estresse salino em plantas. In: NOGUEIRA, R.J.M.C.; ARAÚJO, E. DE L.; WILLADINO, L.; CAVALCANTE, U.M.T. (eds). Estresses ambientais: danos e benefícios em plantas. Recife. MXM Gráfica e Editora. parte.ii, cap. 10, p. 118-126, 2005. SILVEIRA, J. A. G.; SILVA, S. L. F.; SILVA, E. N.; VIEGAS, R. A. Mecanismos biomoleculares envolvidos com a resistência ao estresse salino em plantas. In: GHEYI, H. R.; DIAS, N. S.; LACERDA, C. F. Manejo da salinidade na agricultura. Fortaleza, INCT Sal,. p. 472, 2010. Recebido para publicação em: 01/12/2017 Aceito para publicação em: 04/12/2017