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Transcrição:

RESULTADOS DE UM POLICULTIVO DA CARPA ESPELHO, CYPRINUS CARPIO L.,1758 VR. SPECULARIS, COM MACHOS DA TILAplA DO NILO, OREOCHROMIS NILOTICUS (L.,1766), ALIMENTADOS COM ESTERCO DE CODORNA, NOTHURA MACULOSA * JOSÉ WILLIAM BEZERRA E SILVA SIMÃO OLIVEIRA DE SOUZA *** MARIA INÊS DA SILVA NOBRE **, FRANCISCO ARI PINHEIRO ***** RESUMO Dis viveirs de 350m2 cada um, escavads n terren natural, fram estcads cm 88 alevins de carpa espelh, Cyprinus carpi L., 1758 vr. specularis, densidade de 2.500/ha, e cm 263 alevins machs da tilápia d Nil, Orechrmis nilticus (L., 1766), 7.500/ha, pr viveir. N iníci, as carpas apresentaram cmpriment ttal médi de 10,Ocm e pes médi de 159 e as tilápias 13,1cm e 37g. Antes da estcagem s viveirs fram esvaziads, limps, adubads (175kg de esterc de cdrna, pr viveir) e cheis cm água. Os peixes fram alimentads cm esterc de cdrna, Nthura maculsa, na base de 5% da bimassa pr dia, de segundafeira a sábad, send aliment frnecid em duas refeições diárias. Mensalmente, realizuse amstragens, send capturads, medids e pesads 15% ds indiv(dus de cada espécie. Após dze meses de cultiv, s viveirs fram esvaziads e s peixes cntads, medids e pesads. A análise ds dads btids apresentu s seguintes resultads: (a) Cmpriment ttal médi de 39,5cm para a carpa espelh e de 28,Ocm para machs PALAVRASCHAVE: Psicultura, carpa espelh, tilápia. alimentaçã cm esterc de cdrna. * Pesquisa realizada em cumpriment a Blsa de Pesquisa d Cnselh Nacinal de Desenvlviment Cient(fic e Tecnlógic (CNPq). ** Prfessr Adjunt da UFC/CCA/Departamen. t de Engenharia de Pesca e Blsista d CNPq Caixa Pstal 12.168 60.000 Frtaleza, Ceará, Brasil. *** Engenheir de Pesca. **** Engenheir de Pes"a d DNOCS/Centr de Pesquisas Ictilógicas Rdlph vn Ihering Caixa Pstal 423 60.035 Frtaleza, Ceará, Brasil. ***** Engenheir Agrônm d DNOCS/Centr de Pesquisas Ictilógicas Rdlph vn Ihering. da tilápia; (b) pes médi de 958g para cipriníde e de 373g para cicl íde; (c) bimassa ttal de 4.114,3 kg/ha, send 1.780kg/ha de c!!rpa e 2.344,3kg/ha de tilápia; (d) ganhs de pes individual de 2,6g/dia para cipriníde e O,99/dia para ciclíde; (e) ganhs di! bimassa de 14,2kg/ha/dia, send 6,8kg/ha/dia para a carpa e 7,4kg/ha/dia para a tilápia; (fi taxas de sbrevivência de 83,3% para a carpa e 73,8% para a tilápia; e (g) prdutividade de 4.114,3kg/ha/an, send 1.780,0 kg/ha/an para cipriníde e 2.334,3kg/ha/an para ciclíde. SUMMARY RESULTS OF A POLICULTURE OF MIRROR CARP, CYPRINUSCARPIO L., 1758 VR SPECULARIS. ANO MALE NILE TILA PIA, OREOCHROMIS NILOTICUS (L., 1766), FEO WITH MANURE OF SPOTTEO NOTHU RA, NOTHURA MACULOSA. Tw pnds with square meter earthen at Rdlph vn Ihering Research Center (Pentecste, Ceará, Brazill, were stcked with mirrar carp, Cyprinus carpi L., 1758 vr. specularis, and male Nile tilapia, Orechrmis nilticus (L., 1766), with a stcking density f 10,000 fish/ha, being 2,500 carps/ha and 7,500 tilapias/ha. Ali fishes were fed with manure f sptted nthura, Nthura maculsa, at 5 percent f the bimass everyday. Mnthly the sampling cnsisted f weighing and measuring 15 percent f the fishes in each pnd The data were rganized in tables and graphics, btained the average values frm tw pnds. The pliculture Ciên. Agrn.. Frtaleza, 20(1/2): pág. 167174junh<>dezembr/1989 167

aimed t btain fr the tw species with the fllwing data: (a) grwth curves in length and weigth and bimass curve; (b) rate f survival; (c) feed cnversin; (d) prductivity. INTRODUÇÃO O plicultiv em piscicultura é aplicad há mais de mil ans na China. Nas últimas décadas ele difundiuse em td mund, segund WOYl\JAROVICH6. Este mesm autr afirma que, quand se pvam viveirs em bicultivs de carpa cmum e tilápia d Nil, as duas espécies se ajudam a elevar a prduçã de ambas, relaçã esta denminada de sinergism O presente trabalh, realizad n Centr de Pesquisas Ictilógicas "Rdlph vn Ihering" (Pentecste, Ceará, Brasil), n períd de mai de 1987 a mai de 1988, teve cm bjetiv analisar s resultads de uma pesquisa sbre plicultiv da carpa espelh, Cyprinus carpi L., 1758 vr. specularis, e machs da tilápia d Nil, Orechrmis nilticus (L., 1766), alimentads cm esterc de cdrna, Nthura maculsa, interessand seguinte: (a) curvas de cresciment em cmpriment e pes e curva da bimassa; (b) ganhs de bimassa e de pes individual; (c) prdutividade; (d) taxa de sbrevivência; e (e) cnversã alimentar. O Centr supracitad, pertencente a Departament Nacinal de Obras Cntra as Secas (DNOCS), lcalizase a 90 km de Frtaleza, Capital d Ceará, psicinandse a 30 15' de lngitude Oeste e 3 45' de latitude Sul. A temperatura média d ar é de 26,8 C, cm máxima de 34,0 C e mínima de 20,2 C. MATERIAL E MÉTODOS Dis viveirs escavads em terren natural, cada um cm 350m2 de área inundada, fram estcads cm 88 alevins de carpa espelh (2.500/ha) e 263 alevins machs da tilápia d Nil (7.500/ha), numa densidade de estcagem ttal de 10.000 peíxes/ha. Antes diss, s viveirs fram esvaziads, limps, fertilizads cm esterc de cdrna (0,5kg/m2, espalhad n pis) e chei cm água até seus n(veis máxims de repleçã. Na estcagem, as carpas apresentaram cmpriment ttal e pes médi de, respectivamente, 10 cm e 15g, send descendentes da linhagem íntrduzida de Israel pel DNOCS em nssa Regiã (SILVA et alii4). As tilápias mediram 13,1cm e pesaram 37g e se cnstituiam em exemplares remanescentes ds indiv(dus intrduzids da Csta d Marfim pel DNOCS em nssa Regiã (SILVA et alii4; PINHEIRO et alii2; FREITAS et alii1). Para btençã ds dads de cmpriment ttal e pes, utilizuse técnicas descritas pr PINHEIRO et alii2. Med iuse, cntud, 15% ds exemplares de cada espécie. Durante cultiv, s peixes fram alimentads cm esterc de cdrna, frnecid na base de 5% da bimassa pr dia. Ist em cada viveir. O aliment diári fi frnecid em duas refeições, durante seis dias pr semana. Mensalmente, realizuse amstragens, abrangend 15% ds indivídus de cada espécie, de acrd cm metdlgia de SANTOS3, adtada pr SILVA et alii4.5 e PINHEIRO et alii2. A pesquisa teve a duraçã de 12 meses, encerrandse n dia 18 de mai de 1988, quand s viveirs fram esvaziads e s peixes capturads, send, entã, cntads e pesads, separadamente pr espécie, btendse pes médi ds mesms. Utilizandse sub amstras, cnstituídas de 15% ds indivídus de cada espécie, determinuse cmpriment médi ds mesms. Cm base ns dads mensais de pes médi e d númer de indivídus estcads, estimuse a bimassa. Esta, pr sua vez, serviu para reajustar, mensalmente, a quantidade diária de raçã frnecida as peixes. Estimativas mensais ds ganhs d pes individual e da bimassa fram feitas segund PINHEIRO et alii2. RESULTADOS E DISCUSSÃO Cresciment em cmpriment A Tabela 1 e Figura 1 mstram que, n final d cultiv, as carpas alcançaram 39,5cm de cmpriment ttal médi e as tilápias 28,Ocm. PINHEIRO et alii2, criand estas espécies em bicultiv, nas densidades de estcagem de 2.500 carpas/ha e 10.000 tilápias/ha, send s peixes alimentads cm raçã cmercial para a engrda de galináces, btiveram, após 12 meses de cultiv, carpas cm 34,8cm e tilápias cm 31,3cm de cmpriment ttal médi. Cresciment em pes A Tabela 1 e Figura 2 mstram que cresciment em pes das duas espécies crreu segund curvas sempre ascendentes, semelhantemente a cresciment em cmpriment. N final d cultiv, as carpas apresentaram pes médi de 958g e as tilápias 373g. Na pesquisa 168 CiêIL Agrn.. Frtaleza, 20(1/2): pág. 167174 junhdezembr/1989

de PINHEIRO et alii2, antes referida, ciprin( de alcançu 701g e ciclíde 651g, sugerind que aument na densidade de estcagem da tilápias afetu cresciment em cmpriment e pes da mesma. Lembrese, cntud, que aqueles autres utilizaram raçã balanceada, tip engrda para galináces, na alimentaçã ds peixes. Bimassa Na Tabela 2 e Figura 3, bservase que a bimassa inicial da carpa fi de 1,3kg e da tilápia 9,7kg, equivalentes, respectivamente, a 37,7kg/ha e 8,Okg/ha (Tabela 3). Ist em decrrência d menr númer e baix pes médi d cipriníde na estcagem. Verificase que a bimassa das duas espécies fi sempre crescente, diminuind n últim mês d cultiv, em virtude da mrtalidade. A términ da pesquisa, btevese bimassa de 62,3kg (1.779,1kg/ha) para a carpa e 81,7kg (2.333,9kg/ha) para a ti lá pia, ttalizand 144,Okg (4.113,Okg/ha). Ganhs de pes individual e da bimassa Vêse, na Tabela 3, que s ganhs de pes individual fram bastante variáveis, para as duas espécies. A carpa teve seu mair ganh de pes individual n terceir e itav meses, cada um cm 5,2g/dia. Os valres m(nims crreram n sext e n décim primeir meses, cada um cm O,2g/dia. Para a tilápia menr ganh de pes individual fi de O,2g/dia, verificad n décim primeir mês, e mair atingiu 2,7g/dia, crrend n sétim mês d cultiv. N décim segund mês nã huve ganh de pes para ambas as espécies. Ainda a Tabela 3 mstra que s ganhs da bimassa também fram bastante variáveis, para as duas espécies. A carpa apresentu ganh mínim da bimassa de O,6kg/ha/dia, verificad n sext e n décim primeir meses d cultiv. O valr máxim, crrid n itav mês, mntu em 13,1 kg/ha/dia. A tilápia apresentu ganh máxim de 20,5kg/ha/dia (sétim mês) e mínim de 1,8kg/ha/dia (décim primeir mês). Em média, tivems 6,8kg/ha/dia para cipríde e 7,5kg/ha/dia para ciclíde, que perfaz um ttal de 14,3kg/ha/dia, para as espécies em cnjunt. N que se refere, ainda, a ganh de pes individual, btevese, em média, 2,lg/dia, para a carpa; 1,Og/dia, para a tilápia e 1,4g/dia para as espécies em cnjunt. PINHEIRO et alii2 referemse a ganhs de pes individual de 1,6g/dia e da bimassa na rdem de 19,8kg/ha/dia. valres médis, n plicultiv da carpa espelh cm machs da tilápia d Nil, antes referid. Cntud, eles alimentáram s peixes cm raçã balanceada, cmercialmente vendida para engrda de galináces e de cust elevad. O que nã fi cas da presente pesquisa, na qual s peixes fram alimentads cm esterc de cdrna, de baix cust. TABELA 1 Dads Obtids n Presente Plicultiv da Carpa Espelh, Cyprinus carpi L., 1758 Vr. specularis. cm Machs da Tilápia d Nil, Orchrmis nilticus (L., 1766) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 29 33 30 32 31 32 29 35 31 33 29 25 28 26 25 30 24 28 25 Ciên. Agrn., Fl1aleza. 20(1/2): pás. 167174junhdezembr/1989 169

& C) '&ai J ci b... Z &ai Q. u r I I I 1 I I 1 I I I I I I 2 3 4 S 7 8 9 K) 1I 12 TEMPO DE CULTIVO (m ) FIGURA 1.Curvas representativas d cmpriment médi da carpa espelh. Cyprinus csrpi L., 1758 vr. specu '.ris e machs de tilápia d Nil, Orechrmis nilticus ( L., 1766), criads em plicultiv. 170 Ciên. Agrn., Frtaleza. 20(1/2): pág. 167174 junhdezembr/1989

Q...,, 2.J Ọ. O U) n FIGURA 2 Curvas representativas d pes médi da carpa espelh.cyprinus csrpi L., 1758 vr.specularis e ma. chs de tilápias d Nil. Orechrmis nilticus (L., 1766,1 criads em Rl[cult]v. Ciên. Agrn., Frtaleza, 20(1/2): pág. 167174 junhdezembr/1989 171

TABELA 2 Dads da Bimassa, de Cnsum de Esterc de Cdrna e Cnversã Alimentar. Obtids n Presente Plicultiv de Carpa Espelh, Cyprinus carpi L., 1758 vr. speculeris, cm Machs da Tilápia d Nil, Oredlrmis nilticus (L.. 1766). Temp de cultiv (meses) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Carpa 1,3 7,3 19,4 33,1 45,8 48,7 49,3 51,9 68,0 78,3 82,9 83,6 62,3 Bimassa (kg) 9.7 20,5 34.2 42.9 50,8 60,0 67.1 87.8 91,3 93.6 96.0 98.1 81,7 Ttal 11,0,8 53,6 76,0 96,6 108,7 116,4 139,7 159,3 171,9 178,9 181,7 144,0 Cnsum de esterc (kg) N mês 13,8 38,8 69,7 102,6 130,4 146,7 145,5 209,6 215,1 206,3 250,5 2,1 Acumulad 13,8 52,7 122,4 225,0 355,4 502,1 647,6 857,2 1.072,3 1.8,6 1.529,1 1.756,2 Cnversã Alimentar 0,8: 1 1,2: 1 1,9: 1 2,6: 1 3,6: 1 4,6: 1 5,0: 1 5,8: 1 6,7; 1 7,6: 1 9,0: 1 13,2: 1 100 90 80 ō C/) C/) 7 6 5 4 lj1 30 20 1O FIGURA 3 Curvas representativas das bimassas da carpa espelh,cyprinus carpi L., 1758 vr. specularis, e ma chs de tilápia d Nil, Orechrmis nilticus (L., 1766), criads em plicultiv. 172 Ciên. A2rn.. Frtaleza. 20(1/2): Pá2. 167174 iunhdezembr/1989

Cnsum de raçã e cnversã alimentar Na Tabela 2 verificase que cnsum de esterc de cdrna, durante s 12 meses de cultiv, fi de 1.756,2kg, cm uma cnversã alimentar de 13,2: 1. Cntud, n nn mês da pesquisa, quand s peixes alcançavam pes cmercial (890g para a carpa e 356g para a tilápia), a cnversã alimentar fi 6,7: 1, cnsiderada ba para tip de aliment frnecid as peixes. A análise feita n labratóri de nutriçã de peixes d Centr de Pesquisas Ictilógicas Rdlph vn Ihering, pertencente a DNOCS, mstru a seguinte cmpsiçã química elementar d esterc de cdrna: 33,0% de prteína bruta; 3,3% de grdura; 34,0% de extrat nã nitrgenad; 9,7% de fibra; 5,3% de umidade; 14,7% de cinza; 1,7% de cálci e 0,94% de fósfr. A energia líquida dispnível fi estimada em 2.062kcal/kg. Esta cmpsiçã é explicada pel fat das fezes da ave estarem misturadas cm rests de raçã, que cal ds cmedurs, e material espermátic, que cai durante a cópula. A cnversã alimentar de 0,8: 1, crrida n primeir mês, pde ser explicada pel aprveitament ds aliments naturais dispníveis ns viveirs. Taxas de sbrevivência Da Tabela 1 cncluiuse que a taxa de sbrevivência da carpa espelh fi de 83,3% e da tilápia d Nil 73,8%. Estes valres estã de acrd cm s btids em viveirs reginais. Prduçã e prdutividade Das tabelas 2 e 3 cncluiuse que a prduçã de pescad, n decrrer ds dze meses da presente pesquisa, atingiu 144,Okg/viveir (4.113,Okg/ha), para as espécies em cnjunt, send 62,3kg (1.779,1 kg/ha) da carpa espelh e 81,7kg (2.333,9kg/ha) da tilápia d Nil. "O '" "ã. :!2 i= '" "O Õ.c tj '" E tj.i ; tj., a. OA :> CX) I!),.....S 6 > u.c a; c. W ij U Ia ;; M.9 <{ "..J.. W aj "e <{.2 I,g ug Q) c5 c Q)...9 Q).t...;;.c "iã : í:õ CD,....J OA u Z ""NCX) MtON""N ' N' N' '..: ô N' ' ' Ô ' vcmoo""vmmn '''O"':ONO'OOO NNInNONcx)c)N N. '".:t. '. '" M. ' 1!J.M.M."',,m,m,r.M'" <D N 00 td M Il) r' N' NN N <O,al.MO Ll)MIn.CXJN Ll)CO :: 00',...' ai <' N' N' N' ' O) Il), O, '3", <O <O <O, ID (XI <O Il)' M NO' N' MO)' '3"' à r. Q) IO.N.N.r...N.O.Q).N... 1n''NOOMMNM Mr.(OONO)In) MU'!'"":r:'"":U'!'"":'"":. NNMMMInIn CONCLUSÕES Da análise ds resultads da presente pesquisa cncluise seguinte: As curvas de cresciment, em cmpriment e pes, de ambas as espécies fram sempre ascendentes, send que, a partir d primeir mês d cultiv, a carpa apresentu valres para esses parâmetrs sempre superires as da tilápia. Fi ntável cresciment em pes daquela, entre sétim e décim meses d cultiv. N final cipriníde mediu 39,Scm e pesu 958g (valres médis) e ciclíde, mediu 28,Ocm e pesu Q).2 Q) Ia...c Ia Ia.. E id ONMvlt)cr.CX)mON Ciên. Agrn.. Frtaleza, 20(1/2): pág. 167174 junhdezembr/1989 173

373g (também valres médis). Resultads excelentes, cnsiderandse aliment utilizad (esterc de cdrna), subprdut da avicultura, send de baix preç. N nn mês d cultiv, quand s peixes apresentaram pess médis que Ihes dã a melhr ctaçã cmercial, (ndice de cnversã alimentar fi de 6,7: 1. Ist mstra que se pde prduzir 1 kg de peixe a partir de 6,7kg de esterc de cdrna, usandse a tecnlgia aqui empregada. Os demais resultads (ganhs de pes, prduçã, prdutividade, sbrevivência etc) apntam amplas pssibilidades n aprveitament d esterc de cdrna cm aliment de carpa espelh e de machs de tilápia d Nil. Ist através de uma dupla açã, ist é, enquant uma parte é diretamente ingerida pels peixes a utra entra n cicl de prduçã da matéria rgânica, send esta, pr fim, também aprveitada pr aqueles animais através ds rganisms vivs (tal cm plânctn) que Ihes servem de aliment. REFERNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FREITAS, J.V.F. & GURGEL, J.J.S. Estuds experimentais sbre a cnservaçã da tilápia d Nil, Orechrmis nilticus (L., 1766) Trew, armazenada em gel. B. T6cnic. DNOCS. Frtaleza.42(2): 153178,jul./dez.1984. 2. PINHEIRO, F.A.; FARIAS, J.O.; SILVA, J.W.B.E. & BARROS FILHO. F.M. Resultads de um plicultiv de machs da tilápia d Nil, Orechrmis nilticus (L. 1766), cm a carpa espelh, Cyprinus carpi L., 1758 vr. specularis. In: Anais d 1.0 Cngress InterAmerican de Aquicultur8, Salvadr, 1986. (N prel). 3. SANTOS, E.P. Dinâmica de ppulaçã aplicada à pesca e a piscicultura. Sã Paul, HUCITECEd. da USP, 1978. 129p. 4. SILVA, J.W.B.E; FROTA, S.H.M.; NOBRE. M.I. da S. & NONATO FILHO. R. Resultads de um ensai sbre criaçã de carpa espelh, Cyprinus carpi L., 1758 vr. specularis, em viveir d Centr de Pesquisas Ictilógicas d DNOCS (Pentecste, Ceará, Brasil). B. T6cnic. DNOCS, Frtaleza. 41 (1): 145170, jan./jun. 1983. 5. SILVA. J.W.B.E; PORTO, M.N.S.; FARIAS, J.O.; & NOBRE, M.I. da S. Resultads de um plicultiv da carpa espelh,cyprinuscarpi (Linnaeus) vr. specularis. e hibrid de tilápia de Zanzibar, Sartherdn hrnrum (Trew.). cm a d Nil, S. nilticus (Linnaeus), em viveir d Centr de Pesquisas Ictilógicas d DNOCS (Pentecste, Ceará, Brasil). B. T6cnic. DNOCS Frtaleza. 41(1): 54, jan./jun. 1983. 6. WOYNAROVICH, E. Manual de Piscicultura. Brasilia, MINTER/CODESVASF. 1985, 69p. 174 Ciên. Agrn., Frtaleza, 20( 1/2): pág. 167174 junhdezembr/1989