ECONOMIA SOCIAL: UM LEVANTAMENTO TEÓRICO SOBRE O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM PROJETOS SOCIAIS NO BRASIL



Documentos relacionados
Formação: o Bacharel em Sistemas de Informações (SI); o MBA em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance SUBPROJETO: PEDAGOGIA

Currículo e tecnologias digitais da informação e comunicação: um diálogo necessário para a escola atual

INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS E A RECONSTRUÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

RELATÓRIO DA PESQUISA ONLINE: Avaliação dos educadores Multiplicadores

GUIA DE SUGESTÕES DE AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

O Projeto Casa Brasil de inclusão digital e social

CURSO REDES DE COMPUTADORES ALANA CAMILA ARICLÉCIO DOMINGOS EUDES JUNIOR HILDERLENE GOMES

MARKETING DE RELACIONAMENTO UMA FERRAMENTA PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO SOBRE PORTAL INSTITUCIONAL

PÓS-GRADUAÇÃO CAIRU O QUE VOCÊ PRECISA SABER: Por que fazer uma pós-graduação?

O papel educativo do gestor de comunicação no ambiente das organizações

Área de conhecimento: Economia Doméstica Eixo Temático: Administração, Habitação e Relações Humanas;

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Sustentabilidade nas instituições financeiras Os novos horizontes da responsabilidade socioambiental

Campanha Nacional de Escolas da Comunidade Mantenedora da Faculdade Cenecista de Campo Largo

Comunidade Solidária: parcerias contra a pobreza

Comportamento Humano: Liderança, Motivação e Gestão do Desempenho

O futuro da educação já começou

A EXTENSÃO EM MATEMÁTICA: UMA PRÁTICA DESENVOLVIDA NA COMUNIDADE ESCOLAR. GT 05 Educação Matemática: tecnologias informáticas e educação à distância

BLOG: A CONSTRUÇÃO DE UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

As Tecnologias de Informação e Comunicação para Ensinar na Era do Conhecimento

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E ENSINO DE FÍSICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

WEB-RÁDIO MÓDULO 2: RÁDIO

Gestão Plano de Trabalho. Colaboração, Renovação e Integração. Eduardo Simões de Albuquerque Diretor

em partilhar sentido. [Gutierrez e Prieto, 1994] A EAD pode envolver estudos presenciais, mas para atingir seus objetivos necessita

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Rafael Vargas Presidente da SBEP.RO Gestor de Projetos Sociais do Instituto Ágora Secretário do Terceiro Setor da UGT.RO

IMERSÃO TECNOLÓGICA DE PROFESSORES: POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO CONTINUADA MEDIADA POR AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM A DISTÂNCIA

Palavras-chave: Fisioterapia; Educação Superior; Tecnologias de Informação e Comunicação; Práticas pedagógicas.

Softwares livres, inclusão digital e Ampliação de cidadania.

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

Programa DSOP de Educação Financeira nas Escolas. Sonhar Orçar Poupar. FOLDERESCOLAS_EDUCAÇAOFINANCEIRA.indd 1 24/07/14 14:57

PIBID: DESCOBRINDO METODOLOGIAS DE ENSINO E RECURSOS DIDÁTICOS QUE PODEM FACILITAR O ENSINO DA MATEMÁTICA

AS SALAS DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E A PRATICA DOCENTE.

PROPOSTA PEDAGOGICA CENETEC Educação Profissional. Índice Sistemático. Capitulo I Da apresentação Capitulo II

Público Alvo: Investimento: Disciplinas: Graduados em nível superior que atuam ou pretendem atuar na docência em instituições de ensino superior.

Artigo Publicado na revista Eletrônica Apucarana-PR, v.1, n.1, 61-66, INCLUSÃO DIGITAL

Comunidades de prática

INSTITUTO VIANNA JÚNIOR LTDA FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS VIANNA JÚNIOR INTERNET COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

Observatórios Virtuais

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E NO MUNDO, SEUS DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA.

O USO DE SOFTWARES EDUCATIVOS: E as suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem de uma aluna com Síndrome de Down

USO DA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS NO 9º ANO

Se você acredita que as escolas são o único e provável destino dos profissionais formados em Pedagogia, então, está na hora de abrir os olhos

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO

ORIENTADOR EDUCACIONAL

Programa de Capacitação

XI Encontro de Iniciação à Docência

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA UTILIZANDO TECNOLOGIAS

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

EXECUTIVE EDUCAÇÃO EXECUTIVA NOSSA ABORDAGEM.

Nome e contato do responsável pelo preenchimento deste formulário: Allyson Pacelli (83) e Mariana Oliveira.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO ESPECIALIZAÇÃO DE MÍDIAS NA EDUCAÇÃO VÂNIA RABELO DELGADO ORIENTADOR: PAULO GUILHERMETI

Pedagogia. Objetivos deste tema. 3 Sub-temas compõem a aula. Tecnologias da informação e mídias digitais na educação. Prof. Marcos Munhoz da Costa

UMA PROPOSTA INOVADORA PARA ENSINAR EMPREENDEDORISMO AOS JOVENS

GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO CURRICULO ANO 2 - APROFUNDAMENTO

Ciência Tecnologia - Inovação

Curso de Especialização em POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E SERVIÇOS SOCIAIS

CURSINHO POPULAR OPORTUNIDADES E DESAFIOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOCENTE

Carga Horária :144h (07/04 a 05/09/2014) 1. JUSTIFICATIVA: 2. OBJETIVO(S):

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Introdução Mídias na educação

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE UNICENTRO CURSO DE MÍDIAS NA EDUCAÇÃO KARINA DE NAZARÉ DA COSTA MARTINS PROFESSOR: PAULO GUILHERMITE

contexto escolar: o contributo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para o Uso Racional de Medicamentos

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

DIRETRIZES DE FUNCIONAMENTO DO MOVIMENTO NACIONAL PELA CIDADANIA E SOLIDARIEDADE/ NÓS PODEMOS

INVESTIMENTO SOCIAL. Agosto de 2014

Programa de Desenvolvimento Local PRODEL. Programa de Extensão Institucional

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA - NOR 350

Profissionais de Alta Performance

OBSERVATÓRIO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO. Palavras-chave: Gestão da Informação. Gestão do conhecimento. OGI. Google alertas. Biblioteconomia.

Princípios, valores e iniciativas de mobilização comunitária. Território do Bem - Vitória/ES

Curso de Especialização em GESTÃO E LOGÍSTICA HOSPITALAR

FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LOGO: APRENDIZAGEM DE PROGRAMAÇÃO E GEOMETRIA * 1. COSTA, Igor de Oliveira 1, TEIXEIRA JÚNIOR, Waine 2

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

Orientações para informação das turmas do Programa Mais Educação/Ensino Médio Inovador

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Módulo 1. Introdução. 1.1 O que é EAD?

Estratégias de e-learning no Ensino Superior

Al. dos Pamaris, 308 Moema São Paulo / SP - CEP: Fone: Fax:

Pedagogia Estácio FAMAP

Exmo. Presidente do município da Murtosa, Joaquim Santos Baptista; - na sua pessoa uma saudação aos eleitos presentes e a esta hospitaleira terra!

Uma análise sobre a produção de conteúdo e a interatividade na TV digital interativa

TEC - EAD PRESSUPOSTOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEPÇÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS

ESTRATÉGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Profa. Me. Michele Costa

Apoio às políticas públicas já existentes;

Aline de Souza Santiago (Bolsista PIBIC-UFPI), Denis Barros de Carvalho (Orientador, Departamento de Fundamentos da Educação/UFPI).

ERRADICAR O ANALFABETISMO FUNCIONAL PARA ACABAR COM A EXTREMA POBREZA E A FOME.

O Marketing Educacional aplicado às Instituições de Ensino Superior como ferramenta de competitividade. Xxxxxx Xxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxxx

Curso de Especialização em Saúde da Família

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Pós-graduação à distância e Mercado de Trabalho Sandra Rodrigues

REF: As pautas das crianças e adolescentes nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Transcrição:

1 ECONOMIA SOCIAL: UM LEVANTAMENTO TEÓRICO SOBRE O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM PROJETOS SOCIAIS NO BRASIL *Christina Paula de Camargo Curcio Tema 1 O papel da educação para o desenvolvimento socioeconômico brasileiro no século XXI. RESUMO Esse estudo realizou uma revisão de literatura sobre a Economia Social, na promoção do uso da tecnologia da Informação em projetos sociais no Brasil. Partiu-se do pressuposto que as tecnologias da informação e comunicação oferecem um potencial enorme para a criação de oportunidades para pessoas em países em desenvolvimento. Sendo o governo incapaz de ajudar no processo igualitário de inclusão digital, o Terceiro setor vem desempenhando no Brasil um importante papel promovendo o acesso de crianças e jovens carentes às tecnologias da informação. Palavras-chaves: Tecnologia da Informação. Economia Social. Terceiro Setor. ABSTRACT This study conducted a literature review on the Social Economy, promoting the use of information technology in social projects in Brazil. It started from the assumption that information and communication technologies offer a huge potential to create opportunities for people in developing countries. Being unable to help the government in process of digital inclusion, the third sector has played an important role in Brazil promoting the access of disadvantaged children and youth to information technology. Keywords: Information Technology. Social economy. Third Sector. *Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia - UFPR Curitiba/PR, Pós-graduada em Redes e Sistemas Distribuídos - UNICENP, Curitiba /PR e doutoranda em Ciências Econômicas UNLAN Buenos Aires Argentina, Profª. da EBS - Curitba/PR, e- mail:chriscurcio@hotmail.com

2 INTRODUÇÃO Esse presente estudo apresenta uma análise da importância da atuação dos setores da Economia Social 1 voltados para o emprego de projetos sociais no Brasil que preconizam o uso da disseminação das tecnologias informacionais (TICs). Uma educação baseada nas TIs é importante para os estudantes de diferentes maneiras. Compreender, por exemplo, como os softwares e hardwares podem ser usados são facetas importantes de um aluno bem-sucedido, trabalhador e membro da sociedade global. Os países em desenvolvimento enfrentam grandes desafios para modernizar suas economias, criando estabilidade em seus países e construir governos eficientes. As questões da fome, direitos humanos e acesso à educação básica, inclusão digital, bem como a erradicação da pobreza é o centro do desenvolvimento internacional, onde as organizações internacionais, ONGs e governos nacionais estão fazendo esforços para abordar os problemas mais prementes com ajuda internacional. Fornecer as mesmas ferramentas de países desenvolvidos para estimular o desenvolvimento econômico pode oferecer uma maneira de sair da pobreza a longo prazo, fornecendo capital para iniciar o processo de criação de riqueza. Pessoas de países em desenvolvimento precisam da oportunidade de retirar-se da pobreza. Dentro dessa vertente, esse estudo parte do pressuposto que as tecnologias da informação e comunicação oferecem um potencial enorme para a criação de oportunidades para pessoas em países em desenvolvimento. 1. LEVANTAMENTO TEÓRICO Hoje é possível encontrar o computador nos mais variados contextos: empresarial, acadêmico, domiciliar, o computador veio para inovar e facilitar a vida das pessoas. Não se pode mais fugir desta realidade tecnológica (NORMAN, 2002). E a educação não pode ficar para trás, vislumbrando aprendizagem significativa por meio de tecnologias obsoletas. As escolas precisam sofrer transformações frente a essa nova tecnologia e assim constituir uma aprendizagem inovadora que leva o indivíduo a se sentir como um ser globalizado capaz de interagir e competir com igualdade na busca de seu sonho profissional. 1 Uma economia social é um terceiro setor entre economias entre os setores público (governo) e privado (negócios). Inclui organizações como cooperativas, organizações sem fins lucrativo e instituições de caridade. A Teoria de economia social tenta situar estas organizações em um contexto mais amplo de política econômica. Em particular, ele investiga a viabilidade económica das cooperativas e o valor de organizações sem fins lucrativos e instituições de caridade na teoria econômica tradicional.

3 O ensino por meio da tecnologia ainda é bastante questionado mas essencial para que crianças e jovens de países em desenvolvimento tenham a mesma chance de crianças em países desenvolvidos. Nas décadas de 1960 e 70, houve a preocupação com a individualização, com o impacto do desenvolvimento tecnológico e com a importância de se levar em conta às necessidades dos alunos (PAIVA, 2001, p.149). Surge nessa época, a abordagem áudio-visual, comumente utilizada em estudos de línguas. Singhal (1997) lembra-nos que foram criados laboratórios que contavam com várias cabines individuais, equipadas com toca-fitas, microfones e fones de ouvido, e os professores monitoravam e se comunicavam com seus alunos por intermédio de uma central de controle, não sendo, porém muito freqüente a comunicação entre colegas. Todo, esse aparato, porém, não garantiu o resultado esperado, que era aprender o ensino de segunda língua em tempo reduzido. A popularização dos computadores nas escolas traz à tona várias discussões acerca a informática sendo utilizado nas escolas como ferramenta no processo de ensinoaprendizagem. Lévy [2008, p. 118] afirma que as crianças aprenderão a ler e escrever com máquinas editoras de texto. Saberão servir-se dos computadores como ferramentas para produzir sons e imagens. Gerirão seus recursos audiovisuais com o computador, pilotarão robôs. Com relação aos softwares educativos destinados à alfabetização, o que se vê são exercícios apresentados à criança e desenvolvidos basicamente em três etapas: apresentação do alfabeto, apresentação gradativa de palavras com destaque ao som inicial, intermediário ou final de cada palavra e a associação de sons consonantais e sons vocálicos, formando palavras simples, de uma ou duas sílabas e, dependendo do grau de dificuldade escolhido no programa, torna-o mais complexo. Stahl [2005, p. 293] afirma que "o uso das novas tecnologias, sem dúvida, amplia consideravelmente o nível de informação, certamente contribui para o aumento do conhecimento, mas somente o professor, somente o ser humano, pode alcançar a sabedoria e ajudar outros a alcançá-la". A participação do educador é fundamental e imprescindível para a mediação que poderá refinar o uso de novas tecnologias no âmbito educacional institucionalizado.

4 O uso e o domínio de ferramentas tecnológicas podem propiciar estratégias diferentes para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, reflexão crítica e solução de problemas. "Oferecem um novo paradigma para explorar quantidades de informação, e leva-nos além do quê para o como e o porquê, da figura estática para a visualização dinâmica, da experiência limitada para múltiplas e diversificadas experiências" [STAHL, 2005, p. 295]. No entanto, como afirma Sthal [2005, p. 297] "[...] será sempre [necessária] a capacidade do professor para selecionar e explorar as tecnologias adequadas ao seu contexto específico que dará a devida dimensão ao seu uso na educação, não só porque facilitará as tarefas de ensino, mas principalmente, porque poderá facilitar e ampliar a aprendizagem de seus alunos". Já Rocha [2002, p.112] ressalta que os professores necessitam se (re) apropriar de sua condição de também leitores e escritores, pois que são frutos de uma educação autoritária e tradicional, além do que as condições objetivas de sobrevivência têm cerceado as possibilidades de o professor ser um leitor, de ser um fruidor da cultura produzida pelo conjunto da sociedade, [...] e isto acaba também impondo um limite. Hoje, em dias muitos teóricos apontam que a inclusão digital é essencial para que crianças e jovens de países desenvolvidos e em desenvolvimento tenham as mesmas oportunidades. 2. HIPÓTESES Dentro de países em desenvolvimento vemos que existe uma defasagem em relação ao acesso digital. Essa defasagem se estende a problemas de formação docente para ajudar no processo de ensino-aprendizagem com as tecnologias informacionais, e mais existe uma falta de computadores novos ou de laboratórios para atendimento de crianças e jovens carentes em muitas regiões do Brasil. Para suprir necessidades não atendidas pelo governo, a sociedade civil se organiza para ajudar na resolução de problemas da sociedade e daí emergem instituições que desenvolvem os pressupostos de Responsabilidade Social (BARBOSA, 2001), O 3º setor engloba organizações como: as associações; as fundações privadas; os institutos; os sindicatos; as igrejas; as federações; as confederações; as ONGs, entidades para-estatais e qualquer outro tipo de organização privada, mas sem finalidade lucrativa. A historicidade do Terceiro Setor iniciou-se em meados do século XX, ocasionado pela crise dos Estados

5 em administrar os problemas organizacionais de bem estar social da população. Na tentativa de superação desta crise, os modelos de vários Estados nacionais começaram a ser repensados em vários aspectos. Neste patamar, não apenas o papel do Estado vem sendo redefinido, mas também a atuação do mercado e da sociedade civil, em um cenário em que a consolidação de parcerias torna-se estratégia-chave para a implementação de ações com fins públicos (PAES, 2009). Nessa perspectiva, esse estudo parte da hipótese que o desenvolvimento da economia social, baseada em organizações do Terceiro Setor poderiam ajudar no processo de inclusão digital em diversas regiões carentes do Brasil. 3. DESENVOLVIMENTO No presente tópico inicia-se uma discussão sobre a inserção do computador como ferramenta metodológica para a inclusão social, pelos professores que associam a tecnologia e comunicação (TIC) ao desenvolvimento de habilidades técnicas articulados pela prática pedagógica. Neste processo, cabe ao professor realizar a intervenção adequada a partir do desenvolvimento de atividades que levam ao aluno ao conhecimento, tratando-o como parceiro no processo evolutivo e na construção do conhecimento (WEBER, 2000), bem como sugere ao professor um novo estilo de comportamento em sala de aula, talvez, até independentemente da forma de utilização que ele faça deste recurso no seu trabalho. A informática contribui muito para a criação e/ou fortalecimento de ambientes de ensino aprendizagem, se a utilizarmos para melhorar a qualidade de trabalho do professor e acompanhar as mudanças sociais que estão ocorrendo, mas se fizermos uso da informática pela informática; reproduziremos somente os conhecimentos técnicos para os nossos alunos, e não estaremos formando indivíduos que saibam aprender a aprender", que saibam pensar sobre o próprio ato de aprender, desta maneira a informática deve estar articulada de forma a priorizar um trabalho coletivo e crítico de construção do conhecimento, e esta construção precisa estar referendada no constante esforço de se criar ambientes de ensino, aprendizagem, interatividade e cooperatividade. Ao longo dos últimos anos, a busca por criar, adaptar e utilizar diferentes tecnologias, que possam dar suporte ou implementar o ensino presencial, tem sido utilizado com freqüência, mas salientamos que estas experiências têm reflexos positivos e negativos. Uma tecnologia das mais ubíquas utilizadas na educação, ainda hoje, é considerada um perfeito veículo de transmissão de informação em um único sentido, é o quadro-negro (MORAN, 2000).

6 Esse recurso, visto como um perfeito veículo para a transmissão de informação em um único sentido é ainda hoje comumente utilizado no ensino presencial. O quadro-negro e o giz foram complementados pelo uso do projetor de imagens e, também por programas de computadores. Antevendo a importância da tecnologia de informação para a inclusão de crianças e jovens nos deparamos, na realidade brasileira, com a falta de recursos. Nesse cenário surge o Terceiro Setor cobrindo lacunas deixadas pelo setor público. Mas o que seria o Terceiro Setor? O Terceiro Setor são aquelas economias que englobam aquelas organizações sem fins lucrativos (PAES, 2001). Dentro dessa vertente, a economia social tenta situar estas organizações em um contexto mais amplo de política económica. Em particular, ele investiga a viabilidade económica das cooperativas e o valor de organizações sem fins lucrativos e instituições de caridade na teoria econômica tradicional. A Economia social estuda a relação entre economia e comportamento social. Analisa como o comportamento do consumidor é influenciado pela moral social, ética e outras filosofias humanitárias (PAES, 2009). Uma economia social se desenvolve por causa de uma necessidade de novas soluções para problemas (sociais, econômicos ou ambientais) e para satisfazer as necessidades que foram ignoradas (ou inadequadamente preenchidas) pelos setores públicos ou privados. Usando soluções para alcançar os objetivos não-lucrativos, uma economia social tem um papel único na criação de uma sociedade forte, sustentável, próspera e inclusiva (BARBOSA, 2001). Sucesso das organizações de economia social desempenham um papel no cumprimento de objetivos de política governamental, por (PAES, 2009): Aumento da produtividade e competitividade Contribuindo para a criação de riqueza socialmente inclusivas Permitindo que os indivíduos e comunidades renovar bairros locais Demonstrando novas formas de entregar os serviços públicos Desenvolvimento de uma sociedade inclusiva e a cidadania activa 4. CONCLUSÃO Esse estudo confirma a hipótese levantada: o desenvolvimento da economia social, baseada em organizações do Terceiro Setor podem ajudar no processo de inclusão digital em diversas regiões carentes do Brasil.

7 Verificou-se que o Terceiro Setor tem uma grande importância na criação de acesso as tecnologias de informação de crianças e jovens carentes no Brasil. As tecnologias de informação podem ser motivadoras e provedoras do conhecimento humano, tendo em vista diversos recursos disponibilizados. Os recursos acessados na Web estimulam a leitura de textos, o que de certa maneira coloca em prática a leitura digital e o exercício da prática interpretativa. O meio eletrônico é muito interessante para as pesquisas, mas os alunos e professores ainda passam por um período transitório de conhecimento, o qual não nos permite precisamente avaliar os benefícios e malefícios do uso de tecnologias. Com base na breve revisão de literatura realizada, verificou-se que os recursos tecnológicos não são bons nem ruins por si mesmos. É necessário considerar a combinação homem-máquina, dividindo um espaço coletivo, no qual a subjetividade é construída e singularmente reconhecida para um esforço na construção de identidades. Pode-se observar que o meio digital pode ser um campo diferenciado e criativo, e cabe aos professores explorar às diversas maneiras de práticas que este meio permite, e estas novas maneiras são o que estruturarão nos próximos anos o surgimento de diferentes instrumentos para as práticas educacionais.

8 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, Maria Nazaré Lins; OLIVEIRA, Carolina Felippe. Manual de ONGs: guia prático de orientação jurídica. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2001. 178p LEVY Pierre. As Tecnologias da Inteligência: o Futuro do Pensamento na Era da Informática. São Paulo: Editora 34, 2006. MORAN, José Manuel. Mudanças na comunicação pessoal: gerenciamento integrado da comunicação pessoal, social e tecnológica. São Paulo: Paulinas, 2000. NORMAN, Dick. Introspective methods. Cambridge. Cambridge University Press: 2002. PAES, José Eduardo Sabo. Fundações e Entidades de Interesse Social Aspectos jurídicos, administrativos, contábeis e tributários. Brasília: Brasília Jurídica, 1999. 488p PAIVA, Vera (Org.) Aprendendo no cyberespaço. In:, Interação e aprendizagem no ambiente virtual. Belo Horizonte: Faculdade de Letras, UFV, v.i, n.i,2001. ROCHA, Eduardo. Pré-escola e Escola: Unidade ou Diversidade. Santa Catarina, 2002. SINGHAL, M. The Internet and Foreign Education: benefits and challenges. The Internet TSEL Journal, v.3, n.6, June, 2007. WEBER, Cleonice. A informática na educação. Nobel. São Paulo: 2000.