Análise do Novo Quadro Mercadológico do Setor de Seguros à Luz do Modelo de Weston, Chung e Hoag



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Transcrição:

Análise do Novo Quadro Mercadológico do Setor de Seguros à Luz do Modelo de Weston, Chung e Hoag Resumo Autoria: Roberto Minadeo, Ana Lúcia Magri Lopes, César Moreira Alves O objetivo deste artigo é fornecer uma visão do ambiente mercadológico segurador brasileiro abordando fusões, aquisições e alianças ocorridas, dado o cenário mais acirrado devido à abertura do mercado e ao ingresso de novos players. Um dos efeitos desse novo quadro foi o crescimento dos investimentos, a entrada de players dotados de expertise que o mercado precisava, além do desenvolvimento de novos produtos e canais de distribuição. Esses fatores, aliados ao conhecido quadro de evolução da tecnologia da informação, causaram um acirramento da competição. O artigo apresenta uma breve trajetória da evolução do setor, e um referencial teórico sobre fusões e aquisições, com a adoção do Modelo de Weston, Chung e Hoag (1990), para analisar um conjunto selecionado de operações ocorridas no país. Nota-se que o ambiente mercadológico segurador brasileiro vivenciou na última década um panorama mutante, em parte devido aos eventos de F&A s e alianças da mesma forma que diversos outros setores, que sofreram as recíprocas influências da abertura econômica, do acirramento da concorrência e da revolução tecnológica. Assim, as F&A s podem ser vistas como uma das ferramentas utilizadas na consolidação do setor propiciando o ingresso de novas seguradoras de atuação global, novas corretoras e a criação de novos produtos bem como a saída de alguns players que focaram outros setores como a Bunge. Conclui-se que o modelo propicia consistentes padrões de análise, e que o setor teve suas motivações concentradas em poder de mercado e em ganhos de eficiência apesar de outras, também, terem sido contempladas, porém em menor escala. Introdução O acirramento da concorrência exige soluções dos agentes econômicos que contemplem de modo crescente a prática de alianças dos mais diversos tipos. Apesar de as operações de Fusões e Aquisições (F&A s) serem vistas sob o estereótipo de que houve ganhadores e perdedores, devem ser encaradas como uma forma de aliança aliás, as operações assim realizadas são mais bem-sucedidas (AKTOUF, 2007). No século XX em âmbito mundial, o seguro chega como uma instituição consolidada, confiável e moderna, garantindo a segurança dos bens, tanto das organizações como dos indivíduos (FREIRE, 1969). No Brasil a partir da década de 60 o mercado brasileiro enfrenta problemas devido à inflação, e o mercado segurador perdeu sua credibilidade. Os choques na economia brasileira e as dificuldades das décadas de 70 e 80 também causaram instabilidade no mercado segurador. A década de 90 representou para o Brasil o início de uma nova era econômica, em que o país deixou de ser uma economia fechada para se tornar uma economia aberta e globalizada, fazendo aumentar a competitividade de grande parte dos segmentos da economia brasileira. No momento, encontra-se em curso uma gradual abertura do setor de resseguros. Para aproveitar as oportunidades geradas pela abertura deste mercado, os players precisam estar preparados: conhecer as novas regras do jogo em detalhes, saber o que pensam as autoridades reguladoras e antecipar estratégias de concorrentes. Neste cenário, as fusões e aquisições (F&As) apresentam um crescente papel na economia mundial, e em particular na economia brasileira em função do final de algumas reservas de mercado. O artigo enfatiza o novo quadro mercadológico das empresas de seguros no contexto brasileiro. A relevância deste estudo está na tentativa de propiciar uma 1

compreensão mais adequada do mercado segurador, bem como das estratégias utilizadas pelas empresas deste setor em função do novo quadro de acirrada concorrência. O artigo está assim dividido: após esta introdução, a Seção 2 contextualiza o histórico do setor segurador no mundo em geral e no Brasil em particular. A Seção 3 apresenta o referencial teórico sobre F&As, com destaque para os autores escolhidos, acima citados. A Seção 4 apresenta um conjunto selecionado de F&A s a ser analisado segundo o modelo de Weston, Chung e Hoag (1990). Na Seção 5 é apresentada essa análise, seguida pela Seção 6, com as Considerações Finais. As referências encerram o artigo. Breve histórico do seguro Conforme Loureiro (2003), no período de 5.000 a 2.300 a.c. na China Antiga ocorreram as primeiras tentativas de se proteger contra riscos inerentes à atividade comercial marítima com a utilização de uma técnica que distribuía as mercadorias dos diversos comerciantes em várias embarcações para fracionar os prejuízos caso ocorresse algum problema. Por volta de 500 a.c., gregos e fenícios formavam grupos para acumular recursos, de maneira que se ocorressem sinistros ninguém seria penalizado sozinho com as despesas, assim, esses grupos repartiam os prejuízos entre si, visando o mutualismo que é o principal fundamento do seguro. Na Europa a partir do Séc. XIV surgem os primeiros contratos de seguros ou apólices oficiais, sendo o mais antigo datado de 1.347 na cidade de Gênova. Já o embasamento científico do seguro nasceu em 1654, com a publicação de Geometria do Acaso sobre o cálculo de probabilidades, de Pascal, o que torna possível a elaboração de tábuas de mortalidade, base para o cálculo de seguros de vida. Em 1671, Jonh Witt, com base no trabalho de Pascal, calculou a probabilidade de uma pessoa, em cada ano de vida, morrer num determinado período de tempo. O seguro de incêndio nasceu após uma tragédia, em 1666, em Londres. As primeiras seguradoras focadas em incêndios marcam o surgimento dos seguros terrestres (LODDI, 2006). No século XX em âmbito mundial, o seguro chega como uma instituição consolidada, confiável e moderna, garantindo a segurança dos bens, tanto das organizações como dos indivíduos (FREIRE, 1969). Panorama histórico do seguro no Brasil Em 1808, os portos brasileiros foram abertos para a realização do comércio com as nações amigas de Portugal. Como forma de garantir o comércio, em fevereiro do mesmo ano, é autorizado o funcionamento da primeira seguradora do Brasil, chamada de Cia. de Seguros Boa Fé, sediada na Bahia - centro da navegação da época (LODDI, 2006). Em 1808, o comerciante Elias Antonio Lopes cedeu a D. João VI uma quinta, situada na Boa Vista. Em 1810, D. João VI nomeou-o corretor e provedor da Casa de Seguros da praça da Corte. Já em 1810, iniciaram-se as atividades da Companhia de Seguros Marítimos, que tinha como diretores Manoel Velho da Silva, Luiz de Souza Dias e Francisco Fernandes Barboza, todos também acionistas do Banco do Brasil, fundado em 1808. Luiz de Souza Dias também participava da Cia. de Seguros Indenidade, autorizada pela Resolução de 5/2/1810. Outra empresa foi a Cia. de Seguros Previdente, do qual era sócio Joaquim José Pereira de Faro, também sócio da Cia. Tranqüilidade, e também acionista do Banco do Brasil. Como sócio da Companhia de Seguros Permanente destacava-se Manoel Moreira Lírio, que atuava como corretor de terras e escravos. Outro dos empresários pioneiros do setor foi Ignacio Ratton, segundo presidente da Sociedade de Amigos da Praça (mandato 1840-46), que era acionista do Banco Comercial do Rio de Janeiro e da Cia. Phenix de Seguros. Um Decreto de 2

11/12/1822 determinou o seqüestro dos bens pertencentes aos súditos do Reino de Portugal com a exceção das Casas de Seguro (PIÑERO, 2002). Em 1828, D. Pedro I autoriza a fundação da Sociedade de Seguros Mútuos Brasileiros destinada ao seguro marítimo, mas em 1831 o governo extinguiu este órgão. (FREIRE, 1969). No ano de 1850 com a promulgação do Código Comercial Brasileiro, os seguros ganharam uma legislação própria já que até então eram regidos pelas leis portuguesas. Em 1855, os seguros de vida ganharam regulamentação que autorizava o funcionamento da Tranqüilidade Cia. de Seguros de Vida, cuja principal atividade era o seguro de pessoas livres e escravos (LODDI, 2006). No período 1860-1913, ingressaram no país 54 seguradoras estrangeiras, inclusive uma operando com resseguros. Dessas, 28 são inglesas, 15 são alemãs, 4 de Portugal, 3 da França, 2 da Suíça e 2 dos EUA (FUNENSEG, 2001, p. 31). Uma lei de 5/9/1895, a Lei n 294, dispunha que as companhias estrangeiras de seguros de vida mantivessem suas reservas técnicas constituídas e aplicadas no Brasil, para fazer frente aos riscos aqui assumidos. A lei exigia autorização prévia para o funcionamento de uma empresa, mediante carta patente. Também exigia um depósito inicial como garantia das operações de seguros. Determinava a autonomia dos representantes locais das seguradoras estrangeiras. Finalmente, determinava a possibilidade de fiscalização dos seus registros pelo Governo, quando conveniente. Algumas empresas estrangeiras discordaram da lei e fecharam as sucursais. Além disso, a New York Life Insurance Co., que operava no país desde 1885, resolveu que suas operações passariam a ser em dólar-ouro, com o que, o seu diretor-geral, Joaquín Sanchez de Larragoiti, saiu e criou sua própria empresa, a Sul-América. (FUNENSEG, 2001, pg. 37-8). O decreto-lei nº. 4.270, de 1901 ordenou o funcionamento das companhias de seguros de vida, marítimo e terrestre de forma mais efetiva. Entre 1910 e 1915, surgiram inúmeras caixas de pensões e sociedades mútuas de pecúlio, cujo resultado foi uma onda de fraudes que prejudicou a disseminação do seguro no país. Assim, as legislações que se seguiram foram mais eficientes com o intuito de inibir a repetição de tais fraudes (CONTADOR e FERRAZ, 2000). Como um marco na história do seguro no Brasil e com a necessidade de fiscalizar e regulamentar o resseguro no país, em 1939 por meio do decreto-lei nº. 1.186, de 03 de abril foi criado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) com a finalidade de ser um órgão técnico e de economia mista do qual participavam o Governo e as companhias seguradoras. As principais atribuições desse órgão eram: regulamentar e operar as operações de Resseguros no País e desenvolver operações de seguro em geral, sem perder sua função fiscalizadora e controladora (FREIRE 1969). A criação do IRB foi marcante por três aspectos (LODDI, 2006, p. 104): (1) as divisas nacionais perdidas para as empresas estrangeiras de resseguros que aqui atuavam passaram a ficar no País; (2) as seguradoras estrangeiras passaram a se organizar como empresas brasileiras, deixando de se comportar como meras agências de captação de seguros para suas matrizes; (3) as empresas nacionais passaram a ter capacidade de competir com as estrangeiras, já que garantiam a mesma qualidade de resseguro. Já no inicio da década de 60 o mercado brasileiro enfrenta problemas sérios devido à inflação. O seguro perde sua credibilidade já que não existiam regras e índices oficiais para as correções dos valores dos bens segurados gerando insatisfação dos segurados e perda do patrimônio dos mesmos. Diante disso as seguradoras perdem clientes e capital. Ante esse quadro, em 1966 o decreto-lei nº. 73 criou o Sistema Nacional de Seguros Privados, com dois órgãos: o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), cuja finalidade era a de controlar e fiscalizar a criação e o funcionamento das seguradoras e entidades abertas de previdência privada (AMADOR, 2003). Assim, o 3

Governo restabeleceu o sistema de fiscalização e controle do mercado, que havia sido destruído no início da década de 60 (CONTADOR e FERRAZ, 2000). O Decreto 61.867 (7/12/1967) cria o seguro obrigatório veicular. Foi uma compensação do Governo, pois o setor perdera o mercado do seguro de acidentes de trabalho estatizado pelo Decreto 293/67 (FUNENSEG, p. 233-4). Devido aos choques na economia brasileira durante as décadas de 70 e 80 as dificuldades também alcançaram o setor de seguros causando uma grande instabilidade no mercado. O número de seguradoras caiu de 189 em 1966 para 93 em 1980 (FUNENSEG, pg. 229). Essa redução foi resultado do acirramento gradual da concorrência, bem como da atuação governamental dos anos 70. Em 1985, o mercado segurador brasileiro ocupava a 49ª posição no ranking mundial, no critério que considera os prêmios pagos às seguradoras como porcentagem do PIB. (GRANEIRO; CALDAS DE MOURA; 1992, p. 59). No ano de 1990, os Ramos Elementares concentravam 80,11% do mercado; o Ramo Vida representava 12,35% e o Seguro Saúde somava 7,54%. Das 115 seguradoras existentes, três delas concentram 40,1% do mercado; as cinco maiores representam 52,1% e as dez maiores respondem por 66,1%. Finalmente, no período 1960-1990, a relação prêmios/pib ficou em média 0,88% muito baixa em relação aos países desenvolvidos; por exemplo, no ano de 1988, essa proporção era de 9,8% no Japão; 8,4% nos EUA; 8,2% no Reino Unido e 6,7% na Alemanha (GRANEIRO; CALDAS DE MOURA. 1992: 215). A Tabela 1 oferece dados sobre as maiores seguradoras no biênio 1990-91. TABELA 1 Dados das maiores seguradoras 1990-91 Companhia Provisões em 31/12/1990 (US$ mil) Companhia Prêmios Emitidos, em 30/09/1991 (US$ mil) Bradesco Prev. Segs. 210.667 Grupo Bradesco 406.423 Itaú 155.710 Grupo Sul América 396.145 Sul América SATMA 123.368 Grupo Bamerindus 222.621 Bradesco Segs. 90.227 Grupo Itaú 192.080 Prever 78.931 Porto Seguro 120.807 Porto Seguro 76.802 Sasse 89.899 Bamerindus 58.503 Golden Cross 88.341 Brasil 49.053 Brasil Seguros 84.740 Sul América Bandeirante 44.908 Vera Cruz 78.939 Paraná 41.926 Minas-Brasil 73.879 Vera Cruz 39.045 Nacional 68.544 Minas-Brasil 38.369 Grupo Paulista 59.310 Paulista 33.841 Cosesp 57.256 Marítima 30.842 Grupo Real 46.725 Cosesp 30.389 União 46.546 Nacional 30.060 Aliança da Bahia 39.963 Sul América Unibanco 24.397 Marítima 35.888 Financial 22.375 Grupo Interamericana 34.725 América do Sul Yasuda 21.316 Grupo América do Sul 34.360 Fonte: Graneiro; Caldas De Moura, (1992, p. 200-201). A partir de junho de 1996, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, autoriza a entrada de mais de 20 empresas estrangeiras no Brasil (AMADOR, 2003). Segundo Loddi (2006), a estabilidade econômica e a abertura do setor ao capital estrangeiro, se refletiram em diversas aquisições ou fusões das empresas brasileiras pelas estrangeiras, sendo que cerca de 75% das aquisições e fusões do setor de seguros na década de 90 tiveram o envolvimento de capital estrangeiro. As companhias estrangeiras traziam para o Brasil novos produtos, tecnologias, formas de gerenciamento e comercialização, e em contrapartida as empresas do país contribuíam com o seu conhecimento sobre o mercado. Essas associações 4

resultaram em melhoria do serviço oferecido e o aumento da credibilidade das seguradoras junto ao consumidor. Devido ao crescimento do setor de seguros e à acirrada concorrência, o mercado vem direcionando as companhias a formular novos produtos e canais de vendas para a conquista de novos consumidores (SOUZA, 2002). De 1994 a 1999, o mercado segurador brasileiro passou de R$ 14,0 bilhões para R$ 20,3 bilhões. No mesmo período, a previdência privada aberta cresceu de R$ 695,7 milhões para R$ 3,0 bilhões. Finalmente, a capitalização saltou de R$ 2,4 para R$ 4,0 bilhões. A carteira de saúde cresceu de 1,9% em 1984 para 7,5% em 1990; 15,33% em 1995 e 24,7% no ano 2000 ficando apenas abaixo da carteira automóveis, que, nesse ano, representou 31% do mercado segurador nacional. (AMADOR, 2001). A Resolução CNSP nº 168, de 2007, define que até o início de 2010, 60% das operações de resseguros sejam feitas com empresas nacionais, portanto, o IRB deixa de ser um monopólio. Silva (2007) menciona que a proposta da nova lei é abrir parcialmente o mercado ressegurador brasileiro, encerrando um monopólio exercido pelo IRB, agora IRB- Brasil Resseguros, há quase 68 anos. Antes da efetiva abertura do mercado de resseguros, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) precisou adaptar-se às mudanças do mercado criando novas regras para prevenir a insolvência das seguradoras, a exemplo do que ocorreu na Argentina. A mudança mais importante foi a da metodologia de cálculo da solvência das empresas, ou seja, sua capacidade de cumprir obrigações futuras. De agora em diante a solvência será calculada tendo-se por base os riscos assumidos pela empresa, quando anteriormente baseava-se no volume total de vendas. Assim, parte dos bens da empresa será destinada para cada tipo de risco. As novas medidas auxiliarão o mercado seguros e resseguros a ter uma participação maior e mais efetiva no Produto Interno Bruto PIB (FILIPPOZZI, 2008). Além destes fatos, a estabilização da economia, com a implantação do Plano Real, a partir do segundo semestre de 1994, fez com que as seguradoras sofressem uma significativa queda na receita de suas aplicações financeiras, evidenciando-se a necessidade de uma maior eficiência nas atividades inerentes ao próprio negócio. A partir de 1996 o dinamismo da atividade seguradora no Brasil teve, em sua trajetória multissecular, muitos pontos de destaque, desde a intervenção do Estado normatizador e fiscalizador até a abertura do mercado brasileiro às seguradoras estrangeiras (LEONE e PAMPLONA, 2005). Magalhães da Silva (2000) aduz que o mercado de seguros no Brasil possui grande potencial de crescimento. Caracteriza a indústria de seguros como destinado a um investidor que possui perfil de investimentos de longo prazo. Contador e Ferraz (2000) ressaltam que a concorrência, nessa indústria, se apresenta em transformação, em que se percebe que as mudanças no mercado ocasionam mudanças também nas empresas do setor, ou seja, quando havia altas taxas de inflação, a seleção de riscos tornava-se menos rigorosa, pois as aplicações no mercado financeiro podiam gerar lucros altíssimos. Porém, quando a inflação está em baixa, os ganhos financeiros não compensam prejuízos decorrentes da má seleção de riscos. De acordo com Antunes de Oliveira e Tabak (2004), com a globalização, a indústria financeira tem experimentado uma nova maneira de pensar suas atividades, com conseqüente reflexo em seu nível de eficiência, principalmente com o uso de novas tecnologias no processamento da informação e no gerenciamento do risco. Assim, no atual contexto de concorrência do setor de seguros, as empresas precisam estar em constante aperfeiçoamento de seus modelos gerenciais e qualidade da seleção de riscos. Fusões e Aquisições Os anos 80 e 90 foram marcados por uma preocupação com a crescente turbulência 5

ambiental, produtora de novas realidades de mercado (SILVA JR.; RIBEIRO, 2001). Nessa nova era competitiva, os mecanismos de fusões e aquisições (F&As) foram largamente utilizados pelas empresas para expansão de suas atividades produtivas em contextos históricos diferentes. O boom das F&As dos anos 80 na economia norte-americana visava principalmente a expansão internacional das grandes corporações multinacionais; enquanto que nos anos 90, essa atividade pode ser vista como uma adequação inteligente a ambientes de negócios em constante mutação, cujas causas vão desde mercado em retração e reformas governamentais até mudanças tecnológicas (TRICHES, 1996). O início de uma nova era econômica marcou o Brasil na década de 90, em que o país deixou de ser uma economia fechada para se tornar uma economia aberta e globalizada, fazendo aumentar a competitividade de grande parte dos segmentos da economia brasileira. A incerteza quanto ao futuro do país era um fator que impedia maior agressividade nas transações entre empresas na época, motivada principalmente pelo descontrole absoluto da inflação brasileira, impossibilitando qualquer planejamento estratégico de médio e longo prazo no âmbito das empresas nacionais e estrangeiras (GUARITA, 2002). O Plano Real contribuiu para a eficácia desse novo cenário, fazendo com que o Brasil se inserisse rapidamente nesse mundo globalizado, também definido como um processo de interdependência crescente. O processo de globalização também incentivou o desenvolvimento das operações de F&As, envolvendo empresas de diferentes países e de tamanhos variados no cenário mundial. De acordo com Barros; Souza e Steuer (2003), em todos os setores econômicos, o processo das F&As tem sido motivado pela lógica competitiva, que pressupõe saltos tecnológicos e busca de novos mercados. Vale ressaltar que fatores como a necessidade de ganhos em escalas de produção; atuação em outras regiões geográficas; surgimento de novos produtos; e busca de sinergias financeiras e tecnológicas levaram grandes conglomerados empresariais a atuar em outros países que não os de sua origem, por meio de aquisições, parcerias e joint ventures com empresas locais. Barros (2001) menciona que esses formatos podem evoluir em um continuum que inicia no simples licenciamento, passando por aliança, parceria e joint venture, e finaliza na operação de fusão e aquisição. Existem três distinções básicas entre fusão e aquisição: i) a fusão, que consiste na união entre duas ou mais empresas, cada uma deixando de existir para gerar uma nova firma, enquanto na aquisição, uma das empresas envolvidas mantém suas identidades jurídicas; ii) na fusão, usualmente as condições de pagamento são através de permuta de ações, enquanto, na aquisição, a modalidade de pagamento ocorre em espécie, ações, ou outros títulos; iii) na fusão, as empresas envolvidas são do mesmo ramo de atividade, enquanto, nas aquisições, é comum às empresas serem de ramos de atividades diferentes (MINADEO; CAMARGOS, 2007). Para cada evento de fusões, aquisições, parcerias e joint-ventures ocorridos no setor segurador existem estratégias, implícitas ou explícitas. Assim sendo, não são os tipos de eventos existentes que dão certo ou errado e, sim a estratégia que há por detrás dela (HÉAU, 2001). Para atender às necessidades impostas pelo ambiente competitivo, Macedo; Silva e Santos (2006), ressaltam que é necessário que as seguradoras utilizem de alguma estratégia para se manterem no mercado. As aquisições, fusões e incorporações nas palavras de Pasin e Neves (2001), constituem uma alternativa para a adequação do porte e da estrutura organizacional das empresas ao mercado e à conjuntura econômica mundial. As grandes organizações atentas a esta tendência, realizaram fusões, aquisições e parcerias relevantes dentro desse contexto. Barros e Cançado (2008) sustentam que as intenções de compra concentram-se prioritariamente em razões vinculadas ao mercado: aumento da participação e penetração em novos mercados ou aquisição de marcas. Somente 9% das adquirentes vincularam a razão da 6

compra às condições financeiras favoráveis. Por outro lado, os adquirentes acreditam que as empresas são vendidas devido à situação financeira precária ou às boas condições de negociação. De acordo com Haspeslagh e Jemilson (1991) e de Child et al. (1998), as razões que levam às aquisições não são pautadas somente pela lógica financeira, havendo também fatores psicológicos e de ordem afetiva considerados no processo. Os dados apontados pelos estudos de caso comprovam que a intenção de compra, ou estratégia que a determina, tem relação com a estratégia a ser utilizada na integração. No processo voltado para a aquisição de tecnologia ou know-how, a integração se deu via mescla e/ou pluralidade cultural. Em aquisições voltadas para razões ligadas ao mercado, a assimilação cultural foi a estratégia utilizada (BARROS; CANÇADO, 2008). Sinergias esperadas de fusões e aquisições É comum as transações de F&As criarem sinergias estas, representam os ganhos e benefícios decorrentes da união empresarial. Lemes Jr., Rigo e Cherobim (2002) apud Minadeo e Camargos (2007), apresentam na tabela 2, as fontes de sinergias em F&As: TABELA 2 Fontes de sinergias em F&As Sinergias Fonte(s) Economia operacional Redução de custos e despesas com atividades corporativas (marketing, finanças, etc). Economias Melhor estrutura de capital, maior capacidade de alavancagem com menor custo de financeiras endividamento. Melhorias na Substituição de administração ineficiente, geralmente da empresa adquirida, eficiência gerencial melhorando assim o seu desempenho econômico e financeiro. Poder de monopólio Maior porte resulta em um maior poder de mercado, de negociação e de competição. Economias fiscais Uso de isenções e compensações autorizadas pela lei, como é o caso do uso de prejuízos decorrentes de prejuízos operacionais, mediante um planejamento tributário. Fonte: Lemes Jr., Rigo e Cherobim (2002), apud Minadeo e Camargos (2007). Referencial Teórico utilizado para analisar o conjunto de F&As do setor segurador Weston, Chung e Hoag (1990), mencionam que as discussões acerca de F&A s, respaldadas pela teoria econômica, deram origem a diversas tentativas de explicações das razões dessa atividade que podem ser agrupadas em teorias de eficiência, de informação e sinalização, de problemas de agência, de poder de mercado, de vantagens fiscais e de fluxo de caixa livre, conforme resumidas no Quadro 1: Teoria Eficiência e Sinergia Informação e Sinalização Problemas de Agência Poder de Mercado Vantagens Fiscais Problema Sucessório Características A fusão é um modo de melhorar o desempenho da administração ou atingir alguma forma de sinergia. A fusão informa ao mercado e à administração que a empresa está subavaliada. F&A s representam soluções para problemas de agência. Além disso, custos de agência causados por conflitos no pagamento de dividendos podem ser causa de algumas F&A s. A fusão pode aumentar a participação de mercado. Uma empresa pode, através da fusão, se beneficiar de créditos fiscais ou se substituir impostos sobre ganho de capital por impostos sobre a renda. F&A s solucionam conflitos familiares ou de ausência de herdeiros, evitando a corrosão de patrimônios, ou o risco de grande parte deles estarem atrelados à empresa familiar. Além disso, F&A s podem trazer o retorno por longos anos de investimentos familiares em algum negócio, liberando os herdeiros para seus diferentes rumos. QUADRO 1 - Teorias de Fusão e Aquisição utilizadas para a análise das F&As do setor segurador. Fonte: Adaptado de Weston, Chung e Hoag (1990). 7

Conceitualmente, as teorias de eficiência são aquelas que afirmam que as fusões e aquisições são formas de melhorar o desempenho da administração ou de alcançar algum tipo de sinergia, contribuindo com a eficiência da economia como um todo, enquanto que a teoria do poder de mercado considera que as fusões e aquisições possibilitam um aumento na quota de mercado (WESTON, CHUNG e HOAG, 1990). Teoria da eficiência Para efeito desse estudo, esta teoria se desdobra sobre a teoria da eficiência diferencial; a teoria da eficiência operacional e a teoria da eficiência financeira. A teoria da eficiência diferencial é considerada tradicional. Ela afirma que se duas empresas se fundem, tendo uma a administração mais eficiente que a outra, a tendência é ocorrer uma elevação da eficiência da menos eficiente. Existiria neste caso um ganho social, bem como privado, devido ao aumento geral da eficiência da economia. Já a teoria da eficiência operacional toma como base a existência de economias de escala no negócio, sendo atingidas através da fusão de empresas. A obtenção de ganhos de eficiência em termos financeiros através das F&As resulta da redução do custo de capital para as empresas envolvidas neste processo. Assim, a diversificação através de F&As permitirá às empresas combinadas reduzir o risco dos ganhos financeiros, como o risco de insolvência e de falência. Dessa forma, as empresas de maior dimensão usufruem de certas vantagens nos mercados financeiros, nomeadamente em termos de acesso a esses mercados, pois apresentam um menor risco comparativamente às pequenas empresas. Teoria do poder de mercado Um dos motivos para a concretização de F&As que a teoria do poder de mercado considera, está relacionado com o interesse em aumentar a quota de mercado de uma empresa. Nas palavras de Weston, Chung e Hoag (1990), este é um assunto polêmico, pois, o fato de aumentar o tamanho de uma empresa não significa que a mesma se tornará mais eficiente ou que conseguirá atingir economias de escala, fazendo com que a fusão possa não ser o meio mais economicamente vantajoso de se aumentar a fatia de mercado. Segundo os autores, o aumento de quota de mercado via aquisições provoca uma concentração da indústria em uma empresa, podendo levar a um monopólio, fazendo com que este tipo de aquisição seja muito regulado pelos órgãos governamentais. Salientam, ainda, que a relação entre poder de mercado e obtenção de economias de escala não é tão imediata como aparenta. A criação ou aumento do poder de mercado através de F&As poderá resultar num aumento da concentração, vindo as empresas a ter uma atitude mais próxima de um monopólio. Por outro lado, a redução do número de concorrentes no mercado poderá originar comportamentos colusivos entre as empresas remanescentes, visto que com um menor número de intervenientes se torna mais fácil a celebração do acordo. Não é fácil manter um comportamento colusivo quando os processos de decisão de preços, produção, produtos, qualidade, serviços, entre outros são demasiado complexos já ao nível da empresa. Partindo desse pressuposto, as F&As do setor segurador descritas na tabela 4 encontram respaldo teórico e serão analisadas à luz de duas teorias: teoria da eficiência e teoria do poder de mercado (WESTON; CHUNG; HOAG, 1990). Operações de F&As do setor segurador a ser analisadas à luz do Referencial Teórico As operações abaixo foram escolhidas dentre as muitas ocorridas e listadas no banco 8

de dados dos autores em função de representar empresas de diversas nacionalidades, ramos de atuação, porte da operação, estrutura societária e forma da sua realização. Em momento algum se pretende que seja uma amostra com validade estatística, porém, apenas representam F&A s que atendem aos parâmetros acima apresentados. Os autores pretendem que o conjunto abaixo seja analisado à luz do modelo escolhido, com o intuito de buscar as motivações subjacentes dos adquirentes. TABELA 3 Fusões, aquisições e parcerias entre seguradoras O grupo espanhol Mapfre comprou 49% da Vera Cruz Seguradora em 1992, pois a legislação impedia que um grupo estrangeiro controlasse empresas nacionais. Em 1996, adquiriu o restante. Em 2005, a Mapfre adquiriu outras companhias, a Seguradora Roma e a Nossa Caixa Seguros e Previdência, visando ingressar em seguro prestamista, roubo e perda de celulares, e quebra de garantias (FENASEG, 2008). Em 1999 a MetLife ingressou no país com duas parcerias: Libra Vida e Novo Vida. Em 2002, adquiriu a Seguradora América do Sul (Seasul). Em 2003, adquiriu a carteira corporate da Seguradora Zurich. Em 2004, adquiriu a Soma Seguradora. Em 2005, adquiriu a Travelers Life & Annuity do Citigroup e as operações de seguros internacionais da Citigroup, atuante no Brasil (METLIFE, 2005). A Tokio Marine Seguradora em 2005 adquiriu 100% da Real Seguros e 50% da Real Vida e Previdência. A Tokio pertence à Millea Holdings, Inc. - o mais antigo grupo securitário japonês e um dos maiores do mundo, com operações em 36 países. Com isto, a Tokio Marine passou a ter exclusividade nas agências do ABN AMRO Real na distribuição de produtos de seguros de ramos elementares e produtos de previdência complementar e seguros de vida da Real Tokio Marine Vida e Previdência S.A. (TOKIO..., 2007). O grupo alemão Allianz comprou 57% da seguradora francesa AGF em 1997. Em 2007 passou a deter 100% do capital. Dentro da estratégia de marca global, aos poucos foi trocando o nome das unidades. Até agora, 85% das operações mundiais do grupo, que opera em 70 países, já têm o nome Allianz. No Brasil, o processo de incorporação da marca começou em 2008 (GROSS, 2008). O grupo americano Liberty Mutual Group tem presença no país com a compra, em 1996, da Paulista Seguros, com tradição em ramos elementares. Embora o principal produto da Liberty seja o seguro de automóveis, a seguradora também oferece outras linhas, como seguro de vida, property (residencial, comercial e condomínio) e transporte (terrestre, marítimo e responsabilidade civil) (FRANCO; SADALLA, 2008). Em 2003, a Porto Seguro adquiriu a Azul Seguros, antiga AXA Seguros que nasceu em 2000 da fusão entre a UAP Seguros e Motor Union Seguros, empresas presentes no Brasil há mais de 100 anos. Desde abril de 2004, a nova companhia, passou a fazer parte do controle das Empresas Porto Seguro que operam com estrutura e administração próprias e independentes (PORTO..., 2004). Em 1997, através de complexas operações, a AIG e a Unibanco Seguros fundiram suas operações no país, que passaram a ser 50% de cada sócio. Em 2003, a Unibanco AIG adquiriu do Grupo Fiat o controle Phenix Seguradora S/A - sediada em Nova Lima, Minas Gerais (UNIBANCO..., 2003). A HDI Seguros adquiriu a HSBC Seguros de Automóveis e Bens S.A., e firmou um acordo de longo prazo para underwriting de apólices de ramos elementares, formando uma rede de mais de 2000 pontos de vendas no País, composta pelas agências do HSBC e das lojas da promotora de vendas Losango (KPMG..., 2007). A Sul América formou uma joint venture com a Aetna Inc., na área de seguro saúde em 1997. Em 2002, o grupo holandês ING adquiriu a Aetna, assumindo 49% da Sul América Aetna (VAGNER, 2007). A Icatu Hartford Seguros S.A. em 2004 adquiriu os negócios da Canada Life Brasil Previdência e Seguros. Em 2005 ampliou para 59% sua participação na Santa Catarina Seguros e Previdência e adquiriu a carteira de previdência da Nationwide Marítima Vida e Previdência no país (KPMG..., 2007). Em 2008, o Banco do Brasil pagou R$ 670 milhões para adquirir o controle da Companhia de Seguros Aliança do Brasil, detido pela Companhia de Participações Aliança da Bahia, após aprovação da SUSEP. Mas, pela legislação do setor de seguros, o BB não poderá manter o controle por mais de um ano, devendo buscar um novo sócio para comandar a seguradora. A compra foi feita porque o BB gostaria de maior agressividade, e a Aliança não quis aportar novos recursos. A Aliança da Bahia detinha 60% do capital votante e 30% do capital total da Aliança do Brasil, enquanto o BB Investimentos possuía 40% do capital votante e 70% do capital total (RIBEIRO, 2008). A Aliança do Brasil (seguro de vida e elementares) é uma das cinco seguradoras nas quais o BB tem participação, ao lado da Brasilprev, Brasilsaúde, Basilcap e Brasilveículos Em 1994, a Sul América e o Banco do Brasil criaram a Brasilprev, focada na Previdência Privada (VAGNER, 2007; RIBEIRO, 2008). Fonte: Elaborada pelos autores. 9

Análise do conjunto selecionado de F&As à luz do Referencial Teórico TABELA 4 Análise das F&As entre seguradoras à luz do modelo adotado Negócio Motivações O Mapfre adquiriu a Vera Cruz para ingressar no país. A adquirida pertencia à Bunge, que focou no setor de commodities. Entre 1999 e 2005, a MetLife adquiriu diversos ativos no setor no país. A Tokio Marine adquiriu a Real Seguros e 50% da Real Vida e Previdência. A Allianz comprou a francesa AGF. A Liberty Mutual adquiriu a Paulista Seguros. A Porto Seguro adquiriu a Azul Seguros. A AIG e a Unibanco Seguros se fundiram. A HDI adquiriu 100% da HSBC Seguros de Automóveis e Bens. A Sul América se associou à Aetna na área de seguro saúde. Entre 2004 e 2005, a Icatu Hartford Seguros S.A. ampliou sua atuação mediante várias aquisições. Em 2008, o Banco do Brasil adquiriu a Aliança do Brasil. O Banco do Brasil realizou cinco alianças no setor segurador. A Sul América e o Banco do Brasil se associaram para oferecer planos de Previdência Privada. Fonte: Elaborada pelos autores. Eficiência Financeira e Operacional, pois a Vera Cruz não mais fazia parte do core business da antiga controladora. Além disso, do ponto de vista da Bunge, uma motivação se refere aos Problemas de Agência: uma empresa de commodities não possui cultura para gerir uma seguradora. Do ponto de vista da Mapfre, a operação foi motivada pelo Poder de Mercado. Do ponto de vista da MetLife, a operação foi motivada visando ampliar seu Poder de Mercado. Além disso, houve ganho em Eficiência Operacional (sinergias) e Financeira. A Tokio Marine possuía operações modestas no país, e com a aquisição ampliou seu Poder de Mercado. Além disso, ganhou acesso a uma rede de distribuição privilegiada o que representa ganhos de Eficiência. A Allianz é das maiores seguradoras do mundo, e vislumbrou uma oportunidade de ampliar seu Poder de Mercado no mundo todo, ao adquirir uma seguradora como a AGF o que trouxe diversos ganhos de Eficiência. A Liberty ganhou Poder de Mercado com a operação. Em função do porte relativamente pequeno da adquirida, esta vislumbrou ganhos de Eficiência. A Azul representou ampliação do Poder de Mercado e Eficiência Operacional e Financeira para a Porto Seguro. Essas motivações foram especialmente importantes porque em seguida, a Porto Seguro vendeu parte de seu capital em Bolsa, retornando significativos valores aos seus acionistas o que também sinaliza a presença de Problemas de Agência. Do ponto de vista do Unibanco, o ingresso de volumes significativos de recursos, representou Eficiência Financeira. Para a nova entidade criada pela fusão, vieram ganhos de Sinergia, e de Eficiência Operacional pelo porte internacional da AIG. Do ponto de vista da AIG também houve ganho de Poder de Mercado. A HDI ganhou Poder de Mercado, pois suas operações no país eram limitadas. Além disso, pela rede de distribuição do HSBC, ganhou Eficiência Operacional. Para o HSBC, a venda representou concentração em seu core business, o que pode ser entendido pela busca de Eficiência Financeira. A Sul América ganhou Poder de Mercado, ao ingressar em um ramo em que ainda não atuava. A Aetna vislumbrou nessa parceria com uma das maiores seguradoras brasileiras a possibilidade de obter ganhos de Eficiência Operacional, ao se valer da estrutura da sócia. A Icatu Hartford obteve ampliação de seu Poder de Mercado através dessas operações, além de Eficiências Operacionais e Financeiras. Por tratar-se de várias empresas que venderam ativos, não existem elementos para analisar as motivações que levaram à venda. O Banco do Brasil desejava crescer no mercado segurador, encontrando a oposição de seu sócio. Em função disso, recebeu aprovação da SUSEP para realizar a aquisição, porém, com o dever de revendê-la no prazo de um ano. O Banco do Brasil possui as limitações de gestão de qualquer estatal, além de limitações legais para criar novas empresas mas constitui um valioso canal de distribuição para seguros, mediante sua rede de agências; desse modo, com associações diversas, utilizou seu potencial e passou a deter uma fatia do mercado. Por outro lado, a Sul América não possui operações bancárias, estando, assim, em desvantagem em relação aos bancos que controlam seguradoras. Ao se associar ao Banco do Brasil, ganhou acesso a uma rede de distribuição, obtendo ganhos de Eficiência Operacional. O Banco do Brasil não atuava em Previdência Privada, e se associou a uma empresa que fora líder durante décadas nesse ramo, ganhando, portanto, Poder de Mercado. 10

Considerações Finais Os resultados dos dados analisados mostram que há muito tempo as F&A s são parte do panorama empresarial do setor segurador, com importância na realocação dos recursos na economia e na execução de estratégias corporativas, pois, constituem-se em alternativas interessantes para a adequação do porte e da estrutura organizacional das empresas ao mercado e à conjuntura econômica mundial. Apresentam crescente papel na economia globalizada e têm alterado as relações entre as empresas e as configurações das redes organizacionais. Além disso, representam importante solução para empresas com problemas de qualquer natureza sucessão, situações de crise, excesso de concorrentes, entre outros. Nota-se que o ambiente mercadológico segurador brasileiro vivenciou na última década um panorama mutante, em parte devido aos eventos de F&A s e alianças da mesma forma que diversos outros setores, que sofreram as recíprocas influências da abertura econômica, do acirramento da concorrência e da revolução tecnológica. Assim, as F&A s podem ser vistas como uma das ferramentas utilizadas na consolidação do setor propiciando o ingresso de novas seguradoras de atuação global, novas corretoras e a criação de novos produtos bem como a saída de alguns players que focaram outros setores como a Bunge. Mediante as F&A s, algumas seguradoras ampliaram seu mercado, aprimoraram seu portfólio de serviços, além de absorver empresas menores, menos eficientes ou com problemas sucessórios em função de serem patrimônios familiares. A competitividade e a adaptabilidade são indispensáveis no atual cenário do mercado segurador, que também inclui um novo quadro legal a ser implantado nos próximos anos exigindo, portanto: a) maior eficiência operacional; b) um quadro profissional mais competente; e c) maior volume de negócios, de modo a diluir os elevados investimentos em Tecnologia da Informação e em RH. A análise à luz dos autores adotados permitiu classificar e estabelecer um conjunto relativamente prático de padrões de motivações para as F&As estudadas. Novos estudos poderiam ser realizados para melhor validar o modelo desses autores, por exemplo, em outros setores da Economia. Além disso, as F&As do setor segurador podem ser objeto de outros estudos, à luz de outras teorias. Referências AKTOUF, O. Cooperação como condição necessária para criação de riqueza regional, nacional e global. Revista de Administração da Fead-Minas, v. 4, n. 1, jun. 2007, p. 9-31. AMADOR, P. A Atividade Seguradora no Brasil: fundamentos, história, regulamentação e prática. Rio de Janeiro: FENASEG, 2003. ANTUNES DE OLIVEIRA, C. V.; TABAK, B. M. Comparativo da eficiência bancária utilizando data envelopment analysis (DEA). In: ENCONTRO NORTE-NORDESTE DE FINANÇAS, 1., 2004, Recife. Anais do I ENEFIN. Recife: FIR, 2004. BARROS, B. T. (Org.). Fusões, aquisições e parcerias. São Paulo: Atlas, 2001. BARROS, B. T. Fusões e aquisições no Brasil: entendendo as razões dos sucessos e fracassos. In: BARROS, B. T.; SOUZA, H. H. R. F.; STEUER, R. Gestão nos processos de fusões e aquisições. São Paulo: Atlas, 2003. BARROS, B. T.; CANÇADO, V. L.. Aquisições um perfil das operações no Brasil. Disponível em: <http://www.fgvsp.br/iberoamerican/papers /0213_Barros.pdf>. Acesso em 30 abr. 2008. BRASIL. CNSP nº 168, de 2007. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/textos/resol168.pdf>. Acesso em 09 mai. 2008. 11

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