ÍNDICE - 31/10/2004 O Globo...2 O Globo...2 Capa/Boa Chance...2 Governo abre seis mil vagas para 2005...2 Mais de 6.431 vagas...2 Confira as vagas e os salários...3 Jornal de Brasília...4 Viva Domingo...4 Remédios contra impotência podem trazer riscos à saúde...4 Jornal do Commercio (RJ)...5 Rio de Janeiro...5 O gigantesco universo da pirataria...5 Zero Hora (RS)...7 Geral...7 Voluntários que emprestam o corpo à ciência...7 Correio da Bahia (BA)...9 Aqui Salvador...9 Gel à base de mamão facilita remoção da cárie em crianças...9
O Globo 31/10/2004 Capa/Boa Chance Governo abre seis mil vagas para 2005 Fabiana Ribeiro Mais de 6.431 vagas Seis órgãos do governo federal receberam autorização do Ministério do Planejamento para realizar seus concursos públicos no ano que vem. Juntos, eles poderão oferecer 6.431 vagas, sendo boa parte delas para quem tem nível superior. Mas atenção: esse número não é definitivo. Vai aumentar. Até a virada do ano, deverão ser aprovados outros concursos para 2005. Candidato deve ficar atento à divulgação dos editais Já receberam sinal verde as polícias Federal e Rodoviária Federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e a Previdência Social. Atenção: quem foi aprovado, mas não foi convocado, em concursos realizados nos últimos dois anos, pode ser chamado pelos órgãos a partir do ano que vem. A Polícia Rodoviária Federal vai contratar 1.100 policiais. E a Polícia Federal abrirá outras 1.100 vagas: para delegados, peritos, escrivões e agentes. Já o INSS vai chamar 2.400 profissionais - entre peritos, analistas e técnicos. E a Procuradoria Geral terá direito a 81 vagas. A Anvisa, por sua vez, deverá contratar 340 pessoas, e a ANS, 310. Os candidatos devem ficar atentos à publicação dos editais. Segundo o Ministério do Planejamento, dada a autorização, cabe a cada órgão a responsabilidade de promover seu concurso. Segundo Gilson Caleman, diretor de gestão da ANS, essa autorização significa a realização do primeiro concurso público da agência, que hoje é formada por 850 profissionais. Desse total, 240 são funcionários terceirizados, que devem deixar a entidade até dezembro de 2005. Ou seja, diz Caleman, essa seleção será fundamental para que a instituição possa ter sua própria equipe: - Quando se tem funcionários temporários, fica difícil ter um quadro estável. Por isso, esse concurso vai dar muito mais do que funcionários para a ANS: vai garantir estabilidade para que a agência possa continuar a desempenhar o seu papel. Caleman acrescenta que o edital já está sendo preparado e deverá ser divulgado em março ou abril. E antecipa quais serão os salários: os profissionais de nível médio vão ganhar R$ 1.390; e os de nível superior, R$ 2.900. Na Anvisa, o concurso também servirá para repor o quadro de pessoal, composto a partir de contratos com organismos internacionais, que tem de sair da agência até o dia 31 de março. - Quem trabalha aqui sabe que está com os dias contados. Os novos funcionários poderão pensar em estratégias a longo prazo para a agência - afirma um técnico que prefere não se identificar. A médica Ana Lucia Nascimento vai tentar uma vaga. E apesar de os concursos estarem previstos só para 2005, acentua, o caminho é começar a se preparar para as provas já. 'Para ser aprovado, é preciso estar muito bem preparado'
Ana Lucia pretende se inscrever para a Polícia Federal e a ANS. Ela já passou por outros processos de seleção e sabe que sua tarefa não será simples: - Para ser aprovado, é preciso estar muito bem preparado. Vou começar a estudar desde já. Principalmente as matérias ligadas à administração pública, que não faz parte da minha área de formação. Confira as vagas e os salários POLÍCIA RODOVIÁRIA: Já foi autorizada a abertura de 1.100 vagas na Polícia Rodoviária Federal. Todas são para policiais, função que exige ensino médio. Além da escolaridade, também é exigida carteira de habilitação. Os candidatos vão precisar fazer provas, avaliações física e psicológica, além de curso de formação. As vagas são para todo o país. Último salário divulgado: R$ 3.735,61. POLÍCIA FEDERAL: O Ministério do Planejamento aprovou 1.100 vagas para a Polícia Federal. Quem tem formação em direito pode concorrer a uma das 80 que serão abertas para delegados. Há outras 80 para peritos, função destinada a graduados em diferentes áreas, como análise de sistemas, ciências da computação e engenharia. Formados em qualquer área de nível superior, por sua vez, poderão se inscrever para uma das 780 vagas de agente de polícia ou 160 de escrivão. Pela última divulgação, os salários variam de R$ 4.357 a R$ 7.965. ANVISA: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ganhou o direito de contratar 340 profissionais. Para quem tem nível superior, são oferecidas 120 vagas de analista administrativo - cargo voltado para diferentes áreas, como direito, administração e economia, com salário de R$ 2.906,66. Profissionais de nível médio poderão se candidatar a técnico em regulação e vigilância sanitária (140 vagas) e administrativo (80). Nesse caso, o salário previsto é de R$ 1.399,10. ANS: Foram autorizadas 310 vagas para a Agência Nacional de Saúde. Os cargos de especialista em regulação de saúde suplementar (188) e de analista administrativo (55) aceitarão profissionais de diferentes áreas de graduação. Nesse caso, a remuneração inicial será de R$ 2.900 - ao longo da carreira, esse valor pode chegar a R$ 7.900. Profissionais de nível médio poderão se inscrever nas funções de técnico em regulação de saúde suplementar (28) e técnico administrativo (39). Salário previsto de R$ 1.390, sendo que, ao longo da carreira pode chegar a R$ 2.900. FAZENDA NACIONAL: A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional poderá oferecer, em 2005, 81 vagas para procuradores - função que exige bacharelado em direito. O último salário divulgado pelo órgão é de R$ 5.541,14. INSS: No caso do INSS, poderão ser abertas 2.400 vagas no ano que vem: 1.500 para peritos médicos, 300 para analistas e 600 para técnicos. Para concorrer a perito ou analista é preciso ter formação em nível superior.
Jornal de Brasília 31/10/2004 Viva Domingo Remédios contra impotência podem trazer riscos à saúde Paciente deve procurar orientação médica antes de tomar medicamentos Problema para homens e mulheres, a impotência sexual passou a assustar bem menos a partir do fim dos anos 90, quando se iniciou a fabricação, venda e grande procura por medicamentos específicos indicados para o combate à doença. Com a rápida circulação da informação pela Internet e o bombardeio de propagandas na mídia, não faltam "poções" milagrosas que não só prometem acabar com a impotência como aumentar sensivelmente o desempenho sexual dos homens. Contudo, o que as propagandas não dizem é que o uso - com ou sem acompanhamento médico - pode oferecer riscos graves à saúde. O mais indicado ao se deparar com a doença, é procurar a ajuda de um profissional e um tratamento adequado. A palavra impotência tem sido tradicionalmente usada para definir a incapacidade de se obter e manter uma ereção satisfatória, o que impede a plena realização do ato sexual. Disfunção erétil é o termo médico atualmente mais aceito para definir essa condição. A disfunção erétil pode estar presente mesmo quando houver o desejo e o orgasmo (ejaculação). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que cerca de 30% da população economicamente ativa do mundo possuem algum tipo de disfunção erétil. No Brasil isso representa algo entre 11 e 15 milhões de homens. "A disfunção erétil tem várias causas orgânicas e fatores de risco", explica o assessor especial do Departamento de Atenção Especializada (DAE) do Ministério da Saúde, Diogo Mendes. A lista inclui problemas vasculares, diabetes, hipertensão, o uso de certos medicamentos, desordens neurológicas como a esclerose múltipla, alcoolismo crônico, consumo elevado de tabaco, traumas pélvicos, lesões da coluna vertebral e anormalidades hormonais. "A doença também pode ter origens culturais e psicológicas, como o temor sobre o desempenho sexual, o estresse, a depressão e os conflitos matrimoniais", acrescenta Diogo Mendes. Os distúrbios de ordem psíquica normalmente atingem a faixa mais jovem da população masculina em atividade sexual. Já os orgânicos se manifestam com maior freqüência nas pessoas de mais idade.
Jornal do Commercio (RJ) 31/10/2004 Rio de Janeiro O gigantesco universo da pirataria MÁRCIO BECK Campeões na preferência dos consumidores de artigos piratas, os CDs de música e de jogos estão longe de ser os únicos alvos da ação dos falsificadores. Se os produtos apreendidos e encaminhados para a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIm) este ano fossem originais, vendidos em lojas legalizadas, representariam um volume de R$ 15,5 milhões em compras e gerariam milhares de empregos, segundo especialistas em varejo. Desde o começo do ano, a DRCPIm realizou 1.665 operações de combate à pirataria, além das 730 organizadas por representantes legais das marcas envolvidas. No mesmo período, foram registradas 1.871 ocorrências, média de seis por dia, que resultaram em 1.021 inquéritos. Durante as ações, foram realizadas 46 prisões em flagrante. O volume, afirmam fontes da Secretaria de Segurança Pública (SSP), é o maior entre as unidades especializadas. cds são os campeões, seguidos por brinquedos Disputando com os CDs de música (177.513 apreendidos desde janeiro) o topo do ranking da pirataria, estão os brinquedos (71.482) e cigarros (62.252). O delegado titular da DRCPIm, Marco Aurélio Ribeiro, explica que a maior parte destes itens, mais difíceis de copiar do que as obras fonográficas, chega ao Estado por meio de contrabando, vindos da China ou do Paraguai. - Não detectamos, até o momento, nenhum grande distribuidor, nenhuma quadrilha especializada agindo aqui. A ação dos piratas dentro do Rio de Janeiro é isolada. São sacoleiros que vêm do Paraguai com as mercadorias, atravessadores que trazem o material de São Paulo. Essa fragmentação dificulta nosso trabalho, porque se há uma prisão, não conseguimos ir além do fornecedor direto dele - analisa o policial. A grande demanda pelos serviços da unidade levou o delegado a pedir à SSP que aumente o efetivo disponível. Como a necessidade de mais agentes é comum a quase todas as delegacias especializadas e distritais, a solicitação ainda não foi respondida. Marco Aurélio Ribeiro ressalta que as equipes estão se empenhando para atender os casos: - Pela quantidade de ocorrências, seria preciso ampliar o quadro, mas essa dificuldade não é só nossa. Com o que temos, estamos fazendo o máximo possível. Com o material apreendido, o Setor de Perícia da delegacia já identificou falsificações de 51 marcas de cigarros registradas. Outros 63 tipos foram tiradas das bancas dos camelôs por não corresponderem a nenhuma das marcas ou empresas cadastradas na Anvisa. Parte delas tem o pedido de licenciamento feito na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não podem ser comercializados porque ainda não houve autorização do órgão. cigarros têm os selos da receita falsificados A apreensão nesses casos se dá, segundo os policiais, porque os maços trazem selos falsificados da Secretaria de Receita Federal que identificam o recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Outra prática comum dos criminosos é usar selos de fantasia (sem referência ao tributo). Os policiais garantem que não foram detectados casos de selos impressos a partir de matrizes originais da Casa da Moeda. Quanto aos brinquedos, além da violação do direito de propriedade das fabricantes, entra em jogo o bem-estar dos usuários, principalmente crianças. Como
são produzidos sem os mesmos critérios de segurança adotados pelos fabricantes por exigência do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), as peças não atendem às normas que prevêem que os brinquedos para menores de seis anos não devem ter pontas afiadas ou pequenas partes removíveis. O relatório Contravenção e pirataria no Brasil - O impacto econômico, produzido pelo Brazil-US Business Council, aponta prejuízos de US$ 31 milhões para a indústria, além da redução de 80 mil postos de trabalho nos últimos anos. Ainda de acordo com o documento, 12% de todos os brinquedos no mercado brasileiro são falsificados. Advogado do escritório que representa no Brasil os interesses da Warner Bros. e da Mattel, duas das maiores empresas do setor, José Henrique Werner defende como soluções para o problema o fim da burocracia do trabalho formal e redução da carga tributária de pequenos comerciantes. Outra medida eficaz, afirma ele, seria a destinação de parte do orçamento público à redução da informalidade. Aumento da ilegalidade ameaça as lojas Para o presidente do Conselho Empresarial de Varejo da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Daniel Plá, o combate eficaz à pirataria poderá evitar que as lojas de brinquedos tenham o mesmo destino das lojas de CDs, que praticamente desapareceram. Segundo o comerciante, se as ações resultarem numa diminuição de 50% da atividade ilegal, a arrecadação dos governos com o IPI e o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) poderia crescer 12%. - Para o mercado de CDs, a criação da delegacia especializada chegou tarde. Das mais de 200 lojas que havia alguns anos atrás, restam umas 20. Só sobreviveram as que não dependem especificamente das vendas desse produto, como as lojas de departamentos. Os estabelecimentos que lidam com brinquedos estão passando pelo mesmo problema. Já há lojas fechadas até no shopping Rio Sul - alerta. Classificando a atuação da DRCPIm como "uma ponta de esperança", Plá acredita que a ação contra a pirataria depende ainda de articulação entre os governos federal, estadual e municipal, além da conscientização dos consumidores. O presidente do Conselho Empresarial de Varejo da ACRJ afirmou ainda que a instituição está preparando novo ciclo de palestras e encontros com o objetivo de mobilizar os empresários a participar mais ativamente das iniciativas contra o mercado clandestino. O delegado Marco Aurélio Ribeiro esclarece que denúncias sobre a ação de falsificadores podem ser feitas anonimamente pelos telefones 3399-3816 (DRCPIm) e 2253-1177 (Disque-Denúncia). Diferenciar um produto falsificado de um original nem sempre é simples. A sofisticação dos piratas, no entanto, não é suficiente para passar pelos peritos especializados do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Se a cópia estiver à beira da perfeição, resta ainda aos peritos recorrer à ajuda dos representantes das empresas vítimas da pirataria. Detalhes só perceptíveis com auxílio de uma lupa - como micropontilhados na pintura das embalagens, particularidades dos logotipos e o tipo de costura, no caso das roupas - servem para acabar com as possíveis dúvidas, no caso de falsificações mais elaboradas. A parceria com o setor privado inclui também o envio de catálogos e amostras dos produtos originais para comparação de padrões. Cursos e seminários de atualização promovidos por entidades dedicadas à defesa da propriedade intelectual são freqüentes.
Zero Hora (RS) 31/10/2004 Geral Voluntários que emprestam o corpo à ciência A solidariedade de pessoas que se dispõem a participar de pesquisas médicas resultou, apenas nos últimos três anos no país, na entrada no mercado de 72 novas substâncias com a expectativa de salvar vidas LETÍCIA DUARTE Os amigos o chamam de louco, seus pais alertaram para possíveis riscos de usar o próprio corpo como templo de solidariedade. Mesmo sem ter qualquer doença, durante mais de 48 horas o segurança V. Rezende, 29 anos, ficou internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre tomando remédios contra o vírus da Aids e tendo sangue retirado em intervalos progressivos de 20 minutos a uma hora. Essenciais para a aprovação de novos remédios e vacinas, atitudes de voluntariado em pesquisas clínicas como a de Rezende ajudam a salvar vidas. Apenas nos últimos três anos, o esforço resultou na entrada no mercado de 72 novas substâncias, aprovadas pela Gerência de Medicamentos Novos, Pesquisa e Ensaios Clínicos da Associação Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa estima que os 416 centros de pesquisa do país produzam uma média de 15 mil estudos por ano. Somente no Clínicas são mais de 3,5 mil voluntários. Hospital Conceição, Complexo Hospitalar Santa Casa e Hospital São Lucas da PUCRS são as outras instituições de referência em pesquisas na Capital. E há de tudo: desde estudos para gripe até pesquisas em oncologia e doenças mentais. No caso de Rezende, a pesquisa ainda em andamento pretende testar um medicamento genérico nacional contra o vírus da Aids, que somente no Rio Grande do Sul acumula mais de 24 mil casos notificados. A cada três horas, um gaúcho descobre que tem o HIV. Como a população alvo do estudo é bastante vulnerável, estudos como esse são realizados primeiramente em pacientes saudáveis, para verificar sua tolerância e capacidade de atingir concentrações adequadas no sangue. Em uma segunda fase, os voluntários são pacientes portadores da doença que o remédio pretende combater. - Muita gente me dizia: não vá, para que tu vais te arriscar? Mas sair na rua é um risco. Meus amigos brincam me chamando de cobaia, mas eu não dou bola. Aqui eu posso ajudar - analisa Rezende. Embora as substâncias utilizadas nos estudos possam ter efeitos desconhecidos, uma série de cuidados éticos e clínicos é tomada pelas equipes de pesquisadores para garantir a proteção ao paciente, diz o médico Paulo Picon, chefe da Unidade de Pesquisa Clínica do Hospital de Clínicas. A começar por uma análise criteriosa dos riscos envolvendo o projeto de pesquisa, analisado por comitês de ética de cada instituição. Assim como qualquer voluntário de pesquisas científicas, Rezende assinou um termo de consentimento livre e esclarecido ao se candidatar. O documento explicita todos os detalhes sobre o tratamento e possíveis efeitos colaterais, que não foram experimentadas por ele, como náuseas e tonturas. Os pesquisadores salientam que não há um perfil de voluntários, porque cada estudo exige diferentes critérios para inscrição. Mas algumas pesquisas dão preferência a voluntários homens, porque têm menos oscilações hormonais. A trajetória de Rezende no voluntariado começou antes da participação na pesquisa, realizada há três meses. Já fez curso de socorrista na Cruz Vermelha,
integrou grupos de resgate a acidentados e de apoio a pacientes do Grupo de Apoio e Prevenção da Aids (Gapa) de Porto Alegre. - Eu estou dando a minha parcela de contribuição, e assim estou evoluindo como pessoa, meu espírito está evoluindo. Se cada um fizesse a sua parte, as coisas seriam bem melhores - afirma.
Correio da Bahia (BA) 31/10/2004 Aqui Salvador Gel à base de mamão facilita remoção da cárie em crianças Um gel à base de mamão tem o poder de remover a cárie, doença dentária infecciosa de maior prevalência na faixa etária infantil e adolescente. Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já utilizado por dentistas de todo o Brasil, a Papacárie, uma pasta de papaína (susbtância encontrada na casca do mamão), busca eliminar o tecido infectado pela placa bacteriana que constitui a cárie. "Graças à ação enzimática da papaína, o gel vai agir por 30 a 40 segundos no dente atingido para amolecer o tecido e remover a cárie, sem necessidade de recorrer ao motorzinho e, na maioria dos casos, à anestesia", explica a cirurgiã dentista Sandra Kalil Bussadori, doutora em odontopediatria pela Universidade de São Paulo (USP). A Papacárie foi um dos temas abordados ontem no XIII Congresso Internacional de Odontologia da Bahia (Cioba), evento que prossegue até a próxima terça-feira no Centro de Convenções de Salvador. A aplicação do gel à base de papaína também é indolor, já que não corta o tecido, apenas remove a infecção - a chamada ação seletiva. O gel, inclusive, já passou por estudos em laboratórios e já foi testado em 60 dentes de crianças de cinco a nove anos e em 30 molares de adolescentes e adultos de até 23 anos. A cirurgiã dentista Sandra Bussadori, também professora e pesquisadora na área, ministrou uma explanação sobre o assunto durante o congresso, através de um curso intitulado Papacárie: uma nova proposta para a remoção química-mecânica da Cárie. Ela ressaltou que a facilidade da aplicação da substância possibilita seu uso em comunidades de baixa renda, inclusive em lugares distantes, onde não há energia elétrica. "Como se trata apenas do emprego do gel, não é preciso eletricidade para ligar motorzinhos e tal", contextualiza a pesquisadora. Uma das formas de levar a Papacárie aos quatro cantos do Brasil se dá através da Caravana do Sorriso, fundada em 1999 pela própria Sandra Bussadori. "A caravana nunca esteve na Bahia, mas tem muita vontade de vir", anunciou. Desde 1999, já existe no Brasil um produto de patente sueca, também em forma de gel, que remove cáries. A Papacárie, portanto, não é exatamente uma novidade. Acontece que a pasta à base de papaína significa uma redução de custos correspondente a 90% em relação ao produto da Suécia. Enquanto o tubo de gel importado já chegou a custar R$200, o mesmo tubo de Papacárie sai por apenas R$30. Além do preço mais baixo, a pasta de papaína, capaz de remover até mesmo as cáries mais profundas, apresenta a vantagem de utilizar a matéria-prima nacional - o apreciado fruto do mamoeiro. Má higienização bucal atrapalha Calcula-se que, aos 3 anos de idade, 60% das crianças já tiveram cárie. De alta frequência entre meninos pequenos, o problema é, de forma geral, decorrente da má higienização bucal. Quando os dentes não são escovados corretamente, as bactérias aderem sobre eles, formando uma camada incolor chamada de placa bacteriana. Enquanto se come, as bactérias se "alimentam" dos restos de comida que ficam dissolvidos na boca (principalmente açúcares) e um dos produtos finais de seu metabolismo são os ácidos. Quando esses ácidos entram em contato com os dentes, causam uma desmineralização e formam cavidades - os famosos buracos conhecidos popularmente como cáries.
A dor é o principal sintoma da cárie, um sinal de que algo não vai bem. Logo, dores constantes no mesmo dente, principalmente durante a ingestão de algo doce ou gelado, sugerem uma visita ao dentista. Além de escovar os dentes corretamente, recomenda-se não abusar da ingestão de doces e outros alimentos ricos em açúcar. "Também é necessária uma campanha educativa em massa, conclamando a imprensa e outros setores da sociedade, de forma a conscientizar as pessoas a respeito do perigo que as cáries representam", afirma a cirurgiã dentista Sandra Kalil Bussadori.