DEMONSTRANDO A NECESSIDADE DE ATENÇÃO ESPECIAL AOS HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, PR



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Transcrição:

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( x ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA DEMONSTRANDO A NECESSIDADE DE ATENÇÃO ESPECIAL AOS HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA, PR WARKENTIN, Pauline Friederike 1 ANDRADE, Murilo Holtz de 2 STOCCO, Geraldo 3 WERNER, Rosiléa Clara 4 BORGES, Pollyanna Kássia de Oliveira 5 RESUMO A Hipertensão Arterial Sistêmica e o Diabetes Mellitus são condições clínicas multifatoriais com uma considerável prevalência na população nacional. Assim sendo, sabe-se que aumentar a qualidade da atenção primária em saúde aos portadores de uma ou ambas patologias e inclusive a própria promoção de saúde à população como um todo possibilita a redução da incidência da doença e, ainda, com portadores dessas doenças crônicas sob cuidados adequados, os outros níveis de atenção em saúde secundária e terciária demonstrariam um menor número de complicações provenientes de doenças crônicas descontroladas. O objetivo do trabalho foi verificar a prevalência destas duas morbidades na Unidade de Saúde da Família (USF) Félix Vianna, do Município de Ponta Grossa PR, e a necessidade de intervenção na população local focando em orientações, informações e ações voltadas às mesmas. Dentre 203 pacientes portadores de uma ou ambas morbidades, 70,4% são do sexo feminino e 29,6% do sexo masculino, a maioria se encontra entre 50 e 70 anos de idade, 72,4% são apenas hipertensos, 14,3% diabéticos e 9,4% portadores de ambas patologias, sendo o sexo feminino prevalente em todos. Portanto concluiu-se que há um elevado número de hipertensos e diabéticos e que a intervenção pelo grupo PET-Saúde é necessária. PALAVRAS CHAVE Hipertensão Arterial. Diabetes Mellitus. Atenção Básica. 1 Acadêmica do 5º ano de Odontologia, apresentadora e autora paulineisw7@gmail.com. 2 Acadêmico do 3º ano de Farmácia, apresentador e autor murilooha@yahoo.com.br. 3 Especialista em Saúde da Família, Preceptor Pet-Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Grossa, autor, geraldostocco@gmail.com. 4 Professora do Departamento de Serviço Social da UEPG, autora, rcwerner@uepg.br. 5 Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Coordenadora do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (UEPG) e do PRÓ-SAÚDE/PET- SAÚDE (UEPG), autora, pollyannakassia@hotmail.com.

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 Introdução O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde tem como pressuposto a educação pelo trabalho e disponibiliza bolsas para tutores, preceptores (profissionais dos serviços) e estudantes de graduação da área da saúde, sendo uma das estratégias do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde, o PRÓ-SAÚDE, em implementação no país desde 2005 (BRASIL, 2011). O PET-Saúde tem como fio condutor a integração ensino-serviço-comunidade, e é uma parceria entre a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde SGTES, Secretaria de Atenção à Saúde SAS e Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS, do Ministério da Saúde, a Secretaria de Educação Superior SESu, do Ministério da Educação, e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD/GSI/PR). Os alunos, oriundos de vários cursos de graduação da área da Saúde, são organizados em grupos multidisciplinares. Atividades assistenciais, de capacitação e de pesquisa são realizadas conjuntamente nos serviços, promovendo a aprendizagem significativa por meio da integração, das trocas contínuas e da construção conjunta. O grupo PET-Saúde atuante na Unidade de Saúde da Família Félix Vianna, é composto por cinco acadêmicos, um do curso de Odontologia, um de Enfermagem, um de Educação Física e dois de Farmácia, o preceptor é o cirurgião dentista da USF e a tutora é docente do Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa. A USF Félix Vianna se localiza no município de Ponta Grossa Paraná, na divisa entre a Vila Cristina e a Vila Hilgemberg, na região da Nova Rússia. Em sua equipe estão presentes: um médico clínico-geral, um cirurgião dentista, uma enfermeira, duas técnicas de enfermagem, uma técnica e uma assistente de saúde bucal, uma zeladora e, ainda, seis agentes comunitárias de saúde (ACS). A Unidade abrange cerca de cinco mil pessoas, sendo mil cento e quarenta famílias adscritas. A hipertensão arterial sistêmica ou HAS é uma doença multifatorial, caracterizada pela elevação de 140 mm Hg, ou mais, em repouso, da pressão sanguínea sistólica, ou valores superiores à 90 mm Hg da pressão sanguínea diastólica (SONIS, FAZIO & FANG, 1996) Segundo a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010) os principais fatores de risco para o desenvolvimento da HAS é a idade avançada, maior frequência em não brancos, obesos, com dieta elevada de sal, abuso de álcool, sedentarismo, fatores socioeconômicos, genética e outros fatores de risco cardiovasculares. Conforme o Ministério da Saúde (2006) a HAS é um dos principais fatores de risco na população para desenvolver doenças cardiovasculares fatais ou não fatais, bem como doenças cerebrovasculares e renais. Devido às suas diversas consequências é considerado como redutor de qualidade de vida da população e eleva a mortalidade (PASSOS, ASSIS, BARRETO, 2006). No Brasil e no mundo a HAS vem sendo relatada como problema de saúde pública com alta prevalência e pouco controle (BRASIL, 2006; DBH VI, 2010). O Diabetes Mellitus, segundo SONIS, FAZIO & FANG (1996) resulta da insuficiência absoluta ou relativa de insulina, quer pela produção baixa no pâncreas ou pela falta de resposta dos tecidos periféricos à mesma. Os principais sintomas do diabetes, devido à deficiência da insulina são polidipsia, poliúria, polifagia e perda de peso. A insulina é importante, pois atua na regulação do metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas, e sua insuficiência eleva a quantidade de glicose sanguínea, porém diminui a distribuição da glicose para os tecidos (SONIS, FAZIO &FANG, 1996). Conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes, foram definidos três tipos de Diabetes Mellitus. O Diabetes Tipo I é aquele no qual a produção de insulina no pâncreas é insuficiente devido a destruição autoimune das células, ocorrendo principalmente em pacientes jovens que necessitam de injeções de insulina para o tratamento. O Diabetes do Tipo II, que corresponde a aproximadamente de 90% dos casos, onde há a presença de insulina, porém sua ação é dificultada pela obesidade, resultando na resistência insulínica. E o Diabetes Gestacional, é aquele onde há aumento de glicose durante a gravidez, mas normalmente isto se normaliza após o parto. Aproximadamente metade dos diabéticos desconhecem sua situação (MALERBI, 1992), uma vez que a doença é pouco sintomática. Quando presentes os sintomas mais comuns são polidipsia, poliúria, polifagia, perda de peso, cansaço, vista embaçada ou turvação visual, infecções frequentes, sendo as mais comuns, as infecções de pele. No diabetes tipo 2 estes sintomas quando presentes se instalam de maneira gradativa e muitas vezes podem não ser percebidos pelas pessoas. Portanto, há algumas características que pessoas com maior possibilidade de presença de diabetes apresentam, tais como: idade acima de 45 anos, obesidade (>120% peso ideal ou índice de massa corporal 25kg/m 2 ), história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau, diabetes gestacional ou macrossomia prévia, HAS, HDL-

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 colesterol abaixo de 35mg/dL e/ou triglicerídeos acima de 250mg/dL, alterações prévias da regulação da glicose e indivíduos membros de populações de risco (afro-americanos, hispano-americanos e outras) (GROSS, 2002). Objetivos Partindo do princípio de que o PET-Saúde visa fomentar a formação de grupos de aprendizagem tutorial em áreas estratégicas para o Sistema Único de Saúde (SUS), caracterizandose como instrumento para qualificação em serviço dos profissionais da saúde, bem como, de iniciação ao trabalho e vivências dirigidos aos estudantes das graduações em saúde, de acordo com as necessidades do SUS. Fez-se necessário a elaboração de um diagnóstico acerca de determinados grupos presentes na USF Félix Vianna, entre estes se encontravam hipertensos e diabéticos, gestantes, menores de um ano, idosos, doenças transmissíveis e hábitos nocivos. Neste trabalho os objetivos são de realizar um diagnóstico sobre a situação dos hipertensos e diabéticos, a fim de que, assim, os alunos possam selecionar prioridades para exercerem seu trabalho em equipe, resultando em uma contribuição tanto para a comunidade que os recebe quanto para sua própria formação acadêmica, mais humanizada e habituada ao SUS. Metodologia Este estudo resulta das atividades realizadas no Projeto de Extensão do PET-Saúde UEPG/SMS Ponta Grossa - "Fortalecendo a Estratégia Saúde da Família em Ponta Grossa com foco na gestão da clínica ampliada e no cuidado integral em todos os ciclos de vida. No período de outubro de 2012 a fevereiro de 2013, os acadêmicos levantaram dados a partir de prontuários dos pacientes atendidos na unidade de saúde, fichas B, que são fichas para o acompanhamento domiciliar dos grupos prioritários para monitoramento. As fichas são preenchidas mensalmente pelos agentes comunitárias de saúde. Coletaram-se informações sobre sexo do paciente, idade, se apresentava hipertensão ou diabetes ou ambas, a medicação administrada, a realização de dieta e complicações resultantes da patologia. Foi realizado um diagnóstico de dados da USF Félix Viana, Ponta Grossa, PR, analisando os dados da ficha B dos usuários do período de janeiro à setembro de 2012. Os dados obtidos foram trabalhados no Microsoft Office Excel 2007. E, a fim de uma melhor visualização dos resultados, foram montados gráficos. Resultados Na USF Félix Viana são atendidos aproximadamente cinco mil usuários, sendo a proporção de homens na população local de 1658 e da mulheres de 1688. No total foram registradas 203 pessoas com hipertensão, diabetes ou ambos na USF Félix Viana. Destes 143 (70,4%) eram do sexo feminino e 60 (29,6%) do sexo masculino. Gráfico 1- Total de Hipertensos e Diabéticos por Gênero

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 Há maior ocorrência em mulheres, um dos motivos desta maior incidencia, pode ser pelo fato dos homens procurarem menos os serviços de saúde (GOMES, 2007), seja por acreditarem que devem ser o chefe da família e, por isso, não podem ter doença alguma, ou pela própria cultura masculina de não procurar o médico, a não ser quando a dor já é extrema e, quando se considera que essas duas doenças crônicas muitas vezes são silenciosas, o indivíduo pode passar anos sem saber que apresenta a doença. Ainda, um outro ponto a ser considerado é o de que a Unidade de Saúde funciona das 7 horas às 16 horas, um horário em que uma quantia considerável de homens possivelmente estão no trabalho. Como citado acima, um fator predisponente tanto para a hipertensão quanto para o diabetes é a idade avançada, o que pode ser verificado no gráfico 2, que demonstra que cerca de cinquenta porcento das pessoas, sem considerar os dados faltantes, estavam com hipertensão e/ou diabtétes na faixa etária de 50 à 80 anos. Gráfico 2- Total de Hipertensos e Diabéticos por Idade Dos 203, 29 (14,3%) apresentaram apenas diabetes, destes 16 eram do sexo feminino e 13 do sexo masculino. 147 (72,4%) pacientes eram apenas hipertensos, dos quais 106 do sexo feminino e 41 do sexo masculino. Os que apresentavam associação entre diabetes e hipertensão foram 19 (9,4%), sendo 14 do sexo feminino e 5 do sexo masculino. 8 (0,4%) pacientes não puderam entrar na classificação por falta de dados registrados, sendo 7 do sexo feminino e 1 do sexo masculino. Estes dados estão demonstrados nos gráficos 3 e 4, em que podemos perceber a prevalência notavelmente mais acentuada de hipertensão arterial em relação ao diabetes, para ambos os sexos. Outro aspecto a se considerar é de que a hipertensão pode apresentar sintomas mais facilmente do que o diabetes, assim, é provável a existência de uma quantia de diabéticos não diagnosticados. Gráfico 3- Total de Diabéticos e Hipertensos Gráfico 4- Classificação de Hipertensos, Diabéticos e Sexo

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 A partir do momento que se obtem esses dados acerca do número de hipertensos e diabéticos, faz-se necessário observar quais complicações os pacientes apresentam, para que se possa sanar os problemas agudos, geralmente resultados de um controle inadequado de sua doença. Gráfico 5 Co-Morbidades dos Hipertensos e Diabéticos Fonte: Pesquisa de campo- PET Saúde De acordo com o gráfico, pode-se observar a ocorrência predominante de acidente vascular cerebral (AVC) e algumas outras complicações cardiovasculares, bem como problemas renais, ainda houve a ocorrência de pé-diabético, mas em número reduzido. Conclusões Após a coleta dos dados apresentados, bem como sua interpretação, pôde-se perceber a prevalência elevada das patologias crônicas com enfoque no trabalho. O grupo de risco também foi identificado de acordo com a faixa etária. Assim, os acadêmicos do PET Saúde puderam definir o Grupo de Hiper-Dia como uma de suas prioridades a serem trabalhadas durante o restante do seu período de projeto na USF Félix Vianna. Com o correto acompanhamento deste grupo, informando-os sobre alimentação, medicação, exercícios entre tantas outras coisas relacionadas à doença, tentando sempre dar esse enfoque de maneira descontraída e leve, o quadro clínico dos pacientes tenderá a melhorar e espera-se que no final do período de acompanhamento, possa ser observada uma diminuição do número de co-morbidades, complicações, apresentadas nesses pacientes. Para evitar novos casos de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus, o grupo PET- Saúde pretende passar informações à população local através de visitas domiciliares acompanhadas pelas ACS e em ações e campanhas locais na USF. Nestas campanhas e ações pretende-se aferir a pressão arterial, distribuir de material educativo, demonstrar e fazer exercícios de alongamentos e incentivar a participação no grupo do HiperDia.

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 6 Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica: Hipertensão Arterial Básica. 2006. Disponível em: <www.saude.gov.br/bvs>. Acesso em 08 de abril de 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. PET-Saúde. 2011. Disponível em <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=35306>. Acesso em 11 de abril de 2013 GOMES, R. et al. Por que os homens buscam menos os serviçoes de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(3):565-574, mar, 2007. GROSS, J.L. et al. Diabetes Melito: Diagnóstico, Classificação e Avaliação do Controle Glicêmico. Arq Bras Endocrinol Metab vol 46 nº 1 Fevereiro 2002. MALERBI, D.; FRANCO, L. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30-69 yr. Diabetes Care 1992;15:1509-16. PASSOS, V.M.A.; ASSIS, T.D.; BARRETO, S.M. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde. v.15, n.1, p. 35-45. jan/mar, 2006. SANTOS, B.R.L.; THIESEN, F.V. O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde fortalecendo a interdisciplinaridade na formação dos profissionais da área da saúde. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 1, jan./jun. 2010. Disponível em < http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/viewfile/8292/5947>. Acesso em 11 de abril de 2013. Sociedade Brasileira de Diabetes. Tudo Sobre Diabetes. Disponível em <http://www.diabetes.org.br/para-o-publico/tudo-sobre-diabetes>. Acesso em 31 de março de 2013. SONIS, S. T.; FAZIO, R. C.; FANG, L. Princípios e prática de Medicina Oral. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão- DBH VI. Conceituação, epidemiologia e prevenção primária. 2010. Disponível em: <departamentos.cardiol.br/dha/vidiretriz/05-cap01.pdf>. Acesso em 08 de abril de 2013.