LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA: UM AMBIENTE PARA O APRENDIZADO

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Transcrição:

ISSN 2316-7785 LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA: UM AMBIENTE PARA O APRENDIZADO Ana Paula Uflacker Toja anapaulatoja@hotmail.com Eliane Aimi Rigon elianea_rigon@hotmail.com Vanius do Carmo Pinto telvannius@gmail.com Ariane Mattos Leal ariane.leal@hotmail.com Ana Paula Mazui Ribeiro anamazzui15@gmail.com Adriana Clara Pezzini de Oliveira adriana_pezzini@yahoo.com.br Cristiane da Silva Stamberg cristianestamberg@sb.iffarroupilha.edu.br Resumo A presente proposta de trabalho visa descrever a criação de um laboratório de matemática pelos alunos do curso de Licenciatura em Matemática, bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência) do Instituto Federal Farroupilha- Campus São Borja, na Escola Estadual de Ensino Médio Apparício Silva Rillo. A escola esta inserida no programa neste ano. A busca por uma melhor qualidade de ensino tem evoluído diante das dificuldades enfrentadas pelos professores principalmente referente a aprendizagem do aluno. Para vencer tais dificuldades, dentre outros procedimentos pedagógicos, surge a necessidade de ser implantada uma gama de outras metodologias para que os alunos desenvolvam a curiosidade e o gosto pela matemática. O trabalho

em questão propõe a importância da elaboração de um laboratório de matemática na escola, caracterizando-o como um ambiente de recursos pedagógicos que permita aos professores tornarem a prática docente eficaz e de maneira mais agradável, como também aos alunos um local em que poderão colocar em prática aquilo que se aprende em sala de aula através de jogos e outros recursos nele disponíveis. O laboratório em questão pode ser visto como um espaço de construção do conhecimento, tanto individual, como coletivo. Nesse ambiente, alunos e professores podem dar expansão à sua criatividade, colocar em ação seus trabalhos e contribuir para as atividades de ensino-aprendizagem, tornando o processo muito mais prazeroso e dinâmico. Acredita-se então que a criação deste ambiente proporcionará uma aprendizagem matemática mais dinâmica, atrativa e significativa para os alunos. Palavras-chave: dificuldades; criatividade; laboratório. 1. Introdução Observa-se a importância da matemática quando a sua aplicação está presente em nosso dia-a-dia. Sabe-se que a matemática sempre foi, e vem sendo, uma das disciplinas mais temidas pelos alunos, que eles apresentam grande dificuldade para aprender, levando a aversão a esse aprendizado. Neste contexto D Ambrósio diz que: A matemática é sem duvida uma das matérias mais temidas pelos alunos em geral, e como tal, pode-se ver que quanto mais recursos e meios reais forem utilizados numa aula maior será o aproveitamento da matéria. (D AMBROSIO, 2002) Partindo então desta problemática e da necessidade de relacionar o cotidiano do aluno com a sua vida escolar, colocando em prática o que se aprende em sala de aula, surge então a ideia de criar um Laboratório de Matemática na escola. A sua construção busca uma tentativa de encontrar alternativas diferenciadas para se trabalhar o ensino da disciplina, e neste ponto o papel do professor é aqui, fundamental e assume aspectos diversificados. A atuação do professor é determinante para o sucesso ou fracasso escolar (LORENZATO, 2006, p. 23). Cabe a ele a conscientização de que a prioridade é a aprendizagem do aluno e não apenas a simples transmissão ou fixação do conteúdo por meio das atividades no LEM. A função do ensino da matemática é ensinar a matemática (Fiorentini; Miorim, 1990). O professor deve enfrentar o desafio da busca pelo novo, desenvolvendo metodologias 2

eficientes para levar o conhecimento da matemática ao aluno, incentivando e valorizando as pequenas descobertas, sejam elas com atividades práticas e/ou lúdicas. O Laboratório de Matemática foi criado em uma sala de aula cedida pela escola, sendo esta um local fixo para exposição e armazenamento dos materiais elaborados. Foi organizado pelos bolsistas e a professora supervisora. Para confecção dos materiais foram necessárias ferramentas básicas de desenho e colagem, como régua, lápis, borracha, tesoura, durex, compasso, transferidor, cartolina, EVA. A confecção de materiais didáticos procedeu durante alguns dias de trabalho, pelos bolsistas, bem como elaboração de cartazes, figuras, símbolos matemáticos, sólidos geométricos, números, criados para contribuir com a decoração da sala. Pretende-se que os próprios alunos possam dar continuidade, contribuindo também com trabalhos que farão parte do acervo do laboratório. Alguns dos trabalhos elaborados pelos bolsistas foram: jogo da memória dos números inteiros, bingo da tabuada, régua numérica, dominó de frações, tangran e geoplanos. Figura 1 - Processo de confecção dos materiais. A direção da escola também contribuiu com a criação do espaço, disponibilizando alguns materiais que os alunos poderão fazer uso, como classes, cadeiras, quadro, livros didáticos. Trata-se de um ambiente que poderá propiciar ao aluno a criação de objetos, 3

conceitos e demonstrações, proporcionando-lhe uma melhor compreensão de conceitos através da realização da prática. O espaço em questão remete-se ao ambiente onde os professores poderão enriquecer as atividades de ensino-aprendizagem, através de um processo mais prazeroso e eficaz, além de dar mais ênfase à criatividade dos alunos. Através da utilização dessa nova prática, pretende-se que os alunos visualizem a matemática com outros olhos, e assim possivelmente tomem gosto pela disciplina, ou seja, é uma ferramenta adicional ao processo ensino-aprendizagem. 2. O laboratório de Matemática: inovando a prática pedagógica O Ensino de Matemática deve dar suporte aos indivíduos para que sejam capazes de pensar criticamente, obter suas próprias conclusões e aplicar os conceitos matemáticos na resolução de problemas do cotidiano. Assim rever a forma de ensino hoje é indispensável, pois sabe-se que em muitas das escolas ainda hoje tem-se uma educação com intermináveis listas de exercícios, memorização de teoremas, definições e regras que não levam os alunos a raciocinarem. E esse foi um dos motivos que nos motivou à montagem de um laboratório, onde os jogos e os materiais didáticos ali contidos possam ser utilizados para introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno para aprofundar os itens já trabalhados, eles devem ser escolhidos e preparados com cuidado para que o estudante adquira conhecimentos matemáticos significativos. Os desafios atuais que se apresentam aos professores que atuam no ensino da Matemática são muitos, o que dificulta uma prática docente que contribua para uma melhor qualidade. As relações entre escola e sociedade precisam ser analisadas, compreendidas para que os educadores possam modificar sua prática pedagógica. De acordo com DEMO: A mudança do professor de auleiro para orientador e, de aluno, de objeto de aprendizagem para parceiro da construção de conhecimento, altera substancialmente o ambiente. Mais importante que escutar copiar, aprender matéria, é fazê-la com as próprias mãos, por elaboração própria, teorização das práticas, argumentação pessoal. (DEMO, 1996, p.59) 4

Observa-se que esta é uma boa prática pedagógica, que para se concretizar, necessita que o educador se torne pesquisador, motivador de seus alunos em prol da construção do conhecimento numa forma de pensar-agir. O aluno necessita ser instigado, ser desafiado a desenvolver seu raciocínio lógico. Para Sadovsky: Desafiar um aluno significa propor situações que ele considere complexas, mas não impossíveis. Trata-se de gerar nele certa tensão, que o anime a ousar, que o convide a pensar, a explorar, a usar conhecimentos adquiridos e testar sua capacidade para a tarefa que tens em mãos. Trata-se, ainda, de motivá-lo a interagir com seus colegas, a fazer perguntas que lhe permita avançar... Ao lançar o desafio, é necessário, sem dúvida, acreditar no potencial dos alunos, mas essa crença não pode ser inventada. Tem que estar respaldada em conhecimentos que possibilitem refletir sobre qual será o ponto de partida para a atuação. (SADOVSKY, 2010 p.14) Devemos ressaltar que, na nossa concepção, um Laboratório de Matemática não trata-se apenas de uma sala de depósito de materiais manipuláveis, mas um espaço onde o conceito matemático possa ser trabalhado de forma a produzir situações significativas para o aluno. Enfim, o LEM, nessa concepção, é uma sala-ambiente para estruturar, organizar, planejar e fazer acontecer o pensar matemático (Lorenzato, 2006, p. 7). 3. Considerações Finais Concluímos que com a criação do Laboratório de Matemática os alunos terão um espaço para trabalhar em grupos acompanhados pelo professor, dispondo de equipamentos e materiais didáticos suficientes para por em prática o conteúdo estudado em sala de aula. Sua implantação deve ser gradativa, pois se tratando de algo novo para a escola, os professores devem usar de criatividade, esforço e estimular a troca de ideias entre todos que farão uso do mesmo, contribuindo sempre que possível. É preciso que o conteúdo matemático na sala de aula seja trabalhado de outra forma para que possa ganhar sentido, e também que o professor faça com que o aluno visualize o conhecimento envolvido a ser usado em outras situações. Desta forma propõe-se abrir as portas para que os alunos possam usufruir de outros métodos, estes talvez mais eficientes e prazerosos de aprender a matemática. 5

O Laboratório de Matemática em questão será um local na escola, onde respira-se a matemática o tempo todo, ou seja, um ambiente de buscas permanentes e descobertas. Ações como essa, são provas que uma educação digna, pautada na qualidade, é possível em nosso país. 4. Referências DEMO, Pedro. Pesquisa princípio científico e educativo. 6ª edição. São Paulo: Editora Cortez,1999. SADOVSKY, Patrícia. O Ensino Da Matemática Hoje, Enfoques, Sentidos e Desafios. Ed. Ática. 2010. LORENZATO, Sergio. (Org.). O laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006, v. 1. D AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação matemática: da teoria à prática. Ed. Papirus, 9º edição. Campinas, 2002. FIORENTINI, D.; MIORIM, M. A. Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no ensino da Matemática. Boletim SBEM, São Paulo, ano 4, n. 7, jul./ago. 1990. 6