A Evolução da Gestão de Resíduos Urbanos em Portugal Dulce Álvaro Pássaro (dulce.passaro@apambiente.pt) Mirandela, 7 de Junho de 2013
Índice Gestão de Resíduos Urbanos como estávamos em 1993/1995 Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje Balanço perspetivas Considerações finais 2
Gestão de Resíduos Urbanos como estávamos em 1993/1995 3
Gestão de Resíduos Urbanos como estávamos em 1993 1.ª Avaliação da OCDE ao Desempenho Ambiental de Portugal 1993 Indicadores Conclusão Capitação - 700 g/hab.dia Taxa de recolha - 88 % Taxas de reciclagem: Papel - 39% Situação com bastantes desvios relativamente ao cumprimento da legislação comunitária Vidro - 30% Eliminação adequada para menos de 25% dos RU gerados 4
Gestão de Resíduos Urbanos como estávamos em 1993 1.ª Avaliação da OCDE ao Desempenho Ambiental de Portugal 1993 Recomendações: Dinamização do planeamento estratégico para a gestão de resíduos Construção de infraestruturas de tratamento 5
Gestão de Resíduos Urbanos como estávamos em 1995 5 unidades de Compostagem ( em reconversão ou desativação) 13 locais de deposição controlada > 300 Lixeiras só 25% da população servida por destino final adequado Fonte: PERSU I 6
Gestão de Resíduos Urbanos era urgente mudar de paradigma 7
Factores favoráveis ao processo de mudança Planeamento Estratégico com envolvimento dos diversos atores (PERSU I E PERSU II) Constituição de sistemas com escala e gestão dedicada Construção de infraestruturas de tratamento, compatíveis com o cumprimento da legislação comunitária Legislação Transposição da legislação comunitária para direito nacional 1.ª Lei Quadro dos Resíduos: Decreto-lei n.º 488/85, de 25 de Novembro Implementação da recolha seletiva e valorização de resíduos 8
Factores favoráveis ao processo de mudança Modelo de organização institucional do setor que permite a constituição de sistemas: Decreto-Lei n.º 372/93 de 29 de Outubro (alteração à Lei de Delimitação dos Setores) Organização administrativa do Estado com serviços com capacidade de resposta ao desenvolvimento da implementação dos planos estratégicos DGA IA/APA Decreto-Lei n.º 379/93 de 5 de Novembro (permite o acesso a capitais privados, nas atividades ligadas aos serviços de águas e resíduos) Nível central Nível Desconcentrado DRA INR CCDR DRAOT 9
Factores favoráveis ao processo de mudança Fontes de financiamento Fundos comunitários Contrapartidas nacionais Pressão legislativa Diretiva embalagens (1994) Diretiva aterros (1999) Coordenação da tutela política do setor Interministerial Avaliação da qualidade de serviço IRAR/ERSAR (a partir de 2004) Relação com as autarquias 10
Evolução da população servida por destino final adequado Portugal Continental 1995 2000 2002 25% 88 % 100 % Fonte: PERSU I; EGF 11
Organização territorial do setor Número de sistemas de gestão de resíduos urbanos 1999 2006 2011 40 29 23 Fonte: PERSU I, II ; APA 12
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje 2011 23 - Sistemas de gestão de resíduos urbanos 11 Sistemas Multimunicipais 12 Sistemas Intermunicipais 100% da população servida com destino adequado O efeito de escala contribui para sustentabilidade técnica, económica e ambiental dos sistemas Fonte: PERSU II ; APA 13
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje 14
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje Produção e capitação diária de RU em Portugal continental 1,20 1,33 Fonte: REA 2012, APA 15
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje Produção de RU per capita na UE (2001 a 2010) Fonte: Eurostat, 2012c; ETC/SCP, 2013b. 16
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje Rede de infraestruturas de gestão de resíduos urbanos 23 Sistemas de gestão de RU 33 Estações de triagem 2 unidades de incineração, com valorização energética 193 ecocentros/ 38154 ecopontos Resíduos Urbanos 24 unidades de valorização orgânica 82 estações de transferência 43 aterros 17
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje Entidades Gestoras de Fluxos Específicos Fluxo específico Sistemas Entidades Gestoras Embalagens e resíduos de 3 embalagem Veiculo em Fim de Vida 1 Resíduos de Pilhas e 5 Acumuladores Pneus Usados 1 Óleos Minerais Usados 1 Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos 2 TOTAL 13 18
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje Destino final dos RU em Portugal continental 5 % 6% 20% 14% 9% 20% 69% 57% Fonte: Fonte: REA 2012, APA 19
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje 3.ª Avaliação da OCDE ao desempenho ambiental de Portugal - 2011 Diagnóstico Indicadores O aumento da produção de resíduos foi mais lento do que o crescimento económico e que o consumo privado durante 2010 a Realizaram-se progressos na gestão de resíduos: controlo de descargas ilegais, o que anteriormente tinha sido uma preocupação Todos os municípios instituíram sistemas de recolha de resíduos eficientes para resíduos indiferenciados 20
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje 3.ª Avaliação da OCDE ao desempenho ambiental de Portugal - 2011 Diagnóstico Um sistema eficiente de infraestruturas de tratamento de resíduos está em funcionamento, inclusive para resíduos perigosos As tarifas de recolha de resíduos urbanos têm sido aplicadas em muitos municípios, mas nem sempre proporcionam incentivos suficientes para a redução de resíduos Diagnóstico (cont.) Responsabilidade Alargada do Produtor: Recolha e tratamento de pilhas e acumuladores usados, REEE, óleos usados, VFV, pneus usados e de embalagens Foram feitos esforços para fazer a ligação desses sistemas com os mercados para os recursos recuperados e reciclados 21
Balanço perspetivas 22
Balanço perspetivas Investimentos no sector PERSU I (1997-2005) PERSU II (2007 2016) Investimento global: 1175 M Investimento adicional : 880 M (cenário moderado) > 2000 M 27% 20% 19% Desagregação do Investimento 14% 8% 65% 47% Infra-estruturas Encerramento de Lixeiras Recolha Selectiva Triagem V. Energética Val. Orgânica (TMB+DA+CC) Aterro Fonte: PERSU I e II 23
Balanço perspetivas Sustentabilidade financeira do sector Capitação 1,33 kg/hab.dia Tarifa média da recolha indiferenciada 30 a 35 /t Tarifa média de tratamento 30 /t Recuperação total dos custos 8 /mês/família* * Subsidiação grupos da população com fragilidade social 24
Gestão de Resíduos Urbanos como estamos hoje Pontos fracos/oportunidades de melhoria Demora na implementação do PERSU II: Constrangimentos de natureza administrativa e financeira (expropriações, processos de licenciamento, dificuldades na contrapartida nacional, problemas com empresas prestadoras de serviços ) Expressão da solução aterro (> 50 %) Eventuais dificuldades no escoamento do composto resultante dos TMB. Articulação com a legislação comunitária em preparação Problemas de dimensão em alguns sistemas, com repercussões na sustentabilidade da prestação do serviço Dificuldades na implementação de sistemas tarifários que, tendencialmente, garantam a recuperação de custos 25
Balanço perspetivas Novos desafios na gestão dos resíduos Estratégia Europa 2020 Sétimo Programa de Ação para o Ambiente 2020 Roteiro para uma Europa Eficiente na utilização de recursos 26
Balanço perspetivas Novos desafios na gestão dos resíduos Estratégia Europa 2020 Estratégia para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo Mensagem: Uma Europa eficiente em termos de recursos Incentivo às compras públicas ecológicas Utilização de fundos estruturais para investir na eficiência energética dos edifícios públicos e na melhoria da eficiência da reciclagem 27
Balanço perspetivas Novos desafios na gestão dos resíduos Sétimo Programa de Ação para o Ambiente 2012 a 2020 Viver bem dentro das limitações do Nosso Planeta (consulta pública) Tornar a UE uma economia hipocarbónica, eficiente na utilização dos recursos, verde e competitiva Fonte: http://ec.europa.eu/environment/newprg/index.htm 28
Balanço perspetivas Novos desafios na gestão dos resíduos Roteiro para uma Europa Eficiente na utilização de recursos: Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões (20/09/2011) Marco importante: Em 2020, os resíduos são geridos como um recurso... 29
Considerações finais O novo desafio é criar condições para aumentar a valorização dos resíduos, seja por reciclagem ou por valorização energética, de modo a reforçar a sua permanência na cadeia de valor, criando emprego, substituindo recursos, minimizando a emissão de GEE e, por tudo isto, contribuindo para o aumento do PIB A gestão de resíduos é uma tarefa nunca terminada Economia Verde Economia circular Cadeia de Valor Abordagem de Ciclo de Vida 30
A Evolução da Gestão de Resíduos Urbanos em Portugal Dulce Álvaro Pássaro (dulce.passaro@apambiente.pt) Mirandela, 7 de Junho de 2013