REQUERIMENTO N de de outubro de 2009 (Do Sr. Dr. Talmir)



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Transcrição:

REQUERIMENTO N de de outubro de 2009 (Do Sr. Dr. Talmir) Requer o envio de indicação ao Exmo. Sr. Ministro de Estado da Saúde. Senhor Presidente Nos termos do art. 113, inciso I e 1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, requeiro a V. Exª. que seja encaminhada à Ministra- Chefe da Casa Civil a Indicação em anexo. Sala das Sessões, em de outubro de 2009. Deputado Dr. TALMIR PV/SP

INDICAÇÃO Nº, de de de 2009 (Do Sr. Dr. TALMIR) Indica, em caráter de urgência, a necessidade de criação de Hospices - Centros de Cuidados Paliativos no Brasil. Excelentíssima Senhor Ministro da Saúde, Dirijo-me a Vossa Excelência a fim de tratar de assunto de grande importância para o cuidado com os doentes terminais, através de Hospices - Centros de Cuidados Paliativos. Para tanto fazemos referência ao artigo Implantação de Serviços de Cuidados Paliativos: Nossos Marcos Históricos, da Enfa. Flávia Firmino Enfermeira Oncologista do Serviço de Enfermagem do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas (IPEC) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) RJ. Docente da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Cuidados Paliativos têm sido conceituados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e familiares que convivem com doença que ameaça a vida, promovendo o controle da dor, alívio de outros sintomas, suporte psíquico-espiritual e social e podem estar presentes desde o diagnóstico até o final da vida.

A partir da década de 1990, a OMS estabeleceu Cuidados Paliativos como uma de suas recomendações para a prevenção e controle do câncer. Em torno desta recomendação algumas medidas têm sido empreendidas em nosso país e muitas outras poderão advir. Dentre elas existem: os esforços do médico Marco Tullio de Assis Figueiredo, que foi pioneiro na idealização e implantação de cursos voltados a acadêmicos de medicina, além de suas outras tantas atividades associadas à divulgação deste tema em nosso país; a fundação da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP); as atividades educativas, assistenciais e políticas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) em orientar os profissionais de saúde a criar e manter serviços desta natureza, atuando por meio de atualização, capacitação profissional e publicações científicas específicas, através de sua unidade Hospital de Câncer IV (HC IV), antigamente conhecida como Centro de Suporte Terapêutico Oncológico (CSTO); a portaria n. 19 de 3 de janeiro de 2002 do Ministro da Saúde, onde se institui, no âmbito do Sistema Único da Saúde, o Programa Nacional de Assistência à Dor e Cuidados Paliativos e a fundação da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP). Confirma-se a ascensão da atenção à assistência ao paciente incurável, a qual tomada como objeto de estudo da pesquisa histórica revela fatos, movimentos e circunstâncias sociais que podem ser apontados como marcos históricos em nosso país. No contexto internacional Cuidados Paliativos derivam do modelo de assistência inglesa que se desenvolvia nos antigos hospices medievais; instituições monásticas que davam assistência e hospedagem a monges e peregrinos que rumavam a lugares santos. Em suas origens, palio deriva da palavra latina pallium, que originalmente significava

cobertura e designava o manto utilizado para aquecer e proteger os peregrinos e/ou viajantes das intempéries com as quais eles poderiam se deparar durante suas viagens. A palavra hospice também tem origem latina e designa local de hospedagem. Dela derivam as palavras hospedeiro, hóspede, hospitalidade, hospital. Era costume nos antigos hospices ceder um pallium no momento em que seus hóspedes partiam em continuidade e/ou regresso de suas viagens. Na história da Cancerologia Brasileira, o antigo Asilo da Penha pode ser apontado como nosso primeiro hospice. Este asilo, foi inaugurado em 1944 pela Sociedade de Assistência aos Cancerosos, a qual tinha como presidente a primeira-dama Darcy Vargas. Mário Kroeff, sanitarista e médico cirurgião oncologista da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, tornou-se notável pela defesa das causas de estruturação da assistência oncológica em nosso país junto ao governo Getúlio Vargas. Ele viabilizou a inauguração do Centro de Cancerologia, em 1937; o embrião do que veio a ser o atual Instituto Nacional de Câncer (INCA) e fundou a Sociedade referida que mobilizou a sociedade para obtenção de recursos financeiros necessários à construção do que chamou de asilo dos incuráveis. Assim, vemos a importância de multiplicar o número de Hospices Centro de Cuidados Paliativos pelo Brasil, a fim de dar aos pacientes terminais uma existência digna, conforme assegurada pela Constituição Brasileira, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes por meio de oferta de assistência multiprofissional que lhes sejam exclusivamente dedicada, liberar os leitos do hospital especializado, ocupados pelos pacientes, permitindo maior ocupação por aqueles que ainda possuem condições de beneficiar-se das técnicas especializadas de tratamento e oferecer oportunidade de crescimento profissional à equipe que se inicia nessa proposta inovadora.

colaboração na consecução de tal pleito. Em face do exposto contamos com a sua inestimável Sala das Sessões, em de fevereiro de 2008. Deputado Dr. TALMIR PV/SP