Dossier de Imprensa 19 de Dezembro de 2007

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Transcrição:

ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DE VINHO DO PORTO VINHO DO PORTO E DOURO Rua Dr. António Granjo, 207-4400-124 Vila Nova de Gaia / Portugal Telefone: +351 223745520 Fax: +351 223705400 http://www.aevp.pt aevpgeral@aevp.pt Dossier de Imprensa 19 de Dezembro de 2007 I. A Comercialização do Vinho do Porto e do Vinho do Douro II. III. IV. A Vindima O Conselho Interprofissional A Estratégia sobre o sector do Vinho do Porto e Douro V. A Reforma da OCM Vinhos VI. O Plano de Álcool e Saúde

I. A Comercialização do Vinho do Porto e do Vinho do Douro Porto Até ao final de Outubro de 2007 a evolução da comercialização do Vinho do Porto foi a seguinte: a. A comercialização está neste momento com mais 4,8% em volume e 3,6% em valor (correspondente a 7.984.540 cxs. de 9 litros e 308.350.526 ) b. As marcas próprias das empresas exportadoras apresentam: i. um aumento de 5,5% (com um peso de 68,6%) em volume e ii. um aumento de 3,2% (com um peso de 76,1%) em valor. c. As categorias especiais mostram uma subida de 12,1% em volume (com um peso de 19,3%) e 6,6% em valor (com um peso de 36,2%). Outubro de 2007 Variação em relação ao período Principais homólogo de 2006 Mercados 10 3 Euros % 10 3 Cxs 9 l % Euros/litro Valor Volume Preço Médio França 72.783 23,8 2.306 29,3 3,51 5,0 1,6 3,3 Portugal 38.304 12,4 875 10,9 4,86-6,5-5,4-1,2 Holanda 37.959 12,3 1.227 15,2 3,44 6,8 4,9 1,8 Reino Unido 36.083 11,7 833 10,5 4,81 5,2 10,4-4,7 Bélgica 32.425 10,5 1.013 12,6 3,56 3,6 4,6-1,0 E.U.A. 24.239 7,8 363 4,5 7,42-15,4-6,0-10,1 Canadá 16.220 5,2 212 2,6 8,49 9,0 8,2 0,8 Alemanha 10.862 3,5 339 4,2 3,56 35,0 48,1-8,9 Espanha 5.503 1,8 135 1,7 4,54 12,1 13,3-1,1 Dinamarca 4.966 1,6 107 1,3 5,17-0,5-1,6 1,1 TOTAL 308.351 100,0 7.985 100,0 4,29 3,6 4,8-1,1 São vários os mercados que apresentam um crescimento em volume e em valor, mas com a excepção da França e do Canadá todos apresentam uma diminuição do preço médio. 2

Destaca-se a evolução positiva da Alemanha e da Espanha e a quebra acentuada de Portugal e E.U.A. Face à concentração existente no segmento da distribuição, verificamos uma tendência de concentração no sector comercial do Vinho do Porto. As empresas procuram adquirir dimensão para poder fazer face ao peso dos grandes grupos de distribuição. A distribuição moderna caracteriza-se por uma globalização comercial, por esmagamento de preços para atracção do consumidor, por exigências de rotação dos produtos na prateleira de forma a conseguirem, através do volume de vendas, a maior margem possível. A produção do vinho do Porto continua fragmentada em cerca de 30.000 viticultores que praticam uma viticultura de montanha com custos de produção elevadíssimos. Douro Comercialização dos Restantes Vinhos da RDD - Janeiro/Setembro 2007 Principais VQPRD DOURO na quantidade total Mercados mil euros % mil caixas % euros/litro % tinto % branco % rosado Portugal 31.114 65,1 1.009 67,9 3,43 75,3 23,8 0,9 Canadá 3.023 6,3 94 6,3 3,57 95,2 4,7 0,1 Brasil 2.115 4,4 63 4,3 3,72 92,9 6,1 1,0 EUA 1.982 4,1 49 3,3 4,51 94,7 5,1 0,2 Suiça 1.450 3,0 30 2,1 5,28 89,5 10,1 0,4 França 1.318 2,8 33 2,2 4,44 98,0 1,8 0,3 Alemanha 1.132 2,4 26 1,7 4,83 92,1 6,9 1,0 Angola 1.127 2,4 41 2,7 3,07 92,5 7,5 0,0 Reino Unido 962 2,0 32 2,2 3,33 63,4 33,4 3,2 Bélgica 609 1,3 19 1,3 3,56 78,2 19,6 2,2 Noruega 566 1,2 31 2,1 2,05 97,3 2,5 0,2 Holanda 449 0,9 12 0,8 4,12 85,6 11,7 2,7 Macau 277 0,6 6 0,4 4,92 88,9 9,3 1,9 Dinamarca 202 0,4 6 0,4 4,08 82,9 9,2 7,8 Luxemburgo 200 0,4 5 0,3 4,63 90,2 3,4 6,4 Restantes 1.256 2,6 31 2,1 4,53 84,8 14,5 0,7 TOTAL 47.782 100,0 1.487 100,0 3,57 80,1 19,0 0,9 3

Principais Mercados mil euros % MOSCATEL mil caixas % euros/litro Portugal 7.181 95,62 275,7 96,03 2,89 França 66 0,88 2,9 1,00 2,56 Luxemburgo 63 0,84 2,6 0,92 2,65 Suiça 58 0,77 1,8 0,64 3,49 EUA 24 0,33 0,6 0,22 4,24 Bélgica 20 0,26 0,8 0,30 2,59 Alemanha 18 0,24 0,6 0,22 3,22 Macau 16 0,22 0,3 0,12 5,38 Angola 10 0,13 0,3 0,10 3,75 Canadá 9 0,12 0,1 0,05 7,42 Restantes 45 0,60 1,2 0,42 4,14 TOTAL 7.509 100,00 287,1 100,00 2,91 Principais REGIONAL DURIENSE na quantidade total Mercados mil euros % mil caixas % euros/litro % tinto % branco % rosado Portugal 8.321 91,88 1.077,7 93,71 0,86 84,0 15,9 0,1 França 184 2,03 22,3 1,94 0,92 95,7 3,3 1,0 Suiça 157 1,73 18,3 1,59 0,95 93,2 5,9 0,9 Luxemburgo 76 0,84 7,9 0,69 1,07 90,9 9,1 Brasil 64 0,71 8,3 0,72 0,86 94,2 5,8 Macau 52 0,58 3,7 0,32 1,56 99,2 0,8 Reino Unido 39 0,43 0,9 0,08 4,89 18,1 81,9 Angola 38 0,42 2,8 0,24 1,52 82,2 17,8 China 35 0,38 1,9 0,16 2,07 100,0 0,0 Bélgica 27 0,30 1,4 0,12 2,16 57,9 30,4 11,8 Restantes 63 0,70 4,9 0,42 1,44 66,9 32,0 1,1 TOTAL 9.056 100,00 1.150,0 100,00 0,87 84,4 15,4 0,2 Até ao final de Setembro de 2007 os Vinhos do Douro apresentam a seguinte evolução: a. VQPRD Douro com uma subida de 16,53% em volume e 17,54% em valor (correspondente a 1.487.000 caixas e 47.782.000 ) b. Moscatel Douro com uma quebra de 7,10% em volume e 5,11% em valor (correspondente a 287.100 caixas e 7.509.000 ) c. Regional Duriense com uma subida de 19,68% em volume e 25,01% em valor (correspondente a 1.150.000 caixas e 9.056.000 ) 4

Análise da Exportação dos Vinhos Portugueses Volume Valor Preço Médio hl % Total % Categoria 10 3 euros % Total % Categoria /litro VLQPRD 828.385 28,3 348.556 62,0 4,21 Porto 785.278 26,8 95% 331.685 59,0 95% 4,22 Moscatel Douro 1.197 0,0 375 0,1 3,13 VQPRD 242.117 8,3 56.422 10,0 2,33 Douro 49.860 1,7 21% 19.654 3,5 35% 3,94 Outros vinhos 1.855.307 63,4 157.591 28,0 0,85 Regional Duriense 7.083 0,2 0% 688 0,1 0% 0,97 Total 2.925.809 100,0 562.569 100,0 1,92 RDD 843.418 28,8 29% 352.402 62,6 63% 4,18 Total (VQPRD+VLQPRD) 1.070.502 100,0 404.978 100,0 RDD (VQPRD+VLQPRD) 836.335 78,1 351.714 86,8 fontes: IVV (site - dados provisórios) e IVDP (dados definitivos) Em Síntese Como se pode ver a Região Demarcada do Douro é a principal região vitícola do país, responsável por cerca de 78,1% das exportações de vinhos portugueses subindo esta percentagem para 86,8% da facturação obtido com o preço médio mais elevado. É assim justo, que a Região Demarcada do Douro - o Vinho do Porto e o Vinho do Douro - reivindiquem um apoio especial relativamente aos incentivos de promoção existentes. É pois a Região do Douro, o Vinho do Porto e o Vinho do Douro que lideram a imagem e a notoriedade dos Vinhos Portugueses. Detendo a AEVP a representação de cerca de 95% da comercialização do Vinho do Porto e cerca de 30% da representação dos Vinhos do Douro, é incontornável a nossa posição no panorama dos vinhos portugueses. 5

II. A Vindima A Vindima de 2007 desenrolou-se com normalidade e estabilidade. A Produção encontra-se na sua grande maioria vendida e os preços já praticados são estáveis apresentando um ligeira subida. Para analisarmos a vindima importa ter em conta que : - A Região Demarcada do Douro possui 250.000 ha dos quais 45.800 ha de vinha, dentro desta a vinha apta às várias DO são 38 340 ha e destas apenas cerca de 32 475 produzem Vinho do Porto. - A Região Demarcada do Douro produz em média 300 000 pipas de vinho. Cerca de 160 000 pipas são comercializadas como Vinho do Porto e cerca de 40 000 pipas são comercializadas como Douro e Duriense. Existe um remanescente de vinho de mesa anual de cerca de 100.000 pipas de vinho. Em 2007 foi fixado como montante de beneficio o quantitativo de 125.000 pipas de mosto o que corresponde a cerca de 159.000 pipas de vinho apto à denominação Porto. O preço médio praticado em 2006 foi de: - 937,89 /pipa para as compras efectuadas em uvas - 918,61 /pipa para as compras de vinhos feitos III. O Conselho Interprofissional O Conselho Interprofissional do IVDP encontra-se a funcionar desde Outubro de 2007, tendo já efectuado 4 reuniões Plenárias. Os vice presidentes deste Conselho já foram nomeados e a sua nomeação já foi publicada em despacho ministerial. A AEVP defende a existência do Interprofissionalismo como a única forma de os sectores vitivinícolas defenderem o sector e criarem valor acrescentado no seu negocio. A AEVP encontra-se empenhada no funcionamento pleno deste órgão e prevê que as decisões a tomar durante o próximo ano sejam fundamentais e estratégicas para todo o sector. 6

IV. A Estratégia sobre o sector do Vinho do Porto e Douro. A AEVP considera da maior importância a realização da estratégia para o sector dos Vinhos do Porto e Douro. Esta estratégia está a ser elaborada pelo consórcio Quartenaire/Universidade Católica e deverá estar finalizada no inicio de 2008. Do nosso ponto de vista é da maior importância: - a análise da regulamentação existente no sector e a necessidade ou não da sua simplificação; - a análise das oportunidades e ameaças que a nova OCM possa trazer à Região Demarcada do Douro - a análise do comportamento do Vinho do Porto e do Vinho do Douro nos mercados nos próximos anos O sector do Vinho do Porto e o sector do Vinho do Douro necessitam de tomar decisões estratégicas muito importantes nos próximos tempos. É fundamental que os vários cenários prevendo as várias decisões sejam estudados e analisados por todos os intervenientes V. A Reforma da OCM Vinhos Estando a realizar-se hoje o Conselho de Ministros da União Europeia que deverá aprovar a reforma da OCM Vinhos, importa desde já referir que a AEVP considera da maior importância a iniciativa levada a cabo pela Comissária da Agricultura. Efectivamente a proposta da Comissão sendo ambiciosa continha diversos elementos fundamentais para revitalizar e conseguir que o sector dos vinhos europeus ganhasse competitividade e eficiência face ao surgimento de outros países produtores. A AEVP defendeu e demonstrou desde a primeira hora o seu apoio face a esta proposta. 7

Assuntos principais ainda em discussão e hipóteses de compromisso 1. Arranque da Vinha Conseguiu-se já um acordo sobre os pontos seguintes: - arranque até 175.000ha (em vez dos 400.000ha propostos pela Comissão e dos 200 000ha dum primeiro acordo entre Estados Membros) - duração de 3 anos (em vez dos 5 anos propostos) - possibilidade dos EM finalizarem o programa de arranque logo que atinjam 8% (em vez dos 10% previstos) da superfície nacional 2. Interdição de novas plantações/regime de direitos de plantações Este assunto é o que permanecerá mais em aberto no estado actual das negociações uma vez que a divergência de opiniões é ainda muito grande. De uma parte, existe um grupo de países liderados pela França que se opõe fortemente à liberalização qualquer que seja a data limite (fim de 2013 ou outra) e para todo o tipo de vinha Por outro a Comissão, apoiada por alguns EM (principalmente os países não produtores mas também alguns produtores como a Espanha) pretendem manter 2013 ou acordar uma outra data limite relativamente à interdição de novas plantações e ao regime de direitos de plantação. Compromissos possíveis neste momento: a) phasing out com um período mais longo. Fixar uma data posterior (eventualmente 2015) com a possibilidade dos EM manterem restrições sobre o seu território (nomeadamente para os vinhos DOC e IG) b) cláusula de revisão que preveja uma avaliação da situação de mercado e dos resultados da reforma em 2012, mas sem que a própria reforma estabeleça neste momento uma data limite para a finalização da interdição de novas plantações e do regime de direitos de plantação c) mesma hipótese mas com a fixação de uma data limite 8

3. Medidas de Mercado Maior flexibilidade para as medidas elegíveis nos envelopes nacionais, com reconhecimento da possibilidade de utilizar o saldo destes envelopes para: - ajudas ao aprovisionamento da indústria do álcool de boca (solicitação da Espanha) - para as destilações de crise (solicitação da França) As modalidades destas ajudas teriam a forma de ajudas por hectare (e não ajudas à destilação) de forma a poderem ser classificadas na chamada Green Box e serem assim mais facilmente aceites pela Comissão 4. Prestações Vínicas Muitos EM pretendem que se mantenham as ajudas à destilação de subprodutos como medida comunitária financiada directamente pelo orçamento da OCM (e não pelos envelopes nacionais), sustentando que não se trata de uma medida de mercado mas sim de uma medida ambiental e de qualidade. A Comissão defende que o orçamento atribuído a esta medida já foi incluído no cálculo dos envelopes nacionais e que por isso os EM deverão financiá-la com os seus próprios envelopes. 5. Indicações Geográficas Apenas algumas evoluções técnicas nas sucessivas versões do projecto de regulamento. 6. Rotulagem Indicação do Ano de Colheita e/ou das castas A possibilidade de indicar o ano e a casta nos vinhos de mesa parece ser um dado adquirido, no entanto ainda serão necessárias algumas derrogações que levem em conta determinadas particularidades de alguns EM (possibilidade de existirem algumas isenções, etc.) 7. Enriquecimento com sacarose (Chaptalização) Possibilidade de utilizar esta prática nas zonas onde ela é tradicional mas com restrições aos limites de enriquecimento (será necessário analisar aqui a questão da rotulagem desta prática) 9

8. Ajudas aos mostos concentrados Em contrapartida à manutenção da chaptalização, a Itália exige que estas ajudas sejam financiadas pelo orçamento OCM e não pelos envelopes nacionais. A Comissão (tal como no caso das ajudas à destilação, etc.) defende que o orçamento atribuído a esta medida já foi incluído no cálculo dos envelopes nacionais e que por isso os EM deverão financiá-la com os seus próprios envelopes. 9. Promoção Alguns EM produtores solicitaram uma maior flexibilidade de forma a poder adaptar o montante total atribuído aos programas de promoção defendendo também a possibilidade de apoio para a promoção no interior da UE. Também solicitaram que deveria existir a possibilidade de participação e visibilidade das marcas próprias das empresas nas acções de promoção e que essa possibilidade deveria ser reconhecida e garantida explicitamente no texto do regulamento. Os EM do norte solicitaram que as acções de promoção sejam compatíveis com a Estratégia Álcool e Saúde da UE e que acções de informação sejam validadas pelas autoridades nacionais de saúde pública. Aparentemente a Comissão deverá aceitar introduzir no texto do regulamento a possibilidade das marcas que contribuem para as acções de promoção aparecerem visíveis mas apenas nos casos de promoção no mercado externo da UE (devido à sensibilidade dos países nórdicos sobre esta questão). Por questões de subsidiariedade, a Comissão deverá opor-se a qualquer precisão sobre o papel das autoridades nacionais de saúde pública neste assunto 10

VI. O Plano de Álcool e Saúde A AEVP encontra-se comprometida com a o programa Wine in Moderation e participa no Alcohol and Health Forum O Programa Wine in Moderation (Vinho em Moderação) representa o contributo e o compromisso do sector do vinho para com a União Europeia Alcohol and Health Forum como uma parte da estratégia da EU no apoio aos Estados Membros para a redução dos danos relacionados com o álcool. EU Alcohol & Health Forum O Programa WINE IN MODERATION consiste numa Mensagem de Moderação apoiada por três acções fundamentais. 11

ESTATUTO DO PROJECTO Mensagem de Moderação Esta é a pedra chave da comunicação do programa Wine in Moderation e contém uma mensagem simples para ser usada em toda a Europa sobre os riscos e benefícios de um consumo de vinho moderado e responsável, como parte de um estilo de vida saudável. A Mensagem Comum define um entendimento comum que forma a base e a criação do programa Wine in Moderation e que está previsto circular pela União Europeia com vista a: - Comunicar moderação e responsabilidade no consumo sensato de vinho, fazendo desta máxima uma norma cultural / social; - Contribuir para a prevenção do consumo abusivo e/ou excessivo de bebidas alcoólicas, reduzir o abuso do álcool e ajudar os jovens e adultos a tomarem decisões esclarecidas e responsáveis sobre o consumo; - Cooperar de forma eficaz com as autoridades competentes e outros stakeholders relevantes na prevenção do abuso e mau uso do vinho. Wine Information Council Em resposta à necessidade de uma pesquisa alargada sobre os aspectos culturais e sociais do consumo na Europa, está a ser desenvolvido um Wine Information Council (WIC) em coordenação com as autoridades Europeias. O objectivo do WIC é: - Partilhar as melhores práticas com as organizações Europeias do sector do vinho nos estados membros da União Europeia; - Desenvolver um processo e uma estrutura para uma Wine Information Database central para coordenar o fluxo de informação entre as várias Associações de Wine and Health / Social Aspects locais e nacionais, assegurando que a informação está na generalidade disponível para uso de qualquer stakeholder; - Consolidar toda a informação relevante baseada no sound science 12

- Incentivar a pesquisa adicional por parte de investigadores independentes e credíveis sobre aspectos de interesse e/ou de preocupação. Wine Communication Standards O sector Europeu do vinho é um forte defensor da comunicação comercial responsável. O senso comum deverá orientar todas as formas de comunicação comercial aos consumidores. O sector do vinho reafirma o seu compromisso com todas as formas de marketing de vinhos promovendo a mensagem de moderação. Nenhuma comunicação deverá ter como alvo jovens abaixo da idade legal para consumir ou fornecer informação enganosa. Para este fim, o sector do vinho Europeu definiu uma série de Wine Communication Standards específicos para comunicações comerciais sobre o vinho e produtos vínicos. Estas normas, elaboradas com base nos códigos de auto-regulação nacionais existentes, procuram reforçar as tradições da apresentação, comunicação e disponíbilidade para os consumidores, induzindo a moderação e responsabilidade no consumo de vinho. Estas normas apresentam também uma série de recomendações orientadoras das práticas e comunicações comerciais. Serão também definidas linhas orientadoras para o uso da mensagem de moderação e responsabilidade no consumo. Arts de Vivre Education Serão extraídos elementos chave da Common Message of Moderation que serão utilizados em materiais de comunicação objectivos, incluindo um folheto de informação executiva e uma apresentação educacional arts de vivre ou life-skills, para ser usada com pessoas de todas as idades. Estes materiais abrangerão tópicos como atitudes saudáveis em relação ao vinho, os riscos associados a um consumo perigoso e danoso e o ambiente legal. A central para a promoção da mensagem de moderação e responsabilidade no consumo sensato é o programa de educação Arts de Vivre. 13

Tal envolve a educação activa da indústria e dos consumidores para incentivar a mudança cultural na abordagem ao consumo de bebidas alcoólicas, fazendo da moderação uma moda, através de: a. Formação do sector profissional - Baseado no programa e módulos do WSET de UK para ajudar a um ambiente de auto-regulação e a um marketing e vendas responsáveis, com as companhias líderes a serem exemplo para operadores mais pequenos. b. Educação dos consumidores - Quem aprecia o vinho que o faça de forma moderada e responsável, como parte de um estilo de vida saudável. - Familiarizar os consumidores com os riscos do abuso e mau uso, e com os benefícios de um consumo moderado de vinho que lhes permita tomarem decisões informadas e responsáveis.. 14