O cuidado à saúde dos trabalhadores pelas equipes da AB/APS na visão dos gestores

Documentos relacionados
A gestão da Vigilância em Saúde e a Integração das Ações de Atenção à Saúde (Vigilância e Assistência à Saúde)

AS REDES DE ATENCÃO À SAÚDE EUGENIO VILAÇA MENDES

Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora

do Trabalhador e da Trabalhadora

Integração das ações da Atenção Primária e da Vigilância em Saúde Rodrigo Said Subsecretaria de Vigilância e Proteção à Saúde

ENFERMAGEM LEGISLAÇÃO EM SAÚDE. Sistema Único de Saúde - SUS: Constituição Federal, Lei Orgânica da Saúde - Lei nº de 1990 e outras normas

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR

Pacto de Gestão do SUS. Pacto pela Vida. Pacto em Defesa do SUS

Integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde

Política Nacional de Atenção Básica. Portaria nº 648/GM de 28 de Março de 2006

Capacitação em Eventos

NOTA TÉCNICA 41 /2012. Institui a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Curso Especialização em Saúde Pública

Possibilidades e desafios

Saúde Coletiva Prof (a) Responsável: Roseli Aparecida de Mello Bergamo

Legislação do SUS. Prof.ª Andrea Paula

Lei 8.080/90 Lei Orgânica da Saúde

Qualificação da Gestão

Pacto pela Saúde no. desafios. Maringá,, 23 de agosto de 2007

04/10/2016. Relatório Dawson Atenção Primária à Saúde. Declaração de Alma-Ata Atenção Primária à Saúde Declaração de Alma-Ata

Saúde do Trabalhador na APS: desafios, possibilidades e perspectivas

Atenção Básica: organização do trabalho na perspectiva da longitudinalidade e da coordenação do cuidado

Capacitação em Eventos Iniciativas da CGSAT para o

I-Política de ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE 1) Como é definida? * Um conjunto de ações em saúde (amplas, complexas que abrangem múltiplas facetas da realida

Oficina de Integração: Incorporação dos ACE nas ESF. Ceara -2010

Integração da Atenção Primária em Saúde com a Vigilância em Saúde

Saúde Coletiva - Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão.

Fisioterapia na Atenção Primária à Saúde

Linhas gerais e desafios da Política Nacional da Atenção Básica. Setembro, 2012

B. PRIORIDADES E OBJETIVOS DO PACTO PELA VIDA. Prioridades e objetivos a serem pactuados, mas que não demandam preenchimento do quadro o abaixo.

CURSO: Desafios da Implantação dos Dispositivos do Decreto 7.508

2) O SUS foi desenvolvido em razão do artigo 198 da Constituição Federal, com base nos seguintes princípios, exceto:

DIREITO À SAÚDE: SUS, HUMANIZAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

Núcleo de Atenção Integral na Saúde da Família. Coordenação da Política Nacional de Promoção da Saúde/SE Coordenação de Gestão da Atenção Básica/SAS

Integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde. Priscilla Azevedo Souza DAB/SAS/MS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o inciso I do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

01/11/2018. Vigilância em Saúde do Trabalhador HISTÓRICO HISTÓRICO HISTÓRICO

Projeto Implantação de Linha de Cuidado: Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho DVRT. Rede e Linha de Cuidado

SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL

Regionalização e Rede de Atenção à Saúde: CONCEITOS E DESAFIOS. Jorge Harada

31º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo

Organização do Sistema Organização do SUS em Pernambuco Estadual de Saúde

Exemplos de integração socio -sanitárias em atenção básica: a experiência de São Paulo. Carmen L. A. de Santana

Redes de Atenção à Saúde. Profa. Fernanda Barboza

SGTES. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Ministério da Saúde

PACTO PELA VIDA. A definição de prioridades deve ser estabelecida por meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE LIRCE LAMOUNIER

ATENÇÃO BÁSICA : Um olhar para a Saúde do Trabalhador

Projeto Interfederativo: Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção - Salvador e Camaçari -

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA. Carlos Leonardo F. Cunha

Perspectivas da promoção da saúde: políticas e gestão U N I V E R S I D A D E COMUNITÁ R I A DA REGIÃO DE CHAPECÓ ( U N O C H A P E C Ó )

ENFERMAGEM LEGISLAÇÃO EM SAÚDE

Foz do Iguaçu (PR), 15 de maio de 2016

ESPECIALIZAÇÃO EM AUDITORIA E GESTÃO EM SERVIÇOS INTEGRADOS DE SAÚDE. Módulo: Atenção a Saúde nos Municípios

Panorama das Redes de Atenção à Saúde.

Secretaria da Saúde abre inscrições do Projeto QualificaAPSUS Ceará para os municípios do Estado

PORTARIA No , DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009

DEPARTAMENTO DE POLÍTICA, GESTÃO E SAÚDE FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PROF. FERNANDO AITH SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO

Integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde

Cuidados em Oncologia: o Desafio da Integralidade. Gelcio Luiz Quintella Mendes Coordenador de Assistência Instituto Nacional de Câncer

PORTARIA Nº. 3252/GM, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010

CONGRESSO DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DE SÃO PAULO. Implicações na prática da Assistência à Saúde no SUS. Mar/2012

PLANO OPERATIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS - LGBT

Luis Correia/PI, 05 de setembro de 2018

XXVI CONGRESSO DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DE SÃO PAULO REDES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NO SUS

Das Diretrizes Políticas às Estratégias

Projeto Qualisus. Paulo de Tarso Coordenação Executiva de Projetos DIPE / SE / Ministério da Saúde. Brasília-DF, junho de 2004.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA N.º 1.823, DE 23 DE AGOSTO DE 2012 (DOU de 24/08/2012 Seção I Pág. 46)

Políticas Públicas de Prevenção e Atenção para DST/HIV/AIDS na Saúde Mental no Brasil

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE AULA 5

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 2. Profª. Lívia Bahia

Implementação dos Dispositivos do Decreto 7508/11

SUS 20 Anos e BVS 10 Anos: Avanços e Desafios

Cristina Magnabosco Ubatuba, 2014

Sistemas de Informação em Saúde

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA SAÚDE PÚBLICA SUS LEI N /90 AULA 03

TRT 3ª REGIÃO Especialidade Enfermagem. Profª.: Fernanda Barboza

Pacto de Gestão do SUS. Pacto pela Vida. Pacto em Defesa do SUS

SAÚDE COLETIVA HISTÓRICO DA SAÚDE NO BRASIL

Redes de Atenção à Saúde no SUS Adriano de Oliveira DARAS/SAS/MS

Ações prioritárias da CGPAN/Ministério da Saúde para o ano de 2007

Integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde

V ENCONTRO NACIONAL DA RENAST. Brasília -27/09 a 29/09. Maria Juliana Moura Corrêa ISC/UFBA

EIXO 1 SAÚDE DE POPULAÇÕES ESPECÍFICAS E VULNERÁVEIS

Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais - Portaria 263 de 5/2/2002

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 1. Profª. Lívia Bahia

AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE NO SUS. Eugênio Vilaça Mendes

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei 8.080/90, para dispor sobre a organização, o planejamento, a assistência e a articulação interfederativa.

Modelo e Redes de Atenção do SUS Importância das diretrizes e protocolos

NASF e PAIF/CRAS: a contribuição de cada serviço para a garantia dos direitos. Débora Martini

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

SUS E SAÚDE SUPLEMENTAR: Panoramas atuais e futuros.


Responsabilidades e Diretrizes para execução e financiamento de ações de Vigilância em Saúde

POLÍTICAS PÚBLICAS. a) Mortalidade infantil b) Saúde do idoso c) Mortalidade materna d) Doenças emergentes e endêmicas e) Mortalidade por câncer.

ENFERMAGEM LEGISLAÇÃO EM SAÚDE

Estratégia Saúde da Família e a agenda de fortalecimento da Atenção Básica

LEI 8.080/90 CONTEÚDO COMUM A TODOS OS CARGOS: ANALIS- TA E TÉCNICO

Transcrição:

Oficina de Trabalho Aspectos conceituais, estratégias e potencialidades para o cuidado à Saúde do Trabalhador na Atenção Primária à Saúde O cuidado à saúde dos trabalhadores pelas equipes da AB/APS na visão dos gestores Foz do Iguaçu, 15 de maio de 2016

A CF/88 - Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado O SUS - Em quase 27 anos de existência, tem sido capaz de estruturar e consolidar um sistema público de saúde de enorme relevância e que apresenta resultados inquestionáveis para a população brasileira.

COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL E REGIÕES, 1990 A 2011 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Região Norte 45,9 44,4 42,9 41,5 40,1 38,8 37,5 36,3 35,1 33,9 32,8 32,1 29,7 29,3 27,8 27,1 26,8 25,3 23,1 22,3 21,0 19,9 Região Nordeste 75,8 70,3 65,3 60,6 56,2 52,2 48,4 44,9 41,7 38,7 35,9 33,4 30,8 29,3 27,8 25,9 24,8 23,2 21,8 20,3 19,1 18,0 Região Sudeste 32,6 31,1 29,6 28,2 26,9 25,6 24,4 23,2 22,1 21,1 20,1 19,2 18,3 17,5 16,8 16,0 15,3 14,8 14,3 13,9 13,4 13,0 Região Sul 28,3 26,9 25,5 24,2 23,0 21,9 20,8 19,7 18,8 17,8 16,9 16,5 16,1 15,6 14,9 14,1 13,4 13,0 12,5 12,0 11,6 11,3 Região Centro-Oeste 34,4 32,9 31,5 30,2 28,9 27,7 26,5 25,4 24,3 23,3 22,3 21,4 20,6 20,3 19,7 19,3 18,5 17,7 17,1 16,4 15,9 15,5 BRASIL 47,1 44,4 41,9 39,5 37,2 35,1 33,1 31,2 29,4 27,7 26,1 24,9 23,4 22,5 21,5 20,4 19,6 18,6 17,7 16,8 16,0 15,3 FONTE: RIPSA IDB 2012 www.datasus.gov.br

Pelos resultados alcançados são inegáveis os avanços do SUS, mas persistem problemas a serem enfrentados para consolidá-lo como um sistema público universal que possa prestar serviços de qualidade a toda a população brasileira.

No Brasil convivem historicamente de forma contraditória ou complementar dois modelos de atenção à saúde Modelo médico hegemônico Individualismo Ênfase no biologismo Medicalização dos problemas Privilégio da Medicina Curativa Participação passiva e subordinada dos usuários Estímulo ao consumismo médico Falta perspectiva da integralidade Demais categorias tem um papel submisso

No Brasil convivem historicamente de forma contraditória ou complementar dois modelos de atenção à saúde Modelo sanitarista Campanhas sanitárias - Vacinação, controle de endemias.a Programas especiais - Controle da tuberculose, hanseníase - Saúde da mulher, - Saúde da criança - Saúde do trabalhador. Falta perspectiva da integralidade Demais categorias ganham um pouco de autonomia

MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE PROPOSTO PELO SUS Conceito ampliado de saúde Saúde como um direito do cidadão e dever do Estado Universalidade de acesso em todos os níveis de atenção Integralidade das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos Igualdade de assistência - equidade Participação da comunidade Descentralização - direção única com ênfase na regionalização e hierarquização FONTE: Constituição Federal (1988), Decreto 7.508 (2011)

A SITUAÇÃO DE SAÚDE NO BRASIL A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA A TRIPLA CARGA DE DOENÇAS FONTE: MENDES (2011)

A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 1980 1990 2000 2010 2020 10% da população idosa BRASIL 15% da população idosa 20 MILHÕES 2005 a 2030 MAIS DE 40 MILHÕES FONTE: IBGE (2004)

TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: A TRIPLA CARGA DE DOENÇAS 1. Agenda não concluída de infecções, desnutrição e problemas de saúde reprodutiva; 2. Forte predominância das doenças crônicas e de seus fatores de risco, como tabagismo, sobrepeso, inatividade física, uso excessivo de álcool e outras drogas e alimentação inadequada; 3. Crescimento das causas externas FONTE: MENDES (2011)

TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: A TRIPLA CARGA DE DOENÇAS BRECHA Uma situação de saúde do século XXI sendo respondida socialmente por um sistema de atenção à saúde da metade do século XX - Por quê? Descompasso entre os fatores contingenciais que evoluem rapidamente (transição demográfica, epidemiológica e inovação tecnológica) e os fatores internos (cultura organizacional, recursos, sistemas de incentivos, estilos de liderança e arranjos organizativos)

DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS SEGUNDO CAPÍTULOS DA CID 10. BRASIL, 2013 (nos detalhes os óbitos por doenças infecciosas e parasitárias e do aparelho respiratório, segundo categoria) HEPATITES VIRAIS 5% DOENÇA DE CHAGAS 9% OUTRAS D. INFECCIOSAS 13% SEPTICEMIAS 30% MAL DEFINIDAS OUTRAS CAUSAS 6% DEFINIDAS 10% DIARREIAS, GASTROENTERI TES, INFEC. INTEST. 9% TUBERCULOSE 10% HIV / AIDS 24% D. INFECCIOSAS 4% AP. DIGESTIVO 5% AP. CIRCULATÓRIO 28% OUTRAS D. RESPIRATÓRIAS 18% D. CRÔNICAS DAS VIAS AÉREAS INFERIORES 32% INFLUENZA (GRIPE) E PNEUMONIAS 50% D. ENDOCRINAS, NUTR. E METAB. 6% AP. RESPIRATÓRIO 12% CAUSAS EXTERNAS 13% NEOPLASIAS 16%

O POSTULADO DA COERÊNCIA ENTRE A SITUAÇÃO DE SAÚDE E O SISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas efetivas, eficientes, de qualidade e equitativas às necessidades de saúde da população Logo, deve haver uma coerência entre necessidades de saúde expressas na situação de saúde e o sistema de atenção à saúde que se pratica socialmente FONTE: Mendes EV. Os sistemas de serviços de saúde: o que os gestores deveriam saber sobre essas organizações complexas. Fortaleza, Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002

O PROBLEMA CRÍTICO DO SUS: A RUPTURA DO POSTULADO DA COERÊNCIA A incoerência entre uma situação de saúde que combina transição demográfica e transição nutricional aceleradas e tripla carga de doença, com forte predominância de condições crônicas, e um sistema fragmentado de saúde que opera de forma episódica e reativa e que é voltado principalmente para a atenção às condições agudas e às agudizações das condições crônicas FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011 FONTE: MENDES (2009)

O desafio da gestão Insuficiente incorporação da Promoção e da Vigilância em Saúde

REORIENTAÇÃO DO MODELO: DOS SISTEMAS FRAGMENTADOS PARA A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE SISTEMA FRAGMENTADO E HIERARQUIZADO REDES POLIÁRQUICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE AC MC APS ABS FONTE: MENDES (2011)

AS DIFERENÇAS ENTRE OS SISTEMAS FRAGMENTADOS E AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE SISTEMA FRAGMENTADO REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE ORGANIZADO POR COMPONENTES ISOLADOS ORGANIZADO POR NÍVEIS HIERÁRQUICOS ORIENTADO PARA A ATENÇÃO A CONDIÇÕES AGUDAS VOLTADO PARA INDIVÍDUOS O SUJEITO É O PACIENTE REATIVO ÊNFASE NAS AÇÕES CURATIVAS CUIDADO PROFISSIONAL GESTÃO DA OFERTA ORGANIZADO POR UM CONTÍNUO DE ATENÇÃO ORGANIZADO POR UMA REDE POLIÁRQUICA ORIENTADO PARA A ATENÇÃO A CONDIÇÕES CRÔNICAS E AGUDAS VOLTADO PARA UMA POPULAÇÃO O SUJEITO É AGENTE DE SAÚDE PROATIVO ATENÇÃO INTEGRAL CUIDADO MULTIPROFISSIONAL GESTÃO DE BASE POPULACIONAL FINANCIAMENTO POR PROCEDIMENTOS FONTES: FERNANDEZ (2003); MENDES (2009) FINANCIAMENTO POR CAPITAÇÃO OU POR UM CICLO COMPLETO DE ATENDIMENTO A UMA CONDIÇÃO DE SAÚDE FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011

FUNDAMENTOS DA APS Ter território adstrito Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo Possibilitar o acesso universal Coordenar a integralidade em seus vários aspectos Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia FONTE: MENDES (2011)

NESCESSIDADE DE REVER O PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, CONSIDERANDO: Análise da situação de saúde utilizar os sistemas de informação, para o processo de planejamento e tomada de decisão Trabalhar com base na intersetorialidade Programa Saúde na Escola, Bolsa Família Mobilizar e articular o controle social Realizar ações em outros espaços da comunidade Incorporar ações de Vigilância e Promoção da Saúde Conhecer as atividades produtivas desenvolvidas e o perfil dos trabalhadores que vivem e trabalham em seu território.

As ações de Vigilância em Saúde são coordenadas com as demais ações e serviços desenvolvidos e ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir a integralidade da atenção à saúde da população (Art 3, Portaria nº 1.378, de 9 de julho de 2013)

As ações de Vigilância em Saúde abrangem toda a população brasileira e envolvem práticas e processos de trabalho voltados para: Vigilância da situação de saúde da população Vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis Vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violências Vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde Vigilância da saúde do trabalhador Vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos, serviços e tecnologias de interesse a saúde Outras ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática, podem ser desenvolvidas em serviços de saúde públicos e privados nos vários níveis de atenção, laboratórios, ambientes de estudo e trabalho, e na própria comunidade (Art 4, Portaria nº 1.378, de 9 de julho de 2013)

INCORPORAÇÃO DE CONCEITOS DE VS Nova forma de PENSAR, OLHAR, AGIR... Não é somente a somatória das diversas vigilâncias. Nova abordagem para o enfrentamento dos problemas utilizando os diferentes conhecimentos.

INTEGRAÇÃO ENTRE A VIGILÂNCIA EM SAÚDE E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Condição obrigatória para construção da integralidade na atenção e alcance de resultados; Processo de trabalho condizente com a realidade local: Preservando as especificidades Compartilhando tecnologias.

PRESSUPOSTOS COMUNS Atenção Primária à Saúde / Vigilância em Saúde Foco nas pessoas e no território; Envolvimento da população na identificação de problemas e fortalezas das comunidades; Planejamento voltado às necessidades; Promoção da Saúde como ação transversal; Trabalho em equipe

Diretrizes para integração APS / Vigilância em Saúde: I. Compatibilização dos territórios de atuação das equipes, com a gradativa inserção das ações de Vigilância em Saúde nas práticas das equipes de Saúde da Família; II. III. IV. Programação integrada das ações individuais e coletivas; Monitoramento e avaliação integradas; Reestruturação dos processos de trabalho, utilizando dispositivos e metodologias que favoreçam a integração da vigilância, prevenção, proteção, promoção e atenção à saúde (como: linhas de cuidado, clínica ampliada, apoio matricial, projetos terapêuticos, protocolos e entre outros; V. Educação permanente dos profissionais de saúde, com abordagem integrada nos eixos da clínica, vigilância, promoção e gestão. As ações de Vigilância em Saúde, incluindo a promoção da saúde, devem estar inseridas no cotidiano das equipes de Atenção Primária / Saúde da Família

Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Princípios e Diretrizes: I - universalidade; II - integralidade; III - participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social; IV - descentralização; V - hierarquização; VI - equidade; VII - precaução Portaria nº 1.823 / 2012 (PNSTT) Art. 5º

Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Art. 6º Para fins de implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, dever-se-á considerar a articulação entre: I - as ações individuais, de assistência e de recuperação dos agravos, com ações coletivas, de promoção, de prevenção, de vigilância dos ambientes, processos e atividades de trabalho, e de intervenção sobre os fatores determinantes da saúde dos trabalhadores; II III Parágrafo único. A realização da articulação tratada neste artigo requer mudanças substanciais nos processos de trabalho em saúde, na organização da rede de atenção e na atuação multiprofissional e interdisciplinar, que contemplem a complexidade das relações trabalho-saúde Portaria nº 1.823 / 2012 (PNSTT)

Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Objetivos: IV - ampliar o entendimento de que de que a saúde do trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal, devendo a relação saúde-trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de atenção; V - incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúde-doença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-a nas análises de situação de saúde e nas ações de promoção em saúde; VI - assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas ações e serviços de saúde do SUS e que a atividade de trabalho realizada pelas pessoas, com as suas possíveis conseqüências para a saúde, seja considerada no momento de cada intervenção em saúde; e VII - assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS Portaria nº 1.823 / 2012 (PNSTT) Art. 8º

Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Objetivos: I. Fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) e a integração com os demais componentes da Vigilância em Saúde, ; II. Promover a saúde e ambientes e processos de trabalhos saudáveis; III. Garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador, que pressupõe a inserção de ações de saúde do trabalhador em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, mediante articulação e construção conjunta de protocolos, linhas de cuidado e matriciamento da saúde do trabalhador na assistência e nas estratégias e dispositivos de organização e fluxos da rede, considerando... (todos seus componentes, e em especial a APS); Portaria nº 1.823 / 2012 (PNSTT) Art. 8º

(Quase) concluindo: Construção da atenção integral à saúde dos trabalhadores no SUS passa, necessariamente, por sua incorporação no cotidiano da APS. Para tal, a APS deve atuar não só na atenção às condições agudas, mas retomar sua atuação com vistas à construção da integralidade, em seus três eixos de atuação*: *Dias, E.C. (coord) : Desenvolvimento de ações de Saúde do Trabalhador na Atenção Primária à Saúde: aspectos históricos, conceituais, normativos e diretrizes. UFMG e DSAST / SVS / MS. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/sites/default/files/arquivos/recursos/st-aps_documento%20conceitual.pdf

Ações essenciais: No eixo da Promoção da Saúde: Reconhecer o trabalho como oportunidade de saúde considerando que não existe doença inerente ao trabalho, mas que a forma de inserção no mundo do trabalho é um dos componentes básicos da determinação social do processo saúde-doença. Empoderar os trabalhadores para que eles participem do cuidado individual e coletivamente - da saúde e das lutas pela melhoria das condições de vida e trabalho. No eixo da Proteção e Vigilância da Saúde: Reconhecer a presença de perigos e de riscos para a saúde e o ambiente, para antecipar e prevenir os danos e mudar os processos de trabalho geradores de doença e morte evitáveis

No eixo da Assistência à Saúde: Conhecer as atividades produtivas desenvolvidas e o perfil dos trabalhadores que vivem e trabalham em um dado território de saúde, para planejar adequadamente as ações de vigilância e de assistência à saúde, estabelecendo, quando presente, a relação entre o adoecimento e o trabalho e desencadear os desdobramentos legais, trabalhistas e previdenciários cabíveis. Considerando a APS como ordenadora do cuidado em Saúde do Trabalhador, é necessário: Estar em sintonia com as diretrizes mais gerais do modelo de atenção à saúde; Estar integrada nas redes de atenção (demais pontos de atenção devem servir de suporte à APS); Desenvolver ações de proteção e vigilância da saúde, Redesenhar as atribuições e o papel do CEREST e de outros pontos da RENAST, como as unidades sentinela.

SEMINÁRIO DO CONASS PARA CONSTRUÇÃO DE CONSENSOS Brasília, 08 e 09 de julho de 2015 Preocupações e prioridades dos Secretários Estaduais de Saúde nos eixos temáticos: GESTÃO DO SUS; ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAUDE E AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE; ALTERNATIVAS DE GERÊNCIA DE UNIDADES PÚBLICA DE SAÚDE; DIREITO À SAÚDE.

SEMINÁRIO DO CONASS PARA CONSTRUÇÃO DE CONSENSOS Eixo II ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAUDE E AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE Tema : Vigilância em Saúde - PROPOSTAS - Recomendar às SES (As SES devem): Assegurar a integração das áreas técnicas de Vigilância em Saúde (Epidemiológica, Sanitária, em Saúde Ambiental e de Saúde do Trabalhador) com as demais áreas da Secretaria Estadual de Saúde, possibilitando articulação e matriciamento de suas ações para acompanhamento, avaliação e apoio aos municípios. Estas devem ser coordenadas no sentido que ações de vigilância, prevenção, proteção e promoção à saúde estejam presentes no cotidiano de todos os pontos de atenção e em especial na Atenção Primária à Saúde (APS), com vistas a garantir a integralidade da atenção à saúde da população.

SEMINÁRIO DO CONASS PARA CONSTRUÇÃO DE CONSENSOS Eixo II ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAUDE E AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE Tema : Vigilância em Saúde - PROPOSTAS - Recomendar às SES (As SES devem): Estimular e apoiar nos municípios a compatibilização dos territórios de atuação das equipes de Vigilância em Saúde e da Atenção Primária à Saúde, com planejamento, programação, monitoramento e avaliação integrados das ações individuais e coletivas. Neste sentido devem ser reestruturados os processos de trabalho, com a instituição, por exemplo, de linhas de cuidado que contemplem vigilância, promoção e assistência à saúde.

SEMINÁRIO DO CONASS PARA CONSTRUÇÃO DE CONSENSOS Eixo II ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAUDE E AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE Tema : Vigilância em Saúde - PROPOSTAS - Em conjunto com o Ministério da Saúde e Conasems: Articular e ampliar a discussão da Política Nacional de Vigilância em Saúde com vistas à sua implementação após aprovação pelo Conselho Nacional de Saúde. Implementar/colocar em prática a Política Nacional de Promoção da Saúde e a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.

Projeto de Fortalecimento de Vigilância em saúde Projeto de Fortalecimento da Vigilância em Saúde publicado pela Resolução SES nº 3.049/2011 e Resolução nº 3.152/2012. O segundo ano do projeto foi publicizado pela Resolução SES nº 3717/2013. Objetivo estratégico: implantar um Sistema Regionalizado de Vigilância em Saúde visando efetivar a descentralização das ações da área para todos os municípios mineiros.

Ações da área de Saúde do Trabalhador no Projeto a) Realizar o diagnostico do perfil produtivo do município (mercado formal e informal) nas Unidades de Saúde que tenham equipe de Saúde da Família (ESF) e Programa de Agente Comunitário da Saúde (PACS). b) Investigar os Acidentes de Trabalho Grave notificados no SINAN-NET. c) Investigar os casos de Acidentes com Produtos Perigosos atendidos no município. d) Elaborar e executar Plano de Ação Municipal em Saúde do Trabalhador.

Ação: Realizar e atualizar o Diagnóstico do Perfil Produtivo do município nas unidades de Saúde que tenham ESF e PACS 24 Perfil Produtivo 153 Executado Não Executado Não Aplica 676 (84,5%)

OBRIGADO! nereu@conass.org.br