BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Documentos relacionados
MÓDULO 03 DIREITO CONSTITUCIONAL EVOLUIR CONCURSOS PLANILHA 02

Introdução ao Estudo do Direito

SUMÁRIO 1. O CRIME DE TERRORISMO: UM OLHAR SOBRE A PUNIBILIDADE DOS ATOS PREPARATÓRIOS... 19

IUS RESUMOS. Interpretação e Integração da Lei Penal. Organizado por: Samille Lima Alves

O crime de violação de direito autoral e o procedimento penal: equívocos e incertezas da nova Súmula 574 do STJ

HABEAS CORPUS NAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES MILITARES

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

PROJETO FICHA LIMPA A EMENDA SAIU PIOR QUE O SONETO. Renan Longuinho da Cunha Mattos

- Jurisdição - Competência é o limite dentro do qual juízes e tribunais exercem jurisdição.

PARECER JURÍDICO COOPERATIVAS DE CRÉDITO. EMPREGADOS. NATUREZA DA RELAÇÃO EMPREGATÍCIA. INAPLICABILIDADE DO ART. 224 DA CLT

SUMÁRIO. Língua Portuguesa. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais...

SUMÁRIO NORMAS CONSTITUCIONAIS AMBIENTAIS Capítulo 1

SUMÁRIO TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Capítulo 1

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

TIROS-DE-GUERRA E OS CRIMES MILITARES PRÓPRIOS, ANTIJURIDICIDADE, LACUNAS DA LEI.

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. NOÇÕES DE DIREITO PENAL

ORLANDO JUNIOR DIREITO CONSTITUCIONAL

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

CONCURSO DE INVESTIGADOR - POLÍCIA CIVIL DA BAHIA

Aula 01 Cronu s concursos Estatuto da PM/RN Jardel Cléber de Araújo ESTATUTO DA PM-RN AULA 01. Jardel Cléber de Araújo.

SUMÁRIO. Língua Portuguesa

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A EVASÃO DE DIVISAS.

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO PROJETO DE LEI Nº 1.277, DE 2015

O PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO-APLICAÇÃO DO DIREITO

: MIN. MARCO AURÉLIO DECISÃO

Disciplina: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. Nota: Nota por extenso: Docente: Assinatura:

JURISPRUDÊNCIA DOS INTERESSES

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 46-7 DISTRITO FEDERAL

Enquadramento das questões relativas ao âmbito subjetivo da responsabilidade financeira

ORLANDO JÚNIOR DIREITO CONSTITUCIONAL

Convenção Americana sobre Direitos Humanos. GRUPO II Direito Penal Militar TEMA:

Prof. Ricardo Torques

CONTROLE DE CONTEÚDO SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR ANALISTA JUDICIÁRIO

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ESQUEMATIZADO: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

DIREITO SUBSTANCIAL E PROCESSUAL

7/4/2014. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. + Sumário. Multa Qualificada. Responsabilidade dos Sócios

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Paulo Caliendo

PLANO DE ENSINO. Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam:

4.8 Comunicabilidade das condições, elementares e circunstâncias 4.9 Agravantes no concurso de agentes 4.10 Cabeças 4.11 Casos de impunibilidade

UNIDADE I INTRODUÇÃO CONCEITUAL E HISTÓRICA AO DIREITO PROCESSUAL. CAPÍTULO 1 Processo, direito processual e teoria do processo: uma introdução

Direito Processual Civil

Índice Geral. Índice Sistemático do Código de Processo Penal Militar. Tábua de Abreviaturas

Disciplina: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. Nota: Nota por extenso: Docente: Assinatura:

CURSO DE ÉTICA MÉDICA Cons. Cláudia Navarro Carvalho Duarte Lemos 1a. Secretária CRMMG

Professora Edna Ferraresi. Aula 2

Superior Tribunal de Justiça

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

RESOLUÇÃO CFM Nº 2.127/2015

Da concessão de isenções e benefícios legais. Da alteração ao artigo 16.º do RFALEI introduzida pela LOE 2017.

A ENTIDADE QUE LUTA POR VOCÊ

Superior Tribunal de Justiça

TEMA 15: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Requerente: ASSISTENTE FINANCEIRO DO CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DA 16ª REGIÃO CRP16/ES.

ESTABILIDADE DA GESTANTE EM EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO

Responsabilidade dos Advogados. Igor Danilevicz Advogado Professor de Direito Tributário (UFRGS-PUCRS)

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

MATERIAL DE APOIO MONITORIA

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL MILITAR

PRINCÍPIO = começo; ideia-síntese

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016 Funcionamento do comércio e questões trabalhistas 2 7 / 0 9 /

Normas constitucionais criminalizadoras. Alberto Silva Franco. Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo

Crime Militar e Princípio da Insignificância: Aplicabilidade. (Transcrições)

Pós-Graduação em Direito Público. Disciplina: Fazenda Pública em Juízo LEITURA COMPLEMENTAR II AULA 4 RACHEL ZOLET

APLICAÇÃO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO AOS CASOS DE USUÁRIOS DE DROGAS

Direito Constitucional 3º semestre Professora Ilza Facundes. Repartição de Competência

MPDFT, determina o cumprimento da legislação militar a esses servidores, e que, nem a

/001 <CABBCBBCCACADBADAACBACABDDDAAACDAABAADDADAAAD>

S. R. CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA PARECER

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

TRIBUNAL DE JUSTIÇA SEÇÃOA CRIMINAL AÇÃO PENAL nº ACUSADO: JOAQUIM JOSE DOS SANTOS ALEXANDRE

Lei /03 Desarmamento

Superior Tribunal de Justiça

HANS KELSEN ( )

PLANO DE ENSINO. Disciplina: Instituições de Direito Público e Privado. Carga horária: 72 horas Período letivo: Termo: 1º

PORTE ILEGAL DE ARMA ( ABOLITIO CRIMINIS )

A CLT cuidou de definir expressamente o conceito de uma Convenção Coletiva de Trabalho, em seu artigo 611:

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RESPONSABILIDADE CRIMINAL NA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

1 a PARTE LEI DE BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE SUA CONSTITUCIONALIDADE PELO STF NA ADI DF (Leonardo Martins), 1

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO DIREITO DO TRABALHO 1. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO, PROTETOR, DA FAVORABILIDADE, DA TUTELA, TUITIVO OU CORRETOR DE DESIGUALDADES

TEMA 1: PODER EXECUTIVO

HC 5538-RN ( ). RELATÓRIO

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Geral. Volume I. Atualização. Arts. 1 o a 120 do CP

CALENDÁRIO DE PROVAS INTERMEDIÁRIAS 1º SEMESTRE/2016 TURMA 1D-1N

ESCOLA SECUNDÁRIA C/ 3º CICLO DE MANUEL DA FONSECA CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE GESTÃO DISCIPLINA: DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES PLANIFICAÇÃO ANUAL

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

INSS TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL MAPA DO EDITAL

Conforme nos ensina o constitucionalista J. J. Gomes Canotilho,

Ministério da Ciência e Tecnologia

PLANO DE ESTUDO SEMESTRAL PARA PMGO

Transcrição:

BuscaLegis.ccj.ufsc.br Insubmissão nos tiros-de-guerra Alexandre de Barros Leal Saraiva* Em recentíssima decisão, uma das Turmas do Colendo Supremo Tribunal Federal, firmou entendimento, no julgamento do RHC nº 77.293-MG, de que a falta de apresentação do convocado para se ver matricular em Tiro-de-Guerra, na data e no local aprazados, não configura o delito de insubmissão, in verbis: O crime de insubmissão previsto no artigo 183 do CPM ( deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado... ) aplica-se apenas aos convocados para prestação de serviço militar em organização militar da ativa. Com esse entendimento, a Turma, por falta de justa causa, deferiu habeas-corpus para trancar ação penal instaurada contra o paciente, que deixara de se apresentar para matrícula em Tiro-de- Guerra, órgão de formação de reserva (Lei 4.375/64). Com efeito, o Decreto nº 57.654/66 (Regulamento da Lei do Serviço Militar), em seu artigo 3º, nº 25, diferencia a matrícula em Órgão de Formação da Reserva da realizada em Organizações Militares da Ativa. Nestas, o matriculado invariavelmente também será incorporado, e assim não haveria qualquer dúvida quanto à aplicação do artigo 183 do Código Penal Militar. Entretanto, em se tratando de estabelecimento formador de reservistas em que o convocado, tal qual nos Tiros-de-Guerra, fique vinculado para a prestação de serviço, em períodos descontínuos, em horários limitados ou com encargos reduzidos àqueles necessários à sua formação, não haverá incorporação.

Em que pese a autoridade do decisum, ouso, instado unicamente pelo espírito dialético e apresentando, desde logo, as escusas de estilo, trazer à colação algumas ponderações sobre a matéria. O Código Penal Militar, dispõe que: Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação: Pena - impedimento, de três meses a um ano (g. n.). Ora, indubitavelmente, exige a norma em destaque que o insubmisso furte-se à incorporação, que é o ato de inclusão do convocado ou voluntário em Organização Militar da Ativa, bem como em certos Órgãos de Formação de Reserva.1 Porém, ao contrário do que afirmava Beccaria2, o monopólio legal do direito repressivo não pode oferecer ou garantir a mirífica perfeição dos textos legais, e, a norma penal, como toda norma jurídica, não pode prescindir do processo exegético, tendente a explicar-lhe o verdadeiro sentido, o justo pensamento, a real vontade, a exata razão finalística, quase nunca expressos com todas as letras3, uma vez que o legislador não é, e nunca será, um implacável e invencível tradutor dos reais anseios e necessidades da sociedade. Neste sentido, a justa advertência de Basileu Garcia: a interpretação é necessária. Não se pode desconhecer a utilidade de uma tarefa mental que vise proporcionar o exato entendimento da lei. Nem sempre esta se apresenta clara, e, mesmo quando se mostre simples nos seus termos, podem surgir dúvidas quanto ao seu alcance. O que ela abrange imediatamente, às vezes, não é tudo quanto pode incidir na sua esfera de ação 4 (g. n.). A interpretação, que é um processo lógico de averiguação da vontade contida na norma5, pode ser classificada com pertinência ao sujeito que a realiza, ao meio empregado ou ao resultado obtido. Uma das formas destacadas de interpretação é a autêntica, em que o próprio legislador, no texto da mesma lei ou por intermédio de outro diploma legal, desvenda o conteúdo da norma interpretada.

Debruçamo-nos agora com um dos objetivos destas argumentações, qual seja, estudarmos a possibilidade de que, no caso dos convocados à matrícula nos Tiros-de- Guerra, a Lei do Serviço Militar interprete, de forma autêntica, o artigo 183 do CPM. Em verdade, indigitada Lei, de nº 4.375/64, dispõe, em flagrante, claro e indisfarçavel esforço hermenêutico, que: Art. 25. O convocado selecionado ou designado para incorporação ou matrícula, que não se apresentar à Organização Militar que lhe for designada, dentro do prazo marcado ou que, tendo-o feito, se ausentar antes do ato oficial de incorporação ou matrícula, será declarado insubmisso. Parágrafo Único. A expressão convocado à incorporação constante do Código Penal Militar (art. 159), aplica-se ao selecionado para convocação e designado para a incorporação ou matrícula em Organização Militar, à qual deverá apresentar-se no prazo que lhe for fixado (g. n.). A exegese, a meu ver, aflora ululante a indicar que as expressões incorporação e matrícula, para os fins a que se destina a norma contida no artigo 183 do Código Penal Militar, se equivalem. Ademais, a Lei do Serviço Militar, como visto, não diferencia entre matrícula em Organização Militar da ativa ou da reserva, distinção existente, tão somente, no Decreto nº 57.654, instrumento normativo inábil para instaurar originariamente qualquer dever ou obrigação. Em conseqüência, há perfeita adequação típica da conduta do convocado à matrícula em Tiro-de-Guerra que não comparece ao chamado da Administração Militar com o referido preceito legal, sem nenhuma afronta, portanto, ao princípio da reserva legal. Por outro lado, à lei deve ser conferida, ainda, interpretação lógica, sistemática, em que o aplicador do direito objetiva identificar a voluntas legis em consonância com o sistema particular em que a norma se acha integrada, verificando-se, inclusive, a influência de outros dispositivos legais pertinentes. De acordo com Hungria, a interpretação lógica ou teleológica consiste na indagação da vontade ou intenção realmente objetivada na lei e para cuja revelação é muitas vezes insuficiente a interpretação gramatical. Pode mesmo dizer-se que, quase

sempre, para elucidação do sentido da lei, a interpretação gramatical tem de conjugar-se com a interpretação lógica. Se há contraste entre uma e outra, a última é que deve prevalecer, pois, de outro modo, estaria a forma subvertendo o fundo. Cumpre ter em mira, antes de tudo, o escopo prático, a razão finalística da lei (ratio legis), que é alcançada ou reconhecível pela consideração do interesse ou bem jurídico que a lei visa tutelar (...), perquirindo-se toda a respectiva disciplina jurídica, a fim de que se possa descobrir e entender com exatidão a voluntas legis6 (g. n.). Cabe-nos, destarte, indagar qual a vontade do legislador emanada do artigo 183. Em primeiro lugar, deve-se analisar a colocação topográfica do delito de insubmissão no Código Penal Militar. Sobre o tema pertinente à classificação dos crimes e a técnica legislativa em matéria penal, não se pode perder de vista a sistemática adotada pelo legislador pátrio que, historicamente e por razões de hermenêutica, adotou o critério do bem-interesse tutelado ou objetividade jurídica. Neste particular, considerando que o Código Penal Militar tem alma e razão, em palco as judiciosas palavras do Ilustrado Professor E. Magalhães Noronha7: Dividem-se, então, os Códigos modernos em duas partes: a Geral e a Especial. Aquela contém os princípios e regras gerais que dizem respeito ao crime, à imputabilidade, à pena, à medida de segurança etc., dando a característica da lei penal e o modo de sua atuação. Após essa disciplina ampla do crime, como pressuposto, e da pena, como conseqüência, apresentam os Códigos a Parte Especial, integradas pelos delitos considerados pelo legislador. Há tipificação. São os crimes definidos em fórmulas sintéticas, precisas e unitárias, constituindo tipos, aos quais a conduta do sujeito ativo se deve ajustar. Não basta, entretanto, a tipificação. As leis, em regra, distribuem sistematicamente os tipos, agrupados em títulos, que se subdividem em capítulos. É a classificação dos delitos. Os títulos são integrados por figuras delituosas que ofendem determinado bem, mas que se reúnem em capítulos ou subdivisões, conforme a fragmentação do bem jurídico, a semelhança dos tipos. A classificação sistemática dos delitos é uma necessidade real. A importância da classificação dos crimes, para a sua exegese, é coisa de que não se pode duvidar. A classificação sistemática dos delitos é um dos mais sólidos elementos com que pode contar a hermenêutica. Sem ela, o intérprete mover-se-ia com indecisão e incerteza, na busca do

bem tutelado, objeto de interpretação finalística ou teleológica, de todas a mais importante. Dos critérios aventados para a classificação dos crimes, é o do bem-interesse tutelado o melhor. (destacamos). O crime de insubmissão inaugura o Título III, do Livro I, da Parte Especial do Código Penal Militar, que trata dos crimes contra o SERVIÇO MILITAR e o dever militar. Por consegüinte, tutela a observância dos deveres e obrigações do cidadão para com o serviço d armas, notadamente com relação àqueles que, após seleção, foram designados para a prestação do serviço militar obrigatório, em diferentes órgãos e de variadas formas. Não se pode, portanto, negar que a falta de comparecimento do candidato selecionado e designado para a prestação de sua obrigação constitucional em um Tiro-de- Guerra não seja lesivo ao bem jurídico sob escolta do artigo 183 do CPM: o serviço militar. Entendemos, desta forma, que a incriminação do designado para matrícula em Tirode-Guerra pela prática do crime de insubmissão não ofende ao princípio da legalidade, haja vista que mostra-se possível e aplicável a interpretação do artigo 183 do Código Penal em estrita harmonia com a finalidade que inspirou o legislador e o bem jurídico objetivamente considerado, além do que, a Lei nº 4.375 assemelhou incorporação e matrícula. * Promotor da Justiça Militar Disponível em:< http://www.cesdim.org.br/temp.aspx?paginaid=130> Acesso em.: 01 out 2007