BETINA TRIEGER GRUPENMACHER MESTRE EM DIREITO TRIBUTÁRIO PELA PUC/SP; DOUTORA EM DIREITO TRIBUTÁRIO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; PÓS-GRADUADA PELA UNIVERSIDADE DE SALAMANCA, NA ESPANHA, PÓS-GRADUADA PELA UNIVERSIDADE AUSTRAL, NA ARGENTINA; PROFESSORA DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO (MESTRADO E DOUTORADO) EM DIREITO TRIBUTÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; ADVOGADA.
EXCLUSÃO DE EMPRESAS DO REFIS DA CRISE BETINA TREIGER GRUPENMACHER
EXCLUSÃO DE EMPRESAS DO REFIS DA CRISE 3
EXCLUSÃO DE EMPRESAS DO REFIS DA CRISE ART. 3º, I DA CF: OBJETIVO DA SOCIEDADE BRASILEIRA CONSTRUIR UMA SOCIEDADE LIVRE, JUSTA E SOLIDÁRIA" 4 LEIS TRIBUTÁRIAS MATERIALMENTE JUSTAS
EXCLUSÃO DE EMPRESAS DO REFIS DA CRISE CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1824- ART. 179, ITEM 16 FICAM ABOLIDOS TODOS OS PRIVILÉGIOS QUE NÃO FOREM ESSENCIAL E INTEIRAMENTE LIGADOS AOS CARGOS POR UTILIDADE PÚBLICA ART. 150, II DA CF/88 VEDA O TRATAMENTO ANTIISONÔMICO 5
EXCLUSÃO DE EMPRESAS DO REFIS DA CRISE LEI 11. 941/2009- REFIS DA CRISE PARCELAMENTO INCENTIVADO DÉBITOS FEDERAIS 1)SOLICITAÇÃO DE INCLUSÃO DE DÉBITOS 2)DESISTÊNCIA DE AÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVOS 3)PAGAMENTO DE PARCELA MÍNIMA MENSAL A PARTIR DA ADESÃO 6
EXCLUSÃO DE EMPRESAS DO REFIS DA CRISE DA PORTARIA CONJUNTA PGFN/RFB Nº 06 Art. 15. Após a formalização do requerimento de adesão aos parcelamentos, será divulgado, por meio de ato conjunto e nos sítios da PGFN e da RFB na Internet, o prazo para que o sujeito passivo apresente as informações necessárias à consolidação do parcelamento. 1º Somente poderá ser realizada a consolidação dos débitos do sujeito passivo que tiver cumprido as seguintes condições: I - efetuado o pagamento da 1ª (primeira) prestação até o último dia útil do mês do requerimento; e II - efetuado o pagamento de todas as prestações previstas no 1º do art. 3º e no 10 do art. 9º.(Redação dada pela Portaria PGFN/RFB nº 2, de 3 de fevereiro de 2011) 2º No momento da consolidação, o sujeito passivo que aderiu aos parcelamentos previstos nesta Portaria deverá indicar os débitos a serem parcelados, o número de prestações e os montantes de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL a serem utilizados para liquidação de valores correspondentes a multas, de mora ou de ofício, e a juros moratórios. 7
EXCLUSÃO DE EMPRESAS DO REFIS DA CRISE ART. 15 3º DA PORTARIA CONJUNTA PGFN/RFB Nº 06 3º O sujeito passivo que aderiu aos parcelamentos previstos nesta Portaria que não apresentar as informações necessárias à consolidação, no prazo estipulado em ato conjunto referido no caput, terá o pedido de parcelamento cancelado, sem o restabelecimento dos parcelamentos rescindidos, em decorrência do requerimento efetuado 8
EXCLUSÃO DE EMPRESAS DO REFIS DA CRISE JOEL PACIORNIK A Antecipação da tutela recursal "Ao que consta dos autos, a agravante teve a opção de parcelamento cancelada em face da ausência de prestação das informações previstas no art. 15 da Portaria PGFN/SRF n. 06/2009. (...)(...)Ocorre, todavia, que, a contribuinte optou, desde o início, pela inclusão da totalidade dos seus débitos para com a Receita Federal do Brasil e para com a Fazenda Nacional no parcelamento da Lei n. 11.941/09, tendo, inclusive confirmado tal opção em 08.06.2011. Dessarte, a ausência de prestação das informações complementares não poderia, a meu ver, implicar a exclusão do parcelamento se todas as parcelas foram pagas em dia. Deveras, tenho que se revelaria excessivo formalismo impedir a agravante de exercer o seu direito de gozo ao benefício da Lei nº 11.941/09 quando formulou tempestivamente a adesão e a inclusão de todos os seus débitos, tendo procedido ao recolhimento de todas as parcelas em tempo oportuno. 9
ERRO DE SISTEMA DA RFB/PGFN MODALIDADE CORRETA FATOS: 1) Entidade educacional, sem fins lucrativos, possuia débitos previdenciários inscritos em Dívida Ativa e que são objeto de Execução Fiscal. 2) Houve adesão ao parcelamento em 2009, na modalidade Débitos Previdênciários PGFN não parcelados anteriormente, previsto no artigo 1º da Lei nº 11.941/2009. 3) A entidade fez declaração de inclusão da totalidade dos débitos e manteve pagamento regular das parcelas. 4) Por ocasião da consolidação, em 2011, referidos débitos não apareceram no sistema da RFB/PGFN, pois eram considerados parcelados anteriormente (Refis), cuja modalidade correta era a do parcelamento previsto no artigo 3º da Lei nº 11.941/2009. 5) A consolidação foi realizada tempestivamente, mas apenas com outros débitos relacionados. 10
ERRO DE SISTEMA DA RFB/PGFN MODALIDADE CORRETA Pedido de Revisão: PGFN em Curitiba/PR 1)Foi demonstrado que o débito previdenciário jamais fora objeto de parcelamento anterior. 2)Trata-se de erro de fato decorrente de equívoco de informação no próprio sistema da Receita Federal. 3)Opção de parcelamento ( modalidade ) contribuinte, nos termos da Lei nº 11.941/2009. corretamente eleita pelo 4)Boa-fé do contribuinte, que não pode ser penalizado por erro da ferramenta de operação do parcelamento. 5)Pedido de Revisão deferido para o fim de determinar administrativamente a inclusão do débito em questão no parcelamento da Lei nº 11.941/2009. 11
EXCLUSÃO DO PROGRAMA PERDA DO PRAZO PARA CONSOLIDAÇÃO FATOS: 1) Em 2009, determinada empresa fez adesão ao parcelamento da Lei nº 11.941/2009. 2) Fez tempestiva indicação da totalidade dos débitos a ser incluído no parcelamento. 3) Desde 2009, realizou fiel pagamento das parcelas mensais. 4) Não promoveu a consolidação do parcelamento no período estabelecido pela RFB/PGFN. 5) Em consequência, a empresa foi excluída do Programa de Parcelamento, sob argumento de ter deixado de cumprir o prazo na forma exigida pela Portaria Conjunta PGFN/SRF nº 6/2011. 12
EXCLUSÃO DO PROGRAMA PERDA DO PRAZO PARA CONSOLIDAÇÃO Poder Judiciário: Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP) 1ª Turma (...) não há notícia de que a recorrente não viesse cumprindo com as obrigações financeiras para com o referido programa, o que em um primeiro momento demonstra que não haveria prejuízo de ordem material para a Receita Federal com a concessão da medida. Acrescente-se que (...) o descumprimento de requisitos meramente formais, impostos por atos infralegais, poderiam ser relativizados a fim de reintegrar o contribuinte ao programa de parcelamento em observância aos princípios da legalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade. TRF1: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PARCELAMENTO FISCAL. CONFIRMAÇÃO DO PARCELAMENTO NÃO EFETIVADA EM PRAZO IMPOSTO EM NORMA INFRALEGAL. REQUISITO MERAMENTE FORMAL. PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. (...) 13
MIGRAÇÃO DE PARCELAMENTO ERRO DE SISTEMA VALOR DA PARCELA FATOS: 1) Em 2009, uma indústria de alimentos fez adesão ao parcelamento da Lei nº 11.941/2009, na modalidade migração de parcelamento anterior. 2) Feita adesão, começou a pagar parcelas mensais, nos termos do artigo 3º, 1º, Lei nº 11.941/2009 (mínimo de 85% da parcela anterior) 3) A RFB/PGFN definiu que, no período de 7 a 30 de junho de 2011, as empresas que haviam transferido débitos de outros parcelamentos deveriam prestar informações para a consolidar os débitos incluídos no Refis. 4) Ao entrar no sistema da Receita para realizar o procedimento, porém, verificou que os valores pagos até então, bem como os descontos previstos na Lei nº 11.941/2009, não estavam registrados. 5) Enquanto tentava corrigir esses dados na esfera administrativa, no posto fiscal da Receita, a empresa foi excluída do programa em razão da ausência do pagamento tempestivo da parcela consolidada. 14
MIGRAÇÃO DE PARCELAMENTO ERRO DE SISTEMA VALOR DA PARCELA Poder Judiciário: Justiça Federal de Curitiba/PR 4ª Região (...) a empresa vem efetuando corretamente os recolhimentos desde sua inclusão no REFIS, donde se conclui não restar caracterizada a má-fé na intempestividade do recolhimento da parcela relativa ao mês de junho/2011, sendo ao que tudo indica gerada por dificuldades em operar o sistema. (...) Nesse contexto, e diante de tudo o que foi dito, entendo que, neste momento inicial, deve ser acolhida a alegação da impetrante de que a medida adotada pela administração fiscal foi desproporcional, principalmente se considerado o objetivo primeiro do programa que é a regularidade dos créditos fiscais. 15
DEPÓSITO JUDICIAL E PAGAMENTO A VISTA BENEFÍCIOS DA LEI 11.941/09 FATOS 1) O contribuinte realizou depósitos judiciais, com a finalidade de suspender a exigibilidade do crédito tributário, objeto de ação declaratória de inexistência de relação tributária. 2) Ao final, foi julgada improcedente a ação e transitou em julgado. 3) Antes da conversão em renda dos depósitos efetuados ao longo da lide, sobreveio a Lei nº 11.941/2009, que autorizou o pagamento à vista, com amortização de juros e multas, inclusive com a utilização de depósitos. 4) O contribuinte requereu a aplicação do benefício para pagamento a vista, com o levantamento da diferença em seu favor, relativamente aos juros embutidos na SELIC. 16
DEPÓSITO JUDICIAL E PAGAMENTO A VISTA BENEFÍCIOS DA LEI 11.941/09 CONTROVÉRSIA: 1) Possibilidade de fruição dos benefícios instituídos pela Lei nº 11.941/2009, tendo havido trânsito em julgado em 2008. 2) Possibilidade de levantamento da diferença, pelo contribuinte, decorrente da amortização prevista na Lei nº 11.941/2009 para pagamento a vista em relação aos juros aplicados aos depósitos judiciais. 17
DEPÓSITO JUDICIAL E PAGAMENTO A VISTA BENEFÍCIOS DA LEI 11.941/09 Poder Judiciário: Tribunal Regional Federal da 4ª Região AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. DEPÓSITO JUDICIAL. CONVERSÃO EM RENDA. REDUÇÕES DO ART. 1, 3, DA LEI N. 11.941/09. POSSIBILIDADE. 1. O contribuinte não pode ser impedido de pagar os débitos em conformidade com a Lei nº 11.941/09, eis que a referida norma autoriza expressamente a utilização de depósitos vinculados aos débitos para pagamento da dívida tributária. Como os valores depositados ainda não foram convertidos em renda para a União podem ser aproveitados para o pagamento. 2. Vislumbra-se ilegalidade no artigo 32 da Portaria Conjunta nº 10/2009, quando condiciona o pagamento do débito discutido na ação principal à inexistência de trânsito em julgado da ação, pois restringiu, via norma de inferior hierarquia, o direito disposto no artigo 10 da mencionada lei. 3. (...) 4. As reduções oportunizadas pelo legislador (art. 1º, 3º, da Lei nº 11.941) devem incidir sobre valores decorrentes da incidência da Taxa Selic nos depósitos judiciais. Precedentes 18
DEPÓSITO JUDICIAL E PAGAMENTO A VISTA BENEFÍCIOS DA LEI 11.941/09 Poder Judiciário: Tribunal Regional Federal da 4ª Região (...) impõe-se permitir a consolidação dos valores com as reduções previstas no art. 1, 3º, inciso I, da Lei n 11.941/09, no que se refere aos depósitos que abrangeram valores decorrentes da incidência da Taxa Selic na conta vinculada ao processo judicial, eis que restou consolidado pela jurisprudência que a SELIC, prevista nas Leis nºs 9.065/95, 9.250/95 e 9.430/96, é um índice composto pela taxa de juros de mora e pela variação inflacionária do período. Assim, ela abrange tanto a recomposição do valor da moeda como os juros moratórios. Aliás, é por tal razão que afasta a aplicação cumulativa de qualquer outro indexador ou taxa de juros (AC 200772040025940, Relator Joel Ilan Paciornik, 1ª Turma, D.E. 19/01/2010; APELREEX 200871020024141, Rel. Artur César De Souza, 2ª Turma, D.E. 09/12/2009). 19
DEPÓSITO JUDICIAL E PAGAMENTO A VISTA BENEFÍCIOS DA LEI 11.941/09 Poder Judiciário: Superior Tribunal de Justiça REsp 1251513 Min. Mauro Campbell Marques Segunda Turma 1) Da possibilidade de remissão anistia de créditos tributários objeto de ação judicial já transitada em julgado. (...) se o pagamento por parte do contribuinte ou a ordem para a transformação em pagamento definitivo somente ocorre depois de encerrada a lide, o crédito tributário tem vida após o trânsito em julgado que o confirma. Se tem vida, pode ser objeto de remissão e ou anistia neste ínterim (entre o trânsito em julgado e a ordem para transformação em pagamento definitivo, antiga conversão em renda) quando a lei não exclui expressamente tal situação do seu âmbito de incidência. 20
DEPÓSITO JUDICIAL E PAGAMENTO A VISTA BENEFÍCIOS DA LEI 11.941/09 Poder Judiciário: Superior Tribunal de Justiça REsp 1251513 Min. Mauro Campbell Marques Segunda Turma 1) Da impossibilidade de se devolver ao contribuinte a diferença entre os juros que remuneram o depósito e os juros moratórios não remitidos. (...) Os juros que remuneram o depósito (juros remuneratórios e não moratórios) não são os mesmos juros que oneram o crédito tributário (estes sim juros de mora). (...) Nada disso significa que quando a lei remite juros de mora insertos dentro da composição do crédito tributário esteja a determinar o resgate de juros remuneratórios incidentes sobre os depósitos judiciais feitos para suspender a exigibilidade desse mesmo crédito tributário 21
MUITO OBRIGADA!!!!