Superando as Barreiras Regulatórias para Comercialização de Eletricidade pelas Usinas do Setor Sucroenergético. 23 de agosto de 2017

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Transcrição:

Superando as Barreiras Regulatórias para Comercialização de Eletricidade pelas Usinas do Setor Sucroenergético 23 de agosto de 2017

MW médios contratados R$/MWh (atualizados pelo IPCA) Instabilidade do preço-teto nos leilões de contratação do ACR Falta de previsibilidade afugenta investidores para o desenvolvimento de projetos 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 - LER- 2010 LFA/2 010 3/201 1 LER/2 011 1 2 3 Qdade Contratada 168 22 58 23 18-134 - 69-90 - 67 37 15 29 Preço Teto 239 256 199 209 157 148 179 159 180 160 248 201 242 316 240 258 RF Máxima 237 212 153 145 146 173 180 257 255 305 248 264 RF Mínima 205 212 146 136 137 170 169 239 239 229 248 206 RF Média 224 212 149 142 172 173 248 247 267 248 229 3/201 3 3 3/201 4 4 LER/2 014 LFA/2 015 5 variações de até 30% 320 PROPOSTA de preço-teto do leilão de (1+x) vezes o preço médio de comercialização do leilão anterior de mesma fonte 3/201 5 6 280 240 200 160 120

Falta planejamento de longo prazo para a contratação de bioeletricidade não estimula ciclo virtuoso na cadeia de produção 600 567 500 Quantidade de energia contratada de usinas a biomassa nos leilões (MW médios) 400 300 374,8 309,7 200 100 0 70 61 02º 03º 140 01º LFA 01º LER 35 07º 10 08º 168,3 03º LER 22,3 02º LFA 58,1 12º 38,3 04º LER 18 13º 16º 84,2 18º 20º 67,2 78,5 03º LFA 21º 20,7 22º 81,5 23º 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2013 2014 2015 2016 BIOELETRICIDADE, como qualquer indústria, precisa de sinais econômicos corretos de longo prazo. PROPOSTA de meta de contratação ANUAL

Contrato lastro reconhecendo as externalidades energética da biomassa; REC para reconhecer externalidades socioambientais da bioeletricidade As duas primeiras Propostas estão ancoradas no contexto de valoração dos atributos de cada fonte, cujo parágrafo 3.76 da NOTA TÉCNICA Nº 7/AEREG/SE bem resume a intenção, sendo abaixo reproduzido: 3.76: As diretrizes para a contratação de lastro também podem ser ferramentas importantes para consideração dos atributos das fontes de energia, permitindo a valoração adequada da contribuição de cada empreendimento ao sistema e a consequente redução de subsídios. Ou seja, a separação de lastro e de energia pode substituir estruturas de incentivo disfuncionais, favorecer a homogeneização do produto energia e trazer racionalidade para a valoração de externalidades dos empreendimentos, incluindo a definição de produtos que permitam internaliza-las e criar um mercado para os mesmos. A valoração da externalidade é, evidentemente, condicionada à existência de ferramentas, inclusive computacionais, que permitam que as mesmas sejam calculadas de forma não enviesada pelos órgãos competentes. Posto isto, as duas primeiras propostas são: 1. Melhor Reconhecimento (precificação) do sinal locacional e perfil sazonal de geração da biomassa nos montantes de lastro a serem definidos, entre outros atributos elétricas de fontes termelétricas. 2. Aproveitando a proposta de separar os contratos de lastro e energia, abrir em mais um contrato: REC - Renewable Energy Certificates.

Melhor Reconhecimento (precificação) do sinal locacional e perfil sazonal de geração da biomassa nos montantes de lastro a serem definidos, entre outros atributos elétricas de fontes termelétricas. Geração de Energia de Biomassa - MWm jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 Energia Armazenada - MWm 4.000 50.000 3.500 45.000 3.000 40.000 35.000 2.500 30.000 2.000 25.000 1.500 20.000 1.000 15.000 10.000 500 5.000 0 - Biomassa Hídrica Dada a fase ainda inicial de toda esta importante alteração do marco regulatório, o que o setor de bioeletricidade solicita na atual conjuntura não é a definição imediata da metodologia de internalização destas externalidades, mas que seja sinalizado pelo MME o reconhecimento destas externalidades, e o compromisso de que serão incorporadas aos contratos de lastro, respeitando todo o necessário processo de definição metodológica destes atributos. PROPOSTA : incorporar ao ICB adicional selo da TUST, assim como parcela paga pelo consumidor

Aproveitando a proposta de separar os contratos de lastro e energia, abrir em mais um contrato: REC - Renewable Energy Certificates Baixa emissão de gases causadores do efeito estufa Geração de Empregos LASTRO ENERGIA ELETRICIDADE Além da proposta de internalização dos atributos energético da bioeletricidade ao lastro, propõe-se internalizar as externalidades socioambientais da bioeletricidade, incorporando à proposta do novo modelo o produto REC (Renewable Energy Certificates) a partir do desmembramento do contrato de energia, além do próprio lastro. REC

Chamadas públicas de GD inoperantes VR ($/MWh) insuficiente, contratação imitada ao mercado da distribuidora que a central estiver conectada PROPOSTA: Cotas e REC

Propostas para fomentar biomassa além dos leilões: Cotas e os Certificados Verdes Combinação de Cotas com Certificados e FIP tem se mostrado tendência nos Eua e Europa

Propostas para os leilões de contratação de energia do ACR Diferenciação dos biocombustíveis Para adição de outro biocombustível ao bagaço (palha, por exemplo) nos leilões do ACR, a proposta é de que cada combustível extra que se pretenda utilizar passe a ser tratado com uma ampliação e, neste caso, a geração poderia ser flexível. De forma análoga ao que acontece com as UTE s à gás natural liquefeito (GNL), a usina passaria a ter Custo Variável Unitário (CVU) do bagaço e CVU da palha. Assim, para os cálculos do Índice Custo Benefício (ICB), para fins de participação nos leilões, cada adição teria caráter de ampliação, com garantia física e CVU específicos. Teriam também ICB s específicos (um ICB para cada combustível, o que significaria lances específicos nos leilões). Por exemplo, uma usina hipotética cadastraria para o leilão 20 MW médios empregando-se o bagaço como combustível, acompanhando o período da safra, e 5 MW médios poderiam estar à disposição do Sistema, utilizando-se de uma biomassa adicional (palha, p.e.), desde que haja um planejamento de um despacho mensal antecipadamente. Despacho antecipado: O despacho da Garantia Física associada ao uso de biomassa adicional (p.ex. a palha) como combustível seria feito de forma antecipada, assim como já acontece com o GNL, para efeito definido pelo período de safra ou entressafra, com antecedência suficiente para a programação da usina (proposta que seja feito o despacho do período da safra em março de cada ano). E, de forma a melhor retratar as características operacionais da queima da palha (ou serragem), o prazo dos contratos deve ser em múltiplos de 5 anos para a palha, mantendo-se os 20-25 anos para o bagaço.

Propostas para fomentar biomassa além dos leilões Mudança na contratação de Geração Distribuída pelas Distribuidoras: A Distribuidora teria cota mínima compulsória de contratação de GD, e a ANEEL passaria a ser responsável pela organização e promoção das chamadas públicas, com produtos específicos, sendo um para fonte biomassa. Sendo ainda que, a Distribuidora poderia contratar fonte localizada em seu submercado, deixando de limitar à sua área de concessão. O valor pago aos geradores, VR Valor de Referência, passaria a ser por fonte, com um VR próprio para a biomassa VRBIO. Para projetos de até 30 MW, propõe maior abrangência do VRES (Valor de Referência Específico), incluindo a biomassa, com segmentação por combustível: palha, biogás, RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), etc.

Biomassa não convencional (palha ou biogás): adicionar elementos de mercado ao incentivo por preço Esta proposta está alinhada ao princípio de gradual substituição do desconto na tarifa fio por um prêmio ( 3.111 NOTA TÉCNICA Nº 7/AEREG/SE, abaixo reproduzido: 3.111. Assim, a primeira dimensão da proposta é alterar a sistemática de incentivo. Em vez de descontos nas tarifas de rede incidentes na produção e no consumo, prevê-se o pagamento de um prêmio de incentivo associado à energia fisicamente produzida por cada empreendimento incentivado. Para quem já possui outorga, permite-se a adesão a esse novo modelo. A vinculação à quantidade fisicamente produzida, ainda que não observe o benefício temporal ou espacial da geração, é ao menos um incentivo à produtividade e à eficiência dos equipamentos. Com a implantação das medidas de valoração de atributos e externalidades e a melhor representação do preço, essa disfuncionalidade ainda presente no prêmio seria superada. A proposta assim é de que este prêmio indicado em 3.111, para fontes de biomassa não convencionais, tais como eletricidade da palha ou do biogás, seja o prêmio do modelo de feed-in premium, que mescla elementos de mercado com prêmio pela externalidade positiva da fonte. O prêmio pode ser fixo, flutuante, ou com limites, mas esta em linha com os princípios da CP33. FIP - Prêmio Fixo FIP - Prêmio Flutuante FIP - Cap and Floor com prêmio fixo Preço de mercado Prêmio Preço de mercado Prêmio Preço de mercado Prêmio Piso Teto

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