Fundamentação: artigo 201, inciso IV, da CF, art. 80 da Lei 8.213/91, art. 116 e 119, do Decreto 3.048/99, art. 381 a 395, da IN INSS/PRES 77/2015. Definição: É o benefício previdenciário devido aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão que não estiver recebendo remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria.
Certidão do efetivo recolhimento à prisão: o requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação de declaração de permanência na condição de presidiário.
Normas relacionadas à pensão por morte: são aplicáveis ao auxílio-reclusão. A baixa renda (EC 20/98) é de quem? A baixa renda deve ser do segurado (RE 587.365 e no RE 486.413).
Critério para fins de estabelecimento da baixa renda: de acordo com a Portaria Interministerial MF nº 08, de 13/01/2017, até R$ 1.292,43. Relativização do critério objetivo: possível! (STJ, REsp 1.479.564/SP e Processo 0001546-77.2014.4.03.6306, da Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais de São Paulo).
Regime prisional: o auxílio-reclusão é devido apenas durante o período em que o segurado estiver recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto. Exercício de atividade remunerada pelo segurado: não deve acarretar na perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus dependentes.
Atestado de permanência do segurado detido ou recluso: o beneficiário deverá apresentar trimestralmente atestado de que o segurado continua detido ou recluso, firmado pela autoridade competente. Fuga: no caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado.
Maior de 16 e menor de 18 anos de idade que se encontre internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do Juizado da Infância e da Juventude: equipara-se à condição de recolhido à prisão, para fins de concessão do auxílio-reclusão. Prisão domiciliar: o cumprimento de pena em prisão domiciliar não impede o recebimento do benefício de auxílio-reclusão pelo(s) dependente (s), se o regime previsto for o fechado ou semiaberto.
Tornozeleira eletrônica : a monitoração eletrônica do instituidor do benefício de auxílio-reclusão não interfere no direito do dependente ao recebimento do benefício, uma vez que tem a função de fiscalizar o preso, desde que mantido o regime semiaberto ou a prisão domiciliar. Recebimento de outros benefícios: o segurado recluso, ainda que contribua como facultativo, não terá direito aos benefícios de auxílio-doença, saláriomaternidade e aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão, permitida a opção pelo benefício mais vantajoso.
Recebimento de benefício por incapacidade pelo segurado quando da prisão: caso o segurado, ao tempo da reclusão, seja recebedor de benefício por incapacidade, caberá a concessão do auxílioreclusão aos dependentes quando cessar o benefício. Filho nascido durante o recolhimento do segurado à prisão: terá direito ao benefício de auxílio-reclusão a partir da data do seu nascimento.
Realização do casamento ou constituição de união estável durante o recolhimento do segurado à prisão: o auxílio-reclusão não será devido, considerando a dependência superveniente ao fato gerador.
Realização do casamento ou constituição de união estável durante o recolhimento do segurado à prisão: o auxílio-reclusão não será devido, considerando a dependência superveniente ao fato gerador.
Estudo de caso 01 Segurado (empregado), casado há 03 anos, com 05 anos de tempo de contribuição, preso após 11 meses de desemprego. Último salário-de-contribuição de R$ 2.000,00. Sua esposa, hoje com 45 anos de idade, requer ao INSS a concessão de auxílio-reclusão, pedido este que é indeferido, sob a alegação de que o valor do último saláriode-contribuição (11 meses atrás) seria superior ao valorlimite de R$ 1.212,64, na forma da Portaria Interministerial MTPS-MF nº 1/2016 e do art. 80, da Lei 8.213/91. Como advogado previdenciarista, apresente a sua solução para o caso.
Estudo de caso 01 - Solução Delimitação da discussão: a questão jurídica em discussão diz respeito à definição do critério de rendimentos ao segurado recluso em situação de desemprego ou sem renda no momento do recolhimento à prisão. Na forma dos arts. 201, inciso IV, da CF e 80 da Lei 8.213/91 o auxílio-reclusão consiste na prestação pecuniária previdenciária de amparo aos dependentes do segurado de baixa renda que se encontra em regime de reclusão prisional.
Estudo de caso 01 - Solução O Estado, através do RGPS, no caso, entendeu por bem amparar os que dependem do segurado preso e definiu como critério para a concessão do benefício a baixa renda. O critério econômico da renda deve ser constatado no momento da reclusão, pois nele é que os dependentes sofrem o baque da perda do seu provedor.
Estudo de caso 01 - Solução O art. 80, da Lei 8.213/91, expressa que o auxílio-reclusão será devido quando o segurado recolhido à prisão não receber remuneração da empresa. Da mesma forma o 1º, do art. 116, do Decreto 3.048/99 estipula que é devido auxílioreclusão aos dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado.
Estudo de caso 01 - Solução Os requisitos para a concessão do benefício devem ser verificados no momento do recolhimento à prisão, em observância ao princípio tempus regit actum. Posicionamento do STJ: este foi o posicionamento firmado pelo STJ quando do julgamento do REsp 1.480.461/SP, de relatoria do Ministro Herman Benjamin (2ª Turma) julgado em 23.09.2014 (DJe 10.10.2014).
Estudo de caso 02 Requerimento de auxílio-reclusão é indeferido pelo INSS sob a alegação de que o trabalhador preso não preenchia o pressuposto da baixa renda. Naquele mês o salário do segurado foi elevado em razão do recebimento de horas extras. Como advogado previdenciarista, analise o caso.
Estudo de caso 02 - Solução Baixa renda: do preso e não do dependente, conforme decidido pelo STF no RE 587.365 e no RE 486.413. Delimitação da discussão: flexibilização do critério econômico. Saída: a jurisprudência vem admitindo a flexibilização do critério econômico para direito ao benefício, ainda que o salário de contribuição do segurado supere o valor fixado como critério de baixa renda no momento da reclusão, a fim de que a aplicação da norma alcance a proteção social almejada.
Estudo de caso 02 - Solução Resumo da tese: as particularidades do caso indicam a necessidade de flexibilização do critério econômico, uma vez que o último salário-decontribuição do preso considerado para fins de aferição da baixa renda foi acrescido de verbas que elevaram o valor da remuneração exclusivamente daquele mês. Precedentes importantes: STJ, REsp 1.479.564/SP e Processo 0001546-77.2014.4.03.6306, da Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais de São Paulo.