Diário da Justiça de 02/06/2006 09/05/2006 SEGUNDA TURMA RELATOR AGRAVANTE(S) AGRAVADO(A/S) : MIN. CELSO DE MELLO : ESCOELETRIC LTDA : MAURO LEITNER GUIMARÃES FILHO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS : MARIA DE FÁTIMA CARNEIRO BIANECK E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO VALIDADE JURÍDICO-CONSTITUCIONAL DO ARTIGO 31 DA LEI Nº 8.212/91, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.711/98 LEGITIMIDADE DA RETENÇÃO, PELO TOMADOR DE SERVIÇO, PARA FINS DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA, DO PERCENTUAL DE 11% SOBRE O VALOR BRUTO DA NOTA FISCAL OU DA FATURA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PRECEDENTE (PLENÁRIO) RECURSO IMPROVIDO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, 09 de maio de 2006. CELSO DE MELLO - PRESIDENTE E RELATOR
09/05/2006 SEGUNDA TURMA RELATOR AGRAVANTE(S) AGRAVADO(A/S) : MIN. CELSO DE MELLO : ESCOELETRIC LTDA : MAURO LEITNER GUIMARÃES FILHO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS : MARIA DE FÁTIMA CARNEIRO BIANECK R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Trata-se de recurso de agravo, tempestivamente interposto, contra decisão que conheceu e negou provimento ao recurso extraordinário deduzido pela parte ora recorrente. A decisão agravada, com fundamento na jurisprudência desta Corte, reconheceu a legitimidade da retenção, por parte do tomador do serviço, do percentual de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços, para fins de contribuição previdenciária. Inconformada com esse ato decisório, a parte ora agravante interpõe o presente recurso, postulando o conhecimento e o provimento do apelo extremo que deduziu (fls. 227/229). Por não me convencer das razões expostas, submeto, à apreciação desta Colenda Turma, o presente recurso de agravo.
RE 438.856-AgR / PR Supremo Tribunal Federal É o relatório.
09/05/2006 SEGUNDA TURMA V O T O O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Não assiste razão à parte recorrente, eis que a decisão agravada ajusta-se, com integral fidelidade, à diretriz jurisprudencial firmada pelo Supremo Tribunal Federal na matéria ora em exame. Com efeito, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 393.946/MG, Rel. Min. CARLOS VELLOSO (RTJ 193/766), confirmou a validade jurídico-constitucional do artigo 31 da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 9.711/98, reputando legítima a retenção, por parte do tomador do serviço, do percentual de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços, para fins de contribuição previdenciária. Ressaltou-se, no referido julgamento, que a norma em questão, ao alterar a forma de arrecadação e fiscalização do recolhimento das contribuições para a previdência, não criou, considerada a técnica da competência residual da União (CF, art. 154, I), novo imposto, não instituiu empréstimo compulsório (CF, art. 148), nem contemplou nova fonte de custeio para a Seguridade Social (CF, art. 195, 4º).
RE 438.856-AgR / PR Supremo Tribunal Federal Todos esses aspectos, Senhores Ministros, apreciados pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 393.946/MG, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, restaram consubstanciados em acórdão assim ementado: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL: SEGURIDADE. RETENÇÃO DE 11% SOBRE O VALOR BRUTO DA NOTA FISCAL OU DA FATURA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. Lei 8.212/91, art. 31, com a redação da Lei 9.711/98. I. Empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra: obrigação de reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida até o dia 2 do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, em nome da empresa cedente da mão-de-obra: inocorrência de ofensa ao disposto no art. 150, 7º, art. 150, IV, art. 195, 4º, art. 154, I, e art. 148 da CF. II. R.E. conhecido e improvido. (grifei) Sendo assim, tendo em consideração as razões expostas, nego provimento ao presente recurso de agravo, mantendo, em conseqüência, por seus próprios fundamentos, a decisão ora agravada. É o meu voto.
SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA RELATOR AGRAVANTE(S) AGRAVADO(A/S) : MIN. CELSO DE MELLO : ESCOELETRIC LTDA : MAURO LEITNER GUIMARÃES FILHO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS : MARIA DE FÁTIMA CARNEIRO BIANECK Decisão: A Turma, por votação unânime, negou provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, 09.05.2006. Presidência do Senhor Ministro Celso de Mello. Presentes à sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Subprocuradora-Geral da República, Dr. Sandra Verônica Cureau. Carlos Alberto Cantanhede Coordenador