CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Ordem de Vocação Hereditária: do de cujus: Quando o cônjuge sobrevivente concorre com os ascendentes Se concorrer com o sogro e a sogra, terá direito à 1/3. Se concorrer com o sogro OU com a sogra, terá direito a 1/2. Se concorrer com os avós do de cujus terá direito a 1/2. Previsão está no art. 1837 do C.C. Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau. 2-) Sucessão dos Colaterais: Os irmãos bilaterais herdam o dobro do que os unilaterais. Para melhor entender segue a baixo: 1
Morre Morre Homem 1 Mulher 1 Homem 1 Mulher 2 F 1 F2 F 3 F 4 F 5 40% 20% 20% 20% Morre 100 / 5 = 20% Leia o art. 1.840 o art. 1.841 e o art. 1.842 do C.C. Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos. Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais. Para poder herdar os mais próximos excluem os mais remotos. 2
2º grau colateral = irmãos 3º grau colateral = sobrinhos Irmãos 3º grau colateral = tios neto 4º grau colateral = primos, tio avô e sobrinho Sobrinhos inciso IV do C.C. Previsão está no art. 1.840 + art. 1.841 + art. 1.843 + art. 1.829, Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: IV - aos colaterais. Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos. Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais. Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios. 1 o Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça. 2 o Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles. 3
3 o Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual. 2-) Sucessão da União Estável: Sucessão na união estável, previsto no art. 1.790 do C.C. Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: Haverá direito a meação e sucessão. Não há sucessão nem meação quanto aos bens particulares. Se concorrer com filhos em comum, terá direito a quota equivalente, nos termos do art. 1.780, inciso I do C.C. I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; Se concorrer com descendentes só do de cujus, terá direito a metade do que couber, nos termos do art. 1.780, inciso II do C.C. II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lheá a metade do que couber a cada um daqueles; Se concorrer com outros parentes, terá direito a um terço da herança, nos termos do art. 1.780, inciso III do C.C. III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; 4
Se não existir parentes sucessíveis, terá direito a totalidade, nos termos do art. 1.780, inciso IV do C.C. IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. 3-) Indignidade, Deserdação e Renúncia: Indignidade está prevista no art. 1.814 do C.C. Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. Outro herdeiro juíza a ação declaratória de indignidade, o prazo é de 4 (quatro) anos a partir da morte, previsão art. 1.815, parágrafo único, do C.C. Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença. Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão. 5
Deserdação está prevista no art. 1.962 e art. 1.963 do C.C. Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. 6
A deserdação é feita pelo próprio autor da herança. A deserdação é feita por testamento. Herdeiro deserdado considera-se morto. Renúncia está prevista no art. 1.811 do C.C. Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça. 1.812 do C.C. Aceitação e renúncia são irrevogáveis, previsão está no art. Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança. 7
O herdeiro renunciante considera-se como se nunca existisse, assim, a parte dele vai para os herdeiros da mesma classe. e é irrevogável. A renúncia é feita por termo nos autos ou por escritura pública 4-) Sucessão Testamentária: a) Capacidade: Ativa: pessoa física a partir dos 16 anos, previsão está no art. 1.860, parágrafo único do C.C. Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos. Passiva: qualquer pessoa, só não pode deixar para animais. Ex: cachorro, porco, peixe, etc. b) Características: Personalíssimo; 8
É ato unilateral; Gratuito = não se pode barganhar, mas pode deixar ônus; Formal e solene; Revogável. c) Formas de testamento: Ordinário/ Público: Público = feito por escritura pública; Deve ter 2 testemunhas. É única forma que o cego pode fazer testamento, com mais 2 requisitos: deve ser lido o testamento em voz alto por 2 vezes. Ao analfabeto é possível fazer testamento através de instrumento público. É registrado no colégio notarial da região. Cerrado: 9
Secreto, costurado, colado com cera quente e batido o carimbo do cartório. Feita através da cédula testamentária que é o conteúdo do testamento. Após será lavrado o auto de aprovação, que é a certidão, na presença de 2 testemunhas. Será devolvido para o testador. Será realizada a abertura do testamento após a morte do testador, por um juiz de direito competente, mas antes será publicado no Diário Oficial. Se não fizer desta forma o testamento é NULO. Particular: É aquele que não tem nenhum registro, por isso é necessário haver 3 testemunhas. Se for datilografado ou digitado não pode haver espaços em branco e nem rasuras. 10
Após a morte, em ação de inventário, o testamento será publicado por edital. erga omnes. E após publicado o juiz homologa e terá validade com efeito ATENÇÃO: Em situação de emergência é possível fazer testamento, não precisa de testemunhas e deverá ser ratificado pelo juiz. a) Especiais: Aéreo: 11
É abordo de aeronave (em viagem) e em situação de emergência do testador. Deve ser feito perante o Comandante e com 2 testemunhas. Ficará registrado no Diário de bordo. Prazo decadencial é de 90 (noventa) dias, começando a fluir este prazo com a chegada do testador em terra firme. Marítimo: testador. É abordo de navio (em viagem) e em situação de emergência do Deve ser feito perante o Comandante e com 2 testemunhas. Ficará registrado no Diário de bordo. Prazo decadencial é de 90 (noventa) dias, começando a fluir este prazo com a chegada do testador em terra firme. Militar: Serve para os militares das Forças Armadas. 12
emergência. Em caso de missão ou guerra, ou seja, situações de Deverá ser feito perante um Oficial, com maior patente. Deverá ter 2 ou 3 testemunhas. o perigo. Prazo decadencial de 90 dias, começando a fluir quando cessou ATENÇÃO: Testamento Nunco Pativo ou In extremis ou In articulo mortis militar, não precisa ter o oficial presente basta ter 2 testemunhas. Previsto no art. 1.896 do C.C. Art. 1.896. As pessoas designadas no art. 1.893, estando empenhadas em combate, ou feridas, podem testar oralmente, confiando a sua última vontade a duas testemunhas. Parágrafo único. Não terá efeito o testamento se o testador não morrer na guerra ou convalescer do ferimento. Cláusulas Testamentárias: 13
Pura e simples: basta morrer o testador que os herdeiros poderão pleitear os bens. Condicional: precisa é algum requisito. E pode ser suspensiva e resolutiva. o bem. - Suspensiva: enquanto não implementar a condição não recebe - Resolutiva: recebe o bem, mas deve cumprir certa condição. Encargo ou modal: é um ônus que ocorre para que o herdeiro receba a herança. Ex: recebe imóvel para pagar pensão. Sub causa ou certa causa: em razão de uma causa. Ex: A deixou bem para B por que B salvou a vida de A. Termo: Inicial Ex die e final Ad diem. Substituição testamentária: 14
Vulgar ou ordinária: É a simples designação de um substituto. Recíproca: O testador nomeia dois ou mais herdeiros ou legatários e declara que são substitutos entre si. BONS ESTUDOS!!! Profa. Cristina Anita Schumann Lereno 15