PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO - IFMG



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Transcrição:

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO - IFMG Mapeamento Geográfico e Estatístico da área de influencia do Instituto Federal Minas Gerais- campus Governador Valadares: contexto atual e possibilidades Governador Valadares, 16 de fevereiro de 2011

1. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA Um dos grandes desafios do atual sistema educacional, dinâmico e complexo, é fazer com que os conhecimentos sejam apreendidos e utilizados como um instrumento de construção e compreensão do espaço, a fim de que este conhecimento possa se tornar uma ferramenta cotidiana no processo de apreensão e análise critica, bem como em um instrumento de capacitação tecnológica para o trabalho. E, para que tal educação seja alcançada e aplicada no cotidiano o papel das instituições de ensino, dentre elas os institutos federais, é essencial. No intervalo de pouco mais de 30 anos, o sistema de ensino superior brasileiro passou por expressivas mudanças em sua morfologia. No inicio dos anos 60, contava com cerca de uma centena de instituições, a maioria delas de pequeno porte, voltadas basicamente para atividades de transmissão de conhecimento, com um corpo docente fracamente profissionalizado. Esses estabelecimentos vocacionados para a reprodução de quadros da elite nacional, em geral cultivando um ethos e uma mística institucional, abrigavam menos de 100 mil estudantes, com predominância quase absoluta do sexo masculino. Tal quadro contrasta fortemente com a complexa rede de estabelecimentos constituída ao longo desses anos, portadora de formatos organizacionais e tamanhos variados. Esse sistema absorve hoje 2,1 milhões de alunos matriculados na graduação e aproximadamente 78 mil alunos nos cursos de pós-graduação stricto sensu, que cobre todas as áreas do conhecimento (MARTINS, 2000, p. 42). Mesmo diante desse quadro evolutivo da década de 1990, é sabido que durante o governo FHC a prioridade foi a Educação Fundamental em detrimento da Educação Técnica e Superior, sendo ainda visível a política deliberada de não investimento nas IES públicas e políticas de incentivo ao fortalecimento das IES privadas. Conforme Pires (2001, p. 25) esta atitude ocasionou a ampliação do quadro de exclusão educacional, no ensino universitário, de grande parcela da população trabalhadora. Apenas 11% da população com idade escolar, entre 19 e 24 anos, que estão cursando a universidade são beneficiados com os serviços prestados pelas IES. Segundo Schmidt, esta taxa de escolarizáveis pelo ensino superior: "... põe o Brasil muito abaixo de países como Estados Unidos, França, Coréia, Japão, Argentina, México, Uruguai, entre outros." (Schmidt et al. apud Pires, 2001, p. 25). Com o governo Lula a educação superior passou por uma reforma iniciada com o Decreto de 20 de outubro de 2003, que instituiu o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) encarregado de analisar a situação da educação superior brasileira e apresentar um plano de ação visando a reestruturação, desenvolvimento e democratização das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) (OTRANTO, 2012, p.1). Dentre as várias reformas propostas pelo GTI, as quais visam, dentre outras, assegurar maior acesso as instituições de ensino federais aos menos favorecidos, ou seja, a criação de uma política de democratização do acesso ao ensino superior ressalta-se a criação da educação profissional e a elevação dos Centros Federais de Educação Tecnológica a categoria de Instituições Federais de Ensino Superior. Sendo que, paralelo a esta ação também existiu e tem sido dado continuidade, no Governo Dilma Roussef, uma política de criação de novos institutos federais. Neste cenário de expansão da educação técnica e tecnológica, é criado pela Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008, mediante integração dos Centros Federais de Educação de Ouro Preto, de Bambuí e da Escola Agrotécnica de São João Evangelista, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), cuja reitoria foi instalada na capital de Minas Gerais. Pelo plano de expansão da educação profissional foram criados campus nos municípios de Congonhas, Formiga, Governador Valadares, Ouro Branco, Betim e Ribeirão das Neves além das unidades conveniadas em João Monlevade, Pompéu, Piumhi, Oliveira e Sabará (IFMG, 2012). O campus de Governador Valadares foi recentemente criado pelo Instituto Federal com o intuito de atender a uma demanda regional do Médio Rio Doce. Teve sua primeira aula magna inaugural proferida no dia 27 de abril de 2010 do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, com o objetivo de iniciar as atividades

acadêmicas. Atualmente o campus, única instituição federal da Microrregião de Governador Valadares, conta com dois cursos superiores, dois cursos técnicos integrados e um curso técnico subseqüente. A Microrregião de Governador Valadares, pertencente à Mesorregião do Vale do Rio Doce compreende um numero de vinte e cinco municípios, com uma população total de cerca de 410 mil habitantes (estimativas do IBGE, 2006). É uma região que possui como principais atividades econômicas aquelas ligadas ao setor agrícola e de serviços. Tal cenário de dinâmica econômica explica a dinâmica populacional regional conhecida nacionalmente pelas migrações ao exterior, principalmente Estados Unidos. É notável assim, a importância do estabelecimento de uma instituição de ensino federal na região, principalmente a fundamentada na educação técnica e tecnológica, pois parte-se da premissa de que o instituto estará gerando conhecimento para atender as necessidades e demandas locais e regionais, principalmente no que diz respeito a preparação de mão-de-obra qualificada e posterior melhoria da qualidade de vida dessa população. Desta forma, o acesso e a permanência no ensino superior representam possibilidades de melhores postos no mercado de trabalho e de ascensão social. Além disto, uma formação superior sólida, voltada para a cidadania participativa, é instrumento fundamental para a formação de massa crítica qualificada, indispensável para o alcance de desenvolvimento humano sustentável, com eqüidade e justiça social (PAULA, 2009, p. 69). Assim, observa-se pela caracterização da região onde fora instalado o campus, que será necessário uma continuidade na política de expansão para prosseguir o atendimento da demanda regional. E, tal política perpassa, dentre outros aspectos, pela necessidade de conhecer o publico alvo atual e o publico que se deseja atingir futuramente, pois ambas as informações contribuem para traçar o perfil e os objetivos que tem sido atingido e os que se deseja atingir pelo trabalho do campus na região. Por isso propõe-se uma pesquisa que visa mapear estatística e geograficamente o perfil dos atuais discentes do campus, bem como oferecer ferramentas aos seus gestores, por meio da pesquisa com a comunidade, para o estabelecimento de metas futuras, especificamente no que diz respeito aos novos cursos que deverão ser ofertados e em que municípios da microrregião o campus ainda deve ser conhecido por meio de propagandas, especialmente as do vestibular. O tratamento estatístico dos dados será realizado valendo-se de amostras coletadas tendo por base o objetivo de estudo, já que, em função da escala desses objetos, é impossível estudá-lo integralmente. Assim, o valor das variáveis é estimado (interpolado) para as porções não amostradas com base nos valores obtidos de amostras coletadas (MASSOM; CZAJKOWSKI, 1999). Tais variáveis, por sua vez, poderão ser visualizadas por meio de sua espacialização, a qual será realizada por meio do mapa de fluxo. Assim, a abordagem dos movimentos em cartografia temática para relatar a dinâmica que interessa à Geografia é realizada mediante uma representação que deve mostrar as posições sucessivas do fenômeno em seu deslocamento, materializando sua intensidade, direção e sentido (MARTINELLI, 2005, p. 83) Portanto, os resultados da pesquisa poderão ser utilizados como uma ferramenta norteadora da política de expansão do campus Governador Valadares e um melhor atendimento as necessidades e aspirações das comunidades locais e regionais. Indo, desta forma, também de encontro à atual política educacional do governo federal, a qual objetiva, dentre outros, a expansão do ensino técnico e tecnológico no país e, conseqüentemente a capacitação profissional destes.

2. OBJETIVOS E METAS A pesquisa realizará o mapeamento geográfico e estatístico, atual e projeções, da atuação espacial e social do Instituto Federal Minas Gerais- campus Governador Valadares, bem como identificará as potencialidades e estratégias mais adequadas de continuidade de inserção deste em toda a região. Por conseguinte, também identificará de onde vem os atuais discentes do instituto, ou seja, de quais bairros do município de Governador Valadares e de quais municípios da região; descreverá estatisticamente o perfil socioeconômico do discente atual; confeccionará o mapa de fluxo da área de atuação atual do campus, bem como o mapa de identificação de áreas com futuro potencial de atuação; identificará por meio de questionários os cursos em potencial que ainda podem ser oferecidos pelo campus, sejam eles, os técnicos, superiores ou de capacitação, os quais serão apresentados por meio de ferramentas da estatística. Assim, deseja-se com o projeto oferecer ferramentas estratégicas aos gestores do campus Governador Valadares, as quais poderão orientá-los em futuras tomadas de decisão sobre quais cursos atenderão melhor a demanda social do município e da região; em quais bairros do município, cidades da região e escolas é necessário investir em marketing, afim de que o instituto e os serviços por ele oferecidos sejam conhecidos e atendam as necessidades da comunidade regional. Os resultados do projeto serão utilizados como uma ferramenta de análise e interpretação da realidade atual do instituto, as quais poderão ser utilizadas para subsidiar decisões estratégicas da administração e na tomada de decisão.

3. MATERIAL E MÉTODO A pesquisa seguirá as seguintes etapas metodológicas, instrumentalizadas conforme LAKATOS e MARCONI, 2003; OLIVEIRA, 2005; CRESPO, 2009;, a saber: 1- revisão bibliográfica; 2- pesquisa em fontes secundárias; 3- trabalho de campo; 4- tratamento estatístico dos dados e 5- elaboração de mapas de fluxos. 1º- Revisão Bibliográfica: constará de uma pesquisa sobre o assunto em livros, artigos e revistas especializadas. 2º- Pesquisa em fontes secundárias: o perfil socioeconômico e informações do local de origem dos discentes matriculados nos anos de 2010, 2011 e 2012 no campus Governador Valadares serão obtidos por meio de levantamento em fontes secundárias, como fichas de matricula e/ou cadastro escolar destes alunos. Além disso, questionários serão aplicados a todos com a finalidade de obter e/ou complementar dados não existentes na fonte secundária. 3º- Trabalho de campo: pelo trabalho de campo será possível obter informações sobre demanda futura de cursos, a fim de melhor atender as necessidades locais e regionais. O levantamento será realizado em dias aleatórios e em pontos estratégicos da área urbana municipal de maior fluxo de pessoas e na estação rodoviária, em horários de ônibus para as cidades pertencentes à Microrregião de Governador Valadares. Serão aplicados cerca de 400 questionários, também aleatoriamente, sendo 200 em cada um dos pontos. Ainda sobre a demanda futura de cursos também será sorteada duas escolas de ensino fundamental e duas escolas de ensino médio do município para que sejam aplicados 200 questionários, sendo 100 aos alunos do nono ano do ensino fundamental e 100 aos alunos do terceiro ano do ensino médio sobre a demanda de cursos tanto para o ensino médio integrado e subseqüente como para o curso superior. Responderão aos questionários alunos que forem sorteados das listas de presença destas escolas. 4º- Tratamento estatístico dos dados: de posse de tais dados/informações será realizado o tratamento estatístico dos dados que caracterizam os atuais discentes e que foram respondidos pela comunidade sobre as demandas de cursos. Estes dados serão tabulados e organizados em distribuição de freqüências, as quais depois poderão ser utilizadas em formato de tabelas ou gráficos estatísticos. A pesquisa utilizará assim, a abordagem quantitativa, a qual se fundamentará na quantificação dos dados obtidos por meio de questionários, bem como o emprego de recursos e técnicas estatísticas. 5º- Elaboração dos mapas de fluxo: os dados sistematizados também serão utilizados para confeccionar os mapas de fluxos (MARTINELLI, 2005). Estes mapas serão elaborados no laboratório de Geoprocessamento do campus através do software ArcGis. Para a elaboração dos mapas será utilizado como base a divisão política dos municípios da microrregião de Governador Valadares e, sobre este será plotado o atual fluxo de estudantes da microrregião para o campus e as possibilidades de fluxos futuros, ou seja, os municípios em potencial que ainda podem ser atendidos pelo campus. Assim, por meio destas informações será possível fazer a estimativa e projeção de áreas onde o campus deve investir mais em marketing a fim de que o mesmo se torne mais conhecido e fortaleça seus objetivos, dentre eles, o de atendimento as demandas regionais. Desta forma, para a realização da pesquisa será necessário o uso do laboratório de Geoprocessamento do campus para a elaboração de mapas, o uso de computador e impressora os quais permitirão a elaboração e posterior impressão de mapas, questionários, tabelas, gráficos e relatório final do trabalho. Sendo que, tais materiais

serão provenientes do laboratório de Geoprocessamento e da secretária do campus de Governador Valadares.

4. CRONOGRAMA FÍSICO DETALHADO DAS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS DURANTE OS 12 MESES Meses 1, 2, 3 e 4- será realizada revisão bibliográfica a fim de que os discentes possam experimentar os assuntos referentes ao projeto conforme vários autores e também conhecer a metodologia, procedimentos estatísticos e técnicas de mapeamento necessárias a realização da pesquisa. Mês 3- pesquisa em fontes secundárias, especificamente a secretaria do campus e tabulação destes dados a fim de se obter informações sobre o perfil socioeconômico do discente matriculado no campus. Mês 4- para complementar os dados referentes ao perfil socioeconômico do discente e não existentes nas fichas de matrícula e cadastro dos alunos será elaborado um questionário complementar e aplicado a todos os discentes matriculados no campus. Mês 5- será elaborado um questionário e aplicado a quatrocentos transeuntes da área central de Governador Valadares e passageiros da rodoviária com destino as cidades da microrregião de Governador Valadares com a finalidade de obter informações, tais como: o campus é conhecido na cidade e região? Qual curso técnico, de capacitação ou superior você gostaria que fosse oferecido, dentre outros. Mês 6- elaboração de questionário e aplicação aos discentes de escolas públicas de Governador Valadares, a fim de complementar as informações sobre as aspirações locais em relação ao campus. Meses 7 e 8- tabulação dos dados primários e tratamento estatístico destes, obtidos via trabalho de campo na área central do município, na rodoviária e nas escolas, momento em que os dados serão organizados em distribuição de freqüência e, posteriormente em tabelas e gráficos. Meses 8 e 9- as informações obtidas também serão representadas por meio da elaboração de mapas de fluxos, os quais apresentarão o fluxo atual de discentes para o campus e a projeção futura de fluxos por meio da divulgação do campus. Mês 10- será realizada uma avaliação dos resultados, nos quais eles serão aferidos e comparados. Meses 10, 11 e 12- será elaborado o relatório final da pesquisa o qual apresentará os resultados e discussões dos dados. Mês 12- ao final de sua elaboração, o relatório será apresentado aos gestores do campus.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRESPO, A. A. Estatística Fácil. 19ª. Ed, São Paulo: Saraiva, 2009. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª. Ed; São Paulo: Atlas, 2003. MARTINELLI, M. Mapas da Geografia e Cartografia Temática. 2ª. Ed, São Paulo: Contexto, 2005. MARTINS, C. B. O ensino superior brasileiro nos anos 90. Revista São Paulo em Perspectiva; São Paulo, v. 14, p. 41-60, 2000. MASSON, R.; CZAJKOWSKI. Métodos de interpolação para modelagem de superfícies. Rio Claro: Unesp, 1999. OLIVEIRA, M. M. de. Como fazer. Projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. 3ª. Ed, Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. OTRANTO, C. R. A Reforma da Educação Superior do Governo Lula: da inspiração à implantação. Disponível em http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/gt11-1791--int.pdf, acessado em 08 de fev. de 2012. PAULA, M. F. de. Reforma da Educação Superior do Governo Lula: as políticas de democratização do acesso em foco. Revista Argentina de Educación Superior. n. 1, p. 152-172, 2009. PIRES, H. F. Universidade, Políticas Públicas e as Novas Tecnologias aplicadas à Educação a Distância. Revista Advir; Rio de Janeiro, n. 14, p. 22-30, 2001.