18/3/2011 EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE. Temas Principais. Tema 5: Sexualidade em sala de aula Tema 6: Religiosidade e Educação



Documentos relacionados
ARTE E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS MÓDULOS IV e V. Profa. Dra. Sueli Saraiva (colaboradora)

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, EXPRESSÃO E RELIGIÃO NO BRASIL Rev. Augustus Nicodemus Lopes APRESENTAÇÃO CARTA DE PRINCÍPIOS 2011

1.3. Planejamento: concepções

Profª. Maria Ivone Grilo

GRITO PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Ser humano, sociedade e cultura

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL SANTO ANTÔNIO VIVENCIANDO VALORES NA ESCOLA POR UMA CULTURA DE PAZ

FORMAÇÃO PLENA PARA OS PROFESSORES

Nº 8 - Mar/15. PRESTA atenção RELIGIÃO BÍBLIA SAGRADA

CAPÍTULO 10. Enfoque Comportamental na Administração

O que são Direitos Humanos?

AULA 05. Profª Matilde Flório EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM PARA EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL PMSP-DOT- 2008

QUE ESCOLA QUEREMOS PARA AS NOSSAS CRIANÇAS?

Vamos fazer um mundo melhor?

LÍDER: compromisso em comunicar, anunciar e fazer o bem.

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

ESPORTE NÃO É SÓ PARA ALGUNS, É PARA TODOS! Esporte seguro e inclusivo. Nós queremos! Nós podemos!

UTILIZANDO PROGRAMAS EDUCACIONAIS

Perfil das profissionais pesquisadas

Na introdução a esta dissertação enunciámos um conjunto de questões que

O professor que ensina matemática no 5º ano do Ensino Fundamental e a organização do ensino

Prova bimestral. Língua portuguesa. 2 o Bimestre 4 o ano. 1. Leia o texto.

Projeto - A afrodescendência brasileira: desmistificando a história

CULTURA AFRO CULTURA AFRO

ENCONTRO TEMÁTICO 2009 A criança e o meio ambiente: cuidados para um futuro sustentável. Educação Infantil

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES


Elaboração de Projetos

coleção Conversas #9 - junho m i o o Respostas que podem estar passando para algumas perguntas pela sua cabeça.

Gestão Pública. Ética e cidadania. Tema: Ética e Cidadania

JUSTIFICATIVA DA INICIATIVA

FACULDADE EÇA DE QUEIROS. Edna Cristina do Nascimento. Marineide Gonçalves. Tâmara de Oliveira PROJETO PEDAGÓGICO JANDIRA

CARTA DA TERRA PARA CRIANÇAS

Construção, desconstrução e reconstrução do ídolo: discurso, imaginário e mídia

COMPETÊNCIAS E SABERES EM ENFERMAGEM

II ENCONTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA A EDUCAÇÃO COMO MATRIZ DE TODAS AS RELAÇÕES HUMANAS E SOCIAIS SALVADOR, BA 2013

Aprendizagem da Matemática: um estudo sobre Representações Sociais no curso de Administração

Pesquisa e Prática Profissional: Educação Especial. Direitos Humanos. Contextualização. Quem são os Excluídos? Vídeo: Um Sonho Possível.

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO PARA OS CURSOS PRÉ-VESTIBULARES

A Escola na Perspectiva da Educação Inclusiva A Construção do Projeto Político Pedagógico. Três Corações - MG Julho de 2011

Junto com todos os povos da Terra nós formamos uma grande família. E cada um de nós compartilha a responsabilidade pelo presente e pelo futuro

Maximizar as aprendizagens no Ensino Superior

CURIOSIDADE É UMA COCEIRA QUE DÁ NAS IDÉIAS

MEIO AMBIENTE E VIDA TEXTO PARA A CAMINHADA DE CORPUS CRISTI A VIDA AMEAÇADA...

O que fazer para transformar uma sala de aula numa comunidade de aprendizagem?

SINCRETISMO RELIGIOSO, NATAL FESTEJA IEMANJÁ 1

SEXUALIDADE &AFECTOS


ESPIRITUALIDADE E EDUCAÇÃO

OS LIMITES DO ENSINO A DISTÂNCIA. Claudson Santana Almeida

PROJETO INTELECTUAL INTERDISCIPLINAR HISTÓRIA E GEOGRAFIA 7º ANO A ESCRAVIDÃO EM UBERABA: PASSADO E PRESENTE

Caderno do aluno UM POR BIMESTRE: teoria, exercícios de classe, as tarefas de casa atividades complementares.

INTRODUÇÃO: 1 - Conectando na sua conta

Vamos aprender os nomes dos transportes em inglês através de uma wiki de turma

Para a grande maioria das. fazer o que desejo fazer, ou o que eu tenho vontade, sem sentir nenhum tipo de peso ou condenação por aquilo.

O relacionamento amoroso em «ARRET»

PONTO DE APOIO SEREM DESENVOLVIDAS NAEDUCAÇÃOINFANTIL EENSINO FUNDAMENTAL, CONSIDERANDO AS HISTÓRIAS PUBLICADAS NA REVISTA PLANETA AZUL EDIÇÃO 138

PROGRAMA DE PSICOLOGIA

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

Curso: PEDAGOGIA Período Letivo: 2011/1

Transcriça o da Entrevista

Como usar o Portal Hydros

Proteção Infanto-Juvenil no campo: uma Colheita para o Futuro

Indivíduo e Sociedade

Do Latim civitas = condição ou direitos de cidadão ; de cives = homem que vive em cidade ; urbes = área urbanizada; Do Grego polis = cidade-estado;

Diálogo. a diversidade um espaço privilegiado no Ensino Religioso

EMENTÁRIO: COMPONENTES DA BASE NACIONAL COMUM (BNC)

MANUAL DO ALUNO PROJETO DE ENSINO DE IDIOMAS POR NATIVOS AFRICANOS E CARIBENHOS FALANTES DE INGLÊS, FRANCÊS E IORUBÁ

2. REDUZINDO A VULNERABILIDADE AO HIV

A Religião na sala de aula um debate sobre o Ensino Religioso para a proposição de uma área de conhecimento

O Indivíduo em Sociedade

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO)

TUDO O QUE APRENDEMOS É BOM

informações em documentos.

1º ano. 1º Bimestre. 2º Bimestre. 3º Bimestre. Capítulo 26: Todos os itens O campo da Sociologia. Capítulo 26: Item 5 Senso Crítico e senso comum.

Energia e suas fontes

Tema 1 Configurar a sala de aula de uma disciplina

A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA: REFLEXÕES A PARTIR DA LEITURA DOCENTE

Área de conhecimento: Economia Doméstica Eixo Temático: Administração, Habitação e Relações Humanas;

P.42 Programa de Educação Ambiental - PEA Capacitação professores Maio 2013 Módulo SUSTENTABILIDADE

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO: CONSTRUÇÃO COLETIVA DO RUMO DA ESCOLA

Orientadora: Profª Drª Telma Ferraz Leal. 1 Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPE.

AULA 04. Profª Matilde Flório. Orientações Didáticas:Alfabetização e Letramento EJA e MOVA

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

TÍTULO: ALUNOS DE MEDICINA CAPACITAM AGENTES COMUNITÁRIOS NO OBAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

Francisca Roseane F.R. de Sousa Escola M. Arnaldo de Barros Moreira

COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações

RACISMO NO BRASIL DIFERENCIAÇÃO INJUSTA CÓDIGO PENAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Projeto - por que não se arriscar com um trabalho diferente?

PROJETO DE LEITURA E ESCRITA LEITURA NA PONTA DA LÍNGUA E ESCRITA NA PONTA DO LÁPIS

SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E VIDA MORAL. Monise F. Gomes; Pâmela de Almeida; Patrícia de Abreu.

RELAÇÕES RACIAIS E EDUCAÇÃO: VOZES DO SILÊNCIO

A INCLUSÃO ESCOLAR DE UM ALUNO SURDO: UM ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO CARIRI ORIENTAL DA PARAÍBA

Aula 02 O ATO DE LER ATO DE LER

Educação Infantil - Ensino Fundamental - Ensino Médio. Atividade: Reflexão sobre Amadurecimento e Relacionamento Interpessoal

Escola e a promoção da igualdade étnico-racial: estratégias e possibilidades UNIDADE 4

Transcrição:

Para ajudar a proteger sua privacidade, o PowerPoint impediu o download automático desta imagem externa. Para baixar e exibir esta imagem, clique em Opções na Barra de Mensagens e clique em Habilitar conteúdo externo. 18/3/2011 EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes Tema 5: Sexualidade em sala de aula Tema 6: Religiosidade e Educação Educação, sexualidade, teoria queer. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Entender o tema da sexualidade. Conhecer a teoria queer. Refletir sobre a postura da escola diante da diversidade religiosa. 2 Temas Principais O tema da sexualidade no âmbito da educação. O educador e o tema da sexualidade. O candomblé na escola. O respeito às diferentes religiões. 3 1

Discursos sobre sexualidade O tema da sexualidade ainda é tabu em sala de aula. Educadores encontram dificuldades para debater o tema. Anula-se o tema da sexualidade no âmbito político e social. 4 Na escola, corpos não têm desejo. Os corpos não existem como forças constitutivas de quem somos nas práticas sociais. Segundo Hooks: Fomos treinados a ignorar o corpo e seus prazeres na educação. 5 Na escola é a mente ou a cognição que deve nos preocupar. É como se corpo e mente existissem isoladamente um do outro. É como se quem somos e sabemos, existisse separadamente de nossos desejos. 6 2

Para ajudar a proteger sua privacidade, o PowerPoint impediu o download automático desta imagem externa. Para baixar e exibir esta imagem, clique em Opções na Barra de Mensagens e clique em Habilitar conteúdo externo. 18/3/2011 Por que refletir sobre a temática da sexualidade? Qual a relação desta temática com a educação? Como trabalhar as questões de sexualidade em sala de aula? 7 Educadores são construídos como se não tivessem desejo sexual. Apagar o corpo não quer dizer que a escola não produza identidades corporificadas. Escola é a agência central que pode organizar as identidades sociais. 8 Preconceito sobre o tema da sexualidade As discussões sobre a sexualidade interferem cada vez mais no próprio universo escolar. O assunto da sexualidade está cada vez mais presente na vida do aluno. 9 3

Professores devem se familiarizar com a questão da sexualidade. É urgente que a educação apresente outras visões sobre a sexualidade e o desejo. 10 A dificuldade de falar sobre o tema da sexualidade, pode refletir: As tradições em que o educador foi formado. A ideia da separação entre corpo e mente no universo escolar. 11 Sexualidade deve ser vista como: Traço central de quem somos. Processo na busca pela felicidade e na expressão do desejo/amor ao outro. Sexualidade torna-se construção do próprio ser. 12 4

Que práticas podem ser adotadas para trabalhar o tema da sexualidade em sala de aula? Professora Jória Pedagoga 13 Visão lógica monocultural e intercultural Visão lógica monocultural: Modo de explicação da vida social, no qual somos todos iguais e guiados por uma homogeneidade. Processo de homogeneização e simplificação de quem somos. 14 A visão lógica intercultural: Opera na direção do respeito às diferenças. Ressalta a construção social, nas práticas discursivas. Multiplicidade de significados que guiam nossas práticas. 15 5

A ótica intercultural se baseia: Na compreensão de que o homem é um ser do discurso. Somos constituídos por significados diversificados. Somos seres da diferença e não do significado único. 16 A visão queer das sexualidades Na base, queer significa estranho, inesperado e não-natural. Teorias queer nomeiam abordagens que: explicam as sexualidades como uma arena de recusa à naturalização e à normatividade. 17 Potenciais das teorias queer As teorias queer podem iluminar os educadores no discurso sobre sexualidade em sala de aula. Além disso, ajudam a enfrentar os desafios trazidos pelos alunos. 18 6

Teorias queer ajudam a perceber: a necessidade de questionar as certezas e verdades sedimentadas em que estamos circunscritos. A urgência de pensar diferente, evitando significados cristalizados sobre o desejo sexual. 19 Que a escola seja o lugar de: Recriar e politizar a vida social. Compreender a necessidade de não separar cognição e corpo. Questionar-se constantemente. Preocupar-se com a ética e a justiça social. 20 TEMA 6 RELIGIOSIDADE E EDUCAÇÃO 21 7

Como a escola pode trabalhar o preconceito religioso? Que práticas podem ser desenvolvidas nesse sentido? 22 Escravidão e candomblé Muitos foram os homens,mulheres e crianças africanas arrancados de seu continente. Traziam consigo: Suas relações com a vida e morte, com as pessoas, com a natureza, a palavra, a família, energias, arte, comida, educação. 23 Chegava ao Brasil uma tradição vivenciada, sobretudo, no culto aos ancestrais e aos Òrìsà, chamada na Bahia de candomblé. A prática dessa religião acontece em espaços chamados de ilé(casa), roça, egbé(comunidade, sociedade) ou terreiro. 24 8

Os terreiros de candomblé Nos terreiros as pessoas aprendem a cultuar os Órìsà, fazendo dele o centro de suas vidas. Para se tornar uma filho-de-santo é preciso ser iniciado, o que significa nascer outra vez. 25 As crianças são misturadas aos adultos nos terreiros, numa relação de respeito uns com os outros. A criança iniciada poderá tornar-se responsável por ensinar um adulto. 26 A língua que circula nos terreiros é o yorubá. Em yorubá são feitas as cantigas e frases de louvação aos Òrìsà. Artefatos encontrados nos terreiros também são nomeados em yorubá. 27 9

Fazer parte do candomblé exige responsabilidade. Segundo o menino Noam: Por isso é bom começar cedo. Conforme as obrigações vão passando, vamos aprendendo mais sobre os segredos do culto. 28 O terreiro e a casa Os rituais ficam guardados, mas a religião é central na vida de todos os membros do culto. Não há fronteira para a religiosidade dos praticantes do candomblé. A religião é vida para os praticantes do candomblé. 29 O candomblé cerca-se de segredos e mistérios. Este segredo foi imposto aos escravos desde o início de sua chegada ao nosso país. Negros eram batizados com outros nomes e obrigados a aceitarem a religião do senhor: o catolicismo. 30 10

O candomblé na escola Muitas crianças sentem vergonha e medo de serem discriminadas, na escola, por serem candomblecistas. Esse medo e vergonha vêm sendo construídos há muito tempo e atingindo gerações. 31 Muitas vezes o preconceito religioso associa-se ao preconceito racial. A falta do debate social condiciona uma visão limitada do preconceito, por parte do grupo familiar. Isso impede que a criança forme uma visão crítica sobre o problema. 32 Segundo Eliane Cavalleiro: Tem-se a ideia de que não existe racismo. Por outro lado, professores ocultam atitudes e comportamentos que são discriminatórios. 33 11

O Ensino Religioso confessional Crianças do candomblé frequentam escolas, mas não são vistas. São encaradas, muitas vezes, como um problema a ser resolvido. O Estado pode criar condições para que este preconceito aumente ainda mais. 34 Segundo Caputo: Necessita-se uma escola laica, que não defenda uma única religião. O problema maior nas escolas é a exclusão das religiões com traços afro-brasileiros. Estabelece-se uma relação de poder e dominação. 35 Filme: TV Escola Parte VI 36 12

Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar. Carlos Drummond de Andrade 37 OBRIGADA! 38 Centro de Educação a Distância Universidade Anhanguera Uniderp 39 13