A BIOELETRICIDADE SUCROENERGÉTICA Situação atual e perspectivias Zilmar de Souza Bioeletricidade 1º Encontro Cana & Biomassa Ribeirão Preto 16 de abril de 2015
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) é a maior organização representativa do setor de açúcar, etanol e bioeletricidade do Brasil. Sua criação, em 1997, resultou da fusão de diversas organizações setoriais. As mais de 120 companhias associadas à UNICA são responsáveis por: mais de 50% do etanol e 60% do açúcar produzidos no Brasil. Aproximadamente 70% da bioeletricidade comercializada no país.
ENERGIA PRIMÁRIA NA CANA-DE-AÇÚCAR 1/3 Caldo da cana 35% 1/3 Bagaço 270 kg 50% umidade 35% 1.718x10³kcal 1/3 Palhada 165 kg 15% umidade 30% 1 barril de petróleo = 1386 x 10 3 kcal 1 t cana = 1,2 barril de petróleo Safra Brasil 2013/14: 653 milhões t de cana = 784 milhões barris petróleo/ano 2,15 milhões de barris de petróleo/dia (bpd) ~4x Produção média da Petrobras no Pré-sal (2014): 492 mil bpd Fonte: UNICA, a partir de CTC e Petrobras (2015).
Fonte: Elaboração UNICA, com base em trabalho da Markestrat (2015). DETALHAMENTO DO PIB DO SETOR SUCROENERGÉTICO SAFRA 2013/14 2% Bioeletricidade US$ 0,9 bi 2% Outros US$ 1 bi Receita total estimada em US$ 43,4 bilhões 31% 42% US$ 13,5 bi US$ 18 bi Hidratado Açúcar Anidro US$ 10 bi 23% Safra 2103/14 Produção Açúcar (mil t) 37.713 Etanol anidro (mil m³) 12.223 Etanol hidratado (mil m³) 15.320 Etanol total 27.543 Energia para a rede (GWh) 16.000 Hidratado Anidro Açúcar Bioeletricidade Outros
A BIOELETRICIDADE OFERTADA PARA A REDE EM 2014 Participação % das diversas fontes NO TOTAL de geração de energia para a rede em 2014 Participação % da BIOELETRICIDADE no total de geração de energia para a rede em 2014 PCH 4% Eólica 2% Gás 12% Biomassa 4% Nuclear 2% Carvão Mineral 3% Gás/óleo 5% 18% consumo energia indústria Hidráulica 67% Geração de energia para a rede em 2014 (GWh) Térmicas - outros 1% Hidráulica Gás Gás/óleo Biomassa PCH Carvão Nuclear Eólica Térmicas - Mineral outros 365.289 62.840 25.635 21.010 20.954 15.326 14.128 12.039 3.441 Fonte: Elaboração pela UNICA, a partir de CCEE (2015). Biomassa inclui vários tipos, além da própria biomassa da cana.
GERAÇÃO DE BIOELETRICIDADE SUCROENERGÉTICA Total de bioeletricidade produzida pelo setor sucroenergético - 2005 e 2014 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 MW médios 875 959 1.267 1.386 1.605 2.553 2.539 2.861 3.413 3.721 TWh 7,66 8,40 11,10 12,14 14,06 22,36 22,24 25,07 29,90 32,60 Variação anual - 9,7% 32,0% 9,4% 15,8% 59,1% -0,6% 12,7% 19,3% 9,0% Bioeletricidade exportada pelo setor sucroenergético - 2005 e 2014 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 MW médios 126 143 366 503 670 1002 1133 1381 1.826 2.215 TWh 1,10 1,25 3,21 4,41 5,87 8,78 9,93 12,10 16,00 19,40 Variação anual - 13,5% 155,9% 37,4% 33,2% 49,6% 13,1% 21,9% 32,3% 21,3% Bioeletricidade produzida pelo setor sucroenergético para consumo próprio - 2005 e 2014 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 MW médios 749 816 901 883 935 1551 1406 1480 1587 1507 TWh 6,56 7,15 7,89 7,73 8,19 13,59 12,31 12,97 13,90 13,20 Variação anual - 9,0% 10,3% -2,0% 5,9% 65,9% -9,4% 5,3% 7,2% -5,0% Fonte: UNICA (2015).
POTENCIAL DA BIOELETRICIDADE DA CANA PODEMOS IR MUITO ALÉM Bioeletricidade da cana: Potencial de oferta para a rede até 2023 (TWh) POTENCIAL 2 Itaipu em energia ATUAL % Consumo nacional de energia elétrica* 4% 27% 26% Fonte: Elaboração pela UNICA, a partir de dados da EPE (2015). *Não inclui autoprodutor cativo e inclui energia da parte paraguaia de Itaipu.
SETOR ELÉTRICO: AMBIENTE DE COMERCIALIZAÇÃO Ambiente de Contratação Regulada ACR 01/2015: 77% Consumo SIN Ambiente de Contratação Livre ACL 01/2015: 23% Consumo SIN Leilão Federal Distribuidora Chamada Pública - Geração Distribuída Consumidor livre ou especial Mercado de Diferenças Consumidor cativo Comercializador Fonte: UNICA (2015).
OS LEILÕES E A BIOELETRICIDADE SUCROENERGÉTICA 2010 2013 Produto térmico Separação das eólicas Proinfa Média 99 MW me Fonte: UNICA, a partir de CCEE (2015). UTEs com Custo Variável Nulo.
AUMENTO ANUAL DE CAPACIDADE INSTALADA (EM MW) 2.000 12,5 % de uma Itaipu 1.800 1.750 1.600 1.400 1.431 1.200 1.155 1.000 919 917 1.022 800 600 633 538 473 Média 158 MW 400 367 365 200-201 194 76 76 76 100-25 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Fonte: ANEEL (2015). Atualmente, as centrais geradoras a biomassa da cana têm capacidade instalada fiscalizada pela ANEEL de 9.894 MW (7,3% da matriz elétrica)
OS LEILÕES E A BIOELETRICIDADE SUCROENERGÉTICA 2010 2013 Produto térmico Separação das eólicas Leilões Proinfa Fonte: UNICA, a partir de CCEE (2015). Cada preço do leilão foi corrigido pelo IPCA do ano de cada leilão até janeiro de 2015. O ano de 2004 se refere ao preço do Proinfa, calculado pela ANEEL até dezembro de 2014, específico para a biomassa. Considerou-se apenas UTEs com Custo Variável Nulo.
Projetos de geração a biomassa cadastrados nos leilões regulados em 2015 (em MW, por UF) Início do fornecimento Preço teto para biomassa LFA (2016 e 2017) 27/04 Preço teto: R$ 215/MWh A3 (2018) 24/07 Preço teto: a definir A5 (2020) 30/04 Preço teto: R$ 281/MWh UF MW Projetos MW Projetos MW Projetos Alagoas 31 1 0 0 57 1 Amapá 0 0 150 3 150 3 Bahia 36 1 0 0 50 1 Goiás 428 6 185 4 185 4 Mato Grosso do Sul 201 3 80 1 316 3 Minas Gerais 202 4 25 1 91 2 Piauí 0 0 0 0 50 1 Rio Grande do Sul 8 1 30 1 42 2 Roraima 10 1 0 0 0 0 São Paulo 1152 23 134 3 219 5 Total 2068 40 604 13 1160 22 Produtos Biomassa 2016 (novo e existente) Biomassa 2017 (novo) Eólico 2017 (novo) Hidro Gás natural e biomassa Eólica Fonte: UNICA, a partir de EPE (2015). Biomassa inclui todos os tipos de biomassa usada para a geração de energia elétrica. Hidro Carvão mineral, gás e biomassa LFA 2015 - projetos habilitados # Potência hab (MW) % MW Produto 2016 Biomassa (novo e existente) 23 57 1% Produto 2017 Biomassa (novo) 6 266 6% Produto 2017 Eólica 172 3.931 92% Total 201 4.254 100%
CONSIDERAÇÕES A BIOELETRICIDADE SUCROENERGÉTICA Situação atual e perspectivias Bioeletricidade e demais fontes renováveis: ainda somos reféns do ambiente regulado (leilões). Descontinuidade na contratação da bioeletricidade - por motivos endógenos e exógenos ao setor elétrico depois de 2008 teve rebatimento direto em toda a cadeia produtiva do setor sucroenergético. Criação do produto térmico separando bioeletricidade das eólicas e melhora do preço teto nos leilões podem sinalizar boas perspectivas para a bioeletricidade. Precisamos que o movimento de melhora de preço nos leilões, iniciado em 2013, procurando reconhecer as externalidades da biomassa, mantenha-se para TODOS os leilões. Devemos evitar retornar à política do STOP AND GO, de melhorar as condições nos leilões e depois voltar tudo para trás. Há necessidade de melhorarmos o ambiente institucional, objetivando a estabilidade das regras e a segurança para estimular novamente o retorno da bioeletricidade aos leilões regulados, de forma consolidada e contínua. Qual o papel no longo prazo para o etanol e a bioeletricidade na matriz energética do Brasil? No PDE 2023 consta que oferta de etanol aumentará em 71% até 2023.
OBRIGADO! zilmar@unica.com.br