COMPETITIVIDADE E ASPECTOS AMBIENTAIS



Documentos relacionados
Biotecnologia e desenvolvimento sustentável. Ana Cristina Rodrigues acrodrigues@esa.ipvc.pt

PORTUGAL: RELACIONAMENTO ECONÓMICO COM A ALEMANHA

Política da Nestlé sobre Sustentabilidade Ambiental

Redução da Dependência Energética de Portugal Principal Desafio:

Portugal Inovação da Agricultura, Agroindústria. Pedro Cilínio

Ministério da Energia

A DGAE e a Política de Inovação

José Manuel Cerqueira

FICHA DE CANDIDATURA

A Carteira de Indicadores inclui indicadores de input, de output e de enquadramento macroeconómico.

Plano Estratégico Nacional do Turismo. Desafios do Turismo Sustentável do PATES

José Perdigoto Director Geral de Energia e Geologia. Lisboa, 20 de Junho de 2011

SUSTENTABILIDADE URBANA

Mod rev 0. Manual de Boas Práticas Ambientais. Prestadores de Serviços de Manutenção de Ar Condicionado

Estudo Económico de Desenvolvimento da

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, I.P. Índice

Gestão de Energia e Eficiência Energética nas Empresas O enquadramento legal!

Certificar para Ganhar o Futuro. Orador: Carla Pinto

Convenção Low Carbon Oeste Sustentável DESAFIOS DO SECTOR ENERGÉTICO E O VALOR DA ECOEFICIÊNCIA

Mod rev 0. Manual de Boas Práticas Ambientais. Prestadores de Serviços de Manutenção de Elevadores e Escadas Rolantes

Sistema de Gestão Ambiental

Agenda. O que é o CDP O que é o CDP Supply Chain CDP Supply Chain 2014

Apoios ao Turismo Lições do QREN, desafios e oportunidades

Certificar para Ganhar o Futuro

Política de Responsabilidade Corporativa. Março 2013

CONFERÊNCIA: O futuro dos territórios rurais. - Desenvolvimento Local de Base Comunitária. Painel 1: Coesão e Sustentabilidade Territorial

WORKSHOP SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE E SUA CERTIFICAÇÃO. Onde estão os Riscos?

INOVAR PARA COMPETIR

Relatório de Desempenho Relatório de Sustentabilidade 2009 Gente com Ideias Fidelidade Mundial e Império Bonança

Ferramentas para a Gestão do Espaço Rural Gestão Agronómica e Energética em duas espécies distintas Capítulo 1 Introdução

PO AÇORES 2020 FEDER FSE

INOVAR com SUSTENTABILIDADE ENERGIA IBERO-AMERICANA 2050

Grandes Problemas Ambientais

RELATÓRIO DE MISSÃO INTERNACIONAL À ALEMANHA

SISTEMA GESTÃO AMBIENTAL - SGA

O indicador de sentimento económico em Junho manteve-se inalterado na União Europeia e desceu 0.6 pontos na Área Euro.

metodologias de análise de risco em tarefas de manipulação manual de cargas Universidade do Minho

PROGRAMA DE APOIO À IMPLEMENTAÇÃO DE PROJECTOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA E DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. Selfenergy

República dominicana A DOMINICANA É A REPÚBLICA DAS CORES, UM PAÍS DE INESGOTÁVEIS ATRAÇÕES!

A perspectiva das Organizações Não- Governamentais sobre a política de biocombustíveis

Seminário sobre Energia Elétrica Luanda, 8 e 9 de Setembro de 2011

Cerca de 30% do consumo elétrico no Comércio e Serviços

Iniciativas de Produção Mais Limpa na Indústria de Petróleo e Gás. Daniela Machado Zampollo Lucia de Toledo Camara Neder

ÍNDICE SERTÃ... 4 COMPROMISSOS... 5 MIRADOURO DE S. MACÁRIO... 7 JARDIM DE CERNACHE DO BONJARDIM... 10

AUtilizaçãodeEnergiaSolar nasunidades Hoteleiras do Algarve

Análise das implicações da implementação do "Emission trading scheme" no transporte aéreo: caso TAP. AIRDEV Seminar 20th October 2011

O desafio da gestão da segurança e saúde no trabalho na indústria

Sustentabilidade como diferencial competitivo na gestão de fornecedores

A VISÃO do ENERGYIN Motivos da sua criação & Objectivos

Produção, Natureza e Sociedade: equilíbrio em busca da segurança alimentar

Certificar para Ganhar o Futuro Leiria, 17 de Maio 2007 José Leitão CEO APCER

GPEARI Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais. Boletim Mensal de Economia Portuguesa. Nº 2 Fevereiro 2009

O Impacto da Gestão da Cadeia de Fornecedores na Sustentabilidade das Organizações

Empresas de diversos setores necessitam de produzir águas quentes no âmbito das suas atividades, como por exemplo:

= e-learning em Educação Ambiental =

A ISO Fórum SPQ Expo 27 de Setembro de 2013

TOTAL NACIONAL OUTUBRO 1999

Conferência Alemanha Europeia / Europa Alemã. 26 de novembro de 2014

ESTATÍSTICAS. Os dados publicados nesta síntese referem-se ao Continente e aos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo.

EDP. PREPARAR A ECONOMIA DO CARBONO Eficiência energética em alerta vermelho EMPRESA

PORTUGAL - INDICADORES ECONÓMICOS. Evolução Actualizado em Setembro de Unid. Fonte Notas 2011

É assim, essencial para as empresas controlarem e gerirem os seus consumos.

Brasil-China: Uma Agenda de

Outlook Função de Compras nos Hotéis Portugueses

Empreendedor: Estas variáveis identificadas serão utilizadas na Ficha 7_3 Análise Interna

ANEXO UM CONCEITO PARA OS PLANOS DE MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL

EDITAL Nº5/2015 MEDIDA II - INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO INDIVIDUAL EM FORMAÇÃO CONCURSO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS

A PORTUGAL: As Relações Ibéricas no Âmbito da Globalização e Liberalização dos Mercados

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR. VIEIRA DE CARVALHO 1º Ciclo Planificação Anual de 4º ano Ano Letivo 2015/2016 ESTUDO DO MEIO

O contributo do Cluster Habitat Sustentável

O empreendedorismo em Portugal

FREECOOLING COMO COMPLEMENTO DE SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO EM DATA CENTERS

Contributo do Balanced Scorecard para Competitividade Sustentável das Organizações

Pressão sobre os recursos nos mercados globais de commodities afeta economia global

Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem

As estatísticas do comércio internacional de serviços e as empresas exportadoras dos Açores

CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA FORMAÇÃO-ACÇÃO PME

Manuel Ferreira De Oliveira. Presidente Executivo 05/06/2012

AS 46 EMPRESAS GAZELA 2014 DA REGIÃO CENTRO

EMPREENDEDORISMO. Curso: Ciências Contábeis Período: 3º Profª: Niceia Camila N. Fronza

POLÍTICA DA QUALIDADE POLÍTICA AMBIENTAL POLÍTICA DE SEGURANÇA, SAÚDE E BEM ESTAR NO TRABALHO

B U S I N E S S I M P R O V E M E N T

Estratégia para a Eficiência e Plano de Promoção da Eficiência no Consumo (PPEC)

Benefícios da Certificação no Sector do Turismo. Orador: Carla Pinto

Inquérito Multi- Objectivo Contínuo

MÓDULO IX - CUSTOS. A gestão de custos como ferramenta de apoio a tomada de decisão

Kiluange Tiny/ Rute Martins Santos. Maio, 2007.

Vale Projecto - Simplificado

SEGURANÇA ALIMENTAR PROGRAMA QUALIDADE PARA ÁFRICA OCIDENTAL SUPORTE A COMPETITIVIDADE E HARMONIZAÇÃO DOS ACORDOS OTC E SPS

AS 47 EMPRESAS GAZELA 2013 DA REGIÃO CENTRO

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL DA FONSECA, SANTIAGO DO CACÉM GRUPO DISCIPLINAR GEOGRAFIA PLANIFICAÇÃO ANO: 9º ANO LECTIVO: 2008/2009 p.

PORTUGAL: RELACIONAMENTO ECONÓMICO COM OS EUA

Capítulo 5-Análise das políticas agrícolas

Selling Tools. Dale Carnegie Training Portugal

adaptados às características e expectativas dos nossos Clientes, de modo a oferecer soluções adequadas às suas necessidades.

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESA CCI/Câmara de Comércio e Indústria

Profa. Ghislaine Miranda Bonduelle

Transcrição:

COMPETITIVIDADE E ASPECTOS AMBIENTAIS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL Cristina Rocha LNEG Laboratório Nacional de Energia e Geologia

Desempenho ambiental e competitividade ii id d As empresas que mais investem na gestão dos aspectos ambientais das suas actividades, produtos e serviços são prejudicadas pela concorrência de empresas reactivas ou cujas actividades decorrem em países com padrões ambientais significativamente inferiores

Desempenho ambiental e competitividade ii id d As empresas que mais investem na gestão dos aspectos ambientais das suas actividades, produtos e serviços conseguem ganhos de eco eficiência e são premiadas por mercados cada vezmais exigentes do ponto de vista ambiental

Estabelecer prioridades Os ganhos de competitividade associados a uma gestão pró activa dos aspectos ambientais serão particularmente pertinentes nos sectores/categorias de produtos associadosaos aos principais impactes ambientais

Estabelecer prioridades

Estabelecer prioridades Quais os elementos dos padrões de produção e consumo na Europa responsáveis pelos principais impactes ambientais (uso de recursos e poluição)? Onde é possível obter os maiores benefícios ambientais?

Consumo Construção(edifícios e infraestruturas) Produtos alimentares e bebidas Electricidade, gás, vapor e água quente 30 40% GEE, gases acidificantes, precursores do ozono troposférico, extracção de materiais (pressão ambiental indirecta) Comércio por grosso e retalho Produtos agrícolas e florestais Equipamento de transporte Hotelaria e restauração Serviços de transporte e comunicações 60 70% da pressão ambiental indirecta associada ao consumo

Consumo Alimentação e bebidas (carne, produtos à base de carne, produtos lácteos) Transporte individual (automóvel individual, viagens de avião) Habitação 70 80% dapressão ambiental total associada ao consumo

Produção Agricultura Produção de electricidade Serviços de transporte Indústria transformadora de base: refinaria e produtosquímicos; produtos minerais não metálicos; metais 50 80% GEE, gases acidificantes e precursores do ozono troposférico

Produção Agricultura Produção de electricidade 4% valor acresc. EU 25 47% GEE 60% gases acidificantes Indústria transformadora de base o peso na economia corresponde ao peso no impacte ambiental

Produção Dissociação crescimento económico / impacte ambiental 1995 2004 à custa do aumento da eco eficiência à custa do aumento da eco eficiência, sobretudo na indústria transformadora

E a nível micro económico?

Estudos 103 publicações (50% EU, 30% América do Norte) Desempenho financeiro: valor das acções, lucro, aumento das receitas, aumento do nº de trabalhadores, quota de mercado Desempenho ambiental: conformidade legal, multas por incumprimento; fluxos de emissões específicos Fonte: Brandreth e Lundbak, eds. Links between environment and competitiveness: Proceedings of a stakeholder workshop sponsored by the Department for Environment, Food and Rural Affairs. Londres, 2006.

Estudos Evidência moderada a elevada: relação positiva entre desempenho ambiental e económico Não é estabelecida a relação causa efeito Abordagem pragmática: ocorrência simultânea de melhorias ambientais e financeiras é suficiente business case Fonte: Brandreth e Lundbak, eds. Links between environment and competitiveness: Proceedings of a stakeholder workshop sponsored by the Department for Environment, Food and Rural Affairs. Londres, 2006.

Estudos Pi Principais i i benefícios financeiros i associados id à eficiência energética e adequada gestão de resíduos Redesign ambiental dos processos conduz a benefícios financeiros O mercado pune situações de incumprimento factor tempo? Fonte: Brandreth e Lundbak, eds. Links between environment and competitiveness: Proceedings of a stakeholder workshop sponsored by the Department for Environment, Food and Rural Affairs. Londres, 2006.

Estudos A maioria dos estudos refere se a grandes empresas Falta de dados e de significância estatística, necessidade de séries temporais Relações causa efeito: outras variáveis em jogo; bom desempenho ambiental > bom desempenho económico ou vice versa? Necessidade de estudos sectoriais e por categorias de produtos Fonte: Brandreth e Lundbak, eds. Links between environment and competitiveness: Proceedings of a stakeholder workshop sponsored by the Department for Environment, Food and Rural Affairs. Londres, 2006.

Dar a palavra às organizações