O ASPECTO MOTIVACIONAL E A APRENDIZAGEM EM CIÊNCIAS

Documentos relacionados
A VISÃO DA ESCOLA SEGUNDO OS ALUNOS DO OITAVO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA VIVÊNCIA DO ESTÁGIO E PIBID

A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA INTERMEDIADA POR JOGOS MATEMÁTICOS

O PAPEL DO TCC NA FORMAÇÃO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

CUBO MÁGICO: uma estratégia pedagógica utilizada nas aulas de matemática 1

SABERES DOCENTES E SUAS RELAÇÕES COM O LUDISMO EM SALA DE AULA

Contribuições do Pibid na construção dos conhecimentos específicos na formação inicial de professores de Ciências

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DOCENTE: ALESSANDRA ASSIS DISCENTE: SILVIA ELAINE ALMEIDA LIMA DISCIPLINA: ESTÁGIO 2 QUARTO SEMESTRE PEDAGOGIA

DIFICULDADES RELATADAS POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NO PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA: ESTUDO DE CASO DE ESCOLAS ESTADUAIS EM GRAJAÚ, MARANHÃO 1

JOGO COOPERATIVO COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA: UMA PERSPECTIVA DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ATRAVÉS DA GESTALT NO ENSINO DE FÍSICA

A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA ESCOLAR PARA ALUNOS COM DEFICIENCIA VISUAL: o papel da Cartografia Tátil

USO DE TECNOLOGIAS NO ENSINO DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS

A BRINCADEIRA AMARELINHA COMO MÉTODO DE ENSINO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE ATITUDES FRENTE O APRENDER E A ESCOLA DE ESTUDANTES DO ENSINO BÁSICO FEIJÓ, T. V. ¹, BARLETTE, V. E.

A IMPLANTAÇÃO DO LÚDICO AO ENSINO DA TABELA PERIÓDICA (TP)

PALAVRAS-CHAVE: Profissionalização, Aprendizagem, Desenvolvimento.

PROPOSTA DE EXPERIMETANÇÃO PARA O ENSINO DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO: PREPARAÇÃO DE PERFUME

A DISCIPLINA DE DIDÁTICA NO CURSO DE PEDAGOGIA: SEU PAPEL NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL

O PAPEL DAS INTERAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

O PROFESSOR DE FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NAS ESCOLAS ESTADUAIS DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA PA

Manual. Rede SEI EaD - Educação a Distância CETEG. Centro de Ensino Tecnológico de Goiás

FORMAÇÃO CONTINUADA: COMPREENDENDO O PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DE PROFESSORES A PARTIR DE UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

APRENDER E ENSINAR CIÊNCIAS NATURAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL Apresentação do PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) de Ciências Naturais

O CONSTRUTIVISMO NA SALA DE AULA PROFA. DRA. PATRICIA COLAVITTI BRAGA DISTASSI - DB CONSULTORIA EDUCACIONAL

MÉTODOS E PROCEDIMENTOS NO ENSINO DE QUÍMICA

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

A MONITORIA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DE APRENDIZAGEM

OS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS NO ENSINO MÉDIO: OUTRAS POSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA DO PROFESSOR

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO

A avaliação da aprendizagem no curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina: um olhar sobre a formação discente

EVASÃOESCOLAR NA MODALIDADE EJA: UM ESTUDO DE CASO NA ESCOLAZÉ IRIAS NO MUNICÍPIO DE MONSENHOR GIL-PI

JOGO MEMORGÂNICO: UMA FERRAMENTA COMPLEMENTAR NO APRENDIZADO DE NOMENCLATURAS DE HIDROCARBONETOS

AS RELAÇÕES INTERATIVAS EM SALA DE AULA: O PAPEL DOS PROFESSORES E DOS ALUNOS. Zabala, A. A prática Educativa. Porto Alegre: Artmed, 1998

AS CONTRIBUIÇÕES DA RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA PARA O ALCANCE DOS FINS EDUCACIONAIS

Espaços educativos no século XXI - Representações midiáticas de professores Por Talita Moretto

INVESTIGAÇÃO DO APRENDIZADO SOBRE MODELOS ATÔMICOS DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CAXIAS-MA

E.E. SENADOR LUIZ NOGUEIRA MARTINS

O DESPERTAR DA SUSTENTABILIDADE NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Eixo Temático 3-Currículo, Ensino, Aprendizagem e Avaliação

Agente de transformação social Orientador do desenvolvimento sócio-cognitivo do estudante Paradigma de conduta sócio-política

Projeto: Sala ambiente e Grafite. Cajado Temático

PROBLEMA, CURIOSIDADE E INVESTIGAÇÃO: DANDO SENTIDO A AÇÃO DOCENTE

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO. Licenciatura EM educação básica intercultural TÍTULO I DA CARACTERIZAÇÃO

PROMOÇÃO DE SAÚDE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA RESUMO

Avaliação do Desempenho Escolar

UMA PRÁTICA DIFERENCIADA NO ESTUDO DA TABELA PERIÓDICA COM ALUNOS DA 1º SÉRIE DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE

Ensino e Aprendizagem: os dois lados da formação docente. Profª. Ms. Cláudia Benedetti

ISSN do Livro de Resumos:

BINGO COM PRODUTOS NOTÁVEIS

A aula como forma de organização do ensino.

TABELA PERIÓDICA: OS ALIMENTOS E SUAS COMPOSIÇÕES QUÍMICAS- MITOS E VERDADES

Universidade de São Paulo Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Enf. Psiquiátrica e Ciências Humanas. Profa. Karina de M. Conte

A LIDERANÇA NA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

A INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS DE LÍNGUA INGLESA NA MOTIVAÇÃO DE ESTUDANTES DO SEXTO E SÉTIMO ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM COARI

Educador A PROFISSÃO DE TODOS OS FUTUROS. Uma instituição do grupo

UMA REFLEXÃO SOBRE A DEMANDA POR PROFESSORES DE MATEMÁTICA NO LITORAL NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

USO DO JOGO BINGO ATÔMICO COMO AUXÍLIO PARA COMPREENSÃO DO CONTEÚDO DAS CARACTERÍSTICAS ATÔMICAS

O MOVIMENTO DOS ESTUDANTES DE UMA TURMA DE PRIMEIRO ANO DE ENSINO MÉDIO: ENTRE OS MOMENTOS DE ESTUDOS E AS MOTIVAÇÕES

A DESMOTIVAÇÃO DISCENTE EM AULAS DE LEITURA: LANÇANDO UM OLHAR SOBRE A ESCOLA PÚBLICA

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM PROFA. JAQUELINE SANTOS PICETTI

A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NOS ANOS INICIAIS

A CONTEXTUALIZAÇÃO COMO AGENTE FACILITADOR NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

Uma destas importantes parcerias é com o INSTITUTO AOCP.

UMA VISÃO SOBRE JOGOS LÚDICOS COMO MÉTODO FACILITADOR PARA O ENSINO DE QUÍMICA

A MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

RELATOS DE EXPERIÊNCIA PIBID/ICEN/UNILAB: NARRATIVAS DE VIDA UMA AÇÃO MOTIVACIONAL NA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO MARIA DO CARMO BEZERRA CEARÁ

ALMANAQUE DE PALAVRAS CRUZADAS: APRENDENDO QUÍMICA COM AS PALAVRAS

Multimeios Aplicados à Educação Aula 2

TEXTO 2 EDUCAÇÃO DE QUALIDADE UM DIREITO SOCIAL

AVALIAÇÃO FORMATIVA NO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DIGITAL: UMA EXPERIÊNCIA NO FACEBOOK

CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA MANUAL DE AT ATIVIDADES TRANSVERSAL

"Jardim um mundo para os animais pequenos." E.E. Profº Nidelse martins de almeida

Compreender e transformar o ensino Texto adaptado reflexão sobre o Plano de Trabalho Docente o significado utilidade um modelo prático

FUNDAMENTOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR

REUNIÃO COM OS EDUCADORES DO 2º SEGMENTO

LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA: UMA FERRAMENTA IMPRESCINDÍVEL PARA A APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA

ETNOMATEMÁTICA E LETRAMENTO: UM OLHAR SOBRE O CONHECIMENTO MATEMÁTICO EM UMA FEIRA LIVRE

Projeto Jogos. A importância de conhecer a história dos Jogos

AUTOR(ES): REGIANE DE MORAIS SANTOS DE ASSIS, EDNADJA CARVALHO DO NASCIMENTO GALDINO

Aplicação de atividade lúdica para promover aprendizagem de teoria atômica e incentivar participação de alunos em Workshop.

MATEMÁTICA ATRAENTE: A APLICAÇÃO DE JOGOS COMO INSTRUMENTO DO PIBID NA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA

OS RECURSOS TECNOLÓGICOS UTILIZADOS PELOS ALUNOS DO PEG

LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS

Construtivismo no Ensino de Física: um estudo de caso com os professores do município de Bambuí MG

Aula 6 Livro físico.

O USO DO GEOGEBRA COMO INTRODUÇÃO NO ENSINO DE CIRCUNFERÊNCIAS. Virgínia Moreira de Freitas¹ Orientador (a): Liliane Martinez Antonow²

MOTIVOS DE EVASÃO E RETORNO DE JOVENS E ADULTOS AO ENSINO MÉDIO EM ALEGRE-ES

A Informática na Educação Infantil

DESENVOLVENDO AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS A PARTIR DE ATIVIDADES COM JOGOS

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR PERCURSO DE UM MODELO EM (RE)CONSTRUÇÃO

ROBÓTICA PEDAGÓGICA LIVRE E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA

SEDUC SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO ESCOLA ESTADUAL DOMINGOS BRIANTE ELIANE CALHEIROS

FORMAÇÃO EM AÇÃO 2014

ABORDAGEM HISTÓRICA DA TABELA PERIÓDICA NO 9º ANO: PERCEPÇÔES NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

A experimentação e o ensinoaprendizagem

A EVASÃO ESCOLAR NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNADAMENAL E MÉDIO JOSÉ PAULO DE FRANÇA-MARI/PB

A UTILIZAÇÃO DE FILMES COMO REFORÇO DE APRENDIZAGEM NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE DO MUNICÍPIO DE ARAÇOIABA PE

PROJETO BRINCANDO SE APRENDE

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E NUCLEO CENTRAL DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOCENTES

JOGOS NO ENSINO DA QUÍMICA: JOGO DE TABULEIRO TRILHANDO A QUIMICA

Transcrição:

O ASPECTO MOTIVACIONAL E A APRENDIZAGEM EM CIÊNCIAS Sumara Wedja da Silva Melo Escola Estadual São Francisco de Assis/PE, sumaramelo@gmail.com Orientador: Profª. Ma Suely Lundgren FAINTVISA/PE, suelilundgren@yahoo.com Resumo: Pensar em aprendizagem pelo viés da motivação é essencial para o planejamento do processo ensino-aprendizagem. O caráter motivador aplicado ao Ensino de Ciências pode emergir através de um ensino construtivista, pois essa aproximação é uma proposta que contempla a participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento. O presente estudo visa refletir a influência do motivacional no Ensino de Ciências. O instrumento de identificação do motivacional versa sobre a aplicação de um questionário com perguntas relacionadas ao que motivas e desmotiva os alunos em relação ao Ensino de Ciências. Se observar 87,5 % de respostas sim, a maioria dos estudantes declara gostar de estudar Ciências. O presente estudo mostra que os alunos possuem interesse no Ensino de Ciências, pois é uma disciplina que engloba fatos da vida e isso os alunos conseguem relacionar com situações cotidianas. Palavras- Chaves: Motivação, Ensino de Ciências e Aprendizagem. Introdução A motivação é um processo psicológico, uma força que tem origem no interior do indivíduo e que o empurra, o impulsiona a uma ação (Garrido, 1990). É algo individual e pessoal, assim como a aprendizagem. Aprender é uma decisão de cada indivíduo que poderá ser influenciada pelo motivacional. Pensar em aprendizagem pelo viés da motivação é essencial para o planejamento do processo ensino-aprendizagem, pois a educação atual se depara com alunos e professores desmotivados. Inúmeros são os motivos contribuintes da desmotivação e isto causa consequência ao desempenho intelectual do aluno. Motivos de origem famílias, econômicos, sociais e culturais. Assim como fatores enraizados dentro da sala de aula que impede o despertar do interesse para os conteúdos proposto pelo professor. Os conteúdos da área de ciências que embora os alunos considerem interessantes atribuem grau de dificuldades de aprendê-los, termos

científicos e teor de abstração de alguns conceitos. Assim, é preciso reagir modificando a realidade. Partindo-se do pressuposto de que a desmotivação interfere negativamente no processo de ensino-aprendizagem, o presente estudo visa refletir a influência do motivacional no Ensino de Ciências. Metodologia O presente estudo terá uma abordagem quantitativa e qualitativa. Os participantes avaliados alunos da EJA (Ensino de Jovens e Adultos) dos anos iniciais de uma escola municipal situada em Pombos-PE. Para a avaliação será utilizado os estudantes disponíveis no momento que concordarem participar do teste. O instrumento de identificação do motivacional versa sobre a aplicação de um questionário com perguntas relacionadas ao que motivas os alunos em relação ao Ensino de Ciências. O questionário teve perguntas claras, objetivas, concretas, precisas que possibilite uma única interpretação Gil (1999). Sendo os critérios utilizados nos questionários distribuídos da seguinte forma: Motivação: nessa categoria se vinculou episódios em que os alunos se mostram interessados por estudar ciências. Os dados coletados foram catalogados e organizados em gráficos para melhor interpretação dos resultados. Resultados A primeira questão esteve relacionada ao gosto por estudar, 93,75 % respondeu (sim), a maioria dos estudantes declaram gostar de estudar. Em turmas de EJA o gostar de estudar está associado à necessidade de conclusão de curso e de busca de novas perspectivas. Outra questão foi sobre o prazer de estudar ciências e 87,5% declara sim, este interesse ocorre pela versatilidade dos temas abordados dentro dessa área do conhecimento, devido a isso existe uma grande dificuldade por parte dos professores quanto ao planejamento e a organização dos saberes a ensinar. Pois, os conteúdos estudados correspondem a situações cotidianas e o aluno precisa conseguir perceber a relevância das informações estudadas para sua vida. Para identificar justificativas pelo prazer de estudar ciências os alunos responderam a questão que cita quatro possíveis motivos. As respostas estão expressas no gráfico abaixo.

Motivos Apontados sobre o prazer de estudar Ciências Os assuntos que aprendo me ajudam a entender os fenômenos da natureza. Os assuntos estudados aparecem na tv A forma como o professor explica A relação dos assuntos com o meu cotidiano Os dados expressos pelo gráfico 1. Revelam que os alunos gostam de estudar ciências, pois conseguem perceber a relevância dos estudos a sua vida. As respostas com maior indicação foram Os assuntos que aprendo me ajudam a entender os fenômenos da natureza e A relação dos assuntos com o meu cotidiano. É relevante que o estudante goste da disciplina ou conteúdo em estudo, isso lhe trará motivação, e contribuirá para o desempenho escolar. Essa é uma das maneiras de se chegar aos objetivos do Ensino de Ciências, as quais são: educar um indivíduo para que saiba buscar o conhecimento, com competência e responsabilidade em seus atos. Entretanto cabe ao docente instigar a curiosidade dos educandos SANTOS et. al., (2011). Fonte. Gráfico 1. Baseados em respostas dos alunos para a segunda questão do estruturado. No ambiente escolar o aluno estará motivado, de acordo com seu interesse e condições oferecidas pelo ambiente escolar para a aprendizagem, a escola deve proporcionar um ambiente com qualidade (TAPIA, 2004). Considerar fatores interpessoais, tais como: autoestima, direção de metas, e o estímulo ao aluno, permite desenvolvimento de motivação, esta que ativa, dirige, dá persistência para que o aluno alcance seus objetivos Balancho & Coelho (1996). Para alcance da motivação é necessário o incentivo, sendo gerenciado através da ação do professor e com o aprendizado dos alunos, fazendo assim com que eles tracem metas e siga seus objetivos (ENGELMANN, 2010). A motivação é prioritária para a aprendizagem e quando se trata de turmas de EJA torna-se mais relevante, pois os alunos dessa modalidade muitas vezes apresentam um quadro

típico de desmotivação, situação refletida nos altos índices de evasão escolar. Diante disso a relação dos saberes de Ciências, a atuação do professor e o interesse dos alunos pela disciplina corroboram para a motivação dos discentes. É possível observar que dentro da perspectiva da Teoria da Autodeterminação, os alunos podem desenvolver metas para os estudos envolvendo dois tipos de motivação, são as motivações intrínsecas e extrínsecas (MORAES e VARELA, 2007). A motivação intrínseca é a motivação que advém do interior da pessoa, já a extrínseca é aquela que existe necessidade do meio externo em que se encontra o indivíduo (SPRINTHALL & SPRINTHALL, 1993). A motivação intrínseca o indivíduo procura alguma atividade que lhe der prazer, vontade, hábito, diferente da motivação extrínseca que o indivíduo se sente motivado quando existe uma premiação ou uma recompensa (VIEIRA, 2013). Ou quando o aluno se interessa por alguma matéria. Por este viés os alunos apresentam uma motivação extrínseca, pois eles destacam interesse em Ciências e elencam motivos que fomentam seus interesses. Quando apontam como justificativa a aplicação dos conteúdos de Ciências a sua realidade, ou como parâmetros para compreensão do meio apontam uma motivação baseada em recompensa, ou seja, significado a aprendizagem. E o Ensino de Ciências surge nessa dicotomia de apresentar dificuldades para aprendizagem, mas relevância e utilidade para a vida do que se é aprendido. A atuação docente é um motivo pouco citado, dessa forma é possível refletir que pequena é a contribuição para a superação das dificuldades de aprendizagem que a matéria apresenta. No entanto, quando perguntado se o professor motiva os alunos a aprender ciências? Responderam que sim 87,5% um dado bastante chamativo, pois ora eles destacam uma característica do docente e em seguida apresentam outra. Diante do dado acima se levou em consideração que a motivação desenvolvida pela docente está relacionada com aspectos psicológicos, ou seja, de incentivos a capacidade dos alunos, no fortalecimento das relações interpessoais, através das observações realizados se notou um ambiente descontraído, de interação entre os alunos, de confiança um no outro, de autonomia. Este ambiente de estudo só é possível quando existe uma confiança dos alunos para com o docente. Um lugar cooperativo é um fator positivo, pois os alunos agem em coletividade, há maior aproximação dos colegas e entre eles existem trabalhos coletivos, onde um ajuda ao outro (ENGELMANN, 2010).

Quando questionados como o professor pode fazer para melhorar a motivação em relação ao estudo de Ciências, os alunos responderam conforme mostra a tabela abaixo. Gráfico 2. Ações para o professor melhorar a motivação Atenção especial a minhas dúvidas Novas maneiras de ensinar (explicar de forma simples) Professor debate com os alunos Professor permite que os alunos apresentem suas ideias Fonte. Gráfico 2. Resposta apontada pelos alunos. A maioria destacou novas maneiras de ensinar, ou seja, o professor precisa utilizar outras ferramentas de ensino, metodologias e estratégias didáticas. Isso poderia ser feito através do uso de aulas práticas, atividades investigativas, uso de recursos tecnológicos, etc. O docente da EJA precisa investigar e adotar práticas pedagógicas que facilitem e estimulem o processo de ensino e aprendizagem desses alunos Santos et al (2016). Considerações Finais Os alunos possuem interesse no Ensino de Ciências, pois é uma disciplina que engloba fatos da vida e isso os alunos conseguem relacionar com situações cotidianas. A motivação é algo que está intrínseco e extrínseco, pois ambos contribuem para a aprendizagem. As compreensões dos fenômenos naturais, por exemplo, é um fator extrínseco bem destacado pelos alunos para se interessarem e se sentirem motivados a aprender ciências. No entanto, as boas relações interpessoais desenvolvidas em sala de aula é um bom exemplo da motivação intrínseca, pois esta desenvolve a autoestima e confiança dos alunos. Dessa forma se tem alunos interessados em aprender. O professor assume papel primordial no desenvolvimento do processo ensinoaprendizagem que passa pelo desenvolvimento motivacional dos alunos, toda sua atuação deve visar esta característica que ora desenvolvida os discentes conseguirão atingir seus objetivos: Aprender. Referências

BALANCHO, M. J. S.; COELHO, F. M. Motivar os alunos, criatividade na relação pedagógica: conceitos e práticas. 2. ed. Porto, Portugal: Texto, 1996. ENGELMANN, E. A Motivação De Alunos Dos Cursos De Artes De Uma Universidade Pública Do Norte Do Paraná. Londrina, 2010. 124 f. : Il. GARRIDO, I. Motivacion, emocion y accion educativa. Em: Mayor, L. & Tortosa, F. (Ed) Âmbitos de aplicacion de la psicologia motivacional (pp. 284-343). Bilbao: Desclee de Brower, 1990. MORAES, C.R. VARELLA, S. MOTIVAÇÃO DO ALUNO DURANTE O PROCESSO DE ENSINOAPRENDIZAGEM, Revista Eletrônica de Educação. Ano I, No. 01, ago. / dez. 2007. TAPIA, J. A. Contexto, motivação e aprendizagem. In: TAPIA, J.A; FITA, E. C. A motivação em sala de aula: o que é, como se faz. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2004. p. 12-61. SANTOS, I.A; CARVALHO, M.S.; SATANA, Z.S.; ALVES, J.P.M.; AGUIAR, L.O. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): POSSIBILIDADES E DESAFIOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS. Disponível em << http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/trabalho_ev056_md1_sa1 2_ID10599_15082016224234.pdf>> em julho de 2017. SANTOS, A. C.; CANEVER, C. F.; GIASSI, M. G.; FROTA, P. R. O.; A Importância do Ensino de Ciências na percepção de estudantes de Escolas da Rede Pública Municipal De Criciúma SC: Revista Univap, São José dos Campos-SP, v. 17, n. 30, dez.2011. SPRINTHALL, N. A. & SPRINTHALL, R. C. (1993). Psicologia educacional. Lisboa: Mcgraw Hill. VIEIRA, M. E. (2013). Criatividade e motivação em crianças e jovens: Um estudo comparativo, Dissertação de mestrado em psicologia da educação. Universidade de Algarve.