Assunto: Alterações propostas à Resolução 116 pela Câmara Técnica de Infraestrutura Aeroportuária do Conselho Consultivo da ANAC

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Transcrição:

Rio de Janeiro, 02 de maio de 2011. Ref.: B/07/11 Ao Sr. JOÃO EDUARDO TABALIPA GERENTE TÉCNICO DE NORMATIZAÇÃO E SISTEMAS AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC Avenida Presidente Vargas, 850 21º andar Centro Rio de Janeiro RJ CEP 20071-001 Assunto: Alterações propostas à Resolução 116 pela Câmara Técnica de Infraestrutura Aeroportuária do Conselho Consultivo da ANAC Prezado Sr. João Eduardo Tabalipa, Em reunião realizada na ANAC, no Rio de Janeiro, em 28 de fevereiro de 2011, logramos obter consenso, de que a Câmara Técnica deveria enviar a esta Gerência uma proposta de credenciamento de agentes de carga aérea, que teria como base os atuais processos realizados pelos agentes de carga. Isto porquanto os representantes desta gerência não se quedaram convencidos de que os argumentos apresentados justificavam a necessidade do credenciamento desses agentes por parte da ANAC. Temos, portanto, através deste ofício, o objetivo de apresentar justificativas adicionais para que o credenciamento/habilitação siga sendo de responsabilidade da autoridade de aviação civil. Queremos, inicialmente, reafirmar nosso entendimento como segue: Entendemos que a atividade de agenciamento de carga aérea, definida pelo Código Brasileiro de Aeronáutica como a de empresas de Serviço Auxiliar de Transporte Aéreo (em 19/12/1986), foi substancialmente alterada, visto que tais agências de carga não podem ser encaradas como contratadas da transportadora. Mais ainda, a IAC 109-1001 (revogada em 29/07/2010 pela ANAC) tratava de forma distinta essas empresas, tendo sido as agências de carga definidas como pessoa jurídica autorizada pela Autoridade Aeronáutica, que agencia carga aérea, para uma empresa aérea, sendo responsável pela documentação oficial e seu embarque no nível de facilitação, enquanto que a ESATA era definida como empresa constituída que realiza serviços de apoio destinados à operação de aeronaves e à proteção da aviação civil contra atos de interferência ilícita. A constatação desses fatos nos levou a sugerir que as ESATAs propriamente ditas e as Agências de Carga sejam tratadas em resoluções distintas, ponto de vista este que está aceito pela ANAC.

Listamos, agora, justificativas adicionais para nosso pleito no sentido de que a autorização /habilitação/fiscalização siga sendo de responsabilidade da autoridade governamental de aviação civil, como o era, ao tempo da existência do DAC: Justificativas de cunho legal O CBA, em seu Art. 25, sob o 1º determina que A instalação e funcionamento de qualquer serviço de infraestrutura aeronáutico, dentro ou fora de um aeródromo civil, dependerão sempre de autorização prévia da autoridade aeronáutica, que o fiscalizará.... Sob o mesmo artigo, porém em seu caput, vê-se a indicação de que a citada autorização tem como premissa promover a segurança, regularidade e eficiência, deixando subentendido que a autoridade aeronáutica apenas autorize o funcionamento das agências de carga que atendam as premissas acima, para o que há, sem dúvida, que se prover capacitação técnica para tal, bem como a sua fiscalização. Ressalta-se que a aprovação tácita indiscriminada conforme consta na Resolução 116 desconsidera o Código por não estabelecer quaisquer critérios a serem considerados no processo de autorização. A ICAO, em seu Convênio sobre a Aviação Civil Internacional, determina, em seu Anexo 17, item 4.6.4, que Cada Estado Contratante assegurará que los explotadores no acepten transportar carga ni correo em uma aeronave que realiza operaciones del transporte aéreo comercial de pasajeros a menos que um agente acreditado confirme y demuestre que se aplican controle de seguridad, o que el envio se someta a controles de seguridad apropiados.. Ainda em seu Anexo 18, item 11.1 vê-se que Todo Estado Contratante instituirá procedimientos para la inspección, vigilância y cumplimiento, a fin de lograr que se cumplan sus disposiciones aplicables al transporte de mercancias peligrosas por via aérea. Apesar de termos conhecimento de que estas responsabilidades poderiam eventualmente ser adjudicadas às empresas aéreas, entendemos claramente que os agentes de carga aérea compõem mais uma camada de segurança/safety imprescindível à cadeia logística, como podemos observar nos exemplos de uma enorme gama de países no mundo. Buscamos coletar informações junto às empresas associadas a JURCAIB quanto ao processo de licenciamento e habilitação de ESATAs em seus respectivos países, tendo logrado o seguinte resultado: 1. Portugal Autoridade Aeronáutica (INAC) fiscaliza e licencia; 2. Canadá Autoridade Governamental (Transport Canada) licencia; não há auditagem: a certificação IATA (IOSA/ISAGO) é solicitada; 3. Peru Autoridade de Aviação Civil (DGAC) licencia; 4. Coréia Ministério do Transporte fiscaliza, através da autoridade de Aviação Civil (CASA); o credenciamento é responsabilidade de cada aeroporto (entendemos que tal credenciamento seria simplesmente para permitir o acesso a áreas restritas em aeroportos);

5. Panamá As agências de carga não estão reguladas corporativamente de forma distinta às das demais empresas; entretanto são requeridas licenças adicionais da Aduana. Da mesma forma, os Agentes de Carga, membros ativos da Câmara Técnica de Infraestrutura Aeroportuária, contataram a Federação de Associações Nacionais de Agentes de Carga e Operadores Logísticos Internacionais da América Latina e Caribe ALACAT, de onde obtiveram idênticas informações como as acima citadas. No Decreto 7.168, de 05 de maio de 2010, o qual dispõe sobre o Programa Nacional de Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita (PNAVSEC), vemos, em seu Art. 4º-VII a definição do termo agente de carga aérea acreditado como segue: agente de carga aérea acreditado: pessoa física ou jurídica autorizada pela autoridade de aviação civil, que agencia carga aérea, para empresa aérea, sendo responsável pela documentação oficial e entrega ao transportador, bem como providencia os controles de segurança preventivos contra atos de interferência ilícita na aviação civil. Nos Artigos 198, 199 e 202, lemos, respectivamente, o seguinte: A carga aérea, antes de ser embarcada, deve ser submetida a controle de segurança no processo de aceitação, armazenamento e carregamento., A administração aeroportuária e a empresa aérea devem exigir, no momento da aceitação da carga, a comprovação documentada de que medidas de controle de segurança foram adotadas desde a sua origem até o seu recebimento, conforme atos normativos da ANAC e Os procedimentos de inspeção podem ser baseados no conceito de expedidores reconhecidos e de agentes de carga acreditados pela ANAC. Justificativas de cunho técnico Entendemos que a habilitação e normatização por parte da ANAC é necessária para que não se retroceda para um ambiente não regulado, em atividade que requer capacitação e supervisão continuada. Cabe ressaltar que outra agência está justamente em processo de criar regras para a habilitação de seus regulados trata-se da ANS, para com os respectivos planos de saúde. Entendemos ainda que a habilitação trará maior credibilidade para a ANAC, no sentido de que o consumidor será atendido por agência que tem idoneidade, por ser regulada e fiscalizada. Cabe ressaltar que a concentração da responsabilidade da carga unicamente na empresa aérea não garante que o mercado, como um todo, esteja executando tarefas em níveis legais e aceitáveis. Caso uma empresa aérea, em seus processos de auditoria, encontre um agente de carga executando atividades fora dos requisitos mínimos, tal agente poderia ser penalizado com restrições criadas apenas e tão somente no âmbito desta aérea,

podendo continuar a prestar serviços a todo o setor, dado que a empresa aérea não tem o poder de revogar a autorização de empresas privadas. Sem a habilitação o mercado perde credibilidade e confiabilidade, trazendo prejuízos à cadeia logística e especialmente ao próprio usuário, tendo em vista que o consumidor não terá qualquer garantia quanto à qualidade dos serviços a serem prestados pelas agências de carga não reguladas. Considerações Gerais Existe um processo de credenciamento de agências de carga e associados para o transporte internacional (para suas atividades de exportação aérea), que é utilizado pela IATA, cuja base é justamente aquela dos tratados internacionais da OACI sobre a matéria. O processo está descrito em sua Resolução 813, sendo, em linhas gerais o que sugerimos seja adotado, refletindo, ainda, o aplicável no país há uns poucos anos. Sugerimos, ainda, que os agentes que atuem no mercado doméstico cumpram os mesmos requisitos mínimos descritos em nossa proposta abaixo. Cabe-nos ainda ressaltar que a Resolução Nº. 116, determina, em seu Art. 3º, sob seu parágrafo único, que fica o contratante dos serviços auxiliares ao transporte aéreo responsável, perante a ANAC, por deficiências e ocorrências decorrentes de danos causados pelas sociedades empresárias contratadas para a prestação de serviços auxiliares ao transporte aéreo., o que redunda na não aplicação desta Resolução por parte das agências de carga, visto que estas não são contratadas pelas empresas aéreas, sendo, na realidade reais contratantes dos serviços das aéreas. Mencionamos, ainda, que a justificativa apresentada em nossa reunião para a revogação da IAC 109 (falta de interesse das agências de carga se tornarem acreditadas pela ANAC), não nos parece muito acertada, face ao fato de que jamais foi exigido das agências em questão o cumprimento de qualquer item da IAC por parte da ANAC. Proposta de Credenciamento A proposta elaborada por esta Câmara Técnica quanto aos requisitos mínimos para habilitação, por parte da ANAC, à qual chegamos por unanimidade é a de que sejam determinados requisitos mínimos de capacitação profissional para os agentes de carga, como segue: 1. Certificado de curso básico de carga aérea atualizado, ministrado por entidade autorizada, reconhecida, homologada e fiscalizada pela ANAC;

2. Certificado de curso de carga perigosa, periodicamente atualizado, a cada 24 meses, para dois funcionários na matriz da agência, e um funcionário por filial, também ministrado por entidade autorizada pela ANAC. Queremos salientar que sabemos da necessidade de atualização das exigências a todos os participantes de uma cadeia logística segura, que mundialmente vêm sendo implantadas, no sentido de salvaguardar e preservar equipamentos e principalmente vidas. Os agentes de carga estejam apenas atuando comercialmente ou agregando serviços complementares de manuseio das cargas a seus clientes, certamente não ficarão alheios a este rumo, e aceitarão que as medidas, sendo implantadas mundialmente pelas determinações do Security Manual for Safeguarding Against Acts of Unlawfull Interference Vol. I 7th edition 2009, sejam também integralmente aplicadas no país. Nada se alcança, sem o risco de se implantar com imperfeições, sem que todas as partes tenham pleno conhecimento de suas futuras obrigações e possam, no devido tempo, buscar de acordo com suas possibilidades, formas de adaptação para total aplicação de tais procedimentos. Neste sentido apresentamos abaixo um cronograma para a implementação de nossa proposta, como segue: 1. Um prazo de 180 dias para que a ANAC regularize e retome a habilitação dos agentes de carga aérea, minimizando as exigências relacionadas à constituição da empresa, assim como preconizou em sua Nota Técnica/SAI-GNPS/2010 de 16/02/2011, na página 4 (grifo nosso). Os documentos das empresas prestadoras de serviços de agenciamento de carga aérea a serem apresentados para a habilitação pela ANAC, nesta primeira fase, seriam: a. Ato de Constituição da Empresa; b. Comprovação de sua capacitação técnica, com a comprovação de renovação recente de participação em cursos de carga básica, emissão de documentos e carga perigosa, conforme descritos na proposta de credenciamento acima; c. Comprovação de capacidade de atuação em qualquer aeródromo do país seja através de escritórios próprios (matriz ou filiais) seja através de composição com agentes locais, que estejam na mesma condição de habilitação pela ANAC, podendo emitir os documentos de embarque em sua matriz, ou

através de seus agentes, em seu nome, e estabelecidos nos locais de entrega da carga aos reais transportadores. Para isto devem ser levadas ao conhecimento de todos os agentes no país, por intermédio da sua representação nesta Câmara Técnica, em forma de minuta para análise e discussão, as condições para atendimento ao preconizado acima. Num segundo momento a ANAC apresentaria critérios técnicos adicionais de safety and security, se julgados necessários, se julgados necessários, para a habilitação com acreditação de agências de carga, estando este comitê à disposição da ANAC 2. para contribuir neste sentido. Entendemos que a implementação destes critérios deveria se dar num período adicional de outros 180 dias. Sendo o que nos apresenta para o momento colocamo-nos à sua inteira disposição para esclarecimentos adicionais, caso julgados necessários. Atenciosamente, Comitê Técnico da Resolução 116 Câmara Técnica de Infraestrutura Aeroportuária do Conselho Consultivo da ANAC