PANORAMA SOBRE A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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Transcrição:

PANORAMA SOBRE A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL QUAL É O PROBLEMA COM A PECUÁRIA? A produção pecuária no Brasil tem um papel fundamental quando se trata de atender o aumento da demanda de alimentos nutritivos com qualidade e quantidade e com segurança alimentar. Mas, aumentar a produção de alimentos de forma sustentável significa encarar múltiplos desafios, como o abastecimento e gerenciamento de água, a dinâmica do uso de solo e as emissões de gases de efeito estufa. Este documento fornece informações confiáveis sobre esses desafios, assumindo a importância da carne bovina para a segurança alimentar no Brasil e no exterior, a necessidade de promover uma nova dinâmica de uso do solo, baseada na restauração do pasto, e na intensificação da produção pecuária. Promover a pecuária sustentável no Brasil baseia-se em garantir que continuemos a atender à demanda e, ao mesmo tempo, abordar de forma corajosa e pró ativa os principais problemas ambientais que tradicionalmente têm sido associados à cadeia de valor da pecuária. O desmatamento, as emissões de gases de efeito estufa, a degradação das pastagens, o uso da água e a perda de biodiversidade são algumas das questões mais comuns citadas e relacionadas a produção pecuária brasileira.

DESMATAMENTO E O REBANHO BOVINO NA AMAZÔNIA A pecuária geralmente é identificada como a principal causa do desmatamento no Brasil. No entanto, não é possível estabelecer uma relação clara e automática entre os dois temas. Apesar da pecuária ser uma atividade que naturalmente pode ser produzida em qualquer área já aberta, existem muitos fatores diferentes e complexos que motivam o desmatamento no Brasil. Na verdade, a própria noção de que a expansão da produção pecuária depende do desmatamento está desatualizada e desinformada: a tendência para os próximos 15 anos será aumentar a produtividade brasileira e diminuir, significativamente, a área que a atividade ocupa. A EXPANSÃO DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA NÃO DEPENDE DO DESMATAMENTO 1000 Ton A intensificação da pecuária e a restauração de pastagens são os pontos chaves para permitir um uso mais eficiente da terra. 2015 4@/ha/ano 16,000 14,000 12,000 10,000 8,000 6,000 4,000 2,000 0 182,796 15 anos +50% 178,775 9,666 10,048 13,721 161,261 2005 2015 2030 2030 6@/ha/ano Área de pastagem e produção de carne bovina no Brasil Produção de Carne Bovina Fonte: ABIEC e Agroicone. MÉDIA DE PRODUÇÃO 185,000 180,000 175,000 170,000 165,000 160,000 155,000 150,000 Área de Pastagem 1000 ha A área total de pastagem no Brasil está diminuindo enquanto a produtividade da pecuária está aumentando. Em 2005, foram produzidas 9,6 milhões de toneladas de carne bovina em 183 milhões de hectares. Depois de dez anos, a produtividade havia saltado para 10 milhões de toneladas em 179 milhões de hectares. Até 2030, prevê-se que a área total de pastagens destinadas à pecuária compreenda apenas 161 milhões de hectares, para uma produção anual total de 13,7 milhões de toneladas de carne bovina. Isso é uma redução de cerca de 220.000 km² de pastagens destinadas a atividade em apenas 25 anos. Para se ter uma ideia, essa é uma área maior que a ilha da Grã- Bretanha (209,331 km²). Além da redução das pastagens, serão 22 milhões de hectares de terra liberados para outros usos, como floresta plantada, restauração de vegetação nativa e produção de outras culturas.

PECUÁRIA SUSTENTÁVEL E A AGENDA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2030 COP 21 Acordo de Paris de 2015 No Acordo de Paris, assinado durante a Conferência das Nações Unidas em 2015, os países membros se comprometeram a promover a redução das emissões, a adaptação e resiliência dos ecossistemas através da adoção de práticas de baixa emissão de carbono. BRASIL Foi o primeiro país em desenvolvimento a comprometer-se a uma redução absoluta das emissões de GEE; Na Contribuição Nacionalmente Determinada (indc, na sigla em inglês), o Brasil estabeleceu um objetivo de reduzir a emissão de GEE em 37% até 2025 e de 43% até 2030, frente as emissões registradas em 2005. Objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas (ODSs) aprovação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização A das Nações Unidas (SDGs, na sigla em inglês), em 2015, criou uma agenda ampla e de longo prazo para o desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza. Foram estabelecidos objetivos claros para segurança alimentar, nutrição e desafios ambientais relacionados à produção de alimentos. ODSs relacionados com o debate da produção de carne bovina sustentável: COMO? Fortalecendo e reforçando a implementação do Código Florestal Brasileiro. Apenas a Restauração nos termos da legislação vigente, pode levar a atividade pecuária a ter um sequestro de carbono de até 4,5 bilhões de toneladas nos próximos 30 anos; Recuperando 15 milhões de hectares de pastagens e reflorestando 12 milhões de hectares até 2030. As práticas de produção em pecuária desempenharão um importante papel nas contribuições brasileiras para o Acordo de Paris Com o uso de áreas de pastagens degradadas existentes no Brasil e a adoção de práticas de baixa emissão de carbono, até 2030, será possível atender à demanda de produtos agrícolas, além de reduzir em 50% as emissões de GEE. A intensificação moderada da produção pecuária, o uso do sistema de plantio direto e a implementação dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e Floresta são fundamentais para alcançar esse cenário. (Imaflora) ACABAR COM A FOME E ALCANÇAR SEGURANÇA ALIMENTAR GARANTIR O CONSUMO SUSTENTÁVEL PADRÕES DE PRODUÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DO SOLO Os ODSs abordam a perspectiva da proteção ambiental da erradicação da pobreza e do desenvolvimento sustentável, assegurando a preservação dos ecossistemas, e a biodiversidade. Novos métodos de produção de alimentos de forma sustentável são vitais para o futuro, uma vez que a gestão ineficiente da agricultura ou da produção de alimentos pode causar graves danos ao meio ambiente e à biodiversidade, ambas estritamente ligadas principalmente ao desmatamento. A recuperação de pastagens degradadas, incluindo a intensificação e o aumento da produtividade, o processo de conformidade com a Lei de Proteção da Vegetação Nativa e a redução do desmatamento, são fatores-chave para a ampliação de boas práticas e padrões mais sustentáveis de produção. PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO DE CARNE BRASILEIRA 16,000 14,000 12,000 10,000 8,000 6,000 4,000 2,000 0 7,796 1,923 8,089 2,058 10,272 3,525 2005 2015 2030 Exportação Consumo Fontes: SECEX/MDIC; ABIEC, Agroicone.

EMISSÕES DE GEE E AGRICULTURA DE BAIXO CARBONO O padrão de emissões de GEE brasileiro mudou nos últimos anos. Em 2005, as emissões de Uso da Terra, Mudança de Uso da Terra e Silvicultura (UT, MUT e S) representaram 58% das emissões totais de CO 2 equivalente. Em 2012, devido a redução do desmatamento, esse número já reduziu para 15%. 16% 4% 2% 2005 USO DA ÁGUA 15.500 l/kg pegada hídrica para a produção de carne bovina 93% de água verde (água de chuva) 4% de água azul (águas superficiais e subterrâneas) 20% 7% 4% 58% 2012 UT, MUT e S Agricultura Energia Lixo Indústria Fonte: MCTI/2014 3% de água cinzenta (água necessária para a diluição de efluentes no processo de produção) Na pecuária, a restauração de pastagens degradadas é uma açãochave no uso responsável da água 15% 37% 37% PLANO ABC AGROPECUÁRIA DE BAIXO CARBONO USO DE TERRA NO BRASIL (2016) 30% Áreas de Produção Áreas atribuídas para preservação dentro de fazendas (RL e APPs) Unidades de Conservação Terras Indígenas 13% 9% 8% 19% Áreas preservadas em outras áreas públicas ou privadas 3,5% 21% 14% 66% 13% Áreas de Vegetação Nativa Protegidas e Preservadas Agricultura e florestas plantadas Pastagens plantadas Pastagens nativas Cidades e outros Criado pelo Governo Federal e administrado pelo Ministério da Agricultura, o plano ABC tem como objetivo a mitigação das emissões de GEE e a adaptação às mudanças climáticas. O Plano prevê incentivos financeiros a seis atividades de maior relevância: Restauração de pastagens degradadas (15 milhões de hectares); Sistemas de plantio direto (8 milhões de hectares); Fixação biológica de nitrogênio no solo (5,5 milhões de hectares); Sistema Integração Lavoura Pecuária - Floresta - ilpf (4 milhões de hectares); Florestas plantadas (3 milhões de hectares); Tratamento de resíduos animais (4,4 milhões de m 3 ). Fontes: SFB, Sicar, Embrapa, IBGE, MMA, Funai, DNIT, ANA, MPOG.

BIOMAS BRASILEIROS E LEI DE PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA (Lei federal n o 12.651/2015) Lei de Proteção da Vegetação Nativa é um instrumento A político fundamental para promover a restauração da vegetação natural, acabar com o desmatamento ilegal e regulamentar o desmatamento legal. Os principais elementos da legislação incluem o estabelecimento de um Cadastro Ambiental Rural (CAR), Programas de Regularização Ambiental (PRAs) e obrigações para manter e restaurar as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Áreas de Reservas Legais (RLs). As APPs são áreas de preservação em ambientes rurais e urbanos, e variam de acordo com diferentes critérios. RL é a porcentagem de área em uma propriedade rural privada que deve ser preservada com a vegetação nativa área de vegetação nativa obrigatória vai de 20% a 80% da área da propriedade. O CAR fornece uma base de dados nacional que reúne todas as informações sobre o uso do solo nas propriedades privadas, incluindo as áreas de APP e RL, podendo estimar onde há déficit de vegetação. Esse instrumento oferece benefícios como um melhor planejamento e transparência quanto à conformidade ambiental. O PRA (Programa de Regularização Ambiental) define as regras específicas de conformidade legal a serem seguidas pelos produtores em áreas de APP e/ou RL. Esse processo de conformidade cria uma ótima oportunidade para equilibrar produção e proteção, gerando uma agenda de restauração para o Brasil. O Brasil prevê a restauração de até 12 milhões de hectares de florestas. Amazônia 50%-80% Reserva Legal exigida por lei Cerrado (dentro da Amazônia Legal) 35% Outras áreas 20% DESAFIOS PARA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE Nos últimos 10 anos, o rebanho bovino aumentou principalmente no norte do Brasil, enquanto se estabilizou no Sul e Sudeste. É importante notar, no entanto, que a área de pastagem está diminuindo enquanto a produtividade de carne bovina está aumentando. A intensificação da pecuária, a genética e as boas práticas agropecuárias são fundamentais para a melhoria contínua da sustentabilidade da pecuária brasileira, tendo como base a redução do desmatamento e a restauração de pastagem. ÁREA DE PASTAGEM (MI HA) X PRODUTIVIDADE (@ / HA) Fonte: Agroconsult/IBGE Principais desafios para o aumento de produtividade e para a adoção de práticas sustentáveis: A falta de conhecimento sobre a intensificação da pecuária e seus benefícios aos produtores e ao meio ambiente; A dificuldade de acesso ao crédito rural, que não permite investimento para produtores menos capitalizados; Financiamento para contratação de assistência técnica para auxiliar na implementação das tecnologias de intensificação; A falta de apoio aos produtores rurais para cumprir as leis de proteção ambiental.

A atividade pecuária bem manejada não é um problema ambiental. Ao invés disso, ela é parte da solução! Bem-estar animal; Proteína de alta qualidade; Sistemas baseados em pastagens; Alto potencial para aumentar a produção na mesma área; Pastagens tropicais - alto potencial de mitigação da emissão de carbono; A expansão das diferentes culturas no Brasil está ocorrendo em pastagens, um dos fatores responsáveis pela redução da abertura de novas áreas. SOBRE O GTPS Criado em 2007, o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) foi a primeira mesa redonda de discussão sobre questões relacionadas à cadeia de valor da pecuária. Composta por representantes de diferentes segmentos - incluindo produtores, indústria, fornecedores de insumos e serviços, bancos, organizações da sociedade civil, varejos e restaurantes, centros de pesquisa e universidades - o objetivo do GTPS é promover o desenvolvimento sustentável da pecuária por meio da articulação dos diferentes elos, disseminação de informações de qualidade e promoção da melhoria contínua em todos os processos relacionados ao setor. O papel do GTPS na cadeia de valor da pecuária está relacionado ao 17º dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU), que visa promover a conquista de todos os outros objetivos através de parcerias e envolvimento de diferentes atores na cadeia. PILARES DO GTPS 1. Melhoria contínua; 2. Transparência e ética; 3. Boas práticas Agropecuárias; 4. Adequação legal. Use o código QR para acessar a versão completa do documento Pecuária Brasileira e sua Contribuição para o Desenvolvimento Sustentável. VISITE O NOSSO SITE WWW.GTPS.ORG.BR