Programa de Revitalização da Indústria Mineral Brasileira: Perspectivas e Desafios Ministério de Minas e Energia Vicente Humberto Lôbo Cruz Secretário Setembro de 2017
O BRASIL NO MERCADO MUNDIAL DE MINÉRIOS Global Player Exportador Autossuficiência Importador/ Produtor Dependência Externa Nióbio (1 ) Ferro (3 ) Vermiculita (3 ) Bauxita (3 ) Grafita (3 ) Caulim (5 ) Materiais de Construção Caulim Magnesita Vermiculita Mica Estanho Níquel Manganês Calcário (cimento) Cromo Diamante Industrial Titânio Tungstênio Talco Cobre Zinco Diatomita Tungstênio Potássio Fosfato Enxofre Carvão Metalúrgico Terras Raras
INDICADORES DA INDÚSTRIA MINERAL BRASILEIRA* O Brasil produz cerca de 70 diferentes substâncias minerais. Valor da Produção Mineral: US$ 24 bilhões. Valor das Exportações Minerais: US$ 17,4 bilhões (9,4% do total). Balança comercial mineral: US$ 12 bilhões. Cerca de 8.400 minas em atividades. Cerca de 200.000 trabalhadores diretos (fator 1:13 de geração de empregos indiretos). Participação da mineração no PIB nacional: 4% Arrecadação CFEM: R$ 1,8 bilhão *Dados de 2016
COMÉRCIO EXTERIOR EXPORTAÇÕES Rochas Ouro; Manganês Ornamentais; 6,40% 8,42% (Conc.); 0,60% Ferro; 76,58% Outros; 1,00% Bauxita ; 1,50% Cobre (Conc.); 5,50% Em 2016: Exportação: US$ 17,4 bilhões Importação: US$ 5,4 bilhões Saldo: US$ 12 bilhões Os indicadores de comércio exterior nos mostram: IMPORTAÇÕES Outros; 7,00% Carvão Metalúrgico; 35,80% Fosfato; Enxofre; 3,10% 4,80% Cobre (Conc.); 13,00% Potássio; 36,30% A importância da mineração para a balança comercial brasileira. A necessidade de desenvolver políticas para a diversificação da matriz mineral nacional. A urgência em reduzir a dependência do País de potássio (importamos 90% do que consumimos).
DIRETRIZES DO SETOR MINERAL BRASILEIRO Garantir a estabilida de regulatóri a e a segurança jurídica. Restabelecer a credibilidad e do setor mineral brasileiro. Atrair novos investimentos para o setor mineral Reduzir os prazos e desburocratiza r a outorga de títulos minerários. Diversificar a matriz mineral brasileira. Aprofundar o conheciment o geológico do território.
DESAFIOS PARA A RETOMADA DO CRESCIMENTO Aumentar a produção mineral brasileira, elevando a participação do setor no PIB de 4% para 6%. Geração de novas jazidas, dobrando o índice de investimentos em exploração. Criar ambiente amigável aos investimentos, com atratividade para a vinda de capitais de risco. Promover o acesso do mercado às áreas cujos processos estão paralisados (mais de 20.000 áreas em disponibilidade e venda de ativos da CPRM). Superar o passivo de cerca de 90.000 processos em tramitação, dando agilidade às concessões. Incrementar o nível de conhecimento geológico e ampliar a divulgação e o acesso aos dados do acervo da CPRM. Incentivar a criação de rede de centros tecnológicos com foco em novas tecnologias para exploração, engenharia de processos e transformação. Promover o desenvolvimento da pequena e média mineração por meio de ações de formalização. Promover maior interação das comunidades com os projetos mineiros.
PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA MINERAL BRASILEIRA MODERNIZAÇÃO INSTITUCIONAL E NORMATIVA Instabilidade jurídica em razão das incertezas relacionadas ao Marco Regulatório da Mineração. Por que propor o Programa de Revitalização? Entendimento de que a legislação mineral em vigor no Brasil é sólida e proporcionou um amplo crescimento desde a sua edição. Nova conjuntura econômica no que tange ao mercado de commodities minerais. Evolução da sociedade, acompanhada de novas demandas sociais e ambientais. Retomada do crescimento.
PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA MINERAL BRASILEIRA OBJETIVOS Restabelecer a credibilidade do setor mineral brasileiro. Atrair de novos investimento s para o setor mineral. Recuperar a estabilidade regulatória e a segurança jurídica. Retomar o crescimento da indústria mineral brasileira.
MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA DO DNPM E AUTOMAÇÃO DOS PROCESSOS MINERÁRIOS Proposta de modernizar os procedimentos de outorga mineral e os sistemas de gerenciamento eletrônico de documentos do DNPM. Integra o Plano de Desburocratização do MME. Objetiva reduzir o tempo atual de tramitação dos processos minerários que varia, a depender do caso, de 8 a 15 anos.
ÁREAS EM DISPONIBILIDADE Valorização das áreas pela inclusão de dados geológicos da CPRM. Seleção e valoração das áreas ofertadas em função da potencialidade geológica. Disponibilização de Fichas Técnicas ao Investidor, contendo informações para a tomada de decisão. Oferta por leilão eletrônico, realizado pela Receita Federal do Brasil, segundo critério de preço. Processo mais célere, objetivo e transparente.
MAIOR RIGIDEZ NO MONITORAMENTO DE BARRAGENS DE REJEITOS DE MINERAÇÃO Publicação da Portaria n o 70.389, de 17/05/2017, para fiscalização de barragens de rejeitos de mineração. Implantação do Sistema Informações Gerenciais de Barragens de Mineração SIGBM, desde 19/06 Modernização do Monitoramento A partir das informações registradas no sistema, o mesmo calculará automaticamente o risco e o dano potencial associado. Dessa forma as informações para tomada de decisão estarão disponíveis em tempo real, não sendo mais necessário aguardar a entrega da informação via RAL (Relatório Anual de Lavra).
OFERTA DE ÁREAS DA CPRM NO ÂMBITO DO PROGRAMA DE PARCERIAS DE INVESTIMENTOS O Programa de Parcerias de Investimentos PPI foi criado recentemente pelo Governo brasileiro com o objetivo de fortalecer as parcerias entre o Estado e a iniciativa privada. No âmbito do setor mineral serão ofertados quatro blocos de áreas (alvarás de pesquisa com relatórios finais aprovados) atualmente detidos pela CPRM. Fosfato do Miriri (Pernambuco e Paraíba states) Cobre, Chumbo e Zindo de Palmeirópólis (Tocantins state) Carvão de Candiota (Rio Grande do Sul state) Cobre de Bom Jardim de Goiás (Goiás state)
MEDIDAS PROVISÓRIAS DO SETOR MINERAL Modernização institucional e normativa do setor mineral brasileiro. Assinadas pelo Presidente da República, Michel Temer, em 25/07/2017. Vigentes até 29/09/2017, com prorrogação até 28/11/2017. MPV n 791/2017 Cria a Agência Nacional de Mineração. MPV n 790/2017 Moderniza o Código de Mineração. MPV n 789/2017 Altera a legislação que trata da Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais (CFEM).
CRIAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO Aprimoramento do exercício do papéis de normatização, regulação outorga e fiscalização. O assunto vem sendo analisado e debatido no governo há mais de duas décadas, sem solução. Outros setores que desempenham funções assemelhadas encontraram, nesta modalidade, seu melhor perfil. É indispensável ao novo modelo de gestão da indústria mineral brasileira. Maior neutralidade e independência e decisões mais equilibradas, democráticas e transparentes. É o modelo administrativo mais ajustado para a eficiente gestão do patrimônio mineral brasileiro Maior especialização técnica, normas mais claras e menor judicialização.
MODERNIZAÇÃO DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO O Código de Mineração em vigor atende à estabilidade e segurança jurídica buscada pelos investidores. A modernização propõe a alteração de 22 artigos e o acréscimo de 4 artigos. Não foram alterados procedimentos já consolidados. A escolha pela realização de mudanças pontuais esteve assentada em um amplo debate. Alinha-se com o objetivo de recuperação da segurança jurídica demandada pelos investidores, que têm plena confiança na legislação em vigor.
PRINCIPAIS MUDANÇAS PROPOSTAS AO CM Prazo de vigência da autorização de pesquisa, que passará a variar de dois a quatro anos, admitida uma prorrogação. Previsão de que em caso de indeferimento de requerimento ou em qualquer hipótese de extinção do direito minerário a área disponível para pesquisa ou lavra, o que eliminará as disputas no protocolo do DNPM. As áreas disponíveis serão ofertadas ao mercado por meio de procedimento mais célere e transparente do que o atualmente praticado (leilão eletrônico realizado pela Receita Federal do Brasil). Possibilita a continuidade dos trabalhos de pesquisa após a apresentação do Relatório Final para fins de conversão de recursos em reservas. Introdução do conceito de recursos e reservas para se aproximar ao que se pratica
PRINCIPAIS MUDANÇAS PROPOSTAS AO CM Atualização dos dispositivos que tratam das sanções administrativas aplicáveis em razão de descumprimento do Código. Estabelecimento de uma modelagem mais simplificada para a sistemática recursal. Passa a ser obrigatório ao titular da concessão de lavra executar adequadamente, antes da extinção do título, o plano de fechamento de mina. Alteração da sistemática de cobrança da taxa anual por hectare visando desestimular ações especulativas. Eliminação do instituto da imissão de posse da jazida. Deixa expressa a responsabilização do minerador pela recuperação das áreas
ALTERAÇÃO DA LEGISLAÇÃO DA CFEM Premissas: Simplificação e clareza: redução de custos administrativos para setor público e empresas de mineração; Alíquotas sensíveis à flutuação de preço do minério de ferro: flexibilidade para as empresas enfrentarem períodos de baixa demanda; Incorporação de teses legais pacificadas: redução de controvérsias jurídicas; Previsão de sanções para os casos de inadimplemento: aumento da eficiência da arrecadação. Principais Mudanças: Base de cálculo: receita bruta de venda, tal como expressa em nota fiscal, deduzidos os impostos incidentes sobre a venda, simplificando a cobrança. Preço de mercado local, regional nacional ou internacional ou na falta destes sobre o preço de referência, a ser definido pela ANM: nas hipóteses de consumo do bem mineral. Alíquotas: mantém-se a definição de alíquotas em lei. Manutenção da partilha de receitas (65% municípios, 23% estados e 12% União).
MEDIDAS TRIBUTÁRIAS E FINANCEIRAS EM ESTUDO Objetivo: acelerar o investimento em pesquisa mineral, mineração e transformação mineral no Brasil, de forma a aumentar a participação da mineração no PIB. MEDIDAS TRIBUTÁRIAS Regime Especial para Projetos de Mineração e Transformação Mineral REIMIN Equiparação tributária para Fertilizantes Solução para a compensação de créditos de ICMS MEDIDAS FINANCEIRAS Penhor e Alienação Fiduciária de Títulos Minerários Clareza e segurança para as diferentes modalidades de financiamento Programa de Incentivo a pesquisa Mineral PROPEM
2 0S 2 0N 54 0W 48 0W 54 0W 48 0W Limite de Área da REN CA 2 0N 2 0S Ministério de Minas e Energia EXTINÇÃO DA RESERVA NACIONAL DO COBRE E ASSOCIADOS Reserva Mineral criada pelo Decreto n 89.404/1984 que tornou indisponíveis para o desenvolvimento de atividades minerárias 46.450km 2 do território nacional. A CPRM realizou trabalhos de pesquisa na área, que foram capazes de identificar a ocorrência de depósitos de algumas substâncias. Todavia, sua transformação em empresa pública em 1994 restringiu a sua atuação no setor. Potencial mineral conhecido: Faixa potencial com 200 x 20 km; Potencial elevado para ouro e metais base (cobre, níquel); Centenas de garimpos ilegais de ouro e lavras clandestinas; Dois depósitos conhecidos de fosfato de grande porte.
EXTINÇÃO DA RESERVA NACIONAL DO COBRE E ASSOCIADOS Entendeu-se que os motivos que levaram à criação da RENCA deixaram de subsistir há muitos anos. Embora a criação de Unidades de Conservação tenha se posteriormente à criação da RENCA, nunca houve a intenção de interferir nessas áreas. O Decreto foi claro ao estabelecer: Art. 8 Nas áreas da extinta RENCA onde haja sobreposição parcial com unidades de conservação da natureza federais e estaduais ou com terras indígenas demarcadas, ficam mantidos os requisitos e as restrições previstos na legislação relativa à exploração mineral em unidades de conservação da natureza, terras indígenas e faixas de fronteira.
EXTINÇÃO DA RESERVA NACIONAL DO COBRE E ASSOCIADOS Ao contrário do que fora veiculado na mídia, a possibilidade de extinção da RENCA como medida do Programa de Revitalização da Indústria Mineral Brasileira foi debatida publicamente por quase um ano. Hoje o Decreto encontra-se suspenso por liminares judiciais, cujas contestações pela AGU estão em andamento. Atendendo à demanda da sociedade, em 04/09/2017 foi publicada a Portaria MME n 57, que suspende atos administrativos na área da RENCA até que se realize diagnóstico e consulta pública.
MENSAGEM FINAL Reitero que nossa gestão está comprometida com o crescimento da mineração brasileira. É papel de cada um que conhece e acredita nesse setor disseminar que a mineração organizada e racional, baseada em boas práticas, não apenas é possível e contribui para o desenvolvimento de um País, como é essencial. O mundo, tal como conhecemos hoje, não existiria sem a mineração. Reafirmo nosso compromisso com o diálogo aberto e transparente. Essa permanecerá sendo a nossa postura no andamento de nossas próximas ações.
Muito obrigado!