CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres (Aula 10/10/2017). Continuação de elementos constitutivos da obrigação. Obrigação propter rem obrigação própria da coisa, ela não é facultativa e está relacionada ao domínio sobre a coisa. Exemplo, compra um BMW 328, e vem o IPVA de R$ 20.000,00 que é obrigação própria da coisa. Apartamento - condomínio, obrigação propter rem. Constituem um misto de direito real (das coisas) e de direito pessoal, sendo também classificada como obrigação híbrida. Obrigação propter rem é aquela que recai sobre determinada pessoa por força de determinado direito real. Existe somente em decorrência da situação jurídica entre a pessoa e a coisa. Exemplo, Fábio tem uma BMW de R$300.000,00, contudo, esta tem uma dívida de R$ 2800.000,00 propter rem, doa-se este carro para terceiro e este fica com a dívida. Modalidades Obrigacionais. 1
Ausência de informação da qualidade da coisa torna ela incerta. Responsabilidade do devedor no direito obrigacional. PERDA DA COISA SEM CULPA COM CULPA + P.D SEM CULPA ou + DETERIORAÇÃO DA COISA COM CULPA + P.D ou + + P.D TABELA MÁGICA DIREITO DE ESCOLHA = EM REGRA, DO DEVEDOR = EXTINÇÃO / RESOLUÇÃO DA OBRIGAÇÃO SEM QUALQUER ÔNUS ÀS PARTES. = EQUIVALENTE A COISA EM DINHEIRO P.D = PERDAS E DANOS = RECEBE A COISA NO ESTADO = ABATIMENTO PROPORCIONAL NO PREÇO 2
Perda da coisa. Hipóteses da obrigação de dar em que o devedor permanece com a coisa sem estar inadimplente: primeira não está no prazo de entrega da coisa; segunda pende uma condição suspensiva. Exemplo, o Fábio só vai entregar o carro para Adriana quando ela tirar a CNH. Quando a coisa se perde depois da tradição, o problema é do credor, contudo, antes da tradição em que a coisa está com o devedor, gera algumas situações a ser tratadas a seguir. Direito de escolha forma diversa. em regra é do devedor, salvo se não for pactuado de Perda sem culpa situação jurídica anterior. se dá a extinção da obrigação, as partes retornam a Exemplo, Fábio compra a caneta e paga, Michele perde a coisa antes da tradição, precisa devolver o dinheiro para Fábio. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Perda com culpa pagamento do valor do bem mais perdas e danos. Leasing é um contrato através do qual a arrendadora (a empresa que se dedica à exploração de leasing) adquire um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário) para, em seguida, transferir a posse direta a este último, por um prazo determinado. Ao término do contrato o arrendatário pode optar por renová-lo por mais um período, por devolver o bem arrendado à arrendadora, ou dela adquirir o bem. Exemplo, após dezoito meses de celebração de contrato de leasing, o carro é roubado e a obrigação é extinta, não precisa pagar mais pois, não teve culpa, se pagou o valor do bem junto com o arrendamento a empresa precisa 3
devolver o valor do bem pago pelo arrendatário, para não configurar enriquecimento ilícito, neste caso, perda da coisa sem culpa do devedor. Contudo, se no contrato tinha uma cláusula dizendo que deveria ter seguro para o carro roubado, o arrendatário não o fez, o devedor teve culpa, precisa pagar o valor bem mais perdas e danos para a arrendadora. Alienação fiduciária é a transmissão da propriedade de um bem ao credor para garantia do cumprimento de uma obrigação do devedor, que permanece na posse direta do bem, na qualidade de depositário. Em caso de perda da coisa, o devedor continua devendo ao credor, pois, o bem é a garantia não o objeto do contrato (dinheiro), diferente do leasing. exceptio non adimpleti contractus se eu não cumprir a minha parte na relação contratual, não posso exigir que você cumpra a sua. Para o credor exigir do devedor o equivalente em dinheiro mais perdas e danos, aquele precisa ter pago o valor do bem. Desde que tenha sofrido perdas e danos, se provar que prejuízo além do dano. Perdas e danos não é um direito adquirido, para obter este precisa provar que houve perdas e danos na relação obrigacional. Deterioração da coisa. Distinção de perda e deterioração, resumidamente pode se afirmar que perda é a destruição integral da coisa a ser entregue, por quanto que, a deterioração é a depreciação do bem a ser entregue (redução do proveito do econômico) no outro a perda do proveito econômico. Deterioração sem culpa no estado mais abatimento proporcional do preço. se dá a extinção da obrigação ou recebe a coisa Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. 4
Deterioração com culpa equivalente da coisa em dinheiro mais perdas e danos; ou recebe a coisa, no estado que se encontra mais abatimento proporcional no preço mais perdas e danos. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. Exemplo, Fábio vende um carro C3 para Adriana por R$ 35.000,00, antes da tradição, alguém colide com o carro causando um prejuízo de R$ 5.000,00 sem culpa do Fábio, Adriana não é obrigada a ficar com o carro, se pagou o valor Fábio precisa devolver, se não pagou se resolve a obrigação, ou pode escolher ficar com a coisa e com abatimento no preço, aqui muda o direito de escolha, passando a ser do credor. Contudo, se Fábio ocasionou o evento com culpa, cabe o equivalente da coisa em dinheiro mais perdas e danos, ou pode a credora receber a coisa no estado que se encontra mais abatimento proporcional no preço, além da perda e danos, se houver. Caso prático: cliente precisava entregar o bem que se perdeu, e foi demandado em juízo para pagar o equivalente em dinheiro mais perdas e danos, reconhecia que precisava indenizar, mas precisava de tempo para pagar, contudo, o credor não cumpriu sua parte da obrigação (PAGAR). Contestação com fundamento no exceptio non adimpleti contractus e reconvenção com pagamento em dobro do valor que demandava indevidamente com fundamento no artigo 940 CC, professor sustentou que a dívida estava paga uma vez que o credor não pagou o devedor, e cobrou a entrega da coisa, assim, o equivalente em dinheiro sempre esteve com o credor. Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 5