DIREITO FINANCEIRO ORÇAMENTO PÚBLICO (continuação) II. LEIS ORÇAMENTÁRIAS (continuação)

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Transcrição:

DIREITO FINANCEIRO ORÇAMENTO PÚBLICO (continuação) II. LEIS ORÇAMENTÁRIAS (continuação) 1. PLANO PLURIANUAL PPA. 1.1. Art. 165, I e 1º, da CF. 1.2. É o padrão do planejamento das ações do Governo pelos próximos 4 anos. 1.3. Todos os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos no texto constitucional deverão ser elaborados em consonância com o PPA. 1.4. Nenhum investimento cuja execução ultrapasse 1 exercício financeiro poderá ser iniciado sem a prévia inclusão no PPA, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade (art. 168, 1º, da CF).

1.5. Não é do interesse do PPA disciplinar despesas com o custeio da máquina pública (despesas correntes), ou mesmo de outros gastos mais triviais das administração. Apenas trata de despesas de capital e outras dela decorrentes, e das despesas de duração continuada. 1.6. As únicas disposições normativas sobre o PPA são aquelas contidas na CF. 2. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS LDO. 2.1. Art. 165, II, da CF. 2.2. É também de iniciativa do Poder Executivo. 2.3. Tem a função principal de estabelecer as metas e prioridades da administração pelo período de 1 ano. 2.4. Assim, o PPA é um orçamento-programa, que define grandes metas e prioridades da administração por um período maior de tempo (norma com alto grau de abstração). Já a LDO,

cuja vigência será apenas de 1 ano, deve garantir a concretização do PPA e conferir às metas ali fixadas a possibilidade de uma realização mais imediata; já para o próximo exercício. 2.5. Funções da LDO: art. 165, 2º, da CF; e na LRF. 2.6. O 3º, do art. 4º, da LRF, prescreve a necessidade de a LDO conter um Anexo de Riscos Fiscais, cujo objetivo será não apenas avaliar possíveis passivos da Administração e os outros riscos que possam ter efeitos danosos sobre as contas públicas, como também informar quais providências deverão ser tomadas na hipótese de as contingências previstas virem à tona. 2.7. O projeto deverá ser integrado por um Anexo de Metas Fiscais. 2.8. O Demonstrativo das Metas Anuais deverá ser instruído com Memória e Metodologia de Cálculo. Assim, assegura-se que o conteúdo do

Anexo de Metas Fiscais não seja aleatório ou desconectado da realidade econômica e financeira do país. 2.9. O Anexo de Metas Fiscais deverá conter não apenas as metas fiscais para o futuro, mas igualmente contemplará a avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior e a evolução do patrimônio líquido nos últimos 3 exercícios, com destaque para o destino da receita obtida com a alienação de ativos. 2.10. O Anexo irá realizar a avalição da situação financeira e atuarial dos fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial e também dos regimes geral da previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador. 2.11. Demonstrativo voltado à estimativa e compensação de renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

2.12. Tudo isso tem o objetivo de comparação das metas atuais com aquelas estabelecidas no passado, além de prever a necessidade de avaliação tanto do patrimônio líquido atual do ente quanto a obrigações cuja realização não se dará imediatamente (como os programas de natureza atuarial). Trata-se, portanto, de documento que prima pela consistência passada e futura em relação aos dados apresentados. 3. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL LOA. 3.1. É a lei orçamentária mais concreta entre todas. Dispõe, quase que exclusivamente, sobre receitas e despesas para o exercício financeiro seguinte. Art. 165, 8º, da CF (princípio da exclusividade). 3.2. Todas as receitas deverão estar vinculadas a despesas específicas e nos exatos montantes do dispêndio, mesmo que tal despesa não se realize no futuro.

Exceções (mencionadas no assunto Princípio da Exclusividade ): a) créditos suplementares e b) operações de crédito (endividamento). 3.3. Os investimentos contidos na LOA deverão estar de acordo com as disposições do PPA, de forma que não poderá haver dotação que ultrapasse um exercício financeiro, sem que haja previsão no PPA ou sem lei que autorize tal inclusão. 3.4. A LOA será dividida em 3 contas, chamadas pela Constituição de orçamentos (a despeito do fato de o orçamento ser uno): a) orçamento fiscal: receitas e despesas relativas aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. b) orçamento de investimento: receitas e despesas das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social, com direito a voto.

c) orçamento da Seguridade Social: receitas e despesas relativas às entidades e aos órgãos vinculados à Seguridade Social. 3.5. Somado ao demonstrativo já previsto na CF, sobre os efeitos das renúncias sobre receitas e despesas, deverão também ser estabelecidas as medidas de compensação aplicáveis àquelas renúncias. 3.6. Também deverá conter no projeto uma reserva de contingência para fazer frente aos riscos fiscais e contingentes discriminados no Anexo de Riscos Fiscais constantes da LDO.