PROC. Nº 2495/08 PLL Nº 079/08



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Transcrição:

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Atendendo ao desejo dos moradores do bairro São José, estamos encaminhando o presente Projeto de Lei, para denominar um logradouro como Rua Cavalo Crioulo. O cavalo crioulo da América Latina é o descente direto dos cavalos importados do Novo Mundo, desde Cristóvão Colombo, pelos conquistadores espanhóis durante o século XVI, mais particularmente por Don Pedro de Mendoza, fundador da Vila de Buenos Aires em 1535.Um grande número destes cavalos de guerra fugiu ou foram abandonados para se tornarem, rapidamente, em cavalos selvagens, num ambiente ideal para o seu desenvolvimento. São os cavalos espanhóis (particularmente os Andalusos), portugueses e árabes que transmitiram seu sangue e suas principais características morfológicas da raça crioula. Durante quatro séculos, a raça crioula se adaptara ao meio ambiente das grandes planícies sul americanas para sofrer uma severa seleção natural. Esta adaptação às condições de vida do meio ambiente, permitiu o desenvolvimento de sua grande qualidade, a resistência às enfermidades e a sobrevivência. No início os índios, mais tarde os gaúchos, fizeram do crioulo o seu meio de transporte, seu companheiro de caça ou de trabalho e seu camarada de lazer. Desde então, o crioulo passou a ser o cavalo do gaúcho para o seu trabalho e o seu sustento. Sua resistência fez o orgulho dos criadores que organizavam provas com distâncias de 750 quilômetros, que tinham que ser percorridas em quatorze dias. Os cavalos eram pesadamente carregados (110 quilos para o ginete e sua sela) e tinham que se alimentar unicamente com o pasto encontrado na região percorrida. O animal vencedor era aquele que terminava a prova sem ter sido parado pelos juízes ou veterinários, ter levemente emagrecido, porém ter permanecido fogoso como no dia da partida. No final do século XIX, a introdução de machos europeus ou da América do Norte degenerou a raça. Uma seleção rigorosa, feita por alguns criadores apaixonados, permitiu a reconstituição da raça que foi admitida no stud-book argentino, em 1918. Hoje, em quase todos os países da América do Sul, as raças descentes do crioulo são criadas e protegidas.

O Cavalo Crioulo no Brasil O berço do cavalo Crioulo é o sul do Brasil, fronteira com o Uruguai e, são criados na região do Rio Grande do Sul. É uma variedade da raça crioula da América latina. Como os outros cavalos deste continente, ele é produto da mistura de raças de origem africana (cavalo árabe primitivo) e européia. Para o cavalo crioulo do Brasil, as duas origens étnicas são equilibradas. Herdou do cavalo árabe sua altura que raras vezes ultrapassa 1,50 m, sua cabeça é de corte triangular, seu perfil ligeiramente convexo e reto, suas orelhas curtas e bem separadas, sua garupa pouco inclinada e seu caráter ativo. Do seu antepassado europeu, herdou sua crina abundante, seu aspecto pequeno, porém forte e sua tranqüilidade. Sua descendência árabe é bem marcante. 1 O cavalo crioulo da atualidade, contudo, é fruto não somente dos fatores geográficos, climáticos e da seleção natural que moldaram as suas características, mas também de uma apurada seleção técnica que vem sendo feita há 64 anos no Brasil. Foi a partir de 28 de fevereiro de 1932, data em que um grupo de crioulistas fundou a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), que o cavalonativo das coxilhas e pampas do Rio Grande do Sul passou a ser enquadrado dentro de um "standard" racial determinante para sua seleção. De acordo com o superintendente de Registro Genealógico da ABCCC, veterinário Gilberto Loureiro de Souza, criador em Lavras do Sul (RS), na Fazenda São Crispim, a padronização racial do Crioulo iniciou na Argentina. Foi o veterinário e criador argentino Emílio Solanet que iniciou o processo, quando na década de 20 buscou junto a tribos indígenas na província de Choubut, perto dos Andes, éguas Crioulas de elevado padrão racial e grande rusticidade, dando início a uma seleção que determinou o standard da raça. A partir desse standard, a ABCCC criou uma Comissão Técnica de Inspeção, para analisar os animais com as características indicadas e registrá-los em Livro Aberto. Este livro foi usado durante 23 anos e depois fechado. A partir de 1955 todos registros de animais feitos pela ABCCC são de descendentes daqueles feito no Livro Aberto ou então animais importados e com registro no Uruguai ou Argentina. 1 Disponível em: < http://www.cavalocrioulo.com.br >. Acesso em: 11 abr 2008.

Com um peso variando entre 400 e 450 quilos, o standard racial determina com perímetros máximos e mínimos, altura entre 1,38 metros e 1,50 para fêmeas e 1,40 metros a 1,50 machos. O Crioulo é um cavalo de temperamento dócil, versátil, expontâneo e econômico, garantem os criadores, podendo a nível de estância ser criado com alimentação unicamente a campo e utilizado em todos os segmentos nas lides diárias. O nome Crioulo era empregado pelos primeiros criadores para designar o cavalo nativo, que vivia solto nos campos. Este cavalo era preferido nas fazendas porque executava qualquer atividade, puxando carroças ou fazendo trabalhos de campo, crescendo e propriando em condições naturais, com grande rusticidade e longevidade, destaca Loureiro de Souza. Por ser fruto de uma raça que se desenvolveu adaptando-se ao meio ambiente, ele não é um cavalo precoce, diz o superitendente técnico, mas também pode-se acelerar o seu desenvolvimento através dos cuidados com a alimentação. Em contra partida é um cavalo que começa a ser usado aos 3 anos e trabalha até depois dos 20, havendo inclusive vários registros de animais em atividade até quase os 30 anos. Freio de Ouro O surgimento da idéia que atualmente mobiliza centenas de criadores, ginetes e cavalos na maratona de provas do freio de Ouro, originou-se de uma conversa entre três crioulistas num final de tarde de 1978, enquanto tomavam chimarrão numa cabanha no município de Jaguarão. (RS). Foram o veterinário Fernando Rodrigues Affonso, da Estância Boa Vista, o Coronel de Cavalaria Bayard Bretanha Jacques e o zootecnista Luiz Carlos Albuquerque, da Cabanha São Luiz, todos daquele município, com apoio de outros criadores,os mentores das provas funcionais que evoluiram para o Freio. Fernando Affonso, crioulista desde 1965, conta que, em 1972, três cavalos Crioulos de origem chilena vieram para a exposição de Esteio. Um deles era La Invernada Hornero, outro Pozo Azul Chacão e o terceiro, La Invernada Buitre. A excelência dos animais chilenos encantou os criadores gaúchos eum condomínio formado por crioluistas de Jaguarão comprou Pozo Azul Chacão, que passou a ser usado para coberturas. Logo as características raciais de funcionalidade do sangue chileno se fizeram notar nos filhos de Pozo Azul, que começaram a destacar-se no meio da cavalhada nas atividades de campo. Eram cavalos muito bons, lembra Fernando Affonso.

O diferencial de funcionalidade desses animais em relação aos outros, foi que motivou nos três crioulistas a idéia da realização de algumas provas funcionais, que demonstrassem toda a habilidade do cavalo Crioulo. 2 Pelo acima exposto, concito a todos meus Pares pela aprovação deste Projeto de Lei. Sala das Sessões, 11 de abril de 2008. VEREADORA MARIA LUIZA 2 Disponível em: http://www.horseonline.com.br. Acesso em: 11 abr 2008.

PROJETO DE LEI Denomina Rua Cavalo Crioulo o logradouro não-cadastrado, conhecido como Travessa A, localizado no bairro São José. Art. 1º Fica denominado Rua Cavalo Crioulo o logradouro não- -cadastrado, conhecido como Travessa A, localizado no bairro São José, nos termos da Lei Complementar nº 320, de 2 de maio de 1994, e alterações posteriores. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

/JCO PROC. Nº 2495/08