A participação no PIBID e a formação de professores da Pedagogia experiência na educação de jovens e adultos Cássia Borges Dias, Maria das Graças Mota Mourão, Rita Tavares de Mello Resumo O estudo tem como objetivo relatar o percurso e as experiências acumuladas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID, adicionadas ao longo do período de formação acadêmica na graduação no processo formativo dos (as) alunos(as) do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). A formação inicial deve prover o auxilio necessário para que durante o seu processo formativo os acadêmicos possam acumular saberes e experiências que os auxiliem na sua ação docente depois do momento acadêmico. O Pibid, através do subprojeto Educação de Jovens e Adultos, vem se constituindo como um espaço privilegiado para uma aproximação com a realidade do cotidiano escolar, tendo como objetivo a criação de um campo de atuação na docência na escola de educação básica aos futuros educadores em formação inicial, através do desenvolvimento de práticas e de estratégias educacionais inovadoras na área de alfabetização e letramento de jovens e adultos. Percebe-se que o Pibid representa um importante espaço formativo e que propicia a antecipação da experiência docente, incidindo sobre a socialização profissional e construção da identidade docente desses acadêmicos. Introdução A formação inicial precisa fornecer a ajuda necessária para que no percurso formativo os acadêmicos possam acumular saberes e experiências que os auxiliem na sua ação docente depois do período acadêmico. Os espaços formativos são diversos e podem levar os acadêmicos a maturação e afirmação na profissão docente. A inserção no espaço escolar propõe ao acadêmico uma aproximação com a realidade do cotidiano escolar é promovida pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). O programa é gerenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que tem como objetivo principal financiar projetos de
iniciação à docência, fornecendo bolsas a alunos de instituição de ensino superior dos cursos de licenciatura e professores do ensino básico, onde os acadêmicos atuam nas escolas com intervenções junto aos alunos. É uma forma de valorização do magistério e a quem deseja atuar como futuro professor, uma oportunidade de vivenciar de perto os conflitos da escola e da sala de aula, podendo conhecer e aprimorar os métodos de ensino associando teoria a prática. Com o propósito de melhorar a educação e incentivar a formação de professores o Ministério da Educação buscou parceria com as universidades federais e estaduais para a execução do Pibid. Assim, a Unimontes em 2009 implantou o programa, e seus subprojetos a cada ano ganha expansão junto às escolas aumentando o número de bolsistas e de alunos atendidos. O Pibid foi lançado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em 2007, segundo a portaria n 68 de 2010 define na Seção I - Da Definição do Pibid: Art. 1 O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, doravante denominado Pibid, tem como base legal a Lei nº 9.394/1996, a Lei nº 12.796/2013 e o Decreto nº 7.219/2010. Art. 2º O Pibid é um programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que tem por finalidade fomentar a iniciação à docência, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior e para a melhoria da qualidade da educação básica pública brasileira. (BRASIL, 2010, p.26). O subprojeto Educação de Jovens e Adultos do curso de Pedagogia O subprojeto Educação de Jovens e Adultos apresenta uma equipe formada por 20 acadêmicas do Curso de Pedagogia, 4 professoras/supervisoras, da escola parceira, e uma coordenadora de área, professora da Unimontes. O subprojeto é desenvolvido numa escola municipal da rede pública da cidade de Montes Claros M/G, onde são atendidos jovens e adultos da EJA, a partir do diagnóstico das dificuldades no processo ensino-aprendizagem, com início em agosto de 2012. A escola parceira oferece educação básica, incluindo a modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA, onde a intervenção pedagógica da equipe concentra-se nos alunos do 1, 2 e 3 períodos. Antes de dar início às atividades, foi feito um levantamento por meio de avaliação diagnóstica para melhor compreender e planejar
uma proposta de intervenção e acompanhamento coerente com a realidade dos estudantes participantes no processo de aprendizagem, priorizando a alfabetização e letramento. A tomada de decisão é que respalda a construção do futuro segundo uma visão daquilo que se espera obter (...) A tomada de decisão corresponde, antes de tudo, ao estabelecimento de um compromisso de ação sem a qual o que se espera não se converterá em realidade. Cabe ressaltar que esse compromisso será tanto mais sólido, quanto mais seja fundamentado em uma visão crítica da realidade na qual nos incluímos. A tomada de decisão implica, portanto, nossa objetiva e determinada ação para tornar concretas as situações vislumbradas no plano das idéias (LÜCK, 2002, p. 27). Inicialmente os acadêmicos tomaram conhecimento do projeto político-pedagógico da escola e na proposta da EJA. As supervisoras junto com a coordenação promoveram encontros para estudo, análise e discussão dos assuntos referentes à visão global da escola, desde a sua contextualização, finalidades e complexidade, com objetivo de inserir e incentivar as acadêmicas bolsistas no espaço da escola básica, conforme determina o Pibid. Art. 1º Instituir, no âmbito da CAPES, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID que tem por finalidade apoiar a iniciação à docência de estudantes de licenciatura plena das instituições de educação superior federais, estaduais, municipais e comunitárias sem fins lucrativos, visando aprimorar a formação dos docentes, valorizar o magistério e contribuir para a elevação do padrão de qualidade da educação básica (BRASIL, 2010, p.26). A proposta de intervenção prevê o desenvolvimento de atividades diferenciadas que auxiliam o aluno na descoberta do mundo letrado, estimulando-o a integrar esse novo universo, até então desconhecido. O trabalho com os alunos ocorre uma vez por semana, buscando associar a teoria à prática. As atividades são organizadas, compatível com o tempo, com metodologia especifica e flexibilidade, tornando as aulas e o conteúdo agradável para os alunos, na tentativa de facilitar a compreensão e estimular o interesse dos mesmos. No caso dos alunos da EJA, especificamente, há uma complexidade maior, pois estes buscam ampliar seus conhecimentos, já que possuem objetivos concretos, neste sentido a alfabetização de adultos deve ser um ato critico e político como afirma Freire; A alfabetização de adultos enquanto ato político e ato de conhecimento, comprometida com o processo de aprendizagem da escrita e da leitura da
palavra, simultaneamente com a leitura e a reescrita da realidade, e a pós- alfabetização, enquanto continuidade aprofundada do mesmo ato de conhecimento iniciado na alfabetização, de um lado, são expressões da reconstrução nacional em marcha; de outro, práticas impulsionadoras da reconstrução. (FREIRE 1989 p.55) Lembrando que o planejamento das atividades considera os valores, os saberes e as experiências práticas que os alunos possuem, selecionando e organizando os conteúdos do ensino coerentemente com essas condições e recursos disponíveis no ambiente escolar, observando se a metodologia utilizada possibilita alcançar o objetivo principal que é a alfabetização e letramento do aluno. Dentre as atividades desenvolvidas destacam-se o trabalho com oficinas, uma atividade que apresenta bons resultados com os alunos da EJA pelo fato de permitir a participação de todos de forma espontânea e com objetivo de alfabetização. Também são realizados trabalhos com bingos, gêneros textuais dentre outras atividades voltadas para o desenvolvimento dos alunos, respeitando a capacidade dos estudantes e inovando as práticas pedagógicas sempre que necessário, para assim obter melhor resultado. Diante de todo o contexto elucidado, pode-se afirmar que tanto o Pibid como o Estágio Supervisionado possui um papel substancial no processo de construção da identidade docente, caracterizando como prática em meio à aprendizagem na graduação. Ambos considerados proeminentes na formação pessoal e profissional do acadêmico, pois permitem contraírem experiências que levarão consigo na vida profissional as quais influenciaram em suas práticas de ensino, transformando-as em ações que buscam melhorar o processo ensino aprendizagem (SILVA, 2012, p. 3). Portanto, uma experiência importante tanto quanto o estágio supervisionado, o Pibid propõe aos seus bolsistas uma interação na elaboração das atividades, dando oportunidade ao estudante de expor suas ideias e escolher uma prática pedagógica mais coerente para o alcance do objetivo a ser alcançado para o desenvolvimento do estudante e sua formação docente. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Pibid é um aliado da escola para proporcionar o desenvolvimento dos alunos dentro das possibilidades que permite o programa. As intervenções são feitas de forma que as opiniões dos alunos são levadas em consideração, o que é muito importante para os alunos da EJA. A metodologia utilizada tem por objetivo desenvolver os conceitos críticos e políticos dos alunos acerca do meio onde o mesmo está inserido. Assim
conclui-se que o Pibid tenta valorizar os estudantes nas suas particularidades e perspectivas, com metodologia que se inova a partir da necessidade de cada um, procura colaborar com o crescimento dos alunos, para que estes possam ter melhores oportunidades e condições de tornar parte de uma sociedade igualitária com os mesmos direitos, com autonomia nas próprias decisões. Referências BRASIL 2010 Portaria Nº68 Diário Oficial da União sessão I 12 de abril de 2010 ISSN 1677-7042 COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR CAPES Disponível em: http://www.capes.gov.br acesso em 16/06/2014 FREIRE, Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes Necessários à Prática Educativa Editora: PAZ E TERRA Coleção Leitura ano: 1996 Edição: 25 p.55 LÜCK, H. Planejamento em orientação educacional. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2002 p.27 SILVA, Marília Pereira, SILVA, Sandra Aparecida Borges O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência - Pibid e o Estágio Curricular Supervisionado como Elos de Formação na Construção da Identidade Docente ano 2012 disponível em: http://www.fepeg2012.unimontes.br acesso em 20/07/2014