Página 02 Expediente Prof. Dr. Wendel Cleber Soares Coordenador do Projeto FAI Caroline Pigarri de Sousa Aluna do 2º Ensino Médio ETEC Prof. Eudecio Luis Vicente Beatriz Andriotti Colato Aluna do 2º Ensino Médio ETEC Prof. Eudecio Luis Vicente Natália Niza Vieira Aluna do 2º Ensino Médio ETEC Prof. Eudecio Luis Vicente Isadora Delatore Francisco Aluna do 2º Ensino Médio ETEC Prof. Eudecio Luis Vicente Graziele Cobo Aluna do 4º Termo de Engenharia Civil FAI Equipe Prof. Marcia Pamplona Cavalcante Professora Orientadora ETEC Prof. Eudecio Luis Vicente História de Lutas e Conquistas Ao longo da história da humanidade, a mulher sempre viveu num mundo machista e preconceituoso de supremacia masculina, com liberdade restrita e direitos anulados. Elas eram, e muitas ainda são, submetidas a viverem dependentes e debaixo do jugo dos homens sofrendo agressões físicas, morais e psicológicas, ameaças sexuais e violência econômica. No decorrer da história, verifica-se sua participação nas diversas lutas, com o objetivo de garantir o reconhecimento a sua identidade. Nesse processo, grandes vitórias foram conquistadas, particularmente nos séculos XX e XXI. A data de 8 de março de 1857 foi um marco na vida das mulheres. Na ocasião, um grande número de operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque, cansadas de sofrerem discriminações e preconceitos, uniram-se para reivindicar maior respeito aos seus direitos, ao seu trabalho e às suas vidas. A forma que encontraram para manifestar o descontentamento que sentiam foi fazendo greve e dentre as muitas reivindicações que fizeram, podemos destacar: diminuição da carga horária de trabalho de dezesseis para dez horas diárias; equiparação salarial entre homens e mulheres, uma vez que chegavam a receber até um terço do salário de um homem para fazer o mesmo tipo de trabalho, e tratamento digno dentro do ambiente profissional. A manifestação foi reprimida com muita violência, e as mulheres grevistas foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Neste ato totalmente desumano, morreram carbonizadas cerca de cento e trinta tecelãs.
Página 03 Em 1910, durante uma conferência na Dinamarca ficou decidido que o dia 8 de março passaria a ser o Dia Internacional da Mulher, em homenagem às mulheres que morreram carbonizadas na fábrica em 1857. No ano de 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data através de um decreto e, de lá para cá, passaram a ser realizadas conferências, debates e reuniões no dia 8 de março na maioria dos países, com o objetivo de discutir o papel da mulher na sociedade atual e num esforço conjunto tentar diminuir e, quem sabe, extinguir o preconceito e a desvalorização da mulher no mundo. No Brasil, foi durante o governo do presidente Getulio Vargas, que as coisas começaram a tomar um novo rumo. No dia 24 de fevereiro de 1932, o voto feminino no Brasil foi assegurado, após intensa campanha nacional pelo direito das mulheres ao sufrágio universal. Fruto de uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República, o direito ao voto foi aprovado parcialmente por permitir somente às mulheres casadas e às viúvas e solteiras que estivessem renda própria, o exercício de um direito básico para o pleno exercício da cidadania. Em 1934, às restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Em 1946 a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres. Em 1985, o Brasil conquistou muitas vitórias na luta contra a violência domiciliar, com a criação da primeira delegacia da mulher. No dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada pelo ex-presidente do Mulheres na Exatas pensam apenas no que é tradicional tijolo em cima de tijolo, tem uma visão ampliada pensando na humanização do espaço, sendo sempre detalhistas e eficientes. O mundo precisa delas e isso ninguém pode mudar, existem muitos homens seguros e de valor que apoiam e querem ao seu lado para somar. Indubitavelmente, o leque de opções de profissões para elas se abriu, as vagas na área de exatas são cada vez maiores, pois a maior concentração desse público ainda é nas áreas de humanas e sociais. Confea/Crea quer que haja integração no trabalho da qualidade de gênero, tanto masculino quanto feminino, para ter uma sociedade plena, democrática e justa. Os cursos da área estão surgindo com um novo público, o feminino, sendo ele ainda a minoria. As mulheres ingressoras vêm se destacando cada vez mais, explorando sempre o campo da produção, criação e invenção para facilitar a vida do homem. No ano de 1991, as mulheres representavam cerca de 17% das matrículas na graduação em engenharia, porém no ano de 2008 já era de 21%. O que antes era motivo de preconceito hoje é motivo de preferência, a opção pela carreira já é vista com muito mais naturalidade, atualmente existem empresas que preferem contratar mulheres, pois elas não Brasil Luiz Inácio Lula da Silva a Lei Maria da Penha, como resultado da grande luta pelos direitos da mulher, garantindo bons tratos dentro de casa, para que não sejam mais maltratadas e espancadas por seus maridos ou companheiros. Com esta lei, o Brasil passou a coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Atualmente, as mulheres vêm se destacando e são cada vez mais numerosas na educação, na política, na cultura, no esporte, na economia e na vida da Igreja. Hoje em dia, elas votam, tem média de escolaridade maior que a dos homens, governam países e estão inseridas amplamente no mercado de trabalho. No entanto, ainda há muito que avançar para se alcançar a igualdade de direitos entre homens e mulheres.
Página 04 Alguns Fatos Históricos que Marcaram as Conquistas das Mulheres Símbolo do feminismo: We Can Do It! (Nós podemos fazê-lo): A operária Geraldine Hoff serviu como modelo para J.Howard Miller, que utilizou a imagem como propaganda durante a Segunda Guerra Mundial. O cartaz converteu-se em um símbolo para as mulheres que assumiram postos de trabalho em substituição aos homens que serviam às forças armadas americanas. Simone de Beauvoir, uma pensadora do movimento feminista: Durante os anos 1960, escritoras como Simone de Beauvoir e Betty Friedan ganharam espaço por buscarem desconstruir o papel então convencionado para a mulher na sociedade. Bertha Lutz e o voto feminino no Brasil: A bióloga Bertha Lutz é a principal articuladora do período em que as mulheres brasileiras conquistar o direito ao voto, em 1932. A filha do cientista Adolfo Lutz foi uma das idealizadoras do Partido Republicano Feminino. No poder, trabalhou para mudar a legislação trabalhista no que dizia respeito ao trabalho feminino e infantil.
Página 05 Com a proclamação da República, temos uma das primeiras defensoras do voto feminino: Josefina Álvares de Azevedo. Fundadora, em 1888 na cidade de São Paulo, do primeiro jornal feminino de repercussão (A Família). Desta tribuna Josefina irá manifestar apoio total a emancipação social e política das mulheres no Brasil, defendendo condições mais justas e igualitárias entre os sexos. Dilma é eleita presidente: A Constituição de 1932 garantiu os primeiros votos de mulheres no Brasil e 78 anos depois Dilma Rousseff é eleita a primeira presidente do país. Lei Maria da Penha: A farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes exigiu na justiça que seu agressor fosse condenado. Sua luta virou modelo para a Lei 11.340 que aumentou o rigor nas punições para violência doméstica ou familiar no Brasil.
Mulheres na engenharia Ainda hoje enfrentamos a realidade de que existem cursos profissionais marcados pela forte presença de determinado sexo, ou seja, quando ouvimos falar de engenharia, logo pensamos que é um trabalho para homens, da mesma forma que o curso de nutrição é marcado pela presença de muitas mulheres, enfim, ouvimos esses tipos de comentários. Mas isso está mudando, segundo dados do MEC (Ministério da Educação) houve um aumento significante na presença feminina em cursos de engenharia. As mulheres têm aproveitado as boas Vencendo Preconceitos Imediatamente ao pensarmos em Engenharia, Computação ou Gestão, remetemos à imagem de um homem. O preconceito contra a mulher sempre foi muito forte e presente em várias áreas. Hoje, ainda se encontram diversas situações que não colocam a igualdade acima de tudo. É também o principal motivo pelo qual essa área seja a menos explorada por mulheres que buscam um curso superior, formando um grupo de apenas 21% dos estudantes que se arriscam no estudo dos cálculos. Tendo sido quase sempre dominada, desenvolvida e lecionada por homens, é difícil a total integração de uma mulher no curso. Sem incentivo para seguir carreira, com medo de preconceitos e até mesmo presa a estereótipos de uma sociedade ainda em desenvolvimento social, muitas mulheres Página 06 oportunidades que a engenharia vêm oferecendo ao nosso país. Ingressando nesse ramo e obtendo sucesso, as mulheres de um modo geral têm características importantes para esse segmento. Elas tendem a ser mais comprometidas, seguir mais os procedimentos dentro da empresa e têm uma sensibilidade mais apurada, o que é importante em setores que exigem mais cuidado, segundo exemplos de engenheiras, as mulheres têm facilidade para ter uma visão mais ampla do problema e tendem a ser mais multidisciplinares. Sem dúvidas o número de homens nesse ramo ainda é maior, mas as mudanças vão acontecendo aos poucos. De acordo com um levantamento da USP entre os anos de 2005 e 2013 o número de mulheres na engenharia cresceu 55,53%. Enfrentando barreiras e superando os preconceitos! desistem de fazer carreira em uma profissão que, hoje, apresenta o maior campo e mercado de trabalho do Brasil. Infelizmente, o salário de uma mulher que exerce a mesma função de um homem, é menor. É difícil também encontrar professores do sexo feminino ensinando matérias de exatas e até mesmo exemplos de mulheres que tiveram destaque por seus trabalhos na área. A aluna entra em um mundo estranho e consequentemente não encontra uma base na qual se apoiar. Isso ajuda a criar uma atmosfera pouco amistosa que acaba por passar uma impressão errada às futuras engenheiras de que Exatas é curso pra macho. Acaba por também reduzir o número de garotas que venham a se interessar em aventurar-se por esse universo machista. Porém, isso não as torna menos capazes de exercer funções aparentemente masculinas. É fundamental que as mulheres saibam de seu potencial e conheçam uma ótica imparcial, que demonstre que ambos os sexos podem construir uma grande carreira na área que se mostra cada vez mais próspera no Brasil - a exatas. Também, que haja uma igualdade salarial para homens e mulheres, já que o sexo feminino se demonstra tão capaz quanto para executar tarefas em Engenharia, Computação ou Gestão.
Página 07 Fatores que influenciam na menor preferência das mulheres pela área de exatas Percebemos que há menor número de mulheres que se interessam pelos cursos da área de exatas. Segundo um estudo realizado pelos professores Wendy Willian e Stephen Ceci, da Universidade de Cornell, muitas mulheres abandonam a carreira de pesquisadoras porque querem ter filhos não porque suas performances são piores ou são menos contratadas em entrevistas de emprego. As mulheres, desde crianças são direcionadas, principalmente pelos familiares, às tarefas de cuidados com o próximo, esse caminho traçado desde a infância faz com que as mulheres optem pelas áreas de humanas. A busca por representantes do sexo feminino em cargos que exigem ousadia e inovação fez com que o governo criasse medidas de mudança cultural que a longo prazo possam ter reflexos na condição das mulheres no mercado de trabalho. Na FAI(Faculdades Adamantinenses Integradas) encontramos diversos cursos nessa área, um deles é o de ciência da computação, um profissional formado recebe um salário inicial de R$ 2 mil a R$ 4 mil, em grandes empresas de R$ 10 mil a R$ 15 mil, há também engenharia civil, salário médio de R$ 5,3 mil, podendo chegar a R$ 20 mil. Um outro curso é matemática com salário inicial de R$ 980 (20 horas semanais) a R$ 1,8 mil (40 horas semanais) na rede pública de ensino. Em escolas particulares, no Ensino Médio, de R$ 1 mil a R$ 3,6 mil. No ensino superior, em universidades federais, com doutorado, R$ 5,8 mil. Em escalão intermediário, R$ 10 mil, para professor doutor. Em empresas, de R$ 4 mil a R$ 8 mil, já no auge, cerca de R$ 17 mil, para professor titular em universidades públicas com 20 anos de carreira. É importante lembrar que profissionais de ambos os sexos tem os mesmos direitos e merecem respeito no mercado de trabalho. Simplesmente Mulheres