Levantamento de plantas daninhas após cultivo de melancia no município de Normandia, Roraima (1)

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Transcrição:

Levantamento de plantas daninhas após cultivo de melancia no município de Normandia, Roraima (1) Davair Lopes Teixeira Junior (2) ; Cleidiane Ribeiro Silva (3) ; José de Anchieta Alves de Albuquerque (4) ; Yenara Alves Guedes (5) ; Sonicley da Silva Maia (5) ; João Luiz Lopes Monteiro Neto (6) (1) Trabalho realizado com recursos da Universidade Estadual de Roraima; (2) Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre, Rio Branco, RR, Brasil, (3) Engenheira Agrônoma, Universidade Estadual de Roraima, Boa Vista, RR, Brasil; (4) Professor de Graduação e Pós-Graduação em Agronomia, POSAGRO da UFRR, Boa Vista, RR, Brasil; (5) Estudantes de Graduação em Agronomia da Universidade Federal Roraima, Boa Vista, RR, Brasil, E-mail: yenara_rr@hotmail.com; (6) Doutorando em Agronomia do POSAGRO da UFRR, Boa Vista, RR, Brasil. RESUMO: Na tomada de decisão das estratégias de controle das plantas daninhas é fundamentalmente influenciada pelo conhecimento dos parâmetros botânicos de cada espécie presente na área de cultivo. Com isso, objetivou-se com este trabalho descrever as características morfológicas de plantas daninhas após o cultivo de melancia no município de Normandia, Roraima. Utilizou-se o método do quadrado vasado, com dimensões de 0,50 x 0,50 m, lançado aleatoriamente 20 vezes em uma área de 10 ha, perfazendo um total de área coletada de 5 m 2. As coletas foram realizadas aleatoriamente aos quinze dias após a colheita da melancia, durante o mês de outubro de 2016, período seco da região. As plantas coletadas foram cortadas ao nível do solo, separadas por espécie, identificadas e quantificadas. Para o levantamento das plantas daninhas fez-se a avaliação quanto à classe botânica, família, espécies, tipo de propagação, ciclo de vida e hábito de crescimento. Foram encontradas 24 espécies de plantas daninhas. As famílias que se destacaram em números de espécies foram: Fabaceae (29,16%) e Malvaceae (16,66%). A classe dicotiledônea se destacou com o maior número de espécies encontradas após o cultivo de melancia (79,16%). As características botânicas das plantas daninhas na área estudada revelaram que a maioria se propaga por sementes (87,5%), são predominantemente de hábito de crescimento herbáceo e apresentam ciclo de vida perene (58,33%). Termos de indexação: Citrullus lanatus, Parâmetros florísticos e estruturais, Organografia. INTRODUÇÃO A melancia (Citrullus lanatus), pertencente à família das cucurbitáceas, é plantada em todo o território brasileiro. Em Roraima é cultivada em cerca de 1.400 ha -1, com produtividade média de 20.000 kg ha -1, considera ainda baixa devido ao manejo inadequado em todos os seguimentos da cultura (Medeiros, 2016). Dentre os municípios produtores, Normandia, localizado a nordeste de Boa Vista, é o responsável pela maior produção do fruto no Estado de Roraima. Quanto ao cultivo, a identificação de plantas espontâneas que competem com a melancia se faz

necessária para estabelecer os níveis de agressividade em alguma área, visto que cada espécie invasora apresenta um potencial diferente de interferência à cultura, podendo resultar em até 95% de perda na produtividade e características qualitativas dos frutos (Maciel et al., 2008; Medeiros et al., 2000). A identificação correta das plantas invasoras fornece subsídios que evitam os gastos desnecessários com produtos inapropriados, além de diminuir os riscos de poluição ambiental em função do uso incorreto de herbicidas (Cruz et al., 2009). Portanto, identificar e classificar as espécies daninhas que competem com a melancia é essencial para uma tomada de decisão correta quanto aos métodos de controles a serem utilizados. Nesse contexto, objetivou-se com esse trabalho fazer o levantamento das espécies de plantas daninhas presentes em área cultivada com melancia no município de Normandia, Roraima. MATERIAL E MÉTODOS O levantamento foi realizado na Chácara Vale Verde no Município de Normandia-RR, em plantio convencional, cultivada com a variedade Santa Amélia numa área de 2 há, estabelecido por semeadura direta, usando duas sementes por cova, à profundidade de 2 cm, com espaçamento de 5 m entre linhas por 1 m entre plantas, totalizando estande de 2000 plantas ha -1, plantadas em julho de 2016. O preparo do solo constou de uma aração com arado de disco e duas gradagens niveladoras, sendo a última realizada momentos antes do plantio. Para controle das plantas daninhas na área, o método adotado pelo produtor foi o método manual localizado (enxada), quatro vezes durante o ciclo, a cada 20 dias. O sistema de irrigação adotado foi o de gotejamento, com irrigações realizadas duas vezes ao dia, manhã e tarde. Aos 15 dias após a última colheita da melancia (outubro de 2016) foi realizado o levantamento botânico das espécies invasoras presentes na área através de amostragens realizadas utilizando um quadrado de ferro com dimensões de 0,50 x 0,50 m, lançado aleatoriamente 20 vezes na área, perfazendo um total de 5m 2. Em seguidas, as plantas obtidas foram cortadas rente ao solo, colocadas dentro de sacos de papel e levadas ao laboratório para posterior realização da identificação e quantificação das espécies, sendo descritos: nome científico, nome comum, família, classe, tipo de propagação, hábito de crescimento e ciclo de vida. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após o cultivo da melancia, foram encontradas 24 espécies de plantas daninhas na área avaliada, distribuídas em 11 famílias: Amaranthaceae, Asteraceae, Convolvulaceae, Cyperaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, Malvaceae, Menispermaceae, Myrtaceae, Poaceae, Verbenaceae (Tabela 1). Resultados similares quando as famílias botânicas identificadas foram encontrados por Albuquerque et al. (2013) em estudos fitossociológico e morfológico de plantas daninhas após cultivo de milho em plantio convencional no cerrado de Roraima.

Dentre as classes botânicas identificadas, a dicotiledônea destacou-se com o percentual de 76,16% (Tabela 1), corroborando com as afirmações de Teixeira Junior et al. (2017), que estudando a distribuição fitossociológica da comunidade de plantas daninhas em área de cultivo de mandioca em Roraima, observaram que 83,33% das espécies eram pertencentes à classe dicotiledônea. As famílias com maiores representatividades em número foram: Fabaceae (26,16%) e Malvaceae (16,66%). Em trabalhos realizados na savana de Roraima, Flores & Rodrigues (2010), observaram que 87% da diversidade de espécies encontradas também pertenciam à família Fabaceae, indicando predominância dessa família botânica nos campos de cultivo de diferentes espécies. Outros estudos realizados no estado de Roraima têm confirmado a predominância do número de espécies dessa família (Cruz et al., 2009; Albuquerque et al.,2012; Albuquerque et al., 2013; Albuquerque et al., 2014; Santos et al., 2016; Teixeira Junior et al., 2017). De acordo com a tabela 1, as características morfológicas das plantas daninhas revelaram em sua maioria que a propagação se dá via sementes (87,5%), hábito de crescimento herbáceo e ciclo de vida perene (58,33%). A tabela mostra a classificação das plantas daninhas à nível de espécie, nome popular (NP), Família (F), método de propagação (MP), hábito de crescimento (HC) e ciclo de vida (CV), admitindo as seguintes abreviações: H -Herbáceo; En - entouceirado; A - Arbustivo; S - Subarbustivo; P - Prostrado; Es - Estolonífero; E - Ereto; A/L - Arbustivo e Lenhoso; H/S - Herbáceo e Subarbustivo; H/E - Herbáceo e Ereto; H/P - Arbustivo e Prostrado; P - Perene; A - Anual; A/P - Anual ou Perene. Tabela 1 - Nome científico, nome comum (NC), Família (F), Classe Botânica (CB), Métodos de propagação (MP), hábito de crescimento (HC) e Ciclo de vida (CV) das 24 espécies coletadas em uma área de cultivo de melancia em Normandia-RR, 2016 Classe botânica Nome Científico NP F MP HC CV Amaranthus spinosus Caruru Amaranthaceae Sementes H A Bidens pilosa Picão preto Asteraceae Sementes H/E A Chamaecrista flexuosa Malicia Fabaceae Sementes S P Cissampelos ovalifolia Orelha de onça Menispermaceae Sementes S P Conyza bonariensis Buva Asteraceae Sementes H A Croton glandulosus Malva vermelha Euphorbiaceae Sementes S A Dicotiledôneas Desmodium tortuosum Desmodium Fabaceae Sementes H A Desmodium uncinatum Pega-pega Fabaceae Sementes H/E P Erechtites hieraciifolius Seralha Asteraceae Sementes H A Eriosema crinitum Eriosema Fabaceae Sementes S P Eugenia punicifolia Pimenta de raposa Myrtaceae Sementes A/L P Lippia microphyla Sálvia do campo Verbenaceae Vegetativa H P Malvastrum coromandelianum Malva Malvaceae Sementes S P

Mimosa pudica Dorme dorme Fabaceae Sementes S P Senna occidentalis Fedegoso Fabaceae Sementes A/L A Sida cordifolia Guaxuminha Malvaceae Sementes H/E P Sida spinosa Guaxuma Malvaceae Sementes H/S P Waltheria indica Malva veludo Malvaceae Sementes H/E P Zornia latifolia Zornia Fabaceae Sementes H P Monocotiledôneas Cyperus flavus Junça Cyperaceae Semente e Rizomas Digitaria horizontalis Capim Poaceae Sementes e Enraizamento H H P A Digitaria sanguinalis Capim cochão Poaceae Fruto En A/P Evolvulus sericeus Evovulos Convolvulaceae Sementes H/P A Paspalum notatum Grama batatais Poaceae Fruto Es P CONCLUSÕES As famílias com maior número de espécies encontradas foram: Fabaceae e Malvaceae. As características botânicas das plantas daninhas na área estudada revelaram que o tipo de propagação mais comum entre essa é via sementes, tendo hábito de crescimento herbáceo e ciclo de vida perene. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, J. A. A.; EVANGELISTA, M. O.; MATES, A. P. K.; ALVES, J. M. A.; OLIVEIRA, N. T.; SEDIYAMA, T.; SILVA, A. A. Occurrence of weeds in Cassava savanna plantations in Roraima. Planta Daninha, (32) 1: 91-98, 2014. ALBUQUERQUE, J. A. A. ; MELO, V. F. ; SIQUEIRA, R. H. S. ; MARTINS, S. A. ; FINOTO, E. L. ; SEDIYAMA, T. ; SILVA, A. A. Ocorrência de plantas daninhas após cultivo de milho na savana amazônica. Planta Daninha, (30) 4: 775-782, 2012. ALBUQUERQUE, J. A. A.; MELO, V. F.; SOARES, M. B.; FINOTO, L. F.; SIQUEIRA, R. H. S.; MARTINS S. A. Fitossociologia e características morfológicas de plantas daninhas após cultivo de milho em plantio convencional no cerrado de Roraima. Revista Agro@mbiente (7) 3: 313-321, 2013. CRUZ, D. L. de S.; RODRIGUES, G. S.; DIAS, F. de O.; ALVES, J. M. A.; ALBUQUERQUE, J. A. A. Levantamento de plantas daninhas em área rotacionada com as culturas da soja, milho e arroz irrigado no cerrado de Roraima. Revista Agro@mbiente, (3) 1: 58-63. 2009. FLORES. A. S.; RODRIGUES, R. S. Diversidade de Leguminosae em uma área de savana do estado de Roraima, Brasil. Acta Amazônica, 30: 423-440. 2010. MACIEL, C. D. G.; POLETINE, J. P.; VELINI, E. D.; BELISÁRIO, D. R. S.; MARTINS, F. M.; ALVES, L. S. Interferência de plantas daninhas no cultivo da melancia. Horticultura Brasileira, 26: 07-111. 2008. MEDEIROS, Roberto Dantas. Informações técnicas para o cultivo de melancia em Roraima / Roberto Dantas Medeiros, Admar Bezerra Alves. Boa Vista, RR: Embrapa Roraima, 2016. 42 p. MEDEIROS, R. D.; MOREIRA, M. A. B.; LUZ, F. J. F.; OLIVEIRA JÚNIOR, J. O. L.;Controle de plantas daninhas na cultura da melancia em Roraima. Horticultura Brasileira, 18: 450-451. 2000.

SANTOS, T. S. ; ALBUQUERQUE, J. A. A. ; CASTRO, T. S. ; LIMA, G. L. C. ; FINOTO, E. L. ; SOARES, M. B. B. Fitossociologia de plantas daninhas em pomar de goiaba em Boa vista, Roraima, Brasil. Revista Sodebras, 11: 216-222, 2016. TEIXEIRA JUNIOR, D. L.; BARILI, M. E. ; ALBUQUERQUE, J. A. A. ; SOUZA, F. G. ; CHAVES, J. S. ; MENEZES, P. H. S. Fitossociologia e características botânicas de plantas daninhas na cultura da mandioca. Sodebras, 12: 95-99, 2017.